Mostrando postagens com marcador música. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador música. Mostrar todas as postagens

domingo, 26 de maio de 2019

Aladdin

aladdin 2019Filme: Aladdin
Nota: 10
Elenco: Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Nasim Pedrad
Ano: 2019
Direção: Guy Ritchie

Ah, as expectativas!

A Disney está fazendo versões em live action de praticamente todos os seus clássicos. E chegou, finalmente, a vez de Aladdin, um dos meus favoritos, que marcou a minha infância.

Mas já tinha visto que a direção seria do Guy Ritchie. Não é nem de longe um diretor que eu admiro e aquilo que ele fez com o Sherlock Holmes é indesculpável.

Por isso, fui ao cinema esperando uma bosta de filme, completamente descaracterizado e cheio de excentricidades sem explicação, feitas por um diretor vaidoso.

Não é que me surpreendi?

Para começar, a escalação de Will Smith para ser o gênio foi um golpe de mestre. Ele tem toda essa mistura de emoção, humanidade e comicidade que esse personagem exige. Gostei muito também de ter sido explorado um lado mais humano do personagem.

Outra mudança de que eu gostei muito foi o empoderamento da princesa Jasmine. Aliás, primeira vez que escuto a palavra “sultana”. No desenho da Disney ela já era uma mulher que queria ser dona de si e não admitia ordens. Mas o live action foi além. Ela queria ser a protagonista do poder, não a esposa do cara que mandava.

Fora isso, a parte musical foi respeitada, além da essência da história. Os efeitos especiais estavam impecáveis e a cena de apresentação do príncipe Ali chegou a arrepiar de tão bem feita.

Só tenho elogios a esse filme e recomendo que todos corram para aassistir.

FDL

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Eurovision 2019

eurovision 2019

Eu já tenho postado sobre essa competição desde 2016 e ela tem influenciado muito meu gosto musical desde que comecei a acompanhar.

O problema é que em 2019 a seleção de músicas não fez a minha cabeça. Então pensei que assistindo aos shows ao vivo eu poderia mudar de opinião.

Infelizmente isso não aconteceu. Não achei nada de marcante ou impressionante. Nenhuma música me deu vontade de salvar na lista ou de sequer ouvir novamente. Nenhuma apresentação ao vivo eu achei diferente ou impressionante a ponto de querer ver de novo.

Não foi um bom ano.

O vencedor foi Duncan Laurence, da Holanda, com a música Arcade. De fato foi uma das melhores que apareceram.

Agora é torcer para no ano que vem termos algo melhor. Ainda acredito no Eurovision.

FDL

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Imagine Dragons–Natural

Well, you hold the line
When every one of them is giving up or giving in, tell me
In this house of mine
Nothing ever comes without a consequence or cost, tell me
Will the stars align?
Will heaven step in? Will it save us from our sin? Will it?
'Cause this house of mine stands strong

That's the price you pay
Leave behind your heartache, cast away
Just another product of today
Rather be the hunter than the prey
And you're standing on the edge, face up 'cause you're a...

Natural
A beating heart of stone
You gotta be so cold
To make it in this world
Yeah, you're a natural
Living your life cutthroat
You gotta be so cold
Yeah, you're a natural

Will somebody
Let me see the light within the dark trees' shadows and
What's happenin'?
Lookin' through the glass find the wrong within the past knowin'
Oh, we are the youth
Call out to the beast, not a word without the peace, facing
A bit of the truth, the truth

That's the price you pay
Leave behind your heartache, cast away
Just another product of today
Rather be the hunter than the prey
And you're standing on the edge, face up 'cause you're a...

Natural
A beating heart of stone
You gotta be so cold
To make it in this world
Yeah, you're a natural
Living your life cutthroat
You gotta be so cold
Yeah, you're a natural

Deep inside me, I'm fading to black, I'm fading
Took an oath by the blood of my hand, won't break it
I can taste it, the end is upon us, I swear
Gonna make it
I'm gonna make it

Natural
A beating heart of stone
You gotta be so cold
To make it in this world
Yeah, you're a natural
Living your life cutthroat
You gotta be so cold
Yeah, you're a natural

Natural
Yeah, you're a natural

Bem, você segura a barra
Quando cada um deles está desistindo ou cedendo, me diga
Nesta casa minha
Nada vem sem uma consequência ou custo, me diga
As estrelas irão se alinhar
Irão os céus intervir? Irá nos salvar dos nossos pecados? Irá?
Porque minha casa se mantém forte

Esse é o preço que você paga
Deixe para trás sua mágoa, jogue fora
Apenas mais um produto do hoje
Melhor ser o caçador do que a presa
E você está parado no limite, de cabeça erguida porque você é

Assim
Um coração de pedra
Você tem que ser tão insensível
Para sobreviver nesse mundo
Sim, você é assim
Vivendo sua vida ferozmente
Você tem que ser tão insensível
Sim, você é assim

Alguém vai
Me deixar ver a luz entre a sombra escura das árvores e
O que está acontecendo?
Olhando no espelho, encontrando o errado no passado, sabendo que
Oh, nós somos a juventude
Chame a fera, nenhuma palavra dita sem a paz, encarando
Um pouco a verdade, a verdade

Esse é o preço que você paga
Deixe para trás sua mágoa, jogue fora
Apenas mais um produto do hoje
Prefiro ser o caçador do que a presa
E você está parado no limite, de cabeça erguida porque você é

Assim
Um coração de pedra
Você tem que ser tão insensível
Para sobreviver nesse mundo
Sim, você é assim mesmo
Vivendo sua vida ferozmente
Você tem que ser tão insensível
Sim, você é assim mesmo

Lá dentro, estou escurecendo, estou sumindo
Fiz um juramento com o sangue da minha mão, não vou quebrá-lo
Posso sentir isso, o fim está sobre de nós, eu juro
Vou conseguir
Eu vou conseguir

Nasci assim
Um coração de pedra
Você tem que ser tão insensível
Para sobreviver nesse mundo
Sim, você é assim
Vivendo sua vida ferozmente
Você tem que ser tão insensível
Sim, você é assim

Nasceu assim
Sim, você é assim mesmo

domingo, 13 de maio de 2018

Eurovision 2018

Nesse ano, o festival de música europeia (maomeno) ocorreu em Portugal, depois da vitória arrebatadora de Salvador Sobral no ano passado.

Algumas semanas antes eu já fui ouvindo antes o que os países iriam mandar para já me preparar para o dia do festival. Mas sabe que em 2018 nada me empolgou demais? Achei o ano muito morno de forma geral.

Com os shows ao vivo não foi diferente. Percebi um clima de apatia em todos os participantes.

Nenhuma música vai ficar na minha playlist por muito tempo, mas tive duas favoritas:

Alemanha.

Michael Schulte - You Let Me Walk Alone

Achei a música bonita e a voz do cara diferente.

U.K.

SuRie – Storm

Nos clipes nem dei atenção a essa música, mas a apresentação ao vivo dessa mulher na final foi muito boa, principalmente depois do incidente lamentável de uma invasão. A letra tem uma mensagem boa e apesar de ter um ritmo batido, a voz dessa cantora é muito bonita.

A vencedora foi Netta, cantora de Israel, com uma letra de tom feminista, mas uma apresentação muito bizarra. Não é para mim. O bom é que o país ganhou pela primeira vez.

Netta – TOY

Enfim, espero que no ano que vem a galera venha mais inspirada. Me pareceu tudo muito parecido nesse ano, sem muita criatividade. A aposta mais ousada acabou levando.

FDL

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Series Finale: Love – 3ªTemporada

love s3Essa série tão divertida, que me visita um final de semana por ano há três anos, tem presença intensa e vai embora, acabou. Uma pena. Mas séries boas são assim mesmo, sabem a hora de acabar.

