“SOZINHA, O PÂNICO de Varya aumenta. Ela se sente separada de seus irmãos, como se estivesse numa praia, vendo o navio deles partir. Deveria tê-los impedido de vir. Quando a porta se abre novamente, o suor se juntava sobre seu lábio superior e na bainha de sua saia. Mas é tarde demais para fugir pelo caminho que veio, e os outros estão esperando. Varya empurra a porta aberta.
Ela se vê numa minúscula copa cheia de tantos pertences que, inicialmente, não vê ninguém. Livros estão empilhados no chão como modelos de arranha-céus. As prateleiras da cozinha foram tomadas de jornais em vez de comida, e alimentos industrializados estão jogados pelo balcão: biscoitos, cereal, sopa em lata, uma dúzia de variedades de chá. Há cartas de tarô e de baralho, mapas astrológicos e calendários — Varya reconhece um em chinês, outro com números romanos e um terceiro que mostra as fases da lua. Há um pôster amarelado do I Ching, cujos hexagramas ela reconhece do Livro da Adivinhação de Klara; um vaso cheio de areia; gongos e tigelas de cobre; uma coroa de louros; uma pilha de gravetos de madeira, entalhados com linhas horizontais; e uma tigela de pedras, algumas das quais foram presas com longos pedaços de corda.”
Chloe Benjamin
Esse livro teve uma sinopse que me chamou a atenção e a leitura foi bem rápida, até porque, é curto e direto.
Eis a sinopse:
Se você soubesse a data de sua morte, como viveria sua vida? É 1969 no Lower East Side de Nova York e os rumores na vizinhança são sobre a chegada de uma mulher mística, uma vidente que se diz ser capaz de dizer a qualquer um qual será o dia de sua morte. As crianças Gold – quatro adolescentes que estão começando a conhecer a si mesmos – saem de casa sorrateiramente para saber sua sorte. As profecias informam as próximas cinco décadas de sua vida. Simon, o menino de ouro, escapa para a costa oeste, procurando por amor na São Francisco dos anos 80; a sonhadora Klara se torna uma ilusionista em Las Vegas, obcecada em misturar realidade e fantasia; Daniel, o filho mais velho, luta para se manter seguro como um médico do exército após o 9 de setembro; e Varya, a amante dos livros, se dedica a pesquisas sobre longevidade, nas quais ela testa os limites entre ciência e imortalidade. Um romance notavelmente ambicioso e profundo com uma brilhante história de amor familiar, Os imortalistas explora a linha tênue entre destino e escolha, realidade e ilusão, este mundo e o próximo. É uma prova emocionante do poder da literatura, a essência da fé e a força implacável dos laços familiares.
No final achei o livro morno e não me identifiquei com nenhum desses irmãos que foram personagens de cada ato dessa história. Senti que faltou um algo a mais e a leitura foi ficando monótona conforme chegava o final.
Acho que um dos piores defeitos que um livro pode ter é fazer com que o leitor deixe de se importar com o que vai acontecer. E foi um pouco o caso dessa história.
Não achei ruim, longe disso. Mas não marcou e esse estilo poderia ser melhor aproveitado.
FDL
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