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sábado, 7 de setembro de 2019

A Caça – M.A. Bennett

A Caça de M. A. Bennett“ – Quando recebi o Convite para vir para cá, fiquei felizx demais. Pensei que isso significava que eu tinha superado as barreiras. Consegui todas as roupas certas, tudo. Treinei como iria falar, estudei bons modos, etiqueta, que tipo de garfo usar... Se eu não me encaixo aqui e não me encaixo lá, qual é o meuy lugar? Será que eles me trouxeram aqui como uma caça? Será que eu sou só isso para eles?”

M.A. Bennett

A sinopse que chamou a minha atenção:

“O ano letivo começou e Greer MacDonald está se esforçando ao máximo para se adaptar ao colégio interno onde ela entrou como bolsista. O problema é que a STAGS, além de ser a escola mais antiga e tradicional da Inglaterra, é repleta de alunos ricos e privilegiados – tudo o que Greer não é. Para sua grande surpresa, um dia Greer recebe um cartão misterioso com apenas três palavras: "caça tiro pesca". Trata-se de um convite para passar o feriado na propriedade de Henry de Warlencourt, o garoto mais bonito e popular do colégio... e líder dos medievais, o grupo de alunos que dita as regras. Greer se junta ao clã de Henry e a outros colegas escolhidos para o evento, mas esse conto de fadas não vai terminar da maneira que ela imagina. À medida que os três esportes se tornam mais sombrios e estranhos, Greer se dá conta de que os predadores estão à espreita... e eles querem sangue. Que a caçada comece! "

Pois bem, esse livro não me serviu nem como guilty pleasure, de tão ruim que é.

A história tem uma protagonista chamada Greer, com quem o leitor não se identifica em momento nenhum. O antagonista é um personagem tão padronizado, que parecemos adivinhar o que vai acontecer.

Os diálogos são ruins, não tem emoção, enfim, é um livro para esquecer. Deixo aqui o registro para quando for fazer uma lista dos piores livros que eu já li. Será candidato.

Não recomendo.

FDL

domingo, 1 de setembro de 2019

Nó do Diabo – Mara Leveritt

nó do diabo -0 livro“Os três prisioneiros no centro da crescente atenção no tiveram permissão para assistir a Paradise Lost. E-mails iam e vinham falando a seu respeito, mas eles não podiam enviá-los nem recebe-los. O caso era discutido nos jornais, mas a grande imprensa do Arkansas e do outro lado do rio, em Memphis, prestava pouca atenção. Para Damien, Jason e Jessie, a prisão ainda consistiria, dia após dia, em comida ruim, barras de ferro e tédio. Mesmo assim, o documentário e o site afetaram suas vidas. Uma das coisas que mudou foi que suas cartas começaram a chegar.”

Mara Leveritt

O mês de setembro com true crime precisava desse livro. Já tinha planejado lê-lo no ano passado, mas acabou não rolando.

Essa história é conhecida pelo documentário Paradise Lost, que conta uma bizarra história da condenação de três adolescentes pelo brutal assassinato de três meninos no interior de Memphis.

É um daqueles casos de perseguição policial com todos os toques das falhas dos sistema americano: preconceitos, fofocas, pressão da mídia, falsas confissões, conservadorismo que chega ao nível medieval, enfim, tudo aquilo que leva inocentes para a cadeia.

Esse livro é muito bem escrito e tem muitos detalhes. Até demais.

Mas de todo modo é importante conhecer essa hi8stópria, que marcou o sistema judiciário americano.

O documentário eu ainda não vi, já ensaiei várias vezes. Quem sabe em breve?

Recomendo.

FDL

domingo, 25 de agosto de 2019

A Testemunha - Scott Turow

testemunha scott turowMeu reflexo foi dar um gemido. Política e processos judiciais não eram uma boa mistura.

— O TPI — disse Roger — foi estabelecido por um tratado negociado entre a maioria dos países-membros da ONU, incluindo os Estados Unidos. Clinton assinou em 2000, mas o pessoal do Bush odiou a ideia, principalmente Dick Cheney, que parece que tinha medo de ser julgado por ter autorizado o afogamento simulado. Em 2002, Bush anunciou que renunciaria ao tratado do TPI.

— É possível fazer isso? Renunciar?

— Você acha que isso importa? Em vez disso, os republicanos, que controlavam o Congresso, aprovaram uma coisa chamada Lei de Proteção aos Membros do Serviço Militar, que basicamente diz que, se você tentar levar os nossos soldados a julgamento, vamos invadir a merda do seu país e os traremos para casa.

— Literalmente?

— Não acho que eles tenham usado a palavra “merda”. Fora isso, é um resumo legislativo bastante preciso. Na Europa Ocidental, era chamada de “Lei de Invasão de Haia”.

— Você está dizendo que, se o TPI acusar soldados americanos, vamos começar uma guerra contra a Holanda?

— Digamos que correremos o risco de criar sérios conflitos com nossos aliados mais próximos. “

Scott Turow

Depois de ficar alguns anos sem pegar nenhum livro novo do Turow para ler, resolvi dar uma chance para A Testemunha e, por isso, selecionei para o desafio de 12 livros para 2019, em agosto.

Essa história é bem diferente dos outros dois livros dele que eu li. Na verdade, é bem diferente, porque é o primeiro thriller jurídico que eu leio focado no direito internacional.

“O retorno do mestre do thriller jurídico, em uma trama que envolve o Tribunal Penal Internacional. O advogado Bill Ten Boom largou a carreira, a esposa, o condado de Kindle e até mesmo o país. Porém, quando recebe a oportunidade de trabalhar no Tribunal Penal Internacional — uma organização encarregada de lidar com crimes contra a humanidade —, ele se sente atraído pelo que será o caso mais difícil de sua carreira. Para descobrir o que aconteceu com os moradores desaparecidos de um vilarejo cigano após a Guerra da Bósnia, Boom deve investigar uma série de suspeitos, que vão de organizações paramilitares sérvias ao governo dos Estados Unidos, enquanto interroga todos os envolvidos no caso: um ex-general em desgraça; o único sobrevivente do suposto massacre dos ciganos; e sua advogada.”

