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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

The Stanford Prison Experiment

stanford prisonFilme: The Stanford Prison Experiment
Nota: 10
Elenco: Ezra Miller (é o único que eu conheço, mas o filme já vale pela presença dele)
Ano: 2015
Direção: Kyle Patrick Alvarez

 

 

 

 

É um filme inspirado em fatos reais, em que o professor de Stanford Philip Zimbardo contrata diversos jovens e simula uma prisão dentro de salas da universidade. O objetivo do estudo é analisar os efeitos do encarceramento tanto nos presos quanto nos guardas. O problema é que a situação foge do controle rapidamente e o projeto tem que ser encerrado antes do tempo.

Antes de falar do assunto do filme em si, não dá para deixar de dizer que o Ezra Miller tem potencial para ser um dos melhores atores da geração dele e deixar sua marca no cinema. É impressionante a entrega e a capacidade desse ator de passar emoções por meio dos personagens, que sempre são desafiadores.

Quanto ao filme, foi excelente e o ano já começou bem. O ator Billy Crudup criou com perfeição um professor Zimbardo que vai se transformando ao longo do filme, inflamado pela relação de poder que se instaura no seu estudo.

Fora isso, nem que seja uma migalha do que é o encarceramento de verdade, vale trazer esse mundo paralelo para a realidade. As pessoas preferem fingir que não existe aquilo tudo, que são seres humanos lá dentro. Um filme como esse mostra como a percepção de mundo muda conforme nossa liberdade é restrita.

Todos os atores são excelentes e não faltou nada.

Eu preciso também destacar um personagem que me deixou muito intrigado: Jesse Fletcher, muito bem interpretado pelo ator Nelsan Ellis.

Esse personagem é chamado como espécie de consultor por Zimbardo porque já esteve preso. Não há muitos detalhes sobre o que fez, como foi sua prisão e o que fazia agora, mas a relação dele com a história é preciosa.

Em determinado momento, eles simulam uma audiência para decidir se os supostos presos podem ou não conseguir livramento condicional. Fletcher faz parte como um dos conselheiros que deliberam sobre isso. Nesse momento ele despeja uma porção de preconceitos, frases feitas, distorções e humilhações nos presos.

O momento que me conquistou nesse filme veio logo depois: ele pede pra sair. Diz que fez com os jovens o que foi feito com ele enquanto preso, para dar mais realidade à experiência do encarceramento. O problema é que gostou da troca de papéis e se tornou o lado que odiava com facilidade.

É bem a situação em que o menino é o pai do homem em Brás Cubas, quando o escravo já livre chicoteia os outros repetindo os mesmos xingamentos que ouvia quando não era livre. Parece que a diferença entre o bom e o mau é uma questão apenas de oportunidade. Sorte de Fletcher que percebeu a armadilha e caiu fora.

Cada cena tem uma reflexão interessante e esse filme é obrigatório a todos, sobretudo a quem se interessa pelo tema criminal.

FDL

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Como Woody Allen Pode Mudar Sua Vida – Éric Vertzbed

woody

“Segundo essa lógica, Woody Allen imagina a possiblidade de fabricar a companheira ideal mediante uma cirurgia que enxertaria o cérebro de uma mulher com uma personalidade maravilhosa no corpo ideal de uma mulher sexy, porém estourada e mesquinha. Mas logo percebemos que essa combinação não lhe convém: ele tem uma necessidade imperiosa de criar alguma falta (chave do desejo, garantia da vitalidade). A perfeição enjoa mais do que o sacia, e ele se apaixona pela segunda mulher saída da cirurgia, a megera desajeitada, a feia geniosa...

Essas dificuldades amorosas também remetem a uma forma de masoquismo, a uma dívida inconsciente, à necessidade de sofrer para se sentir autorizado a desejar. Em Neblina e sombras, quando uma prostituta oferece seus serviços a Kleinman, vivido por Woody Allen, este recua dizendo: “Nunca paguei para fazer amor”. E ouve dela: “Você que pensa.”

Éric Vartzbed

Me deparei com esse livro em uma dessas promoções de sites de vendas. Achei que pudesse tirar algo de bom daí, sobretudo por uma visão aprofundada dos filmes de Woody Allen, que são extremamente complexos.

Acertei. Pouco mais de 70 páginas lidas nas filas de consultas, compromissos e etc. me deram uma nova visão sobre a obra desse gênio.