A temporada final da série mostra Gus e Mickey se adaptando a uma vida de casal, coisa que não souberam fazer com seus estilos de vida anteriores. Há o episódio da viagem com amigos, do reencontro com a ex, de conhecer a família dele, de apoio de ambos ao trabalho e, por fim, a decisão madura para o futuro.

A série é deliciosa de ver. Porque além de ter um humor adulto e inteligente, fala de relacionamentos de forma real, sem muita romantização, embora ainda seja uma obra de ficção. Além disso, a comédia é agradável e muitas vezes desconfortável no ponto certo.

Os coadjuvantes mais uma vez estavam excelentes. Quero destacar a história da personagem Bertie, que esteve muito apagada na série, mas teve de lidar com aquilo que todo mundo já passou na vida: sair de um relacionamento empacado, mas ter dificuldades para não ferir sentimentos, embora um novo amor já tenha surgido.

Tenho que mencionar novamente a trilha sonora dessa série, que é caprichada. No final do 4º episódio teve uma música que eu gostei muito. Eels – I Like The Way This Is Going. A melodia é muito bonita e a letra retrata muito bem aquela fase dos relacionamentos que Mickey e Gus estão. Segue o vídeo.

Vai fazer falta. Mas do ponto que estava, seriam criados conflitos desnecessários somente para a série continuar no ar. Gostei muito de como a história foi construída e mais um ponto para Judd Apatow, que vem acertando, com Girls, Descompensada e outros.

Recomendo muito essa série que a Netflix nem promove tanto.

FDL

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Mindhunter – John Douglas e Mark Olshaker

A série da Netflix estreou junto com o lançamento do livro no Brasil. Claro que eu acompanharia o combo. Estamos falando de série do David Fincher e livro sobre serial killers.

mindhunter-livro“Antes que ele conseguisse protestar, comecei a relatar como esse tipo de personalidade associal e solitária se juntou a um grupo de igreja, e como, depois de uma reunião, quando todas as outras pessoas já tinham ido embora, insinuou-se para a jovem que comandava o encontro. Ela o dispensou, e Vanda não lidou muito bem com a rejeição. Pessoas como ele não costumam lidar. Ele a derrubou, foi até a cozinha, voltou com uma faca e a esfaqueou diversas vezes. Então, enquanto ela estava largada no chão, morrendo, ele inseriu o pênis em uma ferida aberta no seu abdômen e ejaculou.

Preciso dizer que considero isso impressionante. Àquela altura, ela era como uma boneca de pano. Seu corpo está morno, ela está sangrando, e ele certamente também está coberto de sangue. Nem consegue despersonificá-la. Mesmo assim é capaz de ter uma ereção e chegar ao orgasmo. Por isso, é compreensível que eu insista que isso é um crime de ódio e não sexual. O que está passando pela mente dele não é sexo, é ódio. É por isso, aliás, que não adianta nada castrar estupradores reincidentes, por mais satisfatória que essa ideia possa parecer para alguns de nós. O problema é que isso não os deterá, nem fisicamente nem emocionalmente. O estupro sem dúvida é um crime de ódio. E, se você corta as bolas de alguém, terá apenas um homem com muita raiva.”

John Douglas e Mark Olshaker

Esse é o tom desse livro mega pesado.

Na história o agente da FBI narra sua carreira, como logo no início se dedicou a estudar serial killers, buscando ferramentas para melhorar a investigação e julgamento desse tipo de crime tão fora da curva sobre o que se conhece sobre o ser humano.

Conforme o livro passa, ele mostra como procurou desenvolver-se tanto teoricamente como empiricamente para criar a prática chamada de profiler, na qual, analisando cenas de crime e vitimologia, observa-se um perfil do criminoso por estatística. Esse perfil pode ser etário, de gênero, de condição financeira, atividade laboral, raça e até mesmo deficiências físicas.

O livro mostra que o autor entrevistou diversos assassinos seriais na carreira para desenvolver seu estudo. Todos dos mais famosos.

No final, há relatos bem fortes e informações bem pesadas. Mas, apesar de detalhes administrativos do FBI completamente desinteressantes e relatos da vida pessoal do autor que em nada servem, o livro é bem inteligente ao narrar os fatos e mantém nosso interesse do começo ao fim.

Recomendo.

Vamos à série de David Fincher.

mindhunter-sérieA primeira temporada tem 10 episódios e já há renovação confirmada por parte da Netflix. Isso é muito bom.

Há muitas diferenças entre livro e série e percebe-se que o autor pegou apenas a ideia principal para desenvolver algo televisivo. Isso é justo, porque a linguagem do livro é seca e fática. Uma série de televisão precisa do apelo dramático.

Isso certamente foi feito em Mindhunter. As entrevistas feitas com o serial killer Ed Kemper são excelentes pela atuação e drama atingidos.

Um pequeno pedaço do que é relatado no livro é citado, de modo que seguindo esse formato, a série tem tudo para ser bem longeva.

O elenco está bem e finalmente fizeram o favor de investir em uma trilha sonora. O povo anda esquecendo de colocar boas músicas nas séries e filmes. A cena final de um dos episódios arrepia com Psycho Killer.

Recomendo livro e série.

FDL

sábado, 20 de janeiro de 2018

The End of The F**king World

the end f serieAlá a Netflix nos brindando com mais uma pérola!

Essa série, ou mini-série, nunca se sabe, surgiu nas indicações e pareceu uma boa, principalmente porque faz tempo que eu não vejo produções britânicas.

A mini tem 8 episódios e mostra um casal de adolescentes: James e Alyssa.

Eles são jovens que parecem normais, mas não são e do encontro deles vai sucedendo uma série de acontecimentos bizarros que deixam essa série uma das minhas preferidas do ano, já no comecinho.

James perdeu a mãe e percebeu que é um psicopata (tanto que enfiou a mão em uma fritadeira para tentar sentir alguma coisa). Ele carrega uma faca e tem desejos homicidas o tempo todo.

Alyssa está de saco cheio de sua casa, por ser excluída pela mãe, que tem novos filhos e novo marido, que, obviamente, a assedia. Ela é desbocada e agressiva, tendo o sonho de reencontrar o pai, que mora longe, mas não esquece de enviar cartas todo ano no seu aniversário.

the end f serie2

James e Alyssa se encontram e planejam fugir juntos, sem pensar nas consequências. Claro que o plano de Alyssa é se sentir apoiada para ir embora e encontrar com o pai. Mais obvio ainda é que James finge interesse amoroso por ela simplesmente para poder mata-la.

Ambos fogem e nos 8 episódios fazem de tudo: homicídio, assalto, ligação direta, disfarce, encontram pedófilos (sim, 2!) e, no fim encontram o pai de Alyssa.

Não vou spoilar, mas o final da série mostra a evolução de jovens que começam a ficar adultos (James está fazendo 18 anos na série, inclusive). A primeira lição é que adolescentes vivem de expectativas e sonhos, mas adultos enfrentam a realidade e as frustrações.

Essa lição acaba servindo para os dois, que finalmente passam a saber quem são e quem os cercam.

O final é aberto e facilmente teria uma temporada adicional, mas tudo isso é dúvida, porque esse trabalho é inspirado em uma HQ e a história foi totalmente retratada na produção da Netflix.

Vale cada segundo.

Acabou por aí? Claro que não!

A série ainda mata com uma puta trilha sonora, que chega a ser mais um personagem nessa história maluca e interessante. Várias músicas iam agradando, até que eu tive de salvar a playlist no Spotify.

A principal é a seguinte:

Há várias outras. Mas fica essa como uma gota do que é o todo.

Claro que eu teria de ir atrás da HQ, não?

TEOTFW_HardcoverO autor chama-se Charles Forsman.

É realmente inspirado, porque há cenas completamente idênticas, o e é bem interessante. Mas também há alterações, sobretudo para fazer a série ter 8 episódios, porque a HQ, mesmo que em um compilado, é bem curta.

Os desenhos são feios e sem expressão. Não são os meus preferidos não. Mas do que eu entendo, não é mesmo?

