“Meu reflexo foi dar um gemido. Política e processos judiciais não eram uma boa mistura.
— O TPI — disse Roger — foi estabelecido por um tratado negociado entre a maioria dos países-membros da ONU, incluindo os Estados Unidos. Clinton assinou em 2000, mas o pessoal do Bush odiou a ideia, principalmente Dick Cheney, que parece que tinha medo de ser julgado por ter autorizado o afogamento simulado. Em 2002, Bush anunciou que renunciaria ao tratado do TPI.
— É possível fazer isso? Renunciar?
— Você acha que isso importa? Em vez disso, os republicanos, que controlavam o Congresso, aprovaram uma coisa chamada Lei de Proteção aos Membros do Serviço Militar, que basicamente diz que, se você tentar levar os nossos soldados a julgamento, vamos invadir a merda do seu país e os traremos para casa.
— Literalmente?
— Não acho que eles tenham usado a palavra “merda”. Fora isso, é um resumo legislativo bastante preciso. Na Europa Ocidental, era chamada de “Lei de Invasão de Haia”.
— Você está dizendo que, se o TPI acusar soldados americanos, vamos começar uma guerra contra a Holanda?
— Digamos que correremos o risco de criar sérios conflitos com nossos aliados mais próximos. “
Scott Turow
Depois de ficar alguns anos sem pegar nenhum livro novo do Turow para ler, resolvi dar uma chance para A Testemunha e, por isso, selecionei para o desafio de 12 livros para 2019, em agosto.
Essa história é bem diferente dos outros dois livros dele que eu li. Na verdade, é bem diferente, porque é o primeiro thriller jurídico que eu leio focado no direito internacional.
“O retorno do mestre do thriller jurídico, em uma trama que envolve o Tribunal Penal Internacional. O advogado Bill Ten Boom largou a carreira, a esposa, o condado de Kindle e até mesmo o país. Porém, quando recebe a oportunidade de trabalhar no Tribunal Penal Internacional — uma organização encarregada de lidar com crimes contra a humanidade —, ele se sente atraído pelo que será o caso mais difícil de sua carreira. Para descobrir o que aconteceu com os moradores desaparecidos de um vilarejo cigano após a Guerra da Bósnia, Boom deve investigar uma série de suspeitos, que vão de organizações paramilitares sérvias ao governo dos Estados Unidos, enquanto interroga todos os envolvidos no caso: um ex-general em desgraça; o único sobrevivente do suposto massacre dos ciganos; e sua advogada.”
O problema é que eu achei a história um pouco desinteressante. Tem um lado muito bom que é focado em explicar como funciona o TPI, mencionar as guerras da antiga Iugoslávia, a realidade dos novos países dos bálcãs e, sobretudo, a relação da Europa, sobretudo a oriental, com o povo cigano.
Agora, o livro é excessivamente longo, com diálogos também carregados e isso faz com que a história não flua tão bem.
Além disso, há vários personagens e o enredo acabou ficando um pouco confuso em alguns momentos. Não é o tipo de livro para fazer histórias assim.
De todo modo, continuo gostando do Turow e ainda há outros livros dele que estão na minha prateleira esperando a sua vez.
FDL
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