O Hipnotista é um dos livros de suspense favoritos do momento. Isso se deve a vários fatores de sucesso, coisa meio ausente na literatura atual.
A obra é de um casal sueco, que assina com o pseudônimo de Lars Kepler. Há outros publicados, sendo que traduzido para o português até o momento só há O Pesadelo, que logo leio.
Os livros têm como personagem o detetive Joona Linna, que não tem lá uma personalidade tão marcante ou problemática como se observa na tendência atual. Já não aguento mais policiais alcoólatras, cornos, esquizofrênicos, grosseiros, misóginos ou solitários como forma de potencializar suas genialidades. Joona Linna é genial, mas sem esquisitices.
Em O Hipnotista há um crime extremamente violento em que uma família quase inteira é assassinada de forma brutal. Apenas o filho sobrevive e fica entre a vida e a morte. Como parte essencial da investigação e para evitar mais uma morte, é necessário fazer uma sessão de hipnose com o garoto, o que pode trazer consequências graves.
Em paralelo a isso, o livro conta a história do hipnotista, Erik Maria Bark, que após um evento traumático prometeu nunca mais praticar a hipnose, ficando em um dilema quando é chamado.
O suspense do livro fica maior quando o filho de Erik é sequestrado, tendo uma doença sanguínea grave e precisando de injeções. Teria esse sequestro relação com o crime? Com a nova prática da hipnose?
A primeira parte de O Hipnotista é frenética, você esquece que tem vida e lê tudo direto. O casal foi genial nessa narração. A segunda parte se arrasta um pouquinho, quando Erik relembra seu passado e os motivos que o fizeram parar com a hipnose. O final retoma o ritmo forte e o desfecho é excelente.
Foi um dos melhores livros que eu li recentemente. Mesmo com essa parte mais mortinha, ela não deixa de ser interessante, sobretudo quando aumenta o suspense.
Não canso de dizer que os suecos estão com tudo nesse gênero. Continuo comprando livros e vendo filmes porque nunca me arrependo. Eles saem das fórmulas prontas que o resto do mundo costuma usar. Não é à toa que sempre estão copiando e fazendo versões.
Logo que eu terminei o livro vi que tinha saído o filme. Assisti logo depois:
Filme: O Hipnotista ( Hypnotisören)
Nota: 7
Elenco: atores suecos, não os conheço.
Ano: 2012
Direção: Lasse Hallström
Aí já é problema. Claro que existe aquela verdade universal de que um filme jamais supera um livro. Mas precisa fazer assim?
O original tem muitos personagens e uma história detalhada. Por isso, alguns cortes teriam de ser feitos e eu entenderia. Mas mudaram toda a história!
O filme não chega a ser ruim, mas é triste ver o potencial não aproveitado. Sobretudo com relação à história do próprio Erik Maria Bark. Não só cortaram coisas essenciais como inventaram novas. Isso era desnecessário.
Na minha humilde opinião, se um diretor/roteirista quer fazer um filme inspirado em um livro, deve se despir de vaidades criativas e respeitar o trabalho original. Do contrário, no mundo do cinema sempre são bem-vindas histórias originais. Tentar aparecer mais que o livro nunca dá certo.
O elenco é bom, sobretudo o Joona Linna, o que ainda é uma boa opção de filme de suspense. Mas fica um gosto de amargo por vermos algumas liberdades tomadas de forma desnecessária.
Ainda assim recomendo.
FDL
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