A história é a mesma da série, então é excelente. Para quem não tem dificuldades de ler em inglês, pelo Google você acha um cbr com facilidade. Agora, no Brasil, só esperar. Quem sabe eles tragam para cá, com esse sucesso da série?

Fica aí a dica de série, música e HQ que trouxeram para mim e eu compartilho. O ano começou bem!

FDL

sábado, 30 de dezembro de 2017

Tieta do Agreste – Jorge Amado

“Tieta deixa a pergunta sem resposta, dirige-se ao quarto. Perpétua a observa de costas, andando, o passo firme, as ancas em meneio, indiferente à opinião dos demais, recorda-se do pai na força da idade. Cabrita louca, violento bode, os dois da mesma raça caprina e demoníaca, comprazendo-se em pasto de iniquidades.”

Jorge Amado

tieta do agreste livro

Tinha que ter um livro brasileiro nesse ano e a última vez que li algo do Jorge Amado foi quando era adolescente, sem me impressionar muito. Como os tempos são outros e a novela reprisou nesse ano, Tieta do Agreste foi escolhido para encerrar as leituras de 2017.

Jorge Amado escreveu esse livro nos anos 70, em forma de folhetim. Ele já era bem consagrado e logo em seguida já houve disputas para adaptação de livro e novela. Foi uma obra aguardada e que gozou de seu prestígio quando ainda era fresca.

Na história, a pequena e miserável cidade de Santana do Agreste, nos “cafundós da Bahia”, não tem nada que a movimente, a não ser as fofocas que correm o dia inteiro. Mas a paz está prestes a mudar por dois motivos.

O primeiro deles é o retorno de Antonieta das Esteves, Tieta, que, vinte anos antes, foi escorraçada de lá a golpes de pau pelo próprio pai, por ter se deitado com um homem e ficado falada. Porém, Tieta agora é milionária, esqueceu as mágoas do passado e ajuda a todos da família de longe, sem dar muitas informações sobre sua vida. Com sua chegada, os interesseiros, verdadeiros amigos, xeretas e hipócritas vão cruzando o caminho da mulher, que para alguns é uma santa, para outros, uma quenga.

O outro acontecimento é a possível chegada de uma grande fábrica no Mangue Seco, uma praia paradisíaca e pouco habitada da região. O problema é que se trata de uma indústria altamente poluidora, que destruirá a parte linda da região, tal qual matas e peixes. A cidade se divide entre aqueles que querem o progresso a qualquer custo, cansados da pasmaceira e abandono do local. Por outro lado, há o que preferem manter Agreste vazia e pobre, a ter de vê-la destruída.

O romance é extremamente longo, com mais de 600 páginas que variam entre narrações sobre a história e digressões do próprio autor no exercício da metalinguagem. Em alguns momentos é bem cansativo.

Tudo isso acontece porque de fato Tieta existiu. Jorge Amado se inspirou em uma verdadeira cafetina que conheceu para compor o romance.

O destaque do livro certamente é o conjunto de coadjuvantes que formam uma Santana do Agreste que parece ser um personagem só.

Destaco a inteligente, solitária e intocada sarará Carmosina, melhor amiga de Tieta e funcionária dos Correios. Também a famosa, feiosa, materialista carola Perpétua. O moleque safado na puberdade Peto. O safado formado Osnar. A querida e bondosa quenga velha Zuleica Cinderela, enfim, vários tipos que são muito bons de acompanhar.

O livro, como não poderia deixar de ser, passa longe das hipocrisias e eufemismos. Sendo assim, a sexualidade é bem chula, algo esperado numa região assim. Segue a sabedoria popular:

“ – Tu vai ser padre, pois fique logo sabendo que padre sem catinga de mulher não presta. Como há de entender o povo se não sabe fazer menino? Andou um desses no arraial, de nome Abdias, não se deu com ninguém, as mulheres tinham medo dele, a igreja ficou vazia. Já no tempo do padre Felisberto, que viveu no Saco uns cinco anos, por causa do reumatismo, um padre direito com comadre e sete filhos, a devoção era grande, até nós, de Mangue Seco, vinha pra missa, para ouvir ele falar, cada sermão mais desenvolvido, contando como o céu é bonito, com música e festa todos os dias. Não era como o outro que, por desconhecer mulher, vivia no inferno, só sabia da maldade. Padre que não cheira a xibiu, cheira a cu, não presta.”

Muito bom observar também a habilidade e qualidade da escrita do Jorge Amado. A oralidade nos diálogos, sobretudo com as pessoas de diferentes origens e culturas é tão bem explorada no texto, que nos sentimos na situação acompanhando o que falam:

“... Pirica comenta a morte do velho, após dar a notícia:

– Indagorinha trouxe e levei ele no barco. Ia tão contente que até me deu um agrado.”

Coisa mais linda esse “Indagorinha”. É extrato de Brasil.

Há várias características interessantes nessa história. Sobretudo há um aspecto animalesco em Tieta quando ela resgata suas origens. De lá ela saiu um bicho sem instruções, para aprender reflexões, sentimentos e valores somente em outro local. Por isso, as descrições que envolvem Tieta e como ela vê os outros sempre envolvem animais, sobretudo os caprinos, que formaram a identidade sexual dela. Nisso eu destaco o trecho que escolhi de epígrafe nesse post.

No final, Tieta do Agreste foi uma agradável leitura, uma aula de cultura brasileira, que é tão rica e diversa. Às vezes podemos ter a tendência de achar que cultura é apenas o que a gente gosta. Ledo engano.

Agora, eu só li esse livro depois de ter visto a novela. Sim, vi uma novela em 2017.

Tieta – Tv Globo, (1989-1990)

tieta novela

Eu não tenho o hábito de ver novelas. Nem há preconceitos ou coisa do tipo. O problema é a duração, porque eu acredito ser impossível não enjoar no meio, ou em capítulos diários a história se manter viva e interessante.

A novela Tieta foi reprisada esse ano pelo canal Viva e minha mãe é assídua telespectadora do canal. Por isso, sempre passando alguma coisa, eu via algo aqui, algo lá e, quando percebi, me apaixonei por essa novela e acompanhava sempre.

Não posso dizer que vi todos os capítulos, seria uma grande mentira. Mas novela é assim, assistindo por amostragem você entende tudo. Claro que sempre tem uma mãe mal-humorada para responder as nossas perguntas no dia que vemos.

A novela é claramente inspirada no livro apenas. Embora quase na totalidade os personagens sejam os mesmos, haja inúmeras histórias aproveitadas, até mesmo diálogos, impossível uma novela ser idêntica a um livro. Mas não é que foi melhor?

A putaria é mais light que no livro, mas ainda assim é considerada uma das novelas mais sexuais da televisão brasileira, com nudez, insinuação de sexo anal, orgias, estupro, pedofilia, enfim, o negócio não foi leve.

Para romantizar a história, desenvolver alguns personagens, o que é necessário no formato de novela, há diversas mudanças e quando lemos o livro, entendemos as razões dela. Há um coronel mais presente e forte, mas é um pedófilo que compra meninas para ter seu harém. Há uma misteriosa mulher de branco que “abusa” sexualmente dos homens. Resultado? Vários deles vagam pela noite para serem “atacados” por ela.

A personagem Perpétua é bem mais vilã e guarda um mistério dentro de uma caixa branca. Insinua-se claramente que é o “dito-cujo do falecido”.

Entre outras situações, a novela Tieta é bem engraçada, com excelentes atuações de Joana Fomm, José Mayer, Paulo Betti, Armando Bógus, Miriam Pires, Lília Cabral, Bemvindo Sequeira e, óbvio, Betty Faria, que é a cara da Tieta. Não tem como ser outra.

Há muitas inclusões, com chantagens, mistérios, romances complexos, enfim, tudo aquilo que uma novela tem. Mas o tom de deboche e os termos nordestinos como “digue”, “calundu”, “desarvorado”, “xibiu” e outros, são de matar de rir.