O problema é que eu achei a história um pouco desinteressante. Tem um lado muito bom que é focado em explicar como funciona o TPI, mencionar as guerras da antiga Iugoslávia, a realidade dos novos países dos bálcãs e, sobretudo, a relação da Europa, sobretudo a oriental, com o povo cigano.

Agora, o livro é excessivamente longo, com diálogos também carregados e isso faz com que a história não flua tão bem.

Além disso, há vários personagens e o enredo acabou ficando um pouco confuso em alguns momentos. Não é o tipo de livro para fazer histórias assim.

De todo modo, continuo gostando do Turow e ainda há outros livros dele que estão na minha prateleira esperando a sua vez.

FDL

sábado, 10 de agosto de 2019

A Pequena Caixa de Gwendy – Stephen King e Richard Chizmar

a pequena caixa de gwendy

“Ela se senta. O suor cobrindo seu corpo ficou frio. Ela tem certeza de que, apesar da fala mansa, ele vai tentar beijá-la, sem se importar com as crianças no parquinho ou os adolescentes tomando conta delas. Mas ele não faz isso. Só enfia a mão embaixo do banco e pega uma sacola de lona fechada por um cordão. Ele abre a bolsa e tira uma linda caixa de mogno, a madeira reluzindo em um marrom tão intenso que ela consegue ver pontinhos vermelhos no acabamento. Tem uns quarenta centímetros de comprimento, talvez uns trinta de largura, e metade disso de profundidade. Ela a quer na mesma hora, e não só porque é linda. Ela a quer porque é dela. Como se fosse algo valioso, muito amado, que se perdeu tanto tempo antes que quase foi esquecido, mas agora tinha sido encontrado de novo. Como se ela fosse dona da caixa em outra vida, em que era uma princesa ou algo assim.

— O que é? — pergunta Gwendy em voz baixa.

— Uma caixa de botões — diz ele. — A sua caixa de botões. Olha.

Ele a inclina, e ela vê os botõezinhos no alto, seis em fileiras de dois, e um botão solitário em cada ponta. Oito no total. Os pares são verde-claro e verde-escuro, amarelo e laranja, azul e violeta. Um dos botões das pontas é vermelho. O outro é preto. Há também uma pequena alavanca nas laterais da caixa, e o que parece um buraco no meio.

— Os botões são muito difíceis de apertar — diz Farris. — Você tem que usar o polegar e apertar com força. E isso é uma coisa boa. Acredite em mim: você não vai querer apertar nenhum por engano, não mesmo. Principalmente o preto.

Gwendy se esqueceu de sentir medo. Está fascinada pela caixa, e quando o homem de paletó a entrega, ela aceita. Estava esperando que fosse pesada, porque mogno é uma madeira pesada, afinal de contas, e nem dava para saber o que havia dentro, mas não é. É leve a ponto de Gwendy conseguir balançar nos dedos. Ela passa o dedo pela superfície reluzente e meio convexa dos botões e quase sente as cores iluminando sua pele.’

Stephen King e Richard Chizmar

Esse livrinho saiu faz pouco tempo e fiquei interessado nessa pegada infanto-juvenil com o lado sombrio do Stephen King.

Acabei lendo inteiro de uma vez e foi uma ótima experiência.

“Em todos os dias do verão de 1974, Gwendy Peterson, de doze anos, vai pela escada, que fica presa por parafusos de ferro fortes (ainda que enferrujados pelo tempo) e sobe em ziguezague pela encosta do penhasco.

Certo dia, um estranho a chama do alto: “Ei, garota. Vem aqui um pouco. A gente precisa conversar, você e eu”. Em um banco na sombra, perto do caminho de cascalho que leva da escada até o Parque Recreativo de Castle View, há um homem de calça jeans preta, casaco preto e uma camisa branca desabotoada no alto. Na cabeça tem um chapeuzinho preto arrumado.

Vai chegar um dia em que Gwendy terá pesadelos com isso.”

Parece um conto, até pela forma que a história foi construída, mas é muito agradável de ler. A forma de King escrever é bem tranquila e fluida, então a gente entra no livro de cabeça.

Gostei também da ideia do peso que a onipotência tem, com responsabilidades e consequências. Sobretudo porque não planejamos todas as nossas ações. Às vezes agimos por impulsos.

Recomendo essa leitura bem agradável.

FDL

domingo, 4 de agosto de 2019

Cabo do Medo – John D. MacDonald

CABO-DO-MEDO-

“Ele sentiu o rosto suar, rubro. Ela abrira novamente o livro. Seu embaraço se transformou lentamente em raiva. ‘Tudo bem. Então eu puxei conversa. Se você não quer papo é só dizer. O fato de ser bonita não lhe dá nenhum direito especial de ser rude. Não fui eu quem inventou essas regras não escritas. Não saio com as alunas aqui porque acontece de eu estar comprometido com uma garota lá em Nova York’.

Não houve qualquer sinal de que ela o estivesse ouvindo.“

John D. MacDonald

Retirado do site da editora:

“Por catorze anos, o condenado Max Cady nutriu um ódio por Sam Bowden, um advogado de sucesso que ostenta uma família margarina e que, ao atuar como seu defensor público, pouco fez para evitar que ele fosse parar atrás das grades.

Agora um homem livre, Max retorna à sociedade com sangue nos olhos e enlouquecido por uma sede de vingança pelo tempo e família que perdeu. E decide fazer com que toda a família de Sam pague por seu erro.”

Confesso que esperava um pouco mais desse livro.

Eu sempre soube que é um filme muito respeitado e favorito de muita gente. Por isso, quando a Darkside começou a lançar esses livros que inspiraram clássicos do cinema, eu comprei e já resolvi ler.

A verdade é que a história é comum, então eu esperava que a escrita fosse me chamar a atenção. Isso não ocorreu.

Em alguns momentos a forma de escrever não nos prende e para um livro curto há muitas passagens com enrolação.

Ainda assim eu quero ver o filme no futuro. Agora não deu tempo. Quem sabe na próxima temporada de filmes mais clássicos eu acabe assistindo. Talvez atuações e direção deixem uma impressão melhor.

