sábado, 7 de setembro de 2019

A Caça – M.A. Bennett

A Caça de M. A. Bennett“ – Quando recebi o Convite para vir para cá, fiquei felizx demais. Pensei que isso significava que eu tinha superado as barreiras. Consegui todas as roupas certas, tudo. Treinei como iria falar, estudei bons modos, etiqueta, que tipo de garfo usar... Se eu não me encaixo aqui e não me encaixo lá, qual é o meuy lugar? Será que eles me trouxeram aqui como uma caça? Será que eu sou só isso para eles?”

M.A. Bennett

A sinopse que chamou a minha atenção:

“O ano letivo começou e Greer MacDonald está se esforçando ao máximo para se adaptar ao colégio interno onde ela entrou como bolsista. O problema é que a STAGS, além de ser a escola mais antiga e tradicional da Inglaterra, é repleta de alunos ricos e privilegiados – tudo o que Greer não é. Para sua grande surpresa, um dia Greer recebe um cartão misterioso com apenas três palavras: "caça tiro pesca". Trata-se de um convite para passar o feriado na propriedade de Henry de Warlencourt, o garoto mais bonito e popular do colégio... e líder dos medievais, o grupo de alunos que dita as regras. Greer se junta ao clã de Henry e a outros colegas escolhidos para o evento, mas esse conto de fadas não vai terminar da maneira que ela imagina. À medida que os três esportes se tornam mais sombrios e estranhos, Greer se dá conta de que os predadores estão à espreita... e eles querem sangue. Que a caçada comece! "

Pois bem, esse livro não me serviu nem como guilty pleasure, de tão ruim que é.

A história tem uma protagonista chamada Greer, com quem o leitor não se identifica em momento nenhum. O antagonista é um personagem tão padronizado, que parecemos adivinhar o que vai acontecer.

Os diálogos são ruins, não tem emoção, enfim, é um livro para esquecer. Deixo aqui o registro para quando for fazer uma lista dos piores livros que eu já li. Será candidato.

Não recomendo.

FDL

domingo, 1 de setembro de 2019

Nó do Diabo – Mara Leveritt

nó do diabo -0 livro“Os três prisioneiros no centro da crescente atenção no tiveram permissão para assistir a Paradise Lost. E-mails iam e vinham falando a seu respeito, mas eles não podiam enviá-los nem recebe-los. O caso era discutido nos jornais, mas a grande imprensa do Arkansas e do outro lado do rio, em Memphis, prestava pouca atenção. Para Damien, Jason e Jessie, a prisão ainda consistiria, dia após dia, em comida ruim, barras de ferro e tédio. Mesmo assim, o documentário e o site afetaram suas vidas. Uma das coisas que mudou foi que suas cartas começaram a chegar.”

Mara Leveritt

O mês de setembro com true crime precisava desse livro. Já tinha planejado lê-lo no ano passado, mas acabou não rolando.

Essa história é conhecida pelo documentário Paradise Lost, que conta uma bizarra história da condenação de três adolescentes pelo brutal assassinato de três meninos no interior de Memphis.

É um daqueles casos de perseguição policial com todos os toques das falhas dos sistema americano: preconceitos, fofocas, pressão da mídia, falsas confissões, conservadorismo que chega ao nível medieval, enfim, tudo aquilo que leva inocentes para a cadeia.

Esse livro é muito bem escrito e tem muitos detalhes. Até demais.

Mas de todo modo é importante conhecer essa hi8stópria, que marcou o sistema judiciário americano.

O documentário eu ainda não vi, já ensaiei várias vezes. Quem sabe em breve?

Recomendo.

FDL

domingo, 25 de agosto de 2019

A Testemunha - Scott Turow

testemunha scott turowMeu reflexo foi dar um gemido. Política e processos judiciais não eram uma boa mistura.

— O TPI — disse Roger — foi estabelecido por um tratado negociado entre a maioria dos países-membros da ONU, incluindo os Estados Unidos. Clinton assinou em 2000, mas o pessoal do Bush odiou a ideia, principalmente Dick Cheney, que parece que tinha medo de ser julgado por ter autorizado o afogamento simulado. Em 2002, Bush anunciou que renunciaria ao tratado do TPI.

— É possível fazer isso? Renunciar?

— Você acha que isso importa? Em vez disso, os republicanos, que controlavam o Congresso, aprovaram uma coisa chamada Lei de Proteção aos Membros do Serviço Militar, que basicamente diz que, se você tentar levar os nossos soldados a julgamento, vamos invadir a merda do seu país e os traremos para casa.

— Literalmente?

— Não acho que eles tenham usado a palavra “merda”. Fora isso, é um resumo legislativo bastante preciso. Na Europa Ocidental, era chamada de “Lei de Invasão de Haia”.

— Você está dizendo que, se o TPI acusar soldados americanos, vamos começar uma guerra contra a Holanda?

— Digamos que correremos o risco de criar sérios conflitos com nossos aliados mais próximos. “

Scott Turow

Depois de ficar alguns anos sem pegar nenhum livro novo do Turow para ler, resolvi dar uma chance para A Testemunha e, por isso, selecionei para o desafio de 12 livros para 2019, em agosto.

Essa história é bem diferente dos outros dois livros dele que eu li. Na verdade, é bem diferente, porque é o primeiro thriller jurídico que eu leio focado no direito internacional.

“O retorno do mestre do thriller jurídico, em uma trama que envolve o Tribunal Penal Internacional. O advogado Bill Ten Boom largou a carreira, a esposa, o condado de Kindle e até mesmo o país. Porém, quando recebe a oportunidade de trabalhar no Tribunal Penal Internacional — uma organização encarregada de lidar com crimes contra a humanidade —, ele se sente atraído pelo que será o caso mais difícil de sua carreira. Para descobrir o que aconteceu com os moradores desaparecidos de um vilarejo cigano após a Guerra da Bósnia, Boom deve investigar uma série de suspeitos, que vão de organizações paramilitares sérvias ao governo dos Estados Unidos, enquanto interroga todos os envolvidos no caso: um ex-general em desgraça; o único sobrevivente do suposto massacre dos ciganos; e sua advogada.”

O problema é que eu achei a história um pouco desinteressante. Tem um lado muito bom que é focado em explicar como funciona o TPI, mencionar as guerras da antiga Iugoslávia, a realidade dos novos países dos bálcãs e, sobretudo, a relação da Europa, sobretudo a oriental, com o povo cigano.

Agora, o livro é excessivamente longo, com diálogos também carregados e isso faz com que a história não flua tão bem.

Além disso, há vários personagens e o enredo acabou ficando um pouco confuso em alguns momentos. Não é o tipo de livro para fazer histórias assim.

De todo modo, continuo gostando do Turow e ainda há outros livros dele que estão na minha prateleira esperando a sua vez.

FDL

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

The O.C.

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Que comece a sessão nostalgia desse ano.

Deu vontade de rever essa série, que começou em 2003. Olhando os números parece que faz tempo, mas a sensação é de que foi outro dia.

Lembro que na época era uma das minhas séries preferidas e os finais com ganchos me deixavam com grande expectativa.

Revendo o primeiro episódio pude notar muito menos futilidade do que havia na minha memória. Vi uma série sobre mundos diferentes e a sensação de não pertencer. Ao mesmo tempo há o medo do desconhecido e também a vontade de ser diferente.

Acabei vendo a primeira temporada inteira em poucos dias e alguns da segunda. Só de pois que já deu.

O personagem Sandy é o melhor. É um cara casado com uma milionária, cheio de princípios e trabalha como defensor público, embora possa advogar onde quiser. Ali ele conhece Ryan, um adolescente que foi preso por um furto e com uma família muito desestruturada. Na vontade de ajudar e sentindo culpa em apenas liberar o jovem, Sandy o deixa alguns dias em sua mansão.

Rapidamente Ryan faz uma grande amizade com o introvertido e excluído filho de Sandy, Seth. Também aos poucos acaba conquistando sua esposa, Kirsten, uma mulher de negócios que sofre para se libertar da relação de domínio que tem com o pai, Caleb.

Obvio que Ryan acaba vivendo um romance com a vizinha problemática, Marisa, que é linda, rica, popular, mas totalmente infeliz e autodestrutiva.

A série ainda apresenta personagens coadjuvantes que fazem a história andar e foi agradável rever essa série e, ao mesmo tempo, me conectar novamente com uma fase interessante das séries. A gente sentia uma empolgação muito maior em ver.

Sabemos que o final da série foi amargo, por conta dos grandes problemas que o elenco teve, mas enquanto no seu auge, The O.C. foi um excelente drama teen.

Destaco ainda a excelente trilha sonora. Era uma fase em que nascia um bom rock’n’roll americano e também souberam utilizar boas músicas conhecidas ou não para embalar a série.

Quem não se lembra de Maybe I’m Amazed no final da temporada ou Fix You na cena de uma importante morte? Nem preciso falar do Califórnia berrado na abertura.

Fica um saborzinho doce da memória.