Não posso deixar de dizer que quero muito um dia poder experimentar a frigideira de maturi.

A trilha sonora me acompanhou nesse final de ano para entrar no clima. Vai minha preferida:

Fica o registro de algo bem-humorado. Jamais iria ao ar na televisão de hoje, com tempos mais prudentes e respeitadores de direitos, mas que em vários momentos não deixa de ser puritano e hipócrita.

De todo modo, recomendo livro e novela Tieta para sempre! O filme não vi e não estou curioso. Quem sabe no futuro?

FDL

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

One Night Only – The Struts

One Night Only

I'll give you one night only
For your eyes only

Like an eagle in the sky
You can't control it
There's a magic in my eyes
And I can't stop it burning down
On the edge of tonight
Cause tomorrow we'll be owning the world
All my scars have got a tune
There's a fire in my heart
And I can't stop it burning down
On the edge of tonight
Cause tomorrow we'll be ruling the world
And you know like pure, white gold

I'll give you one night only
For your eyes only
If entertaining's what you want
Then honey, I'm the best!
I know that we're together
For all your pleasure
Forever
This is how we burn

Yeah! I wanna ride into the night
Supersonic
Like a dragon in the sky
Riding on it
Screaming loud
At the edge of tonight
Cause tomorrow we'll be ruling the world!
On the run, I'm in the mood
There's a bullet and a gun
And I'm gonna shoot it above the clouds
I'll get it tonight
Cause tomorrow we'll be ruling the world
You know like pure, white gold

I'll give you one night only
For your eyes only
If entertaining's what you want
Then honey, I'm the best!
I know that we're together
For all your pleasure
Forever
This is how we burn
This is how we burn
This is how we burn

I just wanna ride
I just wanna turn and face the strange
Sometimes the fear in us
Turns to the best of us
I just wanna have some fun
I just wanna throw that one, two punch
Sometimes the tear in us
Turns to the best of us

I'll give you one night only
For your eyes only
If entertaining's what you want
Then honey, I'm the best!

I'll give you one night only
For your eyes only
If entertaining's what you want
Then honey, I'm the best!
I know that we're together
For all your pleasure
Forever
This is how we burn
This is how we burn
This is how we burn

Apenas uma noite

Eu só vou dar uma noite
Apenas para os seus olhos

Como uma águia no céu
Você não pode controlá-lo
Há uma magia nos meus olhos
E não posso parar de queimar
À beira da noite
Porque amanhã seremos donos do mundo
Todas as minhas cicatrizes têm uma melodia
Há um fogo no meu coração
E não posso parar de queimar
À beira da noite
Porque amanhã vamos governar o mundo
E você sabe como ouro puro e branco

Eu só vou dar uma noite
Apenas para os seus olhos
Se o entretenimento é o que você quer
Então, querida, eu sou o melhor!
Eu sei que estamos juntos
Para todo o seu prazer
Para sempre
É assim que queimamos

sim! Eu quero andar na noite
Supersônico
Como um dragão no céu
Riding on it
Gritando alto
À beira da noite
Porque amanhã vamos governar o mundo!
Na corrida, estou com vontade
Há uma bala e uma arma
E vou dispará-lo acima das nuvens
Eu vou pegar esta noite
Porque amanhã vamos governar o mundo
Você sabe como ouro puro e branco

Eu só vou dar uma noite
Apenas para os seus olhos
Se o entretenimento é o que você quer
Então, querida, eu sou o melhor!
Eu sei que estamos juntos
Para todo o seu prazer
Para sempre
É assim que queimamos
É assim que queimamos
É assim que queimamos

Eu só quero andar
Eu só quero me virar e encarar o estranho
Às vezes, o medo em nós
Nos torna melhores
Eu só quero me divertir
Eu só quero jogar aquele, dois socos
Às vezes, a lágrima em nós
Nos torna melhores

Eu só vou dar uma noite
Apenas para os seus olhos
Se o entretenimento é o que você quer
Então, querida, eu sou o melhor!

Eu só vou dar uma noite
Apenas para os seus olhos
Se o entretenimento é o que você quer
Então, querida, eu sou o melhor!
Eu sei que estamos juntos
Para todo o seu prazer
Para sempre
É assim que queimamos
É assim que queimamos
É assim que queimamos

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Whatever It Takes – Imagine Dragons