FDL

domingo, 28 de julho de 2019

As Ondas – Virginia Woolf

as ondas virginia woolf

“— É o primeiro dia das férias de verão — disse Susan. — Mas o dia ainda se mostra embrulhado como num pacote.Não o examinarei antes de descer do trem à noite. Não me permitirei cheirá-la antes de respirar o frio ar verde dos campos. Esses, porém, já não são os campos do colégio; não são as sebes do colégio; os homens nesses campos fazem coisas reais; enchem carroças com feno de verdade; essas são vacas de verdade, não as vacas do colégio. Mas o cheiro de desinfetante dos corredores e o cheiro de giz das salas de aula ainda se entranha em minhas narinas. A aparência vítrea, lustrosa dos assoalhos ainda se imprime em meus olhos. Preciso aguardar campos e sebes, bosques e campos e encostas em declive na via férrea, salpicadas de arbustos de tojo, e caminhões e estradas e túneis e jardins de subúrbio com mulheres estendendo roupa lavada, e depois novamente campos e crianças balançando-se nos portões, a fim de recobrir e enterrar profundamente o colégio que odiei.”

Virginia Woolf

Esse foi o livro que eu selecionei par o mês de julho no desafio de 12 livros para 2019. E ele fez definitivamente com que eu repensasse esse desafio. Eu escolhi os livros no final do ano passado tendo em consideração as obras que eu já tinha na prateleira e também autores que eu precisava de um estímulo diferente, do contrário acabaria não lendo.

O problema é que eu não pesquisei direito e acabei selecionando um livro muito difícil para começar com Virginia Woolf. De todo modo, vamos lá.

As ondas é um livro escrito em fluxo de consciência, com monólogos sobrepostos de diversos personagens, que têm personalidades diferentes.

Não há enredo, conforme eles vão falando, observamos que eles narram as próprias vidas, desde o nascimento até a morte. Esse vai e vem do enredo lembra o tempo inteiro as ondas do mar.

Claro que esses monólogos são extremamente complexos e muitas vezes confusos para mim. Eles falam de suas perturbações, anseios e descrevem muito a natureza.

Acho que eu precisava de outro tipo de leitura nesse momento e senti que acabei não aproveitando tudo que esse livro teria a me oferecer. Um dia, com outro tipo de bagagem e talvez em outra conjuntura da vida eu relerei esse livro e aposto que terei uma experiência melhor.

FDL

sábado, 13 de julho de 2019

Fahrenheit 451 – Ray Bradbury

fahrenheit 451

“- Para mim, ela não é nada; ela não deveria ter livros. A responsabilidade era dela, ela deveria ter pensado nisso. Eu a odeio. Ela o deixou perturbado, e se você continuar assim, vamos acabar na rua da amargura, sem casa, sem trabalho, sem nada.

- Você não estava lá, você não viu – disse ele. Deve haver alguma coisa nos livros, coisas que não podemos imaginar, para levar uma mulher a ficar numa casa em chamas; tem de haver alguma coisa. Ninguém se mata assim a troco de nada.

- Ela era fraca da ideia.”

Ray Bradbury

Escolhi esse livro para o mês de junho no desafio de 12 livros para 2019. Não poderia ter selecionado obra melhor.

Trata-se de mais uma distopia, na qual o governo proíbe os livros e a função dos bombeiros agora é a de destruir qualquer livro mocozado por alguma resistência.

Essa é justamente a profissão do personagem principal, Montag. Sua paz ignorante é perturbada após encontrar na rua algumas vezes com uma menina que lhe faz perguntas inconvenientes, que o tiram do sossego.

Após o desaparecimento da menina e de uma situação em que uma mulher prefere morrer queimada junto a seus livros após ser encontrada, Montag cria uma curiosidade pelo conteúdo dos livros e do porquê deles incomodarem tanto.

Com isso, um movimento de resistência é por ele descoberto.

Esse livro caiu como uma luva para o momento político em que vivemos, já que se tentam suprimir das escolas disciplinas de senso crítico e busca-se cada vez mais um discurso massificado por uso das fake news.

Já me senti incomodado com a proximidade do Conto da Aia com a nossa realidade. Nesse caso então, é evidente que esse tipo de estratégia é muito bem pensado.

Gostei muito também do seguinte trecho:

“- Por sorte, esquisitos como ela são raros. Sabemos como podar a maioria deles quando ainda são brotos, no começo. Não se pode construir uma casa sem pregos e madeira. Se você não quiser que se construa uma casa, esconda os pregos e a madeira. Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe de os dois lados de uma questão para resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça de que há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso. Paz, Montag.”

Parece que estamos vendo isso em algum lugar:

“Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com “fatos” que elas se sintam empanzinadas, mas absolutamente “brilhantes” quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão uma sensação de movimento, sem sair do lugar”.

Há também dois filmes, que no futuro ainda vou ver.

FDL

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Os Imortalistas – Chloe Benjamin

os imortalistas

“SOZINHA, O PÂNICO de Varya aumenta. Ela se sente separada de seus irmãos, como se estivesse numa praia, vendo o navio deles partir. Deveria tê-los impedido de vir. Quando a porta se abre novamente, o suor se juntava sobre seu lábio superior e na bainha de sua saia. Mas é tarde demais para fugir pelo caminho que veio, e os outros estão esperando. Varya empurra a porta aberta.

Ela se vê numa minúscula copa cheia de tantos pertences que, inicialmente, não vê ninguém. Livros estão empilhados no chão como modelos de arranha-céus. As prateleiras da cozinha foram tomadas de jornais em vez de comida, e alimentos industrializados estão jogados pelo balcão: biscoitos, cereal, sopa em lata, uma dúzia de variedades de chá. Há cartas de tarô e de baralho, mapas astrológicos e calendários — Varya reconhece um em chinês, outro com números romanos e um terceiro que mostra as fases da lua. Há um pôster amarelado do I Ching, cujos hexagramas ela reconhece do Livro da Adivinhação de Klara; um vaso cheio de areia; gongos e tigelas de cobre; uma coroa de louros; uma pilha de gravetos de madeira, entalhados com linhas horizontais; e uma tigela de pedras, algumas das quais foram presas com longos pedaços de corda.”

Chloe Benjamin

Esse livro teve uma sinopse que me chamou a atenção e a leitura foi bem rápida, até porque, é curto e direto.