FDL

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

The Good Fight: 3ª Temporada

the good fight s3

Com um bom atraso terminei de ver a temporada de The Good Fight esses dias. Começo bem contente porque a Amazon Prime colocou os episódios no ar sem muita demora, o que já é uma vitória para nós brasileiros, abandonados pelos serviços de streaming.

A série voltou implacável. Não tem outra palavra. Começo destacando as situações anti-Trump de Diane, que estava excelente novamente. Todo o arco de episódios mostrando o grupo que ela integrou foi sensacional e parece não ter acabado por aí.

Gostei muito agora dos curtas animados que eles colocam nos episódios. Aliás, para entender essa série é necessário estar bem atento às notícias e não piscar também, porque chovem informações, críticas e ironias a todo momento.

A série em poucos episódios ainda conseguiu falar da segregação entre as pessoas que o clima de problematização nas redes sociais traz, de como é fácil e rápido virarmos um meme (para o bem e para o mal), de como as pessoas poderosas também são humanas, por mais que esqueçamos e, por isso, também são sujeitas a qualquer tipo de problemas que os pobres podem enfrentar.

Quando comparamos com a série original lá atrás, muito pouco temos dela em termos da história. Mas a forma debochada de criticar e a comédia inteligente não perdem o fio até hoje.

continua sendo uma das minhas séries preferidas da vida.

Recomendo muito!

FDL

domingo, 18 de agosto de 2019

O Rei Leão

o rei leão 2019Filme: O Rei Leão (The Lion King)
Nota: 9
Elenco: vozes de vários famosos
Ano: 2019
Direção: Jon Favreau

Quando a Disney anunciou que faria uma versão live action de O Rei Leão eu fiquei confuso. Tivemos vários casos de sucesso recente (outros nem tanto), mas como seria feito no caso de leões?

A produção tem personagens realistas, mas obviamente feitos por computação gráfica, o que me deixa confuso sobre o termo live action, mas tudo bem.

É praticamente uma cópia do desenho original dos anos 90. Há poucas mudanças, o que considerei muito bom, porque a experiência no cinema foi de nostalgia.

Fora isso, não tem nem o que dizer, já que é uma versão atualizada de um grande sucesso do cinema, favorito de muita gente.

Há algumas cenas a mais e músicas novas também.

De forma geral, considero um acerto da Disney, porque a experiência foi muito positiva.

FDL

domingo, 11 de agosto de 2019

Obsessão Secreta

obsessão secretaFilme: Obsessão Secreta (Secret Obsession)
Nota: 6
Elenco: Brenda Song e Mike Vogel
Ano: 2019
Direção: Peter Sullivan

A Netflix anda com problemas quando o assunto é filme de suspense.

Trata-se de uma produção original, que mostra acontecimentos com Jennifer, que sofre um acidente e fica sem memória, mas tem seu dedicado marido, Russell cuidando dela até sua recuperação.

Ocorre que os cuidados começam a beirar ao domínio e incomoda muito o fato de estarem isolados e sem contado com ninguém.

Por fim, as desconfianças surgem, as memórias começam a surgir e Russell demonstra não ser nada daquilo que falou para a suposta esposa.

Pois bem, é um filme cheio de chavões e com um final óbvio. Completamente fraco e esquecível.

Há aquelas tradicionais cenas de violência gratuita e de atuação exagerada.

Se você não for muito exigente, até dá para considerar entretenimento, mas sem esperar muita coisa.

FDL

sábado, 10 de agosto de 2019

A Pequena Caixa de Gwendy – Stephen King e Richard Chizmar

a pequena caixa de gwendy

“Ela se senta. O suor cobrindo seu corpo ficou frio. Ela tem certeza de que, apesar da fala mansa, ele vai tentar beijá-la, sem se importar com as crianças no parquinho ou os adolescentes tomando conta delas. Mas ele não faz isso. Só enfia a mão embaixo do banco e pega uma sacola de lona fechada por um cordão. Ele abre a bolsa e tira uma linda caixa de mogno, a madeira reluzindo em um marrom tão intenso que ela consegue ver pontinhos vermelhos no acabamento. Tem uns quarenta centímetros de comprimento, talvez uns trinta de largura, e metade disso de profundidade. Ela a quer na mesma hora, e não só porque é linda. Ela a quer porque é dela. Como se fosse algo valioso, muito amado, que se perdeu tanto tempo antes que quase foi esquecido, mas agora tinha sido encontrado de novo. Como se ela fosse dona da caixa em outra vida, em que era uma princesa ou algo assim.

— O que é? — pergunta Gwendy em voz baixa.

— Uma caixa de botões — diz ele. — A sua caixa de botões. Olha.

Ele a inclina, e ela vê os botõezinhos no alto, seis em fileiras de dois, e um botão solitário em cada ponta. Oito no total. Os pares são verde-claro e verde-escuro, amarelo e laranja, azul e violeta. Um dos botões das pontas é vermelho. O outro é preto. Há também uma pequena alavanca nas laterais da caixa, e o que parece um buraco no meio.

— Os botões são muito difíceis de apertar — diz Farris. — Você tem que usar o polegar e apertar com força. E isso é uma coisa boa. Acredite em mim: você não vai querer apertar nenhum por engano, não mesmo. Principalmente o preto.

Gwendy se esqueceu de sentir medo. Está fascinada pela caixa, e quando o homem de paletó a entrega, ela aceita. Estava esperando que fosse pesada, porque mogno é uma madeira pesada, afinal de contas, e nem dava para saber o que havia dentro, mas não é. É leve a ponto de Gwendy conseguir balançar nos dedos. Ela passa o dedo pela superfície reluzente e meio convexa dos botões e quase sente as cores iluminando sua pele.’

Stephen King e Richard Chizmar

Esse livrinho saiu faz pouco tempo e fiquei interessado nessa pegada infanto-juvenil com o lado sombrio do Stephen King.

Acabei lendo inteiro de uma vez e foi uma ótima experiência.

“Em todos os dias do verão de 1974, Gwendy Peterson, de doze anos, vai pela escada, que fica presa por parafusos de ferro fortes (ainda que enferrujados pelo tempo) e sobe em ziguezague pela encosta do penhasco.

Certo dia, um estranho a chama do alto: “Ei, garota. Vem aqui um pouco. A gente precisa conversar, você e eu”. Em um banco na sombra, perto do caminho de cascalho que leva da escada até o Parque Recreativo de Castle View, há um homem de calça jeans preta, casaco preto e uma camisa branca desabotoada no alto. Na cabeça tem um chapeuzinho preto arrumado.

Vai chegar um dia em que Gwendy terá pesadelos com isso.”

Parece um conto, até pela forma que a história foi construída, mas é muito agradável de ler. A forma de King escrever é bem tranquila e fluida, então a gente entra no livro de cabeça.

Gostei também da ideia do peso que a onipotência tem, com responsabilidades e consequências. Sobretudo porque não planejamos todas as nossas ações. Às vezes agimos por impulsos.

Recomendo essa leitura bem agradável.

FDL

domingo, 4 de agosto de 2019

Cabo do Medo – John D. MacDonald

CABO-DO-MEDO-

“Ele sentiu o rosto suar, rubro. Ela abrira novamente o livro. Seu embaraço se transformou lentamente em raiva. ‘Tudo bem. Então eu puxei conversa. Se você não quer papo é só dizer. O fato de ser bonita não lhe dá nenhum direito especial de ser rude. Não fui eu quem inventou essas regras não escritas. Não saio com as alunas aqui porque acontece de eu estar comprometido com uma garota lá em Nova York’.

Não houve qualquer sinal de que ela o estivesse ouvindo.“

John D. MacDonald

Retirado do site da editora:

“Por catorze anos, o condenado Max Cady nutriu um ódio por Sam Bowden, um advogado de sucesso que ostenta uma família margarina e que, ao atuar como seu defensor público, pouco fez para evitar que ele fosse parar atrás das grades.

Agora um homem livre, Max retorna à sociedade com sangue nos olhos e enlouquecido por uma sede de vingança pelo tempo e família que perdeu. E decide fazer com que toda a família de Sam pague por seu erro.”

Confesso que esperava um pouco mais desse livro.

Eu sempre soube que é um filme muito respeitado e favorito de muita gente. Por isso, quando a Darkside começou a lançar esses livros que inspiraram clássicos do cinema, eu comprei e já resolvi ler.

A verdade é que a história é comum, então eu esperava que a escrita fosse me chamar a atenção. Isso não ocorreu.

Em alguns momentos a forma de escrever não nos prende e para um livro curto há muitas passagens com enrolação.

Ainda assim eu quero ver o filme no futuro. Agora não deu tempo. Quem sabe na próxima temporada de filmes mais clássicos eu acabe assistindo. Talvez atuações e direção deixem uma impressão melhor.