O autor vai estabelecendo padrões nos filmes de Allen e os encaixa nas filosofias que ele mesmo expõe. Tanto o niilismo quanto a noção de realidade e expectativa são tratados com base em passagens e personagens clássicos do cineasta.

Além disso, o livro trata da visão do diretor nos filmes em relação à religião, política, vida romântica e as relações éticas dos indivíduos.

São abordados quase todos os filmes de Woody Allen e eu não vi todos. Essa frustração de não ter tirado do livro 100% do que eu poderia foi um estímulo a assistir mais obras dele.

No final, é mais uma conversa filosófica com base em bons filmes do que qualquer outra coisa. Vale muito a pena, ainda mais por ser tão pequeno e não dar tempo de enjoar do assunto recorrente.

FDL

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Serial Podcast

Serial

Isso foi realmente surpreendente e mais uma prova de que a internet e a era digital são incríveis.

Recebi a indicação de amigos da Renatinha e da Lica sobre um podcast chamado Serial, que tratava de um crime real e era um sucesso nos Estados Unidos.

Eis do que se trata:

Sarah Koenig é uma jornalista americana e acabou se deparando com um caso de homicídio ocorrido em 1999 em Baltimore. Amigos e parentes do condenado não se conformam com a sentença e dizem que o processo foi cheio de furos e que ele é inocente.

A jornalista se interessa pelo caso e passa a investigar de forma independente o que ocorreu, se poderia ter havido um erro judiciário. Só que o caso tem tantos desdobramentos e situações peculiares que ela transformou toda a investigação em um seriado de 12 episódios na forma de podcast.

Durante os áudios há narrações de Sarah, diálogos com os envolvidos, utilização de áudios da época, e muitas digressões.

O caso é o do assassinato da estudante de 18 anos Hae Min Lee, que desapareceu logo após sair da escola em Baltimore, tendo seu corpo sido encontrado dias depois em um parque na cidade. O condenado pela morte foi Adnan Syed, também estudante e ex-namorado da garota.

Sarah faz uma investigação meticulosa sobre tudo o que aconteceu, conversando com testemunhas (várias se deixaram gravar para o podcast), fazendo reconstituições, procurando novos documentos e versões sobre o ocorrido.

O caso é extremamente complexo e tem várias nuances. Eu passaria dias aqui fazendo comentários e dando pitacos.

Essa polêmica toda transformou esse podcast num sucesso, com milhões de ouvintes por episódio.

O que eu mais gostei foi da tentativa de imparcialidade de Sarah. Ela resolveu mexer em tudo de cabeça limpa, sem pré-julgar Adnan, mas tampouco sem defende-lo. A conclusão a que ela chega no final não digo.

O podcast é muito bem produzido, com uma evolução envolvente, trilha sonora incidental e vários fatores sedutores.

Melhor que tudo isso são as digressões dos envolvidos, porque trazem discussões extremamente relevantes ao sistema penal tanto americano quanto mundial. Há sim preconceitos, pressões, falta de transparência, desrespeito às garantias fundamentais.

O podcast foi tão relevante que as novas evidências deram uma chance de reexame do caso de Adnan nas cortes norte-americanas.

Infelizmente não há no momento nenhuma tradução para o português, então precisamos usar todo o nosso inglês profissional aprendido na Escola Friends de Idiomas. Há transcrições que ajudam também os que não possuem o ouvido tão afiado.

Segue o link: http://serialpodcast.org/

Já foi prometida uma segunda temporada, com outra história, que deveria ter estreado esse ano, mas logo sai.

Claro que não posso deixar de registrar aqui uma frustração minha: o SNL já tinha feito esquete sobre Serial e eu acabei não entendendo. Só agora fui atrás e vi de novo, compreendendo como o elenco do SNL é genial.

FDL

sábado, 22 de junho de 2013

O Canto da Sereia

ocantodasereia-serie

Com o final das séries que eu assisto sem deixar pra depois, começa a época em que eu vejo mais filmes ou qualquer programação que eu resolvi postergar.

O Canto da Sereia me chamou a atenção com a minissérie que a Globo exibiu em janeiro. Mas eu soube que era inspirada em um livro de Nelson Motta. Desse modo, deixei pra ver depois, quando conseguisse ler o livro. Para isso faltou tempo e também a possibilidade de encontrar aquele epub esperto pelas internets da vida.

Comecemos pelo livro:

O Canto da Sereia: Um Noir Baiano – Nelson Motta.