Eis a sinopse:

Se você soubesse a data de sua morte, como viveria sua vida? É 1969 no Lower East Side de Nova York e os rumores na vizinhança são sobre a chegada de uma mulher mística, uma vidente que se diz ser capaz de dizer a qualquer um qual será o dia de sua morte. As crianças Gold – quatro adolescentes que estão começando a conhecer a si mesmos – saem de casa sorrateiramente para saber sua sorte. As profecias informam as próximas cinco décadas de sua vida. Simon, o menino de ouro, escapa para a costa oeste, procurando por amor na São Francisco dos anos 80; a sonhadora Klara se torna uma ilusionista em Las Vegas, obcecada em misturar realidade e fantasia; Daniel, o filho mais velho, luta para se manter seguro como um médico do exército após o 9 de setembro; e Varya, a amante dos livros, se dedica a pesquisas sobre longevidade, nas quais ela testa os limites entre ciência e imortalidade. Um romance notavelmente ambicioso e profundo com uma brilhante história de amor familiar, Os imortalistas explora a linha tênue entre destino e escolha, realidade e ilusão, este mundo e o próximo. É uma prova emocionante do poder da literatura, a essência da fé e a força implacável dos laços familiares.

No final achei o livro morno e não me identifiquei com nenhum desses irmãos que foram personagens de cada ato dessa história. Senti que faltou um algo a mais e a leitura foi ficando monótona conforme chegava o final.

Acho que um dos piores defeitos que um livro pode ter é fazer com que o leitor deixe de se importar com o que vai acontecer. E foi um pouco o caso dessa história.

Não achei ruim, longe disso. Mas não marcou e esse estilo poderia ser melhor aproveitado.

FDL

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Feud: Bette and Joan

feud

Essa série já estava na minha lista há algum tempo e apareceu agora a oportunidade. Trata-se de uma das maiores rivalidades já ocorridas na história do cinema, entre as atrizes Bette Davis e Joan Crawford.

Eu não conseguiria pensar em uma atriz melhor para interpretar Davis. Já gostava muito do trabalho da Susan Sarandon antes e com esse trabalho só me resta reconhecer que ela é uma das melhores atrizes da geração.

Jessica Lange também esteve muito bem, mas não a conheço muito bem e acho que a personagem mais interessante não era ela.

Fica difícil de acreditar que essa história não é um roteiro original, já que são tantas reviravoltas e bizarrices que essas mulheres fizeram tanto pelas carreira quanto uma contra a outra.

Recomendo muito essa série.

Agora, marcou a história delas o filme que fizeram juntas no final da carreira, que rendeu um Oscar a Bette Davis: O Que Terá Acontecido a Baby Jane.

Para melhorar o tempo perfeito, a Darkside lançou nesse ano o livro com a história original. Vamos primeiro ao livro e depois o filme.

baby jane - livroO Que Terá Acontecido a Baby Jane – Henry Farrell

“Sei que não deveria, mas... bem... eu preciso saber. Neste anúncio... se não se importaria em me dizer... quem é a estrela?

O sorriso de Jane se abriu. Ela fez um pequeno gesto apontando com a mão enluvada. “Eu”, disse ela. “Talvez você seja muito jovem para se lembrar, mas eu sou a Baby Jane original – Baby Jane Hudson”.”

Hanry Farrell

Excelente livro. É a curta história de duas irmãs idosas que cultivaram durante toda a vida uma relação de disputa, ressentimento, inveja e ódio. Tudo isso por conta da fama.

Chega a ser irônico ter sido interpretado no cinema pelas duas atrizes, já que a disputa pela fama e toda a relação de vaidade foi o tema central de toda a história delas.

Não somente isso, é uma ótima história de suspense, com assassinatos, tensão e bons diálogos.

Gosto muito do livro e o autor merece mais créditos, já que a história só é conhecida por conta das atrizes.

Vamos ao filme.

baby jane filmeFilme: O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
Nota: 9
Elenco: Bette Davis e Joan Crawford
Ano: 1962
Direção: Robert Aldrich

O filme cumpre as expectativas que são geradas por conta da briga das atrizes, do bom livro e do Oscar.

É sempre muito bom ver filmes de suspense antigos. Eles são construídos em uma época que a lentidão ajudava a construir o suspense. Hoje em dia seria considerado maçante se não fosse acelerado e cheio de explosões.

As atrizes realmente são espetaculares. Fazem parte de uma época do cinema em que as emoções eram expostas com muita intensidade. É bonito de ver.

Acredito que toda a experiência desse mês (série, filme e livro) valeram muito a pena. Recomendo tudo.

FDL

domingo, 2 de junho de 2019

A Idade da Razão – Jean-Paul Sartre

“Havia pessoas que não existiam, eram vapores, e outras que existiam um pouco demais. O barman, por exemplo. Pouco antes fumava um cigarro, vago e poético, como um jasmineiro; agora acordara, era demasiado barman, sacudia o shaker, abria-o, escorria uma espuma amarela nos copos, com gestos de uma precisão supérflua.”

Jean-Paul Sartre

Um pouco atrasado venho falar o livro escolhido para o mês de maio no desafio de 12 livros para 2019.

Nunca tinha lido nada do Sartre e achei que seria uma boa inclui-lo no desafio, como uma forma de me forçar a ler. Deu certo.

A Idade da Razão é o primeiro livro de um box com três, que formam Os Caminhos da Liberdade.

Na história, Mathieu é um professor que vive cercado dos alunos e não dá muita importância a dinheiro a bens materiais. Ocorre que em determinado momento para manter sua própria liberdade ele precisa de dinheiro, não tem jeito. Sua namorada engravidou e ele precisa de 05 pilas para pagar o aborto.

O livro mostra o protagonista revisitando várias pessoas da sua vida em busca do dinheiro e a todo momento é julgado pelo seu modo de viver.

Gosto do personagem Daniel, que vai crescendo ao longo do livro: um homossexual corroído pela culpa e pelo nojo que tem da vida que leva. Ele acaba cruzando o caminho de Mathieu e tem um bom diálogo com ele no final da história.

Gostei muito e achei que teria dificuldades com a linguagem. Não foi o caso.

O livro tem muitas sutilezas que valem um bom papo. Já quero ler os outros dois do box.

Recomendo.