FDL

domingo, 28 de julho de 2019

As Ondas – Virginia Woolf

as ondas virginia woolf

“— É o primeiro dia das férias de verão — disse Susan. — Mas o dia ainda se mostra embrulhado como num pacote.Não o examinarei antes de descer do trem à noite. Não me permitirei cheirá-la antes de respirar o frio ar verde dos campos. Esses, porém, já não são os campos do colégio; não são as sebes do colégio; os homens nesses campos fazem coisas reais; enchem carroças com feno de verdade; essas são vacas de verdade, não as vacas do colégio. Mas o cheiro de desinfetante dos corredores e o cheiro de giz das salas de aula ainda se entranha em minhas narinas. A aparência vítrea, lustrosa dos assoalhos ainda se imprime em meus olhos. Preciso aguardar campos e sebes, bosques e campos e encostas em declive na via férrea, salpicadas de arbustos de tojo, e caminhões e estradas e túneis e jardins de subúrbio com mulheres estendendo roupa lavada, e depois novamente campos e crianças balançando-se nos portões, a fim de recobrir e enterrar profundamente o colégio que odiei.”

Virginia Woolf

Esse foi o livro que eu selecionei par o mês de julho no desafio de 12 livros para 2019. E ele fez definitivamente com que eu repensasse esse desafio. Eu escolhi os livros no final do ano passado tendo em consideração as obras que eu já tinha na prateleira e também autores que eu precisava de um estímulo diferente, do contrário acabaria não lendo.

O problema é que eu não pesquisei direito e acabei selecionando um livro muito difícil para começar com Virginia Woolf. De todo modo, vamos lá.

As ondas é um livro escrito em fluxo de consciência, com monólogos sobrepostos de diversos personagens, que têm personalidades diferentes.

Não há enredo, conforme eles vão falando, observamos que eles narram as próprias vidas, desde o nascimento até a morte. Esse vai e vem do enredo lembra o tempo inteiro as ondas do mar.

Claro que esses monólogos são extremamente complexos e muitas vezes confusos para mim. Eles falam de suas perturbações, anseios e descrevem muito a natureza.

Acho que eu precisava de outro tipo de leitura nesse momento e senti que acabei não aproveitando tudo que esse livro teria a me oferecer. Um dia, com outro tipo de bagagem e talvez em outra conjuntura da vida eu relerei esse livro e aposto que terei uma experiência melhor.

FDL

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Chernobyl

chernobyl

Não é o tipo de série que eu costumo ver, mas acabei ficando curioso depois de toda a polêmica que começou a cercar essa produção.

São cinco episódios lançados pela Netflix, muito bem produzidos e com interpretação perfeita.

Essa história apesar de ser muito famosa, um dos maiores desastres ambientais da história, carece de detalhes, diante do regime fechado que vigorava na União Soviética.

A série Chernobyl veio para preencher lacunas. Claro que não temos garantias de que a série retrata os fatos fielmente, afinal, é uma obra de ficção. Mas em tempos de destruição ambiental crescente, sabermos o que somos capazes de fazer com o planeta é o tema do dia.

Além disso, fica claro, mais uma vez, como é fácil destruirmos tudo que foi construído ao longo da história. É a fragilidade da nossa vida aparecendo novamente para mostrar que não mudou nada.

Essa série é imperdível e muito forte. Não me arrependi em nada de ter dado uma chance.

FDL

quinta-feira, 18 de julho de 2019

No Coração do Ouro

no coração do ouro

“Uma profunda investigação sobre o escândalo que abalou os Estados Unidos e o mundo do esporte em 2017: nesse ano, uma série de abusos sexuais envolvendo Larry Nassar, o médico osteopata da equipe de ginástica olímpica feminina americana, veio à tona. Enquanto as vítimas dão detalhes sobre o que aconteceu a elas, detalhes dos crimes são revelados, assim como o encobrimento de todos eles.”

É um documentário muito bem produzido que a HBO trouxe recentemente.

Esse é um esporte que eu acompanho muito e acredito que o mundo inteiro ficou perplexo quando esse escândalo apareceu, porque o suposto método americano de treino de atletas era visto como referência.

Os relatos são dramáticos feitos por diversas atletas que sofreram a violência sexual. Além disso, causa muita surpresa verificar como essa situação durou anos sem que ninguém fizesse nada, além de não levarem a sério algumas denúncias ocorridas por algumas meninas.

De todas as tragédias devemos tirar lições. Aqui é a de que devemos ouvir mais os jovens e que os adultos podem até possuir autoridade em diversos momentos, mas devem ser acompanhados, porque os desvios sempre ocorrem por parte deles.

Recomendo muito esse documentário.

FDL

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Dentro da mente do criminoso

dentro-da-mente-do-criminoso_80185065A Netflix trouxe também esses dias essa série em quatro episódios que investiga as causas de crimes violentos, que se tornam notórios no mundo todo.

Há uma divisão por episódio, em assassinos em série, sequestros, líderes de seitas e senhores do crime.

Sinceramente não achei dos melhores. Há uma discussão bem rasa sobre casos famosos com alguns depoimentos de especialistas.

Tudo tem bastante cara de oportunismo e não traz nada de novo ao que já se sabe.

De todo modo, serve de lição para aprendermos a filtrar o massivo conteúdo em documentário sobre crimes reais que apareceram nos últimos anos.

FDL

domingo, 14 de julho de 2019

Olhos Que Condenam

olhos que condenam

Dificilmente esse ano alguma série vai superar essa no quesito tristeza. Revolta também.

O tema erro judiciário está na moda e agora começamos a ter mais séries dramatizadas inspiradas nesses acontecimentos.

Sinopse que cacei no Google:

“Na noite de 19 de abril de 1989, um grupo de jovens negros foi ao Central Park, em Nova York. Enquanto alguns corriam e gritavam com pessoas que estavam pela região, outros só queriam se reunir com amigos. Policiais foram chamados e a maioria ficou retida. Em outra parte do parque, uma mulher, Patricia Meili, foi agredida e estuprada. Ela foi encontrada horas depois gravemente ferida. Quando os policiais se deram conta dos dois acontecimentos criaram uma narrativa que faria dessas duas histórias uma só.

Cerca de 30 jovens foram levados à delegacia e, entre eles, alguns passaram por interrogatórios: Kevin Richardson, Raymond Santana, Antron McCray e Yusef Salaam. A ideia era culpá-los pelo estupro. Foram mais de 40 horas de questionamentos, insinuações, acusações e agressões. Os quatro, três negros e um latino, não tiveram pausas para comer, irem ao banheiro ou contatarem alguém. Tudo foi realizado sem a presença de um responsável, apesar de se tratar de menores de idade. Eles não se conheciam, mas os investigadores os pressionaram e jogaram uns contra os outros de forma que eles começaram se acusar. Na cabeça deles, naquele momento, a única maneira de voltarem para casa era apontar um culpado e mentir sobre o que teria acontecido naquela noite.”

São apenas quatro episódios, mas assim que vi o primeiro, recheado de cenas de tortura física e psicológica, de técnicas de interrogatório ultrapassadas, de preconceitos e visões elitistas sobre crime, fiquei um pouco mal e não estava no clima para ver o resto, porque sabia que viria chumbo grosso.

E veio. Depois de alguns dias assisti aos episódios restantes e não tem romantização, tampouco lição de moral. Apenas vemos um triste retrato de como o judiciário americano acabou com a vida de cinco adolescentes (e suas famílias) por puro preconceito.

Os atores estavam todos excelentes e não há o que dizer sobre essa série.

Vale também um especial que a própria Netflix tem com entrevistas do elenco e dos verdadeiros protagonistas da história realizadas pela Oprah. É de arrepiar ouvir os relatos.

Recomendo muito.

FDL

sábado, 13 de julho de 2019

Fahrenheit 451 – Ray Bradbury

fahrenheit 451

“- Para mim, ela não é nada; ela não deveria ter livros. A responsabilidade era dela, ela deveria ter pensado nisso. Eu a odeio. Ela o deixou perturbado, e se você continuar assim, vamos acabar na rua da amargura, sem casa, sem trabalho, sem nada.

- Você não estava lá, você não viu – disse ele. Deve haver alguma coisa nos livros, coisas que não podemos imaginar, para levar uma mulher a ficar numa casa em chamas; tem de haver alguma coisa. Ninguém se mata assim a troco de nada.

- Ela era fraca da ideia.”

Ray Bradbury

Escolhi esse livro para o mês de junho no desafio de 12 livros para 2019. Não poderia ter selecionado obra melhor.

Trata-se de mais uma distopia, na qual o governo proíbe os livros e a função dos bombeiros agora é a de destruir qualquer livro mocozado por alguma resistência.

Essa é justamente a profissão do personagem principal, Montag. Sua paz ignorante é perturbada após encontrar na rua algumas vezes com uma menina que lhe faz perguntas inconvenientes, que o tiram do sossego.

Após o desaparecimento da menina e de uma situação em que uma mulher prefere morrer queimada junto a seus livros após ser encontrada, Montag cria uma curiosidade pelo conteúdo dos livros e do porquê deles incomodarem tanto.

Com isso, um movimento de resistência é por ele descoberto.

