“Estou ficando cada vez mais independente dos meus pais. Mesmo sendo jovem, enfrento a vida com mais coragem e tenho um sentimento de justiça melhor e mais verdadeiro do que o de mamãe. Sei o que quero, tenho um objetivo, tenho opiniões, uma religião e amor. Se ao menos eu pudesse ser eu mesma, ficaria satisfeita. Sei que sou uma mulher, uma mulher com força interior e muita coragem!
Se Deus me deixar viver, vou realizar mais do que mamãe jamais realizou, vou fazer com que minha voz seja ouvida, vou para o mundo e trabalharei em prol da humanidade.”
Anne Frank
Vamos encerrar o desafio de livros de 2018 com esse que é um clássico. O desafio serve justamente para esse tipo de livro. Digo isso porque com a maioria das leituras funciona o meu estado de espírito para aquela obra. Com qual ânimo tenho que estar para ler esse livro que é tão deprimente, suga de forma tão sutil a nossa alegria pela vida e a crença no ser humano? Somente com um desafio mesmo.
E que bom ter sido assim. Esse livro, não sei por que não li antes, com certeza me mudou. É diferente do que eu esperava, aliás, é muito diverso do que costuma se ler e assistir sobre o Holocausto judeu.
Anne Frank foi uma menina judia que morreu aos 15 anos em um campo de concentração nos tempos do Holocausto. Só que antes de seu sequestro pelos alemães, ela e sua família ficaram alguns anos escondidos em um prédio em Amsterdã dependendo de ajuda dos outros e tráfico de comidas para sobreviverem.
Nesse período Anne manteve um diário em que relatava todas as suas angústias pela vida infeliz que ela e seus familiares levavam, mas também falava sobre todas as questões que uma adolescente passa.
“Não acredito que a guerra seja apenas obra de políticos e capitalistas. Ah, não, o homem comum é igualmente culpado; caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda a humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo o que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado, será cortado e destruído, só para começar outra vez!”
Ocorre que muito pouco antes do fim da guerra a família Frank foi descoberta, presa e enviada para diversos campos de concentração. O único sobrevivente, o pai da menina, acabou encontrando o diário da filha algum tempo depois e o publicou como forma de manter viva sua memória e de registrar os efeitos devastadores que o nazismo deixou.
Esse livro não é fácil. Porque em diversos momentos Anne relata seus sonhos, suas vontades, sua dedicação incessante aos estudos para ter um bom futuro e tudo isso para ser morta.
Recomendo muito essa leitura. Encerro o ano de forma impecável!
FDL
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