Whatever It Takes

Falling too fast to prepare for this

Tripping in the world could be dangerous

Everybody circling is vulturous

Negative, Nepotist

Everybody waiting for the fall of man

Everybody praying for the end of times

Everybody hoping they could be the one

I was born to run, I was born for this

Whip, whip

Run me like a race horse

Hold me like a rip cord

Break me down and build me up

I wanna be the slip, slip

Word upon your lip, lip

Letter that you rip, rip

Break me down and build me up

Whatever it takes

Cause I love the adrenaline in my veins

I do whatever it takes

Cause I love how it feels

When I break the chains

Whatever it takes

Ya take me to the top, I'm ready for

Whatever it takes

Cause I love the adrenaline in my veins

I do what it takes

Always had a fear of being typical

Looking at my body feeling miserable

Always hanging on to the visual

I wanna be invisible

Looking at my years like a martyrdom

Everybody needs to be a part of 'em

Never be enough from the particle sum

I was born to run, I was born for this

Whip, whip

Run me like a race horse

Hold me like a rip cord

Break me down and build me up

I wanna be the slip, slip

Word upon your lip, lip

Letter that you rip, rip

Break me down and build me up

Whatever it takes

Cause I love the adrenaline in my veins

I do whatever it takes

Cause I love how it feels

When I break the chains

Whatever it takes

Ya take me to the top, I'm ready for

Whatever it takes

Cause I love the adrenaline in my veins

I do what it takes

Hypocritical, egotistical

Don't wanna be the parenthetical

Hypothetical, working onto something that I'm proud of

Out of the box an epoxy to the world

And the vision we've lost

I'm an apostrophe

I'm just a symbol to remind you

That there's more to see

I'm just a product of the system, a catastrophe

And yet a masterpiece, and yet I'm half diseased

And when I am deceased

At least I go down to the grave and I happily

Leave the body of my soul to be a part of me

I do what it takes

Whatever it takes

Cause I love the adrenaline in my veins

I do whatever it takes

Cause I love how it feels

When I break the chains

Whatever it takes

Ya take me to the top, I'm ready for

Whatever it takes

Cause I love the adrenaline in my veins

I do what it takes

O que for preciso

Caindo rápido demais para se preparar para isso

Tropeçar no mundo pode ser perigoso

Todos que estão dando voltas são vulturinos

Nepotistas e negativos

Todos esperam a queda do homem

Todos rezam pelo fim dos tempos

Todos esperam que possam ser a pessoa certa

Eu nasci para correr, eu nasci para isso

Chicoteie, chicoteie

Cavalgue-me como um cavalo de corrida

Segure-me como um corda esfarrapada

Me quebre e me construa

Eu quero ser o erro, o erro

A palavra em seu lábio, lábio

A letra que você arranca, arranca

Me quebre e me construa

O que for preciso

Pois adoro a adrenalina em minhas veias

Eu faço o que for preciso

Pois eu adoro a sensação

De quando eu quebro as correntes

O que for preciso

Você me leva para o topo, estou pronto para

O que for preciso

Pois eu adoro a adrenalina nas minhas veias

Eu faço o que for preciso

Sempre tive medo de ser normal

Olhando para o meu corpo me sentindo miserável

Sempre me prendendo no visual

Eu quero ser invisível

Olhando os meus anos como um martírio

Todo mundo precisa fazer parte deles

Nunca fui o suficiente da soma das partículas

Eu nasci para correr, eu nasci para isso

Chicoteie, chicoteie

Cavalgue-me como um cavalo de corrida

Segure-me como um corda esfarrapada

Me quebre e me construa

Eu quero ser o erro, o erro

A palavra em seu lábio, lábio

A letra que você arranca, arranca

Me quebre e me construa

O que for preciso

Pois eu adoro a adrenalina nas minhas veias

Eu faço o que for preciso

Pois eu adoro a sensação

De quando eu quebro as correntes

O que for preciso

Você me leva para o topo, estou pronto para

O que for preciso

Pois eu adoro a adrenalina nas minhas veias

Eu faço o que for preciso

Hipócrata, egoísta

Não quero ser o parênteses

Hipotético, trabalhando em algo de que estou orgulhoso

Fora da caixa um epóxi ao mundo

E a visão que nós perdemos

Eu sou um apóstrofo

Sou apenas um símbolo para lembrar

Que há mais para ver

Sou apenas um produto do sistema, a catástrofe

Mas ainda uma obra-prima, e ainda estou meio doente

E quando eu estiver morto

Pelo menos eu vou para o túmulo e eu alegremente

Deixo o corpo da minha alma para ser parte de mim

Eu faço o que for preciso

O que for preciso

Pois eu adoro a adrenalina nas minhas veias

Eu faço o que for preciso

Pois eu adoro a sensação

De quando eu quebro as correntes

O que for preciso

Você me leva para o topo, estou pronto para

O que for preciso

Pois eu adoro a adrenalina nas minhas veias

Eu faço o que for preciso

domingo, 14 de maio de 2017

Eurovision 2017

eurovision-2017-kyiv-logo

A edição da competição musical desse ano foi a terceira que eu vi e achei que foi a mais fraca até agora. Isso observando tanto as músicas, quanto a produção e a repercussão como um todo.

Mesmo assim, meses antes de haver o show propriamente dito as músicas são divulgadas e a gente já vai salvando e ouvindo as preferidas.

Nesse ano eu gostei mesmo de uma: Hey Mamma, de Sunstroke Project, da Moldávia.

 

Essa música é bem animada e divertida, com uma refrão grudento e umas passagens de sax legais. Gosto de músicas pra cima assim.

De resto eu não adorei nada, mas gostei bastante da música vencedora: Amar Pelos Dois, de Salvador Sobral, representando Portugal.

 

Tanto ele quanto a música são esquisitos, mas isso não é necessariamente uma coisa ruim. É original e ele canta com bastante emoção. Mas para mim é algo que funciona assistindo ao vivo. Não ouço na playlist não.

Importante eu achei a vitória do país na competição, porque nunca havia acontecido de Portugal ganhar e, além disso, os portugueses não abrem mão de cantar no seu próprio idioma, coisa bem rara no Eurovision. Isso quebra a ideia de que para ganhar o cara tem que se apresentar em inglês.

Posso destacar também algumas apresentações interessantes, que mereceram boas colocações por não serem mais do mesmo. Uma delas é o estilo cigano do representante da Hungria:

 

Os romenos, que fizeram um Yodel:

 

Belarus também trouxe uma música que tenho ouvido bastante na playlist, com um estilo bem agradável:

 

Por fim, o croata Jacques Houdek cantou uma música muito bonita, na qual ele faz duas vozes bem diferentes:

 

No final, há muitas baladas repetitivas, muitas músicas com toque eletrônico ou então fórmulas batidas que parecem não funcionar mais.

O programa é longo, com duas semifinais e depois uma final que dura várias horas. Bom mesmo é o suspense da votação país a país para eleger o melhor. Nesse ano pelo menos não houve decepção com a escolha do vencedor.

Que no ano que vem Portugal ofereça um show um pouco melhor do que a Ucrânia foi capaz de fazer.

Continuo fã do programa e acho difícil agora deixar de ver. Virou evento sazonal.

FDL

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Alta Fidelidade – Nick Hornby

Alta-Fidelidade-Nick-Hornby“ Em ordem cronológica, meus cinco términos de namoro mais memoráveis de todos os tempos, aqueles que eu levaria pra uma ilha deserta:

...

Esses foram os que doeram de verdade. Tá vendo seu nome aí no meio, Laura? Acho que, raspando, até entrava nos dez mais, mas entre os top five não tem lugar para você; essa lista está reservada para aquele tipo de humilhação e desgosto que você simplesmente não é capaz de causar. Isso provavelmente soou mais cruel do que eu pretendia, mas...”

Nick Hornby

Existem livros que simplesmente você tem que ler. Esse daí ia passando por mim de todos os jeitos e eu nunca pegava. Dessa vez coloquei ele na frente da fila e li porque estava sentindo que seria uma boa. Acertei na mosca.

Vou começar falando do autor, sobre quem fui pesquisar apenas ao fim da leitura e fiquei muito surpreso. Ele também escreveu “Um Grande Garoto”, que, tal qual “Alta Fidelidade”, rendeu um filme e, no caso do primeiro, um seriado.

Além disso, Nick Hornby escreve nas versões para cinema de seus filmes e também escreveu o excelente filme do ano passado, Brooklyn.

“Alta Fidelidade” é muito bom de ler. Em dias você termina. O protagonista Rob é um chato: melancólico, egoísta, inseguro, musicalmente elitista, impaciente e obcecado. Mas é muito bom conhecer o que ele tem pra falar e a gente acaba gostando dele e torcendo para que ele consiga superar seus problemas.

Rob é um homem de 30 e poucos anos que largou a faculdade e é dono de uma loja de discos (a história se passa no meio dos anos 90). Esse cara é obcecado por músicas e por top 5. Para tudo Rob tem um top 5 diferente, como músicas após acabar namoros, músicas de velório, filmes legendados e muitos outros.

Ele tem um namoro de alguns anos com Laura, que resolve deixa-lo com o doloroso argumento de que ele não muda, não tem vontade de melhorar a vida. Deprimido e revoltado, Rob faz um top 5 com os términos mais dolorosos da sua vida (fazendo questão de não incluir Laura) e vai atrás de cada uma das mulheres para investigar o que ele tem de errado para sempre ser rejeitado.

Durante toda a história Rob faz muitos comentários e observações sobre relacionamentos e sobre a vida de modo geral, que são muito bons e você se pega concordando com pensamentos bem incorretos.

Vai um exemplo sobre a morte do pai da ex-namorada:

“Eu sabia que o Ken gostava de mim, mas nunca consegui descobrir muito por quê, exceto por aquela vez em que ele estava atrás da gravação de My Fair Lady com o elenco do musical original em Londres e eu achei o disco numa feira e mandei para ele. Estão vendo o que se pode conseguir com atos de bondade gratuitos? Ir para numa porra de um funeral, é isso o que se consegue.

‘Você quer que eu vá?’

‘Não me importo. Desde que você não espere ficar de mão dada comigo’”.

Os coadjuvantes também são muito bons, por exemplo os dois caras que trabalham na loja de discos de Rob e são nerds típicos.

O final do livro é bem legal, mostra maturidade e que homens e mulheres precisam passar por diversas adversidades para atingir o autoconhecimento.

Claro que muito desse livro me chamou a curiosidade porque eu já tinha visto o filme no meio dos anos 2000. Eu lembrava pouco da história, apenas que tinha gostado bastante e que tinha curtido o elenco.

Para o combo ficar completo eu precisava rever o filme.

Eis.

alta fidelidade filmeFilme: Alta Fidelidade (High Fidelity)
Nota: 9
Elenco: John Cusack, Iben Hjejle, Jack Black, Catherine Zeta-Jones, Joan Cusack, Tim Robbins, Lili Taylor, Sara Gilbert
Ano: 2000
Direção: Stephen Frears

 

 

 

 

Esse diretor é bem conceituado. Esse ano mesmo vi com ele o Florence Foster Jenkins. Mas ele fez um dos meus preferidos de todos os tempos: Ligações Perigosas.

John Cusack estava no auge dele quando desse filme. Já vi pessoas dizendo que não gostaram muito, mas é que tem aquele estilo britânico e é esquisito mesmo.