Esse livro caiu como uma luva para o momento político em que vivemos, já que se tentam suprimir das escolas disciplinas de senso crítico e busca-se cada vez mais um discurso massificado por uso das fake news.

Já me senti incomodado com a proximidade do Conto da Aia com a nossa realidade. Nesse caso então, é evidente que esse tipo de estratégia é muito bem pensado.

Gostei muito também do seguinte trecho:

“- Por sorte, esquisitos como ela são raros. Sabemos como podar a maioria deles quando ainda são brotos, no começo. Não se pode construir uma casa sem pregos e madeira. Se você não quiser que se construa uma casa, esconda os pregos e a madeira. Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe de os dois lados de uma questão para resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça de que há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso. Paz, Montag.”

Parece que estamos vendo isso em algum lugar:

“Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com “fatos” que elas se sintam empanzinadas, mas absolutamente “brilhantes” quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão uma sensação de movimento, sem sair do lugar”.

Há também dois filmes, que no futuro ainda vou ver.

FDL

domingo, 7 de julho de 2019

How To Get Away With Murder: 5ª Temporada

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Ano passado mencionei o sentimento de que a série deveria terminar logo. Acertei. Com o fim dessa temporada, a próxima será a derradeira.

A temporada começa com um flashback da cena do casamento de Connor e Oliver em que há um assassinato na frente do bebê de Laurel.

Isso tudo dá a indicar que um personagem importante iria morrer, mas a série caiu na armadilha novamente de trazer personagens novos e mata-los, com o intuito de encher linguiça, criar suspense e andar.

Não foi uma temporada ruim, mas a série andou se arrastando. O personagem Gabriel é muito chato e fui uma infeliz opção traze-lo, porque, ao que parece, deve ser importante no futuro.

De todo modo, com certeza a temporada final trará histórias mais interessantes, porque são definitivas.

Vejamos como essa série, que foi muito importante por todos esses anos, terminará sua já complicada e fantasiosa história.

FDL

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Shippados

shippados

Uma das coisas boas da era do streaming é a possibilidade de séries como essa. Se nos últimos anos Alexandre Machado e Fernanda Young amargaram seus trabalhos com baixas audiências, no Globo Play eles enfrentam terreno fértil com o seu público fiel e menos pasteurizado.

Shippados traz a história de Enzo e Rita, que se conhecem por acidente em um dia de encontros desastrosos. Acontece que os dois são problemáticos e cheios de traumas, um dos motivos de, apesar de tentarem tanto, não conseguem dar certo no amor.

Tatá Werneck e Eduardo Sterblicth fizeram muito bem os papeis que foram dados a eles. São engraçados de verdade, além de terem um talento único, não imitam ninguém.

O elenco de coadjuvantes também foi sensacional. São nomes do humor que eu gosto muito: Luis Lobianco, Clarice Falcão, Júlia Rabello e Rafael Queiroga.

O texto dos autores continua debochado, despretensioso e muito ligado às questões do dia-dia, de “gente como a gente”. Isso que dá a graça.

São poucos episódios e eu destaco aquele em que todos estão viajando o carro quebra.

Vale mencionar também a trilha sonora, com muitas músicas da banda Vanguart e outras no mesmo estilo. A que toca na abertura fica na cabeça e tem o mesmo clima leve da série.

Espero que a série volte, porque foi uma excelente surpresa da temporada.

FDL

domingo, 30 de junho de 2019

Black Mirror: 5ª Temporada

black mirror s5

A série que tem sido a favorita de muita gente nos últimos anos voltou apenas com 03 novos episódios. Teve um filme interativo recentemente, mas ainda não vi esse.

O primeiro episódio é Striking Vipers, no qual um homem fica viciado em um jogo de luta em realidade virtual. Só que nesse game é possível fazer web-sexo e o cara acaba desenvolvendo uma relação confusa de tensão sexual e culpa com o melhor amigo.

O segundo é Smithereens, no qual um homem sequestra um funcionário da empresa de mesmo nome para conseguir ter acesso ao presidente. Sua intenção tem a ver com uma tragédia ocorrida na sua vida, que culminou com a morte de sua noiva.

O último é Rachel, Jack and Ashley Too, que teve participação da cantora Miley Cyrus. Ela interpreta uma sensação mundial da música, que criou uma boneca de inteligência artificial que emula sua personalidade. Uma menina fã da cantora acaba ficando obcecada pela boneca e, com isso, acaba salvando a vida de seu ídolo em uma história de traição e ambição.

Não senti nessa temporada aquela discussão mais incisiva sobre os efeitos da tecnologia da informação na vida das pessoas. Principalmente no último episódio eu notei uma ideia de satisfazer um público abrangente e, por certo, menos exigente e propenso a reflexões mais densas.

De todo modo eu não fui daqueles que odiou a temporada não. É aceitável.

Não tenho informações ainda se a série volta. Só sei que, se retornar, deve demorar bastante. Esperarei e verei.

FDL

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Oito Mulheres e um Segredo

8 mulheres e um segredoFilme: Oito Mulheres e um Segredo (Ocean’s 8)
Ano: 2018
Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Mindy Kaling, Rihanna, Dakota Fanning, Sarah Paulson
Nota: 7,5
Direção: Gary Ross

Para continuar o legado de sucesso de 11 Homens e um Segredo foi lançada essa versão só com mulheres, como tem acontecido com diversos filmes atualmente.

Foi um bom filme. A escolha da Sandra Bullock para protagonista eu achei acertada, porque ela tem esse estilo.

O resto do elenco foi muito bem e a história apesar de ser um pouco pueril, não compromete.

Destaco a personagem da Helena Bonham Carter, acostumada a fazer mulheres poderosas, agressivas e até meio malucas. Dessa vez ela fez uma estilista insegura e falida muito bem.

Recomendo.

FDL

terça-feira, 25 de junho de 2019

Ela é o Diabo

ela é o diaboFilme: Ela é o Diabo (She-Devil)
Nota: 9
Elenco: Meryl Streep, Roseanne Barr, Ed Begley Jr.
Ano: 1989
Direção: Susan Seidelman

Nesses dias me deu vontade de relembrar esse filme, que é um clássico da sessão da tarde.

É a história de Ruth, uma devota mulher casada, que vive em função do marido e dos filhos. O problema é que ela é atrapalhada, desastrada, está acima do peso e acaba sendo um fardo para o cara, que está no auge da profissão, crescendo na carreira.

Claro que ele conhece a escritora Mary Fisher (Streep), linda, loira, magra, independente, sexual e os dois acabam de apaixonando.

Ele larga a mulher de forma humilhante, a deixando sem chão, mas, por outro lado, dando um clique para que ela acordasse: não adiantava ser tão boa para os outros e esquecer de si mesma.

Com isso ela arma um belo plano de vingança, destruindo a vida dos dois.

A parte da vingança dela dando certo é bem engraçada. Ambas as atrizes são muito talentosas (embora saibamos que a Roseanne Barr é racista).

De todo modo, recomendo essa obra de arte da comédia pastelão dos anos 80, porque diverte muito.

FDL

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Os Imortalistas – Chloe Benjamin

os imortalistas

“SOZINHA, O PÂNICO de Varya aumenta. Ela se sente separada de seus irmãos, como se estivesse numa praia, vendo o navio deles partir. Deveria tê-los impedido de vir. Quando a porta se abre novamente, o suor se juntava sobre seu lábio superior e na bainha de sua saia. Mas é tarde demais para fugir pelo caminho que veio, e os outros estão esperando. Varya empurra a porta aberta.

Ela se vê numa minúscula copa cheia de tantos pertences que, inicialmente, não vê ninguém. Livros estão empilhados no chão como modelos de arranha-céus. As prateleiras da cozinha foram tomadas de jornais em vez de comida, e alimentos industrializados estão jogados pelo balcão: biscoitos, cereal, sopa em lata, uma dúzia de variedades de chá. Há cartas de tarô e de baralho, mapas astrológicos e calendários — Varya reconhece um em chinês, outro com números romanos e um terceiro que mostra as fases da lua. Há um pôster amarelado do I Ching, cujos hexagramas ela reconhece do Livro da Adivinhação de Klara; um vaso cheio de areia; gongos e tigelas de cobre; uma coroa de louros; uma pilha de gravetos de madeira, entalhados com linhas horizontais; e uma tigela de pedras, algumas das quais foram presas com longos pedaços de corda.”

Chloe Benjamin

Esse livro teve uma sinopse que me chamou a atenção e a leitura foi bem rápida, até porque, é curto e direto.