“Sim, Sereia era o seu nome verdadeiro, ela foi batizada como Sereia Maria de Oliveira, uma promessa de sua mãe para Iemanjá, que lhe apareceu em um sonho dizendo que a menina que esperava teria cabelos de ouro e olhos de mel, seria bonita, rica e famosa, e se chamaria Sereia. Quando a menina nasceu, ela consultou sua mãe-de-santo, que jogou os búzios várias vezes e confirmou que Sereia conquistaria a fama e a fortuna, mas não seria feliz por muito tempo”

ocantodasereia-livroO título já tem essa característica, de se tratar de um noir baiano. Isso é bem interessante porque já sugere uma mistura incompatível. No entanto, tem coisa mais brasileira do que isso? Essas misturas improváveis que dão ao nosso país essa cara própria ficam claras nisso.

Esse livro de um lado mostra o mistério de um assassinato que parou a Bahia e o país e de outro revela a importância do Carnaval para o povo baiano, com toda a sua cultura rica e própria.

Sereia é uma cantora famosa na Bahia, que conquistou fama em pouco tempo em todo o país. No Carnaval, durante uma música no trio elétrico, é atingida por um tiro fatal, no meio de todos. Segundo o próprio autor, somente um fato assim para parar o Carnaval baiano.

O livro é narrado por Augustão, que é chefe de segurança de Sereia e também investigador e jornalista. Investiga o caso por conta própria por saber que muitos segredos do ramo seriam ocultados da Polícia e por não conseguir dizer não à empresária de Sereia, Mara.

Durante toda a narrativa, que não é longa, Augustão vive narrando o meio artístico com seus luxos e excentricidades e toda a cultura própria dos baianos que envolvem Sereia: o candomblé, a cidade, os poderes políticos e a linguagem universal: morte e dinheiro.

Gostei muito desse livro. Talvez Augustão seja um dos melhores personagens brasileiros que vejo em muito tempo. Ele investiga durante o dia e no seu escritório fuma um beck pra relaxar na sua rede, que fica no seu escritório.

O mundo do candomblé é retratado com muita atenção, revelando sua importância para o povo e o seu poder tanto entre os pobres quanto entre os ricos. A personagem Mãe Marina é muito interessante, prestei muita atenção nela.

O final também é muito bom, colocando em panorama todas as fragilidades dos personagens e um desfecho incomum, mas muito bonito.

Esse livro me marcou, gostei muito dele.

O Canto da Sereia.

ocantodasereia-serie2

É um dos raros casos em que a obra audiovisual supera a literatura. Embora Nelson Motta tenha criado uma história impecável, sua narração foi aprimorada na televisão, não tenho a menor dúvida.

O final do seriado é diferente, com um personagem que não existe no livro, mas que veio para engrandecer a história e deixa-la ainda melhor, sem perder a essência.

Nunca achei a Isis Valverde uma grande atriz, sendo muitas vezes caricata. Mas não posso negar que ela ficou perfeita interpretando Sereia. Parece que o papel foi feito para ela – até mesmo porque uma musa do axé tem seus exageros de fato. A mulher até cantou direitinho!

Marcos Palmeira como Augustão, Camila Morgado como Mara e Fabiula Nascimento como Mãe Marina completam o time afiado de atores perfeitos para seus personagens.

Os temas fortes, como ladroagem política, violência com sangue e homossexualidade não foram poupados. Aliás, o livro nem dá tanto destaque assim à política como a minissérie fez.

O clima da Bahia, todas as suas especificidades e uma festa que a faz famosa foram retratados no ambiente de uma investigação criminal. Foi uma ideia de gênio. Fez ainda ser produzida uma das melhores minisséries que a Globo já fez.

Recomendo tudo: livro, série e qualquer outra coisa que sair.

FDL

domingo, 8 de abril de 2012

Season Finale: Rev. – 2ª Temporada

Rev

Fui meio relapso com essa série. Primeiro por não ter feito post sobre a primeira temporada e depois por deixar 3 episódios não vistos para depois.

Rev. é uma comédia no estilo britânico mais clássico: cheia de sutilezas e ironias, marcadas por um tema central que não se perde nas temporadas curtas e bem espaçadas uma entre a outra.

A série retrata uma paróquia decadente de igreja anglicana em Londres. A figura central é o Reverendo Adam, (tão bem interpretado que rendeu vários prêmios ao ator principal) que é cercado pelas mais patéticas figuras no local.

Confesso que quando comecei a assistir (até me envolvi nas legendas) eu esperava uma crítica à decadência das religiões como um todo. Todavia não é nada disso.