FDL

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Só As Partes Engraçadas – Nell Scovell

“ Minha carreira de escritora demorou a decolar. Isso porque adquiri um hábito infeliz quando tinha 20 e poucos anos. Algumas pessoas passam o pós-faculdade em meio a uma névoa de fumaça de maconha. Eu gostava de casar. Fiz isso duas vezes. E me divorciei duas vezes. Tudo antes dos 26.“

Nell Scovell

Vamos ao prêmio picolé de chuchu do ano? Não sei o que eu tinha na cabeça quando comprei esse livro e, sobretudo quando retirei da estante para ler.

Nell Scovell é uma roteirista de sucesso nos EUA, escreveu para diversos programas de comédia e para eventos com pessoas importantes.

Nesse livro ela conta a trajetória de sua carreira, seus altos e baixos e suas relações com diversas pessoas do ambiente dela que eu não conheço.

Nem posso dizer que o livro é ruim, só é completamente fora do meu interesse. Talvez eu achasse que fosse ler uma narrativa engraçada, de uma pessoa com talento para escrever narrando sua vida com situações cômicas até atingir o sucesso.

O livro chega a ser burocrático enquanto ela vai contado o que passou em cada emprego e não consegui ter empatia nenhuma por essa mulher.

Vou esquecer tudo ainda esse mês.

FDL

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Precisamos Falar Sobre o Kevin – Lionel Shriver

“Senhora Khatchadourian, alguma vez a senhora ou seu marido bateram em seu filho?” O advogado de Mary debruçou-se ameaçador na plataforma onde eu prestava depoimento.

Tudo o que a violência faz é ensinar à criança que a força física é um método aceitável de obter o que se quer”, recitei.

O tribunal só pode concordar com isso, senhora Khatchadourian, mas e muito importante esclarecermos o assunto, para que fique registrado nos autos. A senhora ou seu marido alguma vez abusaram fisicamente de Kevin enquanto ele esteve sob os cuidados de vocês?”

“Claro que não”, falei com toda a firmeza e, depois, resmunguei mais baixo, para que não restassem dúvidas: “Claro que não”. Arrependi-me da repetição. Há algo de suspeito em qualquer afirmação que precise ser dita duas vezes.

Ao descer da plataforma, meu pé enroscou num prego no assoalho, e com isso arranquei o salto preto de borracha do meu sapato. Claudicando de volta a meu lugar, refleti que era melhor um salto quebrado que um enorme nariz de pau.

No entanto, guardar segredo é uma disciplina. Nunca me considerei boa mentirosa, mas, depois de certa prática, adotei o credo dos safados, segundo o qual mais que fabricar uma mentira a grande questão é se casar com ela. Uma mentira bem-sucedida não pode ser trazida ao mundo e, depois, abandonada por um capricho qualquer. Assim como todo relacionamento em que há compromisso de ambas as partes, a mentira tem de ser mantida, e com muito mais empenho que o dedicado à verdade, que continua sendo uma mera verdade descuidada sem ajuda de ninguém. Já a minha mentira precisava de mim tanto quanto eu precisava dela e, portanto, exigia a constância de um voto matrimonial: até que a morte nos separe.”

Lionel Shriver

Vamos ao livro de abril do desafio de 12 livros para 2019. Dessa vez é Precisamos Falar Sobre o Kevin, escrito por Lionel Shriver.

Esse livro é epistolar, mas com um detalhe. São cartas que a protagonista escreve ao seu marido, que foi assassinado pelo próprio filho do casal, Kevin. Além disso, o adolescente matou diversos colegas de escola e a irmã mais nova, deixando apenas a mãe viva.

Super leve, né? Então vamos.

A cada carta a mãe retoma sua história de vida, como se agora nada mais importasse e pudesse ser completamente sincera a respeito dos seus sentimentos.

O começo do livro se arrasta muito e é bem chato.

Começa a ficar mais interessante quando vemos sua relação com Kevin já desde criança, que demonstrara seu comportamento sádico e frio desde bebê.

Há passagens perturbadoras da própria mãe, que confessa não ter tido vontade de ter esse filho, as complicações da gravidez e a relação de guerra e domínio que foi construída ao longo do tempo, culminando com a tragédia.

Em vários momentos o livro volta a se arrastar, mas a história é interessante olhando de uma forma geral.

O filme eu vi em 2012 e acabei relendo meu post, no qual fui bem crítico com o que vi. Não sei se sigo do mesmo jeito.

De todo modo, o que falta no filme a respeito das consequências e do impacto na cidade depois do crime, o livro supre essa lacuna.

Acho que tanto livro quanto filme são equiparados porque têm virtudes e falhas. Mas de algum modo ambos se complementam.

Essa história é pesada e percebi que nesse ano acabei selecionando uma coleção de porradas na cara para ler. De repente é necessário.

FDL

domingo, 7 de abril de 2019

Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado e Conversando com um Serial Killer

Nem estamos no mês do true crime, mas com a estreia desse documentário Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy, aproveitei para assistir e, de quebra, ler o livro recém-lançado pela Editora Darkside – Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado, de Ann Rule.

“Ted estava exausto. Passara muitas noites em claro. O rosto desprovido de cor e manchado de lágrimas, magro, com aparência até mesmo frágil, e usava duas camisas, como se quisesse mesmo afastar o frio da morte. Não se parecia em nada com o jovem político carismático. Ted parecia velho e esgotado.”

Ann Rule

Embora Ted Bundy seja um dos mais famosos serial killers que se conhece, sobre a sua história eu tinha apenas os fatos resumidos nos tantos documentários que assisto ou então nos compilados com resumos sobre esse tipo de assassino.

Com esse livro e esse documentário há um mergulho nesse caso, que é impressionante e superlativo sob vários pontos de vista.

Resumidamente, Ted Bundy foi um homem considerado bonito e carismático que utilizou esses recursos para enganar e matar dezenas de mulheres entre os anos 60 e 70 nos EUA.

Além disso, Ted é o estereótipo de serial killer lobo em pele de cordeiro: tem comportamento aceito pela sociedade enquanto esconde seus anseios violentos. Pior ainda, era extremamente inteligente, manipulador, sem nenhum sentimento pelos outros e muito narcisista.