Eis a sinopse:

Se você soubesse a data de sua morte, como viveria sua vida? É 1969 no Lower East Side de Nova York e os rumores na vizinhança são sobre a chegada de uma mulher mística, uma vidente que se diz ser capaz de dizer a qualquer um qual será o dia de sua morte. As crianças Gold – quatro adolescentes que estão começando a conhecer a si mesmos – saem de casa sorrateiramente para saber sua sorte. As profecias informam as próximas cinco décadas de sua vida. Simon, o menino de ouro, escapa para a costa oeste, procurando por amor na São Francisco dos anos 80; a sonhadora Klara se torna uma ilusionista em Las Vegas, obcecada em misturar realidade e fantasia; Daniel, o filho mais velho, luta para se manter seguro como um médico do exército após o 9 de setembro; e Varya, a amante dos livros, se dedica a pesquisas sobre longevidade, nas quais ela testa os limites entre ciência e imortalidade. Um romance notavelmente ambicioso e profundo com uma brilhante história de amor familiar, Os imortalistas explora a linha tênue entre destino e escolha, realidade e ilusão, este mundo e o próximo. É uma prova emocionante do poder da literatura, a essência da fé e a força implacável dos laços familiares.

No final achei o livro morno e não me identifiquei com nenhum desses irmãos que foram personagens de cada ato dessa história. Senti que faltou um algo a mais e a leitura foi ficando monótona conforme chegava o final.

Acho que um dos piores defeitos que um livro pode ter é fazer com que o leitor deixe de se importar com o que vai acontecer. E foi um pouco o caso dessa história.

Não achei ruim, longe disso. Mas não marcou e esse estilo poderia ser melhor aproveitado.

FDL

domingo, 23 de junho de 2019

Toy Story 4

toy story 4Fime: Toy Story 4
Nota: 9
Elenco: muita gente fez a voz
Ano: 2019
Direção: Josh Cooley

Senti que dessa vez a Disney perdeu um pouco a mão. A tristeza que é o fator principal de todos os outros filmes, dessa vez deu um ar um pouco sombrio e depressivo a essa história tão bonita sobre amizade.

Não gostei de terem trazido um monte de personagem novo (nenhum muito interessante) e acabaram deixando outros praticamente esquecidos. O próprio papel do Buzz nesse filme é bem secundário.

A verdade é que essas obras marcam nossa infância e ficamos exigentes quando continuam ou refazem, porque mexem com a nossa memória como foi construída. Mas confesso que como o intervalo entre esses filmes foi longo, não senti nada disso no 3. Já no 4 acabei tendo essa impressão que eu descrevi.

Ainda assim é um bom filme, com cenas engraçadas, histórias interessantes e, como sempre, uma excelente fonte de aprendizado para as crianças.

Recomendo.

FDL

sábado, 22 de junho de 2019

O Inocente – Uma história Real de Crime e Justiça

inocente - netflix

Nessa onda de documentários true crime, sobretudo tratando de erros judiciários, fiquei surpreso com o anúncio desse. Já tinha esquecido dessa história pavorosa.

O Inocente é o único livro de não-ficção que o John Grisham escreveu e eu li em 2007, pouco tempo antes de criar o blog – por isso não fiz post.

Trata-se da história de Ron Williamson, um jogador de baseball americano que foi condenado à morte pelo assassinato de uma mulher chamada Debra Sue Carter.

A série tem seis episódios bastante lentos. Não foi a melhor das obras que a Netflix fez sobre esse assunto. Mas mesmo assim, para quem se interessa pelos erros judiciários, a controvérsia da pena de morte, pela natureza humana, é um prato cheio, porque esse caso é muito emblemático, pois reúne de tudo.

Já falei muito aqui sobre todas as questões que cercam os juízos sumários que ocorrem em investigações problemáticas e recheadas de preconceitos. Pior ainda quando um crime atinge repercussão, porque apressa a polícia, que encontra a solução mais fácil, que, por óbvio nunca é a correta.

Recomendo essa série, mas o livro de Grisham, que foi até relançado com uma nova capa, é bem interessante e superior.

FDL

sexta-feira, 21 de junho de 2019

O Pacote

Filme: O Pacote (The Package)
o pacoteNota: 8
Elenco: não conheço ninguém
Ano: 2018
Direção: Jake Szymanski

Quer uma comédia para rir sem parar de tão ridícula que é? Pronto. É essa. Não se sinta culpado, porque a ideia é ser escroto mesmo.

Para começar, o pacote a que o título se refere é uma rola. Explico.

Um grupo de amigos vai acampar e por acidente um deles acaba cortando o próprio pinto. No meio do resgate acaba ocorrendo uma confusão e o helicóptero leva o pacote errado para o transplante.

Os amigos são fiéis e passam por todos os apuros possíveis para levar de volta o pau cortado para ser recosturado no acidentado.

É bizarro, escroto, nojento, fútil, sexista, forçado, incorreto, ou seja, tudo aquilo que faz a gente rir de verdade.

Recomendo.

FDL

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Mistério no Mediterrâneo

mistério no mediterrâneoFilme: Mistério no Mediterrâneo (Murder Mystery)
Nota: 8
Elenco: Jennifer Aniston, Adam Sandler, Luke Evans
Ano: 2019
Direção: Kyle Newacheck

Só a Jennifer Aniston mesmo para me fazer ver um filme com o Adam Sandler em 2019.

Mas confesso que o trailer foi bem interessante.

É uma comédia romântica adulta, do tipo o casal com alguns anos de casado. Mas o interessante é que se enfiam por acidente em uma viagem de iate em que acontece um assassinato.

Não é uma morte qualquer. Trata-se de um milionário misteriosamente eliminado dentro do barco em meio a uma festa cheia de familiares, sócios, desafetos, enfim, todos suspeitos, todos com motivos para matar.

O filme é claramente inspirado nos suspenses herméticos com whodonit da Agatha Christie. E isso muito me interessa.

No final das contas, acabei gostando bastante. A comédia não insultou demais a minha paciência e no final das contas me pareceu uma nova opção de Sessão da Tarde que a Netflix trouxe, sendo que não há problema nenhum nisso – ao contrário – é importante trazermos um pouco de leveza na nossa vida. O irônico foi conseguir isso em um filme com um assassinato.

Recomendo bastante.

FDL

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Feud: Bette and Joan

feud

Essa série já estava na minha lista há algum tempo e apareceu agora a oportunidade. Trata-se de uma das maiores rivalidades já ocorridas na história do cinema, entre as atrizes Bette Davis e Joan Crawford.

Eu não conseguiria pensar em uma atriz melhor para interpretar Davis. Já gostava muito do trabalho da Susan Sarandon antes e com esse trabalho só me resta reconhecer que ela é uma das melhores atrizes da geração.

Jessica Lange também esteve muito bem, mas não a conheço muito bem e acho que a personagem mais interessante não era ela.

Fica difícil de acreditar que essa história não é um roteiro original, já que são tantas reviravoltas e bizarrices que essas mulheres fizeram tanto pelas carreira quanto uma contra a outra.

Recomendo muito essa série.

Agora, marcou a história delas o filme que fizeram juntas no final da carreira, que rendeu um Oscar a Bette Davis: O Que Terá Acontecido a Baby Jane.

Para melhorar o tempo perfeito, a Darkside lançou nesse ano o livro com a história original. Vamos primeiro ao livro e depois o filme.

baby jane - livroO Que Terá Acontecido a Baby Jane – Henry Farrell

“Sei que não deveria, mas... bem... eu preciso saber. Neste anúncio... se não se importaria em me dizer... quem é a estrela?

O sorriso de Jane se abriu. Ela fez um pequeno gesto apontando com a mão enluvada. “Eu”, disse ela. “Talvez você seja muito jovem para se lembrar, mas eu sou a Baby Jane original – Baby Jane Hudson”.”

Hanry Farrell

Excelente livro. É a curta história de duas irmãs idosas que cultivaram durante toda a vida uma relação de disputa, ressentimento, inveja e ódio. Tudo isso por conta da fama.

Chega a ser irônico ter sido interpretado no cinema pelas duas atrizes, já que a disputa pela fama e toda a relação de vaidade foi o tema central de toda a história delas.

Não somente isso, é uma ótima história de suspense, com assassinatos, tensão e bons diálogos.

Gosto muito do livro e o autor merece mais créditos, já que a história só é conhecida por conta das atrizes.

Vamos ao filme.

baby jane filmeFilme: O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
Nota: 9
Elenco: Bette Davis e Joan Crawford
Ano: 1962
Direção: Robert Aldrich

O filme cumpre as expectativas que são geradas por conta da briga das atrizes, do bom livro e do Oscar.

É sempre muito bom ver filmes de suspense antigos. Eles são construídos em uma época que a lentidão ajudava a construir o suspense. Hoje em dia seria considerado maçante se não fosse acelerado e cheio de explosões.

As atrizes realmente são espetaculares. Fazem parte de uma época do cinema em que as emoções eram expostas com muita intensidade. É bonito de ver.

Acredito que toda a experiência desse mês (série, filme e livro) valeram muito a pena. Recomendo tudo.

FDL

domingo, 2 de junho de 2019

A Idade da Razão – Jean-Paul Sartre

“Havia pessoas que não existiam, eram vapores, e outras que existiam um pouco demais. O barman, por exemplo. Pouco antes fumava um cigarro, vago e poético, como um jasmineiro; agora acordara, era demasiado barman, sacudia o shaker, abria-o, escorria uma espuma amarela nos copos, com gestos de uma precisão supérflua.”