A proposta é de uma visão moderna da fé. A trama mostra um vigário que adora as músicas da Rihanna, tem suas pequenas crises conjugais, uma vez ou outra bebe para esquecer dos problemas, sofre com a competição masculina e etc...

A visão imaculada do sacerdócio é quebrada e a igreja é mais um local de integração comunitária do que qualquer coisa.

Rev. ainda traz temas comuns à religião atual, que precisa se adaptar para não ter os bancos dos templos vazios: aceitar o aspecto cosmopolita das cidades, deixar de fingir que determinados assuntos não existem e, sobretudo, humanizar a figura do padre.

Coloco a segunda temporada ainda como um crescimento, porque as nuances são evidentes. Exemplo disso é o 3º episódio, no qual Adam e a esposa cuidam de uma sobrinha malcriada e sofrem em como controlá-la. Nesse mesmo episódio, antes de dormir ela está lendo o livro “The Slap, cuja série já comentei aqui. Até rola um episódio em que a menina quase apanha.

O episódio do jogo de futebol foi uma obra de arte, porque desconstrói para depois consruir. Mostra o tempo inteiro o lado ciumento e marrento que o homem ameaçado exteriora. Mas o fato trágico traz a sabedoria que o sacerdote tem o dever de mostrar no final.

Mas claro que o grande destaque é o episódio final, o especial de Natal. Aliás, é uma síntese do que é o Rev. Adam: um homem que se desdobra para cumprir seu papel na família, na congregação e ainda precisa lutar contra suas crises de fé e seus desejos pessoais. No final, depois de surtar por todos só esperarem sua perfeição, o episódio mostra a união das pessoas ao redor da fé.

Não é segredo que sou ateu. Mas confesso que essa série é uma lição de tolerância, pois ainda que não acreditemos nas mesmas coisas, a preocupação com o outro e a aceitação das diferenças estão acima da questão das crenças.

Nesse ponto, esperava uma crítica azeda, mostrando os podres da Igreja, por outro lado, vi uma crítica fundada, mostrando o lado humano de quem realmente acredita nela.

Até a próxima temporada.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Meia-Noite em Paris

meia-noite em parisFilme: Meia-Noite em Paris ( Midnight in Paris )
Nota: 9
Elenco: Owen Wilson, Rachel McAdams, Carla Bruni, Kathy Bates, Marion Cotillard.
Ano: 2011
Direção: Woody Allen

 

 

 

 

 

O Woddy Allen de 2011 eu demorei pra ver, pelo mesmo motivo que eu expliquei há alguns posts. Você tem que estar com a cabeça tranquila e com disposição para obras densas.

Não é meu filme preferido do mestre. Carece de bons atores, porque o Owen Wilson está fanho, atrapalhado e não passa credibilidade. A Rachel McAdams já esteve melhor também.

O destaque sem dúvida é o retrato de Paris aos olhos de Woody Allen, tanto a atual, como a versão antiga que move a história.

Ainda assim, como todos os filmes do Woody Allen, você sempre pensa em alguma coisa da vida, te faz refletir. Aqui temos aqueles que procuram viver num mundo do passado, que não existirá mais, sem, no entanto, abrir os olhos para o que tem de bom no atual e está na sua frente. O Owen Wilson percebe isso.

O filme tem um diálogo sobre como devemos ver a arte, como um museu? Como uma forma de oprimirmos o outro com nossa erudição? Como forma de escapar da realidade? Como uma forma de conhecermos melhor o mundo e nós mesmos?

Esse conflito é claro quando temos um protagonista escritor de bobagens hollywoodianas, noivo de uma consumista mimada, que viaja à cidade da arte, dos autores que o inspiram na sua idealizada literatura. Lá ele se descobre, mas antes de achar um lugar no mundo real, ele se aventura numa fantasia criada pelo diretor, que não deixa de ser interessante e bem humorada.

Obviamente, recomendo, já que uma obra do Woody Allen sempre deve ser vista. Só não é a minha preferida, de longe.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Salve Geral

salve-geral-poster Filme: Salve Geral
Nota: 10
Elenco: Andrea Beltrão e Denise Weinberg (Ruiva), são os mais famosos do elenco.
Ano: 2009
Direção: Sergio Rezende

 

 

 

 

Faz tempo que eu assisti a esse. Precisava de tempo e paciência para fazer um post merecido, mas vai esse mesmo.

Foi uma das melhores produções nacionais dos últimos anos.