O livro é narrado pela autora em primeira pessoa. Ann Rule conheceu Ted quando trabalharam juntos em um centro de atendimento para prevenção ao suicídio. Acabaram tendo uma amizade que perdurou anos.

Por algum motivo, Ted nunca deixava de se comunicar com Ann, mesmo após preso e condenado, até mesmo aguardando a execução da pena de morte.

O livro é um compilado da vida de Ann em paralelo com os crimes ocorridos, as investigações e o desfecho desse caso que chega a ser folclórico quando observada a atenção das pessoas ao que ocorreu.

Foram muitas vítimas, muitas reviravoltas e conforme vai passando a história, parece que foi um filme que ocorreu.

Aliás, para o final do ano está previsto o filme "Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil" (descrição que o juiz deu sobre Bundy na sentença). Será protagonizado pelo Zack Effron. Vejamos.

O livro é enorme, tem quase 600 páginas e é bem detalhado. Em alguns momentos algumas informações irrelevantes tomam muitas páginas. Mas faz parte da vida.

Quanto ao acabamento, seria chover no molhado falar do capricho que é a arte preparada pela editora, que trouxe mais uma capa dura, com diversas fotos e recursos gráficos.

Enquanto lia o livro acabei vendo a série da Netflix.

O documentário é dividido em 04 partes e narra toda a história dos emblemáticos assassinatos cometidos por Ted Bundy, além do julgamento, suas fugas, sua confissão final e sua execução.

No meio disso são exibidos trechos inéditos de uma entrevista que Bundy deu na cadeia a um jornalista. Há depoimentos, fotografias, trechos do julgamento, enfim, fizeram um retrato bem digno e fiel do que ocorreu nesse caso.

Os documentários de true crime estão cada vez mais em evidência e esse teve um estilo mais seco, direto, sem liberdades artísticas. É como uma notícia de jornal filmada.

Realmente muito interessante e gostei muito do gesto de não se estenderem demais, porque senão ficaria tudo muito cansativo.

Recomendo muito o livro e o documentário. Esperemos o que será do filme.

FDL

sexta-feira, 29 de março de 2019

O Conto da Aia – Margaret Atwood

Se eu pensasse que isso nunca mais me aconteceria, eu morreria.

Mas isto está errado. Ninguém morre por falta de sexo. É por falta de amor que morremos. Não há ninguém que eu possa amar, todas as pessoas que eu podia amar estão mortas ou em outro lugar.”

Margaret Atwood.

Para o desafio de 12 livros em 2019, no mês de março, escolhi O Conto da Aia. Achei que combinaria com o mês da mulher e assim eu não perderia a chance de ler esse livro, que me parece ser cada vez mais atual.

Trata-se de uma distopia, na qual em um mundo não distante, um governo autoritário começou a restringir cada vez mais os direitos democráticos, até que em um determinado momento há uma sociedade fanática religiosa, com mulheres escravas, sistema de castas e uma sociedade de vigilância, com penas de morte em praça pública.

Tudo está relacionado com uma crise de fertilidade que atinge a população, que também sofre com a poluição. Isso faz surgir uma onda conservadora, que utiliza métodos e técnicas agressivas para a construção dessa nova sociedade.

O que me impressiona é esse livro ter sido escrito em 1985. Era uma época em que os comportamentos liberais cresciam muito. Não se esperava ver o que ocorre hoje, uma guerra entre liberais e conservadores. Enquanto escrevo esse post, é uma guerra ainda ideológica. Até quando ficará assim não sabemos.

Há diversas passagens perturbadoras nesse livro, sobretudo com a protagonista, Offread, uma Aia, ou seja, mulheres que ainda são férteis e, por isso, são muito valiosas. Não por isso mantiveram sua humanidade – são coisas preciosas, mas são passam disso.

A relação entre os seres humanos no contexto da dominação é incômoda demais. A vigilância constante e o pensamento completamente preso na cabeça são perturbadores.

É um dos melhores livros que li na vida.

Com isso, resolvi ver a série, que já está em temporadas avançadas, mas ainda é sucesso de crítica.

Não passei do primeiro episódio.

É uma série excelente e não segui por dois motivos.

O clima de incômodo é ainda pior. A mensagem eu já havia captado com o livro e não vi necessidade de ver uma série de vários episódios de dor e sofrimento para uma ideia que eu já tinha assimilado.

O segundo motivo é maior. Essa obra deixa várias perguntas sem respostas. Isso tem motivos, porque o próprio clima de incerteza e conspiração fazem parte do que a autora quis passar.

Séries americanas sempre pecam pelo mesmo motivo. Já percebi que O Conto da Aia vai ter várias temporadas e vão acabar transformando a história em algo diferente do original. Não senti vontade de ver o que vai ser construído.

De todo modo, Elisabeth Moss de cara demonstrou merecer todos os prêmios que recebeu, porque sua atuação está no ponto do que é essa série.

Recomendo muito a série e o livro, mas tenhamos estômago, porque o Conto tem cara de premonição.

FDL

sábado, 23 de fevereiro de 2019

À Sombra de Uma Mentira – Alex Marwood

“— Não, Bel. Por favor.

— A propósito, querido, já te contei da época em que matei uma criancinha?

— Cale a boca!

— Você acha que... você acha que, só porque fez algo por si mesma, tudo isso irá sumir? Acha que, só porque tem um marido e filhos e vai a festas de Natal e bebe vinho e ninguém sabe de nada a seu respeito, significa que isso nunca aconteceu? Você não pode apagar a história, Jade!

— Não — protesta ela, com a carga emocional pesada vindo à tona. — Não, nunca... mas, Bel! Não sou ela! Não sou mais aquela garota! Eu não sou, e nem você!

— Bobagem! Você será ela para o resto de sua vida! Essa merda imunda que matou uma criança está certamente aí dentro de você. É melhor se acostumar com isso!

Kirsty fica na porta e inspira profundamente, trêmula.”

