sábado, 21 de abril de 2012

Precisamos Falar Sobre o Kevin

we need to talk about kevinFilme: Precisamos Falar Sobre o Kevin (We Need To Talk About Kevin)
Nota: 7
Elenco: Tilda Swinton, John C. Reilly
Direção: Lynne Ramsay
Ano: 2011

 

 

 

 

Acho que caí num erro ao assistir a esse filme sem me informar melhor sobre ele antes. Acreditava se tratar de um terror com um menino assombrado. Ledo engano, o negócio é bem mais complexo.

Precisamos Falar Sobre o Kevin é um drama sobre uma família disfuncional, na qual sua história culmina em uma tragédia ao estilo Columbine.

Com isso, temos um enredo complexo, cheio de nuances e muita atuação que deve ser interpretada nas entrelinhas.

Pesquisei depois e vi que o filme é inspirado em um livro de ficção, que foi escrito logo após o próprio acontecimento de Columbine.

Sobre a história em si, não há o que se falar da atuação. A Tilda Swinton é uma excelente atriz, que não precisa ser uma grande e belíssima estrela – abre mão da vaidade e da beleza plástica para ser uma pessoa na tela, não mais um produto.

Eu senti falta de alguns elementos no filme, sobretudo no final. Acho que a idéia foi dramatizar demais, o que acabou sendo um exagero. Senti falta também de saber o que aconteceu com a mãe logo depois do ocorrido, a reação das pessoas, das famílias, da mídia. Tudo isso é apenas insinuado, principalmente nas incansáveis cenas em que ela fica limpando o vermelho da casa.

Aliás, esse papo de deixar tudo vermelho para indicar drama e violência tá mais batido do que não sei o quê, né?

Gosto de ver a forma como foi explorada a culpa da mãe, que se sente responsável pela tragédia por ter falhado de algum modo, já que não queria ter o filho. Por isso o visita, como forma de saber onde foi que errou, qual erro foi. Até o abraça, por achar que é vítima sua – até sofre passivamente a violência sem sentido das pessoas na cidade e responde aos agentes funerários que vai para o inferno.

Mas não só de culpa vive o filme, que mostra um menino perturbado desde o nascimento – com uma obsessão doentia em atormentar a própria mãe.

No final, podia ser um filme melhor, porque algo faltou, mas não chego a dizer que é ruim.

FDL

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