Jean-Paul Sartre

Um pouco atrasado venho falar o livro escolhido para o mês de maio no desafio de 12 livros para 2019.

Nunca tinha lido nada do Sartre e achei que seria uma boa inclui-lo no desafio, como uma forma de me forçar a ler. Deu certo.

A Idade da Razão é o primeiro livro de um box com três, que formam Os Caminhos da Liberdade.

Na história, Mathieu é um professor que vive cercado dos alunos e não dá muita importância a dinheiro a bens materiais. Ocorre que em determinado momento para manter sua própria liberdade ele precisa de dinheiro, não tem jeito. Sua namorada engravidou e ele precisa de 05 pilas para pagar o aborto.

O livro mostra o protagonista revisitando várias pessoas da sua vida em busca do dinheiro e a todo momento é julgado pelo seu modo de viver.

Gosto do personagem Daniel, que vai crescendo ao longo do livro: um homossexual corroído pela culpa e pelo nojo que tem da vida que leva. Ele acaba cruzando o caminho de Mathieu e tem um bom diálogo com ele no final da história.

Gostei muito e achei que teria dificuldades com a linguagem. Não foi o caso.

O livro tem muitas sutilezas que valem um bom papo. Já quero ler os outros dois do box.

Recomendo.

FDL

The Case Against Adnan Syed

adnan hboEsse caso tomou grande atenção da mídia com o podcast Serial, que comentei em 2015.

Agora, passado esse tempo, a HBO fez um documentário em 04 partes para contar todo o caso. Com o plus de termos as informações do ocorrido após a publicação do podcast.

O caso é todo contado pelas pessoas participantes daquela região em 1999, além de imagens e depoimentos. É um documentário muito bem feito e traz novamente todo aquele desconforto sobre a fragilidade do sistema penal.

O melhor de tudo é que ficou claro que o caso ainda terá novidades nos próximos anos, porque a repercussão trouxa atenção de pessoas muito importantes e interessadas na vida de Adnan.

Recomendo muito essa obra da HBO.

FDL

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Dilema – 1ª Temporada

dilema netflix

A aposta do momento da Netflix é essa série com a Renée Zellweger.

Anne (Renée Zellweger) é uma mulher enigmática e poderosa que fará uma proposta inusitada para um jovem casal com problemas financeiros. Apesar de ser sedutora e carismática, ela esconde grandes segredos sobre algo que aconteceu em sua juventude.

Essa série simplesmente não me convenceu. O principal elogio que ela recebeu foi com relação à atuação de Renée Zellweger. Me desculpe, mas nem com isso eu concordo. Achei a interpretação dela meio robótica e cheia de clichés.

Mas o principal problema de Dilema é a história. Ela não pega, não é verossímil, muito menos é bem construída.

É feito todo um mistério a respeito do passado de Anne e sobre sua motivação para se envolver com aquele casal. Quando descobrimos o que ocorreu dá a seguinte sensação: “tudo isso por causa disso?”

Sem contar que boa parte da conclusão fica óbvia desde o começo.

Foi um tiro na água. Detestei essa série e não recomendo.

FDL

domingo, 26 de maio de 2019

Aladdin

aladdin 2019Filme: Aladdin
Nota: 10
Elenco: Will Smith, Mena Massoud, Naomi Scott, Nasim Pedrad
Ano: 2019
Direção: Guy Ritchie

Ah, as expectativas!

A Disney está fazendo versões em live action de praticamente todos os seus clássicos. E chegou, finalmente, a vez de Aladdin, um dos meus favoritos, que marcou a minha infância.

Mas já tinha visto que a direção seria do Guy Ritchie. Não é nem de longe um diretor que eu admiro e aquilo que ele fez com o Sherlock Holmes é indesculpável.

Por isso, fui ao cinema esperando uma bosta de filme, completamente descaracterizado e cheio de excentricidades sem explicação, feitas por um diretor vaidoso.

Não é que me surpreendi?

Para começar, a escalação de Will Smith para ser o gênio foi um golpe de mestre. Ele tem toda essa mistura de emoção, humanidade e comicidade que esse personagem exige. Gostei muito também de ter sido explorado um lado mais humano do personagem.

Outra mudança de que eu gostei muito foi o empoderamento da princesa Jasmine. Aliás, primeira vez que escuto a palavra “sultana”. No desenho da Disney ela já era uma mulher que queria ser dona de si e não admitia ordens. Mas o live action foi além. Ela queria ser a protagonista do poder, não a esposa do cara que mandava.

Fora isso, a parte musical foi respeitada, além da essência da história. Os efeitos especiais estavam impecáveis e a cena de apresentação do príncipe Ali chegou a arrepiar de tão bem feita.

Só tenho elogios a esse filme e recomendo que todos corram para aassistir.

FDL

quarta-feira, 22 de maio de 2019

O Desaparecimento de Madeleine McCann

madeleine - netflix

A Netlix não está perdendo tempo com os documentários de true crime. O caso de Madeleine McCann tomou muita atenção dos noticiários há alguns anos e esse desaparecimento continua como um mistério até hoje.

O documentário é extremamente detalhista de conta a história completa, do começo ao fim, com várias narrativas. São 08 episódios e confesso que em vários momentos fica repetitivo e parece sem rumo.

De todo modo, o caso inteiro é analisado, com observações sobre os suspeitos, a polícia portuguesa, a atenção da mídia, o desconforto diplomático que esse desaparecimento causou e muitos outros detalhes.

A ideia aqui nem é fazer comentários sobre o caso, porque é um dos mais complexos que eu já vi. Mas sim falar sobre esse documentário, que foi muito bem feito. Não espere aquelas imagens de plano de fundo com um depoimento prolixo de alguém envolvido com fotos aparecendo. É um compilado de toda a história mesmo.

Recomendo e tenho a sensação de que um dia saberemos o que ocorreu nesse caso.

FDL

terça-feira, 21 de maio de 2019

Now Apocalypse

now apocalypse

Sinopse: “O dia-a-dia agitado e surreal de Ulysses (Avan Jogia), Carly (Kelli Berglund), Ford (Beau Mirchoff) e Severine (Roxane Mesquida), um grupo de quatro amigos que buscam amor, sexo e fama na cidade de Los Angeles. As coisas começam a ficar complicadas quando Ulysses tem esquisitos sonhos premonitórios e passa a desconfiar que uma conspiração sombria pode existir”.

Foi uma das coisas mais bizarras que eu já vi na minha vida. Achei que seria uma comédia engraçadona sobre jovens, com uma pontinha de non sense.

É completamente non sense. Não entendi nada. Nem há o que dizer.

Não recomendo.

FDL

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Eurovision 2019

eurovision 2019

Eu já tenho postado sobre essa competição desde 2016 e ela tem influenciado muito meu gosto musical desde que comecei a acompanhar.

O problema é que em 2019 a seleção de músicas não fez a minha cabeça. Então pensei que assistindo aos shows ao vivo eu poderia mudar de opinião.

Infelizmente isso não aconteceu. Não achei nada de marcante ou impressionante. Nenhuma música me deu vontade de salvar na lista ou de sequer ouvir novamente. Nenhuma apresentação ao vivo eu achei diferente ou impressionante a ponto de querer ver de novo.

Não foi um bom ano.

O vencedor foi Duncan Laurence, da Holanda, com a música Arcade. De fato foi uma das melhores que apareceram.

Agora é torcer para no ano que vem termos algo melhor. Ainda acredito no Eurovision.

FDL

domingo, 5 de maio de 2019

Amizade Dolorida - 1ª Temporada

amizade dolorida s1Mais uma comédia bizarra que a Netflix trouxe para a gente. A tradução é péssima do título, mas fazer o quê? O nome original é Bonding.

É a história de dois amigos, Pete e Tiff. Ele é um cara gay precisando de dinheiro para pagar o aluguel e ela uma estudante competente que trabalha como dominatrix.

Depois de um tempo afastados, eles se reencontram e agora Pete consegue solucionar seus problemas financeiros trabalhando como ajudante de Tiff.

A série se sustenta bastante nas situações sexuais bizarras em que os fetichistas se metem. Além disso, trata da relação das pessoas com a sexualidade, o assédio sexual nas universidades e as condições psicológicas de quem trabalha com isso.

No final é mais uma série curtinha, que acaba se apagando na memória, apesar de ter seus momentos bons. De todo jeito, achei boazinha e tenho vontade de assistir à continuação se não tiver nada melhor pra fazer.

Recomendo.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Só As Partes Engraçadas – Nell Scovell

“ Minha carreira de escritora demorou a decolar. Isso porque adquiri um hábito infeliz quando tinha 20 e poucos anos. Algumas pessoas passam o pós-faculdade em meio a uma névoa de fumaça de maconha. Eu gostava de casar. Fiz isso duas vezes. E me divorciei duas vezes. Tudo antes dos 26.“

Nell Scovell

Vamos ao prêmio picolé de chuchu do ano? Não sei o que eu tinha na cabeça quando comprei esse livro e, sobretudo quando retirei da estante para ler.