Há algumas cenas meio estranhas, principalmente a inicial, que é teatral e caricata demais. Acaba dando a impressão de que o filme será ruim, mas ao contrário, ele só melhora.

Quando eu li a cena da personagem Charlie, eu ficava imaginando como era. Não quis relembrar quem interpretava quem, apesar de lembrar dos mais óbvios mesmo, como o John Cusack de Rob e o Jack Black de Barry.

Enfim, a Charlie, feita pela Catherine Zeta-Jones estava excelente, ficou no ponto da descrição feita no livro, dos hábitos irritantes, dos trejeitos manipuladores e etc. É perfeita a sensação de reencontrar alguém que esteve por muito tempo na sua vida e você idealizava, até relembrar os defeitos.

Há algumas mudanças inúteis na história, como a alteração em uma das ex-namoradas do top 5, que ficou bem sem sentido. Óbvio que foi para condensar a história, mas parte do trabalho criativo é superar essas adversidades elevando a história, não diminuindo. Por isso não é perfeito.

Mas o filme ganha por poder utilizar as ferramentas audiovisuais a seu favor e não perdeu a chance de fazer isso. Eu ri com a cena em que Rob descobre que Laura não tinha transado com o Ian. Quando ele sai na rua toca “We Are The Champions”. É bem a essência irônica da história de Nick Hornby.

A trilha sonora de Alta Fidelidade também é muito boa. Até as músicas creditadas, que nem lembro em quais cenas do filme aparecem são boas.

Mas destaco uma:

 

Essa música toca na loja de discos. Muito boa a cena aliás.

Mas a melhor mesmo é quando toca “Most Of The Time” do Bob Dylan

 

Essa é a melhor cena do filme. Nessa o Rob tem compreensão sobre ele mesmo.

Só mais uma música. A dos créditos finais, para coroar.

 

Enfim. Recomendo tudo: livro, filme, fica aí a sugestão para uma nova série, já que fazem série de tudo mesmo.

FDL

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

La La Land: Cantando as Estações

la la landFilme: La La Land: Cantando as Estações (La La Land)
Nota: 7,5
Elenco: Ryan Gosling, Emma Stone, J.K. Simmons, participação do John Legend
Ano: 2016
Direção: Damien Chazelle

 

 

 

É o filme do momento. Tava com grandes expectativas, porque é só elogios. Ganhou todos os prêmios importantes no Globo de Ouro, como melhor atriz, ator, diretor e filme.

Foi recorde também de indicações ao Oscar.

Eu sabia que era um musical, com ares de retrô e um filme romântico. Nada disso é algo que me interessa. Mas já me surpreendi muito com filmes fora do meu gosto que foram excelentes. Qualidade independe de gênero.

As cenas iniciais, tanto no engarrafamento, quanto da Mia com as amigas e as cenas do começo com Sebastian são consideradas geniais pelos críticos. Não achei graça nenhuma, nem vi nada demais.

Claro que há músicas, coreografias, deve ter dado um trabalho da porra de filmar e tal, mas aquilo não me diz nada.

Aliás, boa parte dos números musicais não me dizem nada. A cena inicial do romance dos dois, quando estão na provocação inicial, é chata e aquela música insuportável. Os dois começam a sapatear no meio da rua. Tudo bem que é um musical, mas não vi contexto.

A história em si trata da atriz Mia que luta para ter um papel e do músico de jazz Sebastian, que luta para pagar suas contas trabalhando em algo que o faça feliz, ou seja, o “puro” jazz que está em decadência.

Ambos se aproximam e agora aparecem os elogios: é bonita a história de amor que não é somente algo sexual ou açucarado, eles são importantes um para os outros porque se ajudam a realizar os próprios sonhos, ainda que aos tropeços.

Não é que eu não goste de musicais, alguns são muito bons. Mas as cenas do começo do filme não fizeram sentido para mim. Tem uma passagem que eles vão dançando, vão para as estrelas, o céu e tudo. Não só não entendi como achei bem brega aquilo tudo.

Só que eu entendo o frenesi todo. La La Land tem toda uma estética diferenciada, com luzes e cores originais e atores que são bem queridinhos dos amantes do cinema. Eu também gosto deles.

O problema é que para mim não teve essa identificação toda não.

O fato é que o filme melhora do meio para o final. A cena final é muito bonita, quando Mia está no bar e assiste Sebastian tocando. Vale pelo filme.

A música City of Stars fica na cabeça. Quando você repara, sai cantarolando ou assoviando a musiquinha do Ryan Gosling.

Eu recomendo. Fãs de musicais, coreografias, figurinos e coisas do tipo deverão amar. Eu sou mais da mensagem, da atuação, da história.

FDL

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

The X Factor: 13ª Temporada

Mesmo não achando a 12ª temporada do reality ruim, eu escrevi o seguinte no ano passado:

“Quanto ao talento, não foi muito diferente do que costuma acontecer. A vencedora foi Louisa Johnson, uma cantora de 17 anos com aparência de 30 e voz de 50, que irá muito provavelmente desaparecer depois do lançamento do primeiro e único single. Isso sempre acontece com esse tipo de vencedora.”

Dito e feito. Aconteceu exatamente isso.

xfactor2016

Fato é que a audiência caiu muito e Simon decidiu voltar às raízes nessa temporada. Chamou de volta jurados antigos e mandou todos os outros embora. Voltaram Louis Walsh, Nicole Sherzinger e Sharon Osbourne.

A química entre eles realmente estava boa e houve bem menos tretas e discussões na bancada. O programa foi genuinamente sobre os participantes. Mesmo quando um ou outro queriam aparecer demais, Simon cortava.

O vencedor foi Matt Terry, um jovem cantor de voz aguda e apelo feminino. Não dá pra esperar demais. Os vencedores do X Factor ou são como o desse ano ou são como a ganhadora do ano passado.

 

A vice foi Saara Alto, uma cantora na categoria dos mais velhos. Ela é finlandesa e sofreu muito com a rejeição do povo britânico no começo, mas soube se reinventar e fez umas performances malucas.

Vale ressaltar que foi a votação mais apertada da história.

 

Quanto aos outros participantes, nenhum marcou de verdade. Embora não tenha sido ruim, achei a temporada bem morna.

Claro que tivemos os já protocolares joke acts. Esse ano foi a rapper tiazona Honey G, que eu achava terrível de ruim, mas por algum motivo todos amavam. A coitada até foi atacada por uma invasão suspeita no palco ao vivo em um programa.

The X Factor continua renovado por vários anos e se me dá vontade continuo assistindo. Vamo que vamo, mas que anda cada vez mais esquecível, ah anda!

FDL

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

X Factor Austrália: 8ª Temporada

x factor australia 2016

Complicado, pessoal. A Austrália se perdeu esse ano com o reality show musical.

Muita gente diz que a versão australiana é a melhor de todas, pelo talento e pela forma que os trabalhos são conduzidos. Em algumas temporadas isso até pode ter sido verdade, mas ultimamente o programa se arrasta por lá.

Se no ano passado notei que a competição foi apática, esse ano foi terrível de ruim.

Na primeira fase tivemos os testes, com apenas três jurados. Guy Sebastian continuou. Ao seu lado entrou o cantor Adam Lambert, que começou no American Idol e fez parte do Queen. Além dele chegou a cantora Iggy Azaelia, que fez sucesso nos últimos anos e andou meio apagada. Confesso que não conheço nenhuma música dela.

Quando os shows ao vivo começaram, chegou uma nova jurada, chamada de Underdog Judge, Mel B, que já esteve no programa alguns anos atrás. Sua função foi ter uma categoria em que ela escolheu rejeitados dos outros jurados. Tudo prometia ser interessante.

E foi, com o detalhe de que talvez o programa não tivesse tempo para ficar no ar ou não deu audiência, não sei. As eliminações eram por atacado. Houve 4 ou 5 shows ao vivo no máximo e aconteceu a final, com quatro participantes.