Alex Marwood

Sinopse: Poucas horas depois de se conhecerem, Jade e Bel, ambas com 11 anos, veem-se envolvidas na morte de uma garotinha e tachadas de assassinas. As duas meninas são enviadas a diferentes reformatórios, onde recebem novas identidades e são instruídas a nunca mais entrar em contato uma com a outra. Agora elas são Kirsty, uma respeitável jornalista freelancer de Londres, e Amber, gerente de um parque de diversões no sul da Inglaterra. Quando Amber encontra um corpo em uma das atrações do parque, a mídia fica em polvorosa, e Kirsty, enviada para cobrir os assassinatos, acaba cruzando o caminho de sua velha conhecida. Não demora muito para as duas se darem conta de quanto sabem uma sobre a outra. Com medo de que seu passado seja descoberto e exposto pelo frenesi da imprensa, Kirsty e Amber lutam para manter o segredo a salvo.

Olha, não foi dos piores suspenses que eu li ultimamente, mas é fraquinho e o final é previsível. O problema desse livro é que ele segue uma fórmula e quando já lemos vários, conseguimos identificar.

Por exemplo, há uma alternância de linhas temporais nos capítulos, além de alternância de narradores. Tudo bem que não é em primeira pessoa, mas cada divisão é de uma personagem e são tantos discursos indiretos livres que é praticamente como se fosse.

Além disso, como tem dado certo, explora-se a infância das personagens, como forma de estabelecer motivos e construções das personalidades.

Mais uma vez, não é ruim, mas confesso que vou esquecer desse livro em breve.

Tem coisa melhor pra ler por aí, com certeza.

FDL

domingo, 27 de janeiro de 2019

Uma Mentira Perfeita – Lisa Scottoline

“Chris Brennan acaba de se mudar para Central Valley, na Pensilvânia. Ele veio atrás de um emprego como professor substituto e treinador de beisebol na escola de ensino médio local, com um currículo impecável e boas maneiras que só um bom homem poderia ter. Mas tudo sobre ele é uma mentira. Seu nome é um pseudônimo, seu currículo é falso. E ele veio para a cidade com um plano, que a princípio é perfeito – e para cumpri-lo, precisa ficar de olho no time de beisebol. Encontrar o que precisa para cumprir seus planos não deve ser tarefa difícil, e Chris foca sua busca em três meninos cujas vidas (e as de suas mães) giram em torno do time: Raz Sematov, o arremessador, um menino geralmente alegre e bem-humorado que acabou de perder o pai; Evan Kostis, que é rico, mimado e problemático além de ser a sensação do time, e Jordan Larking, o novato, um garoto tímido e reservado.”

Lisa Scottoline

Esse ano está um pouco complicado para os thrillers. Comecei no finalzinho a ler esse suspense e ele não estava me convencendo. Achei muito estranho uma história tão rasa possuir tantas páginas!

Eis a sinopse:

“Chris Brennan acaba de se mudar para Central Valley, na Pensilvânia. Ele veio atrás de um emprego como professor substituto e treinador de beisebol na escola de ensino médio local, com um currículo impecável e boas maneiras que só um bom homem poderia ter. Mas tudo sobre ele é uma mentira. Seu nome é um pseudônimo, seu currículo é falso. E ele veio para a cidade com um plano, que a princípio é perfeito – e para cumpri-lo, precisa ficar de olho no time de beisebol. Encontrar o que precisa para cumprir seus planos não deve ser tarefa difícil, e Chris foca sua busca em três meninos cujas vidas (e as de suas mães) giram em torno do time: Raz Sematov, o arremessador, um menino geralmente alegre e bem-humorado que acabou de perder o pai; Evan Kostis, que é rico, mimado e problemático além de ser a sensação do time, e Jordan Larking, o novato, um garoto tímido e reservado.”

O problema maior é a falta de ritmo. São criados vários personagens para desviar o assunto e no final, o desfecho depende de pessoas que não conhecemos direito.

Me pareceu um roteiro de um filme ruim, que se escalado por um ator do momento pode fazer sucesso. Fiquei bem decepcionado.

E o pior é que eu não aprendo. Acabei comprando confiando na sinopse, que é bem enganosa, por sinal. Digo isso porque vi os comentários dos leitores dizendo que esse livro é bem meia boca.

Perdi tempo? Não. Acho que nunca perdemos tempo quando estamos lendo. Mas sinto que o aproveitamento deveria ter sido melhor.

FDL

sábado, 12 de janeiro de 2019

A Hora da Estrela – Clarice Lispector

Ele falava coisas grandes mas ela prestava atenção nas coisas insignificantes como ela própria. Assim registrou um portão enferrujado, retorcido, rangente e descascado que abria o caminho para uma série de casinhas iguais na vila. Vira isso do ônibus. A vila além do número 106 tinha uma plaqueta onde estava escrito o nome das casas. Chamava-se “Nascer do Sol”. Bonito o nome que também augurava coisas boas.

Clarice Lispector

Esse livro é muito importante para mim. Era obrigatório no vestibular da USP quando eu me preparava para a prova e cheguei a responder questões muito complexas sobre ele quando caiu em uma oportunidade.

O fato é que enquanto estudava esse livro eu sinto que foi meu auge na vida em compreensão literária. Eu tinha uma excelente professora, que infelizmente não está mais entre nós, que trazia tantas reflexões e tantas explicações sobre esse texto, que em vários momentos eu me desligava da realidade.

Muito da minha formação intelectual vem desse livro, da forma como essa escritora expunha seus pensamentos e sobretudo seus sentimentos.

Eis que para minha surpresa, recentemente a editora Rocco relançou a obra, em edição de aniversário, com acabamento fantástico em capa dura, jacket transparente e vários manuscritos originais que Clarice deixou.

Além disso, essa edição traz vários textos de apoio para expandir ainda mais a experiência do que é a Hora da Estrela.

Como essa releitura foi importante. Em vários momentos ficamos perturbados com lembranças de um passado que nem parecia tão distante assim. Também encontramos novas percepções depois de lermos a história com nova bagagem adquirida ao longo dos anos.

Agora, acima de tudo, reler esse livro fez com que eu me reconectasse com partes boas minha de antigamente, que eu julgava estarem presentes, mas não estavam mais não.

Releia um livro importante para você, esse é meu conselho.

Nem tem o que dizer sobre a obra, tudo e muito mais foi dito. Continua sendo um dos meus livros preferidos de toda a vida.

FDL

domingo, 6 de janeiro de 2019

A Vidente – Lars Kepler

“Apesar de a chuva continuar a cair torrencialmente, pelas copas das árvores só passam pingos dispersos que caem no chão.