Nell Scovell é uma roteirista de sucesso nos EUA, escreveu para diversos programas de comédia e para eventos com pessoas importantes.

Nesse livro ela conta a trajetória de sua carreira, seus altos e baixos e suas relações com diversas pessoas do ambiente dela que eu não conheço.

Nem posso dizer que o livro é ruim, só é completamente fora do meu interesse. Talvez eu achasse que fosse ler uma narrativa engraçada, de uma pessoa com talento para escrever narrando sua vida com situações cômicas até atingir o sucesso.

O livro chega a ser burocrático enquanto ela vai contado o que passou em cada emprego e não consegui ter empatia nenhuma por essa mulher.

Vou esquecer tudo ainda esse mês.

FDL

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Fyre Festival: Fiasco no Caribe

Esse documentário apareceu há alguns dias no Netflix e a sinopse é tão absurda, que nós precisávamos ver. Também fiquei surpreso em nunca ter ouvido falar nessa história ocorrida em 2017.

“Fascinados pela promessa de um festival luxuoso nas Bahamas, centenas de pessoas compraram pacotes que custavam de 10 a 100 mil dólares com direito a acomodações de luxos, apresentações musicais e as melhores comidas e aventuras. No entanto, ao chegar lá eles se depararam com um terreno ainda em construção e algumas tendas. Do dia para a noite, estavam presos em uma ilha deserta com condições instáveis e mudanças climáticas agressivas.”

O documentário é longo, mas muito bem construído. Ele vai pouco a pouco mostrando como uma ideia inconsequente pensada por jovens ricos e pseudo onipotentes se transformou em um crime.

Aos poucos o produtor via que não daria certo o festival, mas todo o luxo e glamour que ele forjou nas redes sociais fizeram com que ele não voltasse atrás e fosse tentando remendar conforme os problemas aconteciam. O resultado foi essa tragédia, com várias pessoas enganadas e vários golpes.

Gostei muito do foco em mostrar como a sociedade de consumo excludente que as redes sociais trazem faz com que pessoas gastem fortunas só para estarem dentro de um círculo. E quem cria as trends?

Esse documentário também discute a responsabilidade de pessoas famosas, os tais influencers, no conteúdo que postam e indiretamente endossam. Eles deveriam saber? A discussão é boa.

Recomendo essa história, que de tão absurda, faz a gente entender que por ser real, vivemos tempos absurdos.

FDL

terça-feira, 23 de abril de 2019

As Fronteiras do Nilo

Não sei como, me apareceu a estreia dessa série há alguns meses e de forma muito despretensiosa eu resolvi ver.

É no canal Off, apresentado pela remadora Karina Vela, que eu não conhecia, já que esse tipo de esporte não é muito minha praia. Mas como falava de Rio Nilo, o papo era outro.

Foram 15 episódios e neles Karina acompanhou toda a extensão do Rio Nilo, desde a foz, no Mediterrâneo, até uma das nascentes, na Etiópia.

Em cada episódio ela ia mostrando detalhes das cidades por onde passava e a influência que o rio trazia, que ultrapassa a dependência natureza, sendo até hoje uma divindade em vários locais.

Além disso, ela mostrou a cultura ancestral do Egito, do Sudão e da Etiópia, países muito ricos em história e com um povo carente, mas muito receptivo.

Eu achei essa apresentadora muito carismática, realmente interessada no que fazia. Até mesmo em alguns momentos ela se emocionou com a experiência que vivia. Ela também foi de mente aberta, pronta para aceitar culturas diferentes e também passar por situações desconfortáveis.

Toda semana eu via sem deixar acumular e realmente recomendo. Deve ter nos sistemas on demand do canal Off.

O Egito sempre me impressiona e dessa vez não foi diferente.

FDL

sábado, 20 de abril de 2019

Areia Movediça

Achei que essa série imitaria Elite de algum modo, ou então com alguns traços daquele livro Lista Negra, que eu li há algum tempo. Por isso não me empolguei tanto para ver, apesar de ter salvo na lista do Netflix quando saiu.

Só depois, quando eu vi que a produção era sueca, que eu resolvi assistir de verdade. Fazia tempo que eu não pegava nada desse gelado, sombrio e genial país.

A série é excelente e, de fato, tem muito de Elite e Lista Negra, mas também tem a sua originalidade, porque ao mesmo tempo que conseguiu segurar um suspense do que de fato aconteceu na cena do crime, nos mostrou toda a tensão psicológica que a protagonista Maja sofreu.

Gostei muito também da forma como foi mostrada a reação da mulher que vive em um relacionamento abusivo, sendo responsabilizada pelos problemas do parceiro, como se a responsabilidade pela saúde mental do cara fosse dela.

Por fim, quero muito destacar a posição da promotora nessa série, que não estava nem ligando para as vítimas. Se estivesse preocupada com o sofrimento alheio não teria feito aquele interrogatório tão afrontoso contra Maja.

Enfim, pelo esquema dessa produção de 06 episódios, acho difícil haver uma continuação, já que não faz muito sentido. Mas vi que há um livro em pré-venda. Esse me interessou e quem sabe no futuro eu escrevo depois de ter lido?

Recomendo muito essa série.

FDL

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Special - 1ª Temporada

special s1Assisti esses dias a esta comédia nova do Netflix porque achei a sinopse bem diferente e bizarra.

É a história do jovem Ryan, que tem 27 anos e muita dificuldade de ter sua vida independente por conta de uma paralisia cerebral.

São 08 episódios que mostram Ryan começando em um novo emprego, cheio de pessoas superficiais e fúteis. Para sobreviver no trabalho ele precisa inventar uma mentira.

A série é toda voltada para a temática da inclusão, já que além da deficiência, Ryan é homossexual, além de ter uma melhor amiga gorda e diversos outros assuntos são abordados nos poucos episódios.

É uma comédia, mas entre aspas, porque a graça da série não está em ser engraçada e sim contar algumas histórias complicadas e difíceis de forma leve. Gostei da forma que mostrou a jornada de Ryan pela auto-aceitação e pela independência da mãe (que é a Susan, de Friends).

Não sei se gostei tanto a ponto de me comprometer a ver a segunda temporada (se é que teremos outra). Mas, de repente pode ser que eu veja. Recomendo.

FDL

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Series Finale – Veep – 7ª Temporada

veep s7

Infelizmente acabou. Tenho certeza de que essa foi uma das melhores comédias exibidas ultimamente.

Julia Louis-Dreyfus tem um talento incomparável em fazer rir, em expressar sensações contraditórias com caras e bocas. Ela é uma atriz impressionante.

A temporada final foi mais curta e foi focada na tentativa final e desesperada de Selina para se tornar presidente novamente, depois de um tempo no ostracismo e com uma péssima reputação.

Ocorre que a mulher é um demônio e sabe se aproveitar de todas as circunstâncias para tentar fazer um factoide a seu favor. Em alguns momentos o risco não valeu a pena, porque o resultado foi bem negativo.

Na temporada final há um fechamento interessante, inclusive com os coadjuvantes, que são peça fundamental do sucesso dessa série.

Mal vejo a hora de Julia Louis-Dreyfus voltar com alguma série nova, porque com certeza será boa e engraçada.

Veep vai deixar saudades.

FDL

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Precisamos Falar Sobre o Kevin – Lionel Shriver

“Senhora Khatchadourian, alguma vez a senhora ou seu marido bateram em seu filho?” O advogado de Mary debruçou-se ameaçador na plataforma onde eu prestava depoimento.

Tudo o que a violência faz é ensinar à criança que a força física é um método aceitável de obter o que se quer”, recitei.

O tribunal só pode concordar com isso, senhora Khatchadourian, mas e muito importante esclarecermos o assunto, para que fique registrado nos autos. A senhora ou seu marido alguma vez abusaram fisicamente de Kevin enquanto ele esteve sob os cuidados de vocês?”

“Claro que não”, falei com toda a firmeza e, depois, resmunguei mais baixo, para que não restassem dúvidas: “Claro que não”. Arrependi-me da repetição. Há algo de suspeito em qualquer afirmação que precise ser dita duas vezes.

Ao descer da plataforma, meu pé enroscou num prego no assoalho, e com isso arranquei o salto preto de borracha do meu sapato. Claudicando de volta a meu lugar, refleti que era melhor um salto quebrado que um enorme nariz de pau.

No entanto, guardar segredo é uma disciplina. Nunca me considerei boa mentirosa, mas, depois de certa prática, adotei o credo dos safados, segundo o qual mais que fabricar uma mentira a grande questão é se casar com ela. Uma mentira bem-sucedida não pode ser trazida ao mundo e, depois, abandonada por um capricho qualquer. Assim como todo relacionamento em que há compromisso de ambas as partes, a mentira tem de ser mantida, e com muito mais empenho que o dedicado à verdade, que continua sendo uma mera verdade descuidada sem ajuda de ninguém. Já a minha mentira precisava de mim tanto quanto eu precisava dela e, portanto, exigia a constância de um voto matrimonial: até que a morte nos separe.”