Não deu tempo de conhecer ninguém direito. Já tava estranho não ter acontecido Bootcamp e Judges Houses. Foi tudo apressado e me deu a sensação de mal organizado. Eles faziam mistério porque não sabiam o que fazer mesmo.

Os talentos ficaram fracos demais novamente e os jurados se preocuparam mais em discutir e trocar farpas do que em de fato fazer um bom show musical com boas apresentações. Houve escolhas que eram de dar risada.

O campeão foi Isaiah Firebrace, que eu não compreendi. Mas também não critico, porque não tinha ninguém que eu gostasse. Não consigo destacar nenhuma apresentação boa ou um act para o qual eu torcesse.

Gostaria que nesse ano a emissora australiana aprendesse com seus erros e se planejasse melhor para a próxima temporada. Conforme o que prometerem eu posso dar uma chance, na expectativa de resgatarem os bons anos de X Factor Australia, do contrário, nem termino de ver.

Uma pena o que fizeram.

FDL

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Donnie Darko

Em muitos casos primeiro vem o livro, depois o povo aproveita e faz o filme. Com Donnie Darko é bem diferente. O filme lançado em 2001 nem foi um sucesso tão grande, mas acabou sendo queridinho pela galera cult, então, agora em 2016 a Editora Darkside editou um livro com um puta acabamento com entrevistas, bastidores e entrevistas com o cineasta responsável por essa estranha e inteligente obra.

Eu nunca tinha visto esse filme, mais por conta da falta de interesse por assuntos de ficção científica. Só que com o anúncio do livro eu fui pesquisar um pouco mais e acabei vendo do que se tratava e acabei assistindo.

O filme me fez encomendar esse livro em pré-venda, que li inteiro logo que chegou. Será que eu gostei?

Vamos ao filme primeiro.

donnie darko - filmeFilme: Donnie Darko
Nota: 10
Elenco: Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Patrick Swayze, Maggie Gyllenhaal
Ano: 2001
Direção: Richard Kelly (também escreveu)

 

 

 

 

O começo dos anos 200 foi marcado por esses filmes confusos, que misturam as imagens com a psicologia, com memórias, com ilusões e com o metafísico. Assisti a vários deles e confesso que são um desafio aos neurônios ou porque são nebulosos e vagos demais ou porque são inteligentes demais.

Donnie Darko é as duas coisas, ainda com teorias físicas enfiadas no meio.

O protagonista, cujo nome é o título do filme, interpretado pelo Jake Gyllenhaal, é um adolescente problemático com histórico de doença mental. Em uma certa madrugada ele vê uma bizarra figura fantasiada de coelho que o pede para sair de seu quarto e segui-lo. No dia seguinte ele descobre que uma turbina de avião caiu em seu quarto e certamente o teria matado se estivesse lá.

Durante o filme Donnie tem vários contatos com o coelho, que lhe dá um tempo de contagem regressiva para o mundo acabar. Enquanto isso ele manipula o adolescente a cometer uma série de vandalismos na comunidade.

donnie-darko-braço

O final do filme é bem aberto e sujeito a algumas interpretações. Só que logo após assistir eu acabei vendo um blog com uma teoria dos universos paralelos muito interessante, mas não salvei o link e agora não lembro qual foi. Essa teoria é justamente adaptada das entrevistas que o diretor Richard Kelly deu (que foram adicionadas no livro recém lançado).

Não bastasse a proposta diferente e inteligente, há ótimos atores, diversas passagens e paralelo à trama principal, Donnie vai encarando diversas demagogias na sociedade. O clima de hipocrisia reina na sua comunidade. Só que no espírito de que o mundo vai acabar, ele também detona com tudo.

Gostei muito de todas as cenas da Drew Barrimore, como uma professora moderna que faz os alunos questionarem. Obviamente é pressionada pelos conservadores.

Também destaco a excelente cena, muito bem interpretada pelo Jake Gyllenhaal quando o picareta Jim Cunningham vai dar uma palestra na sua escola e Donnie ataca suas fórmulas e argumentos simplistas, tão vazios, mas ao mesmo tempo tão palatáveis, que engana os fracos.

No final, esse filme me marcou muito, mesmo eu não conseguindo entender 100% dele (juro que a teoria dos universos tangenciais faz bastante sentido).

Qual é a cereja do bolo de um bom filme? Claro, trilha sonora. Aí sim a experiência inexplicável de ver um filme fica perfeita. Com Donnie Darko não seria diferente.

A história se passa no final dos anos 80 e a música dessa época foi muito bem explorada, com Never Tear Us Apart – INXS, Head Over Heels - Tears For Fears, Love Will Tear Us Apart - Joy Division, The Killing Moon - Echo & The Bunnymen e a música final, que deu um excelente efeito dramático: Mad World - Michael Andrews & Gary Jules

 

Com um filme louco desses a gente só pode assistir e gostar, concluindo que o mundo está ou é louco mesmo.

Vamos ao livro.

donnie-darko-darkside-banner-interno

“DONNIE (furioso)

Quanto eles estão te pagando para estar aqui?

JIM CUNNINGHAM

Desculpe? Qual o seu nome, filho?

DONNIE

Gerald.

JIM CUNNINGHAM

Bem, Gerald, eu acho que você está com medo.

DONNIE

Bem, Jim... eu acho que você só fala merda!

Escutam-se cochichos pelo lugar. Algumas gargalhadas dos alunos.

Você está falando essas bostas todas para nos fazer comprar seu livro? Porque, deixa eu te contar uma coisa, esse foi o pior conselho que eu já ouvi (para a garota idiotinha). Se você quer que sua irmã perca peso, diga para ela sair do sofá, parar de comer Twinkies... e talvez entrar no time de hóquei na grama. (para o garoto magricela). Você nunca vai saber o que quer ser quando crescer. Na maior parte do tempo, ninguém sabe. Que quanto a você, Jim? (para Larry) E você... cansou de ter sua cabeça enfiada na privada por algum moleque babaca? Então vá levantar peso... faça uma aula de caratê. E quando ele tentar fazer isso de novo, chuta ele no saco.

Mais burburinhos no local... As gargalhadas dos alunos ficam mais altas.

JIM CUNNINGHAM

(perdendo a calma)

Acho que você tem medo de me pedir um conselho. Acho que você é um jovem muito problemático... e confuso. Acho que você está procurando respostas nos lugares errados.

DONNIE

(pausa longa)

Bem, eu acho que você é a porra do Anticristo”

(Richard Kelly)

Esse livro começa facilmente sendo excelente para simplesmente deixar na estante de livros. O acabamento é muito bonito e fodão. Tem capa dura e uma arte gráfica muito bem feita.

Além disso, as páginas são ilustradas e com um acabamento realmente feito para fã.

Quanto ao conteúdo, realmente é raso, mas não por nenhuma incompetência, eu acho. É porque não há nada mesmo, é um filme de roteiro original.

No começo há uma longa entrevista com Richard Kelly, que fala sobre sua vida, sobre o processo de criação, desenvolvimento e lançamento do filme Donnie Darko. É bem interessante e dá algumas pistas sobre o que ele quis com essa história.

Depois há o roteiro final completo do filme, com todos os diálogos. Isso é bem legal, porque lê-lo é como rever tudo.

Por fim há algumas páginas com o que seria o livro “A Filosofia da Viagem no Tempo”, de Roberta Sparrow, livro este que é utilizado por Donnie no filme e embasa toda a história, dando várias explicações ao final.

Mesmo sendo curto, com pouco mais de 200 páginas, há muitas figuras, informações e destaques, que apenas enriquecem a experiência de conhecer essa obra. Vale a pena com certeza, porque fica para a posteridade.

Recomendo tudo, filme, livro e tudo mais que aparecer.

FDL

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O Homem Que Sabia Demais

o homem que sabia demaisFilme: O Homem Que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much)
Nota: 9,5
Elenco: James Stewart, Doris Day
Ano: 1956
Direção: Alfred Hitchcock

 

 

 

 

Seguindo a atrasada temporada anual de filmes antigos eu adicionei esse clássico do Hitchock na lista e acabo postando com algumas semanas de atraso.