A viatura de comando, um grande furgão branco, está parada, sob uma chuva intensa, no terreiro de cascalho entre os edifícios do Centro Birgitta. Dentro do veículo há uma central de comunicações e, em volta de uma mesa com mapas e computadores, está sentado um grupo de homens e mulheres.

As conversas sobre a investigação criminal em curso interrompem-se quando surge a comunicação sobre um rapazinho raptado. Foram montadas barreiras na estrada 330 e na ponte sobre o Indal, em Kävsta, e mais a norte, na estrada 86. A princípio, os colegas estão seguros de poderem deter o carro, mas depois faz-se silêncio. Durante dez minutos não há qualquer comunicação, até que o rádio começa novamente a crepitar e uma colega com voz ofegante informa:

– Desapareceu, o carro desapareceu… Devia estar aqui, mas não aparece… Fechámos a porcaria das estradas todas que há, mas ele desapareceu, simplesmente… Não sei o que hei de fazer. A mãe da criança está dentro do meu carro, vou tentar falar com ela…

Os polícias ouviram a comunicação em silêncio. Estão agora debruçados sobre o mapa em cima da mesa, e Bosse Norling segue com o dedo o percurso da estrada 86.”

Lars Kepler

Eu achei que jamais faria esse post na vida. Mas eis que aparece a situação. Depois de muitos anos e um abandono sem explicação por parte da editora Íntrinseca, a obra do casal de escritores sueco Lars Kepler ganhou uma nova editora, a Alfaguara.

Ocorre que mais uma vez sem darem satisfações, simplesmente pularam a terceira publicação da história, A Vidente, que ficou perdida em algum limbo editorial.

Ainda bem que a obra foi publicada em Portugal e eu acabei tendo acesso à versão digital. Não sei se toparia ler em inglês. De todo modo, para seguir com a leitura, fui direto para o epub.

Eis a sinopse:

Por todo o mundo, sempre que a Polícia se depara com casos particularmente difíceis, recorre a médiuns e espíritas. No entanto, em nenhum documento figura a colaboração de um médium para a resolução de um crime.

Flora Hansen diz-se espírita e garante ser capaz de falar com os mortos. Certo dia, ouve na rádio uma notícia sobre o caso de uma jovem assassinada num centro de acolhimento de menores e, na tentativa de ganhar um dinheiro extra, decide telefonar para a Polícia dizendo que o espírito da morta entrou em contacto com ela. No entanto, os resultados da investigação técnica atribuem a autoria do crime a outra das internas, uma jovem sensivelmente da mesma idade, que desde então está a monte.

O comissário da Polícia Joona Linna resiste à versão oficial e inicia uma investigação por sua própria conta. Mas cada nova resposta parece apenas conduzir a um novo enigma e a mais um beco sem saída.

E ninguém se dispõe a ouvir a vidente, embora ela fale com os mortos.

Comecei a desconfiar do porquê de ninguém querer publicar esse livro por aqui. De longe não é tão bom quanto O Hipnotista e O Pesadelo. A narrativa é caótica e confusa, com personagens que não se conectam de forma verossímil. Além disso, logo no começo perdemos interesse na solução do caso, que é arrastado.

Agora, vou dar uma chance aos escritores e vou ler O Homem de Areia, mas espero mesmo não sofrer outra decepção.

FDL

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Top 10 2018 – Livros

Foi um ano de leituras muito prolíficas e com um grande volume. Meu Goodreads marcou mais de 60 livros, isso com os que eu esqueci de marcar. Quantidade não é qualidade, mas nesse ano consegui mesclar leituras de puro entretenimento com alguns clássicos e também obras mais densas do ponto de vista literário.
Mas o top 10 é dos que eu mais gostei, então meu gênero preferido acabou prevalecendo.

Espero que em 2019 eu consiga ler bastante também!
1: O Sol é Para Todos
2: Nix
3: A Sangue Frio
4: Cartas Extraordinárias
5: Laranja Mecânica
6: Diário de Anne Frank
7: A Mulher na Cabine 10
8: Caixa de Pássaros
9: A Mulher na Janela
10: O Cliente

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Medo e Delírio em Las Vegas – Hunter S. Thompson

“Ela não disse nada. Notei que não estava em perfeito controle de si mesma. Tinha ombros enormes e um queixo que lembrava Oscar Bonavena. Sentei na cama e, como quem não quer nada, enfiei a mão na sacola em busca do spray de pimenta... ao sentir o polegar encostando na válvula tive vontade de puxar a lata pra fora e dar um banho de pimenta na garota. Só para deixar as coisas claras. Eu precisava desesperadamente de paz, descanso, um refúgio. Um combate mortal no meu próprio quarto de hotel contra algum tipo de abominação hormonal alucinada por drogas era a última coisa que eu queria.”

Hunter S. Thompson

medo e delírio livroAcabei levando esse livro para a viagem das férias por motivos de ser pequeno. Já imaginava que não iria ser meu preferido. Só não achei que iria detestar tanto.

Eu digo que não iria gostar porque já tentei ler outros livros que mostravam a contracultura e essas pessoas que viajam o mundo fazendo merda e usando droga. Talvez essas histórias sejam datadas, porque minha geração foi livre e não precisou de abusos para passar uma imagem.

De todo modo, na segunda passagem que ele conta sobre as suas aventuras drogado para escrever histórias e simplesmente ir pra lá e pra cá, eu já percebi que tudo era repetido e cansativo.

Até entendo que chocou muita gente e blablabla. Mas não rola mais e esse tipo de leitura eu acho maçante, porque me parece uma forma sutil de dizer: “sou foda, não ligo pra nada”.

Quem sabe o filme seria melhor?

medo e delírio filmeFilme: Medo e Delírio em Las Vegas (Fear and Loathing in Las Vegas)
Nota: 6
Elenco: Johnny Depp, Benicio Del Toro, Tobey Maguire
Ano: 1998
Direção: Terry Gilliam

Mais do mesmo. Tão sem sentido quanto o livro, com mais recursos para ficar non sense.

Não tenho muito o que dizer, apenas que não é para mim. Se você gosta parabéns, nada a unânime nesse mundo.

FDL