Lionel Shriver

Vamos ao livro de abril do desafio de 12 livros para 2019. Dessa vez é Precisamos Falar Sobre o Kevin, escrito por Lionel Shriver.

Esse livro é epistolar, mas com um detalhe. São cartas que a protagonista escreve ao seu marido, que foi assassinado pelo próprio filho do casal, Kevin. Além disso, o adolescente matou diversos colegas de escola e a irmã mais nova, deixando apenas a mãe viva.

Super leve, né? Então vamos.

A cada carta a mãe retoma sua história de vida, como se agora nada mais importasse e pudesse ser completamente sincera a respeito dos seus sentimentos.

O começo do livro se arrasta muito e é bem chato.

Começa a ficar mais interessante quando vemos sua relação com Kevin já desde criança, que demonstrara seu comportamento sádico e frio desde bebê.

Há passagens perturbadoras da própria mãe, que confessa não ter tido vontade de ter esse filho, as complicações da gravidez e a relação de guerra e domínio que foi construída ao longo do tempo, culminando com a tragédia.

Em vários momentos o livro volta a se arrastar, mas a história é interessante olhando de uma forma geral.

O filme eu vi em 2012 e acabei relendo meu post, no qual fui bem crítico com o que vi. Não sei se sigo do mesmo jeito.

De todo modo, o que falta no filme a respeito das consequências e do impacto na cidade depois do crime, o livro supre essa lacuna.

Acho que tanto livro quanto filme são equiparados porque têm virtudes e falhas. Mas de algum modo ambos se complementam.

Essa história é pesada e percebi que nesse ano acabei selecionando uma coleção de porradas na cara para ler. De repente é necessário.

FDL

domingo, 7 de abril de 2019

Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado e Conversando com um Serial Killer

Nem estamos no mês do true crime, mas com a estreia desse documentário Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy, aproveitei para assistir e, de quebra, ler o livro recém-lançado pela Editora Darkside – Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado, de Ann Rule.

“Ted estava exausto. Passara muitas noites em claro. O rosto desprovido de cor e manchado de lágrimas, magro, com aparência até mesmo frágil, e usava duas camisas, como se quisesse mesmo afastar o frio da morte. Não se parecia em nada com o jovem político carismático. Ted parecia velho e esgotado.”

Ann Rule

Embora Ted Bundy seja um dos mais famosos serial killers que se conhece, sobre a sua história eu tinha apenas os fatos resumidos nos tantos documentários que assisto ou então nos compilados com resumos sobre esse tipo de assassino.

Com esse livro e esse documentário há um mergulho nesse caso, que é impressionante e superlativo sob vários pontos de vista.

Resumidamente, Ted Bundy foi um homem considerado bonito e carismático que utilizou esses recursos para enganar e matar dezenas de mulheres entre os anos 60 e 70 nos EUA.

Além disso, Ted é o estereótipo de serial killer lobo em pele de cordeiro: tem comportamento aceito pela sociedade enquanto esconde seus anseios violentos. Pior ainda, era extremamente inteligente, manipulador, sem nenhum sentimento pelos outros e muito narcisista.

O livro é narrado pela autora em primeira pessoa. Ann Rule conheceu Ted quando trabalharam juntos em um centro de atendimento para prevenção ao suicídio. Acabaram tendo uma amizade que perdurou anos.

Por algum motivo, Ted nunca deixava de se comunicar com Ann, mesmo após preso e condenado, até mesmo aguardando a execução da pena de morte.

O livro é um compilado da vida de Ann em paralelo com os crimes ocorridos, as investigações e o desfecho desse caso que chega a ser folclórico quando observada a atenção das pessoas ao que ocorreu.

Foram muitas vítimas, muitas reviravoltas e conforme vai passando a história, parece que foi um filme que ocorreu.

Aliás, para o final do ano está previsto o filme "Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil" (descrição que o juiz deu sobre Bundy na sentença). Será protagonizado pelo Zack Effron. Vejamos.

O livro é enorme, tem quase 600 páginas e é bem detalhado. Em alguns momentos algumas informações irrelevantes tomam muitas páginas. Mas faz parte da vida.

Quanto ao acabamento, seria chover no molhado falar do capricho que é a arte preparada pela editora, que trouxe mais uma capa dura, com diversas fotos e recursos gráficos.

Enquanto lia o livro acabei vendo a série da Netflix.

O documentário é dividido em 04 partes e narra toda a história dos emblemáticos assassinatos cometidos por Ted Bundy, além do julgamento, suas fugas, sua confissão final e sua execução.

No meio disso são exibidos trechos inéditos de uma entrevista que Bundy deu na cadeia a um jornalista. Há depoimentos, fotografias, trechos do julgamento, enfim, fizeram um retrato bem digno e fiel do que ocorreu nesse caso.

Os documentários de true crime estão cada vez mais em evidência e esse teve um estilo mais seco, direto, sem liberdades artísticas. É como uma notícia de jornal filmada.

Realmente muito interessante e gostei muito do gesto de não se estenderem demais, porque senão ficaria tudo muito cansativo.

Recomendo muito o livro e o documentário. Esperemos o que será do filme.

FDL

sexta-feira, 29 de março de 2019

O Conto da Aia – Margaret Atwood

Se eu pensasse que isso nunca mais me aconteceria, eu morreria.

Mas isto está errado. Ninguém morre por falta de sexo. É por falta de amor que morremos. Não há ninguém que eu possa amar, todas as pessoas que eu podia amar estão mortas ou em outro lugar.”

Margaret Atwood.

Para o desafio de 12 livros em 2019, no mês de março, escolhi O Conto da Aia. Achei que combinaria com o mês da mulher e assim eu não perderia a chance de ler esse livro, que me parece ser cada vez mais atual.

Trata-se de uma distopia, na qual em um mundo não distante, um governo autoritário começou a restringir cada vez mais os direitos democráticos, até que em um determinado momento há uma sociedade fanática religiosa, com mulheres escravas, sistema de castas e uma sociedade de vigilância, com penas de morte em praça pública.

Tudo está relacionado com uma crise de fertilidade que atinge a população, que também sofre com a poluição. Isso faz surgir uma onda conservadora, que utiliza métodos e técnicas agressivas para a construção dessa nova sociedade.

O que me impressiona é esse livro ter sido escrito em 1985. Era uma época em que os comportamentos liberais cresciam muito. Não se esperava ver o que ocorre hoje, uma guerra entre liberais e conservadores. Enquanto escrevo esse post, é uma guerra ainda ideológica. Até quando ficará assim não sabemos.

Há diversas passagens perturbadoras nesse livro, sobretudo com a protagonista, Offread, uma Aia, ou seja, mulheres que ainda são férteis e, por isso, são muito valiosas. Não por isso mantiveram sua humanidade – são coisas preciosas, mas são passam disso.

A relação entre os seres humanos no contexto da dominação é incômoda demais. A vigilância constante e o pensamento completamente preso na cabeça são perturbadores.

É um dos melhores livros que li na vida.

Com isso, resolvi ver a série, que já está em temporadas avançadas, mas ainda é sucesso de crítica.

Não passei do primeiro episódio.

É uma série excelente e não segui por dois motivos.

O clima de incômodo é ainda pior. A mensagem eu já havia captado com o livro e não vi necessidade de ver uma série de vários episódios de dor e sofrimento para uma ideia que eu já tinha assimilado.

O segundo motivo é maior. Essa obra deixa várias perguntas sem respostas. Isso tem motivos, porque o próprio clima de incerteza e conspiração fazem parte do que a autora quis passar.

Séries americanas sempre pecam pelo mesmo motivo. Já percebi que O Conto da Aia vai ter várias temporadas e vão acabar transformando a história em algo diferente do original. Não senti vontade de ver o que vai ser construído.

De todo modo, Elisabeth Moss de cara demonstrou merecer todos os prêmios que recebeu, porque sua atuação está no ponto do que é essa série.

Recomendo muito a série e o livro, mas tenhamos estômago, porque o Conto tem cara de premonição.

FDL

sexta-feira, 15 de março de 2019

The Final Table – Que Vença o Melhor

Como se eu já não assistisse a um número suficiente de reality shows, ainda me aparece mais um de culinária. Esse meu irmão me indicou, que estava sendo exibido pela Netflix e eu nem sabia.

A competição é mundial, em vários sentidos. Disputada por duplas, de diferentes nacionalidades, a cada semana uma é eliminada. O mais legal é que a cada episódio eles cozinham a comida típica de um país selecionado e são julgados por nomes famosos tanto da gastronomia quanto da cultura em geral do local escolhido.

Houve brasileiros, que foram bem longe na competição e também houve um episódio em que o Brasil foi escolhido como tema.

Gostei bastante da série e acabei vendo tudo de uma vez, porque é bem interessante.

Recomendo.

FDL