“Durante suas férias no Marrocos, Ben McKenna (James Stewart), um médico, e sua família se envolvem acidentalmente em uma trama internacional de assassinato, quando um moribundo fala ao ouvido de Ben algumas palavras. Para impedi-lo de denunciar a trama à polícia, os conspiradores resolvem então sequestrar seu filho.”

O filme além de ter um visual extremamente bonito, tem ótimos atores e um suspense tenso que nos prende do começo ao fim.

Esse estilo de filme, que fez muito sucesso nessa época, é extremamente agradável de ver. A tensão fica por uma mistura de fatores, sem exageros, em uma época que equilíbrio significava bom gosto.

Nem tem o que dizer da musiquinha “Que sera, sera... Whatever Will Be, Will Be”, que fica na cabeça, em uma cena bonita da Doris Day e no final também. Essa música levou o Oscar de 1957.

 

Mais um clássico obrigatório para quem gosta de cinema.

FDL

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Eurovision 2016

eurovision 2016

Eurovision é uma competição de música anual que acontece na Europa há décadas. Cada país manda um representante. Há uma votação elegendo um campeão, que sediará a o concurso no ano seguinte.

Vários artistas consagrados começaram por lá, como Abba e Celine Dion. Confesso que nunca tive tanta curiosidade, até descobrir que há excelentes músicas no Eurovision e muitas delas conhecidas.

Acabei assistindo pela pimeira vez no ano passado e gostei muito. Várias músicas foram para a minha playlist do Spotify e não saíram mais. Acabei não postando por um lapso mesmo.

A versão de 2016 aconteceu agora em maio e foi excelente.

Alguns meses antes os países liberam as músicas e quem seriam os representantes. Com isso já começa a torcida e o termômetro do que vai acontecer. Lá na Europa esse concurso é realmente muito popular.

Nesse ano de cara eu gostei de duas músicas: J’ai Cherché, do cantor Amir, representante da França e Slow Down, de Douwe Bob, representando a Holanda.

Nos shows ao vivo ficou claro favoritismo da australiana Dami Im, com Sound of Silence. Já a conhecia, pois vencedora do The X Factor Australia em 2013.

 

Só que as votações nem sempre recebem critérios musicais e a Ucrânia venceu com a cantora Jamala.

Destaco também a apresentação do russo Sergey Lazarev, com You Are The Only One. A música não tem nada demais, mas eles fizeram uma apresentação cheia de efeitos e que dá gosto de ver.

 

No final, o evento é bem longo e é interessante assistir à votação. O bom mesmo é o saldo que fica na playlist.

Recomendo e com certeza assisto à versão de 2017.

FDL

quarta-feira, 20 de abril de 2016

The Voice UK – 5ª Temporada

thevoiceuks5

Não é que acabei vendo mais uma temporada britânica de The Voice? Vários fatores me fizeram continuar vendo esse ano. O primeiro deles é que esse foi o último nessa emissora. Ano que vem The Voice UK estará em um canal diferente, completamente reformulado e com apresentadores e jurados novos. Foi de fato uma despedida.

Sendo assim, com a continuação também do Ricky Wilson dos Kaiser Chiefs, valia a pena dar uma chance. Os jurados novos prometiam dar uma emoção a mais no programa também.

Foi o que aconteceu. Pena que foram emoções ruins.

A cota feminina, com a saída da Rita Ora (foi trabalhar no reality concorrente) foi preenchida pela cantora Paloma Faith, que faz sucesso por lá. Não conhecia nada dela e quando procurei vídeos no Youtube achei tudo muito esquisito. Aliás, essa palavra define a jurada, que fala estranho com um biquinho e em boa parte do tempo parecia estar em outro universo. Nem por isso era boazinha, porque atravessava alguns comentários bitchy em vários momentos.

A cota de idosos, com a lamentável saída do Tom Jones, foi preenchida pelo Boy George, que fez muito sucesso nos anos 80 e ainda parece estar vivendo naquela década. Esse foi o pior de todos. Ele é a definição de invejoso. Alternava momentos de bajulação e desprezo ao Will I Am e ao Ricky Wilson. Não perdia uma chance de se gabar de qualquer coisinha que tivesse feito nos tempos áureos da fama. Mesmo assim, escolheu participantes péssimos.

O Will I Am continuou chato e sem graça como sempre. Mas eu sinto que o povo deve dizer pra ele: “ah, você é engraçadão, vai lá e faz uns tiruliruliros, uns trocadilhos”... Aí ele vai e faz aquilo.

Até o próprio Ricky Wilson esteve muito desanimado nessa temporada. Com certeza o clima de tensão entre os jurados era notável e ele parecia falar pra preencher o tempo.

Como se a temporada não estivesse terrível, com os jurados não virando a cadeira para ninguém, nas fases finais foram ocorrendo desistências uma atrás da outra.

A final do programa foi uma das coisas mais apáticas que eu já vi na vida.

Não parecia um programa de músicas britânicas. O gosto e a parte artística estavam feitos evidentemente pra cumprir tabela.

Quem ganhou foi o Ricky Wilson, com o participante Kevin. Bem esquecível.

Só foi bom ver que o desprezo dos outros jurados com o Ricky não deu certo. Ele levou dois pra final e os outros ficaram só assistindo.

Provavelmente eu fico por aqui com The Voice UK. Ano que vem vamos ver o que será feito e qual a proposta, porque esse programa já é famoso por trazer cantores talentosos, mas apagados. Depois desse ano, então...

FDL

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Season Finale: The X Factor – 12ª Temporada

x factor s12

Acabou! E com esse final de ano atribulado só consegui postar sobre isso agora.

Foi uma temporada um pouco melhor que a passada, certamente. Mas também é certo que os tempos áureos do reality show já se foram.

O painel de jurados, para começar, foi maluco nesse ano. Se gostamos da Mel B no ano passado, ela deu o fora e veio a Rita Ora, que tinha acabado de sair da versão também britânica do The Voice. Claramente uma guerra de egos entre as emissoras.

Além disso, depois de 300 anos Louis Walsh também foi convidado a se retirar e, em seu lugar, entrou Nick Grimshaw, um radialista popular por lá.

Nenhum jurado deixou a desejar esse ano, temos de ser justos.

Outra grande mudança foi a saída do antigo apresentador: Dermot O’Leary, que era muito bom, mas pediu pra sair por motivos não sabidos. Em seu lugar entraram a apresentadora Caroline Flack e o participante de outra edição Olly Murs.

Ambos foram muito bem, são carismáticos. Só que Olly deu uma bela mancada ao vivo anunciando uma eliminação na hora errada. Teve jogo de cintura e soube rir da situação.

Quanto ao talento, não foi muito diferente do que costuma acontecer. A vencedora foi Louisa Johnson, uma cantora de 17 anos com aparência de 30 e voz de 50, que irá muito provavelmente desaparecer depois do lançamento do primeiro e único single. Isso sempre acontece com esse tipo de vencedora.

Entre os destaques, gostei muito dos participantes que ficaram com o segundo lugar: Reggie and Bollie. Eles são originalmente de Gana e cantam as músicas num estilo alegre e africano. Esses sim eu acho que poderiam vingar no mundo da música. Teremos de esperar.

 

Houve outros destaques, como as quatro irmãs filipinas 4th Impact, o australiano James Michael Moore e tantos outros.

Lamento que o programa ainda tenha escolhas musicais preguiçosas. Ninguém aguenta mais jovens berrando Whitney Houstou e Mariah Carey. O tempo do soul dos anos 70 também já foi. Poderiam modernizar, usar mais um rock’n’roll, mas as escolhas são, como disse, preguiçosas e isso tem deixado o X Factor cada vez menos interessante. Não sei até quando eu irei acompanhar.

FDL