Segue uma linha do cinema nacional em retratar o mundo do crime. Tropa de Elite, 400 Contra 1, Ônibus 174 e vários outros fazem parte dessa coleção.

Esse filme tem uma evolução de arrepiar. Partimos da história de Lúcia, uma advogada que não pratica mas se vê forçada a entrar no mundo das penitenciárias por conta de um crime que seu filho cometeu de bobeira.

A partir daí, Lúcia acaba conhecendo a grande estrutura do PCC e como ele evoluiu e agiu nos últimos anos. Há fatos inspirados em reais e o famoso “Salve Geral”, quando em 2006 a cidade de São Paulo parou por conta dos ataques do crime organizado.

É uma história pouco estereotipada e cheia de pessoas reais, com problemas reais, no mundo real.

Eu realmente acho desconfortável e extremamente tenso, mas com certeza é necessário.

Grandes atuações, sobretudo da Andréa Beltrão e uma grande história. Recomendo a todos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lembram? Parte 4: Blind Melon – No Rain

 

No Rain

All I can say is that my life is pretty plain

I like watchin' the puddles gather rain

And all I can do is just pour some tea for two

and speak my point of view

But it's not sane, It's not sane

I just want someone to say to me, oh oh oh oh

I'll always be there when you wake

You know I'd like to keep my tears dry today

So stay with me and I'll have it made

And I don't understand why I sleep all day

And I start to complain that there's no rain

And all I can do is read a book to stay awake

And it rips my life away, but it's a great escape

escape......escape......escape......

All I can say is that my life is pretty plain

you don't like my point of view

you think I'm insane

Its not sane......it's not sane.

I just want someone to say to me, oh oh oh oh

I'll always be there when you wake

You know I'd like to keep my cheeks dry today

So stay with me and I'll have it made

and i'll have it made, and i'll have it made, and i'll have itmade.....

Não Chove

Tudo que posso dizer é q minha vida é bem normal

Eu gosto de ver as poças aumentando com a chuva

E tudo que posso fazer é apenas servir chá p/ dois

E expressar meu ponto de vista

Mas isso não é sensato, não é sensato

Eu apenas quero alguém que me diga, oh oh oh oh

Eu sempre estarei lá quando você acordar

Você sabe, eu gostaria de não chorar hoje,

Então fique comigo e eu conseguirei isso

Eu não entendo por que eu durmo o dia todo,

E eu começo a reclamar que não há chuva.

E tudo q posso fazer é ler um livro p ficar acordado

E isso destrói minha vida, mas é uma ótima fuga

Fuga... fuga... fuga...

Tudo que posso dizer é q minha vida é bem normal

Você não gosta do meu ponto de vista

Você acha que sou louco

Isso não é sensato... não é sensato...

Eu apenas quero alguém que me diga, oh oh oh oh

Eu sempre estarei lá quando você acordar

Você sabe, eu gostaria de não chorar hoje,

Então fique comigo e eu conseguirei isso..

Eu conseguirei isso..

domingo, 13 de março de 2011

O Discurso do Rei

the-kings-speech-poster Filme: O Discurso do Rei ( The King’s Speech)
Nota: 10
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter
Direção: Tom Hooper
Ano: 2010

 

 

 

 

 

Com Helena Bonham, indicações a todos os prêmios e enredo histórico, não tinha como ser ruim, né? É!

Que filme interessante. Sabe aquelas situações em que você se depara com um conjunto de escolhas acertadas e que no todo formam um trabalho grandioso? Pois bem, é o Discurso do Rei.

Todo o elenco está impecável. Até mesmo o Colin Firth, para quem eu nunca dei muita atenção. Ele sempre foi o bobão das comédias românticas para mim. Mas aqui ele conseguiu formar um personagem com uma interpretação na medida certa.

Destaque para o Geoffrey Rush, que é outro ator sempre deixado à margem. O Oscar deveria ter sido dele.

Isso sim é um exemplo de como se faz cinema. Emociona, revolta, faz pensar, nos encanta com músicas, visuais, interpretações e diálogos. É um conjunto simbiótico de todos os efeitos que uma produção audiovisual pode ter e em tudo foi competente.

Possivelmente o filme do ano.

Disso isso porque vemos produções com forte apelo nos efeitos especiais e com histórias fracas, ou que apostam todas as fichas em um bom ator, enfim… O Discurso do Rei é complexo e completo.

Recomendadíssimo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Recurso

Escrito por John Grisham em 2008.

recurso Esse livro teve mais de 250 milhões de exemplares vendidos e foi traduzido em 29 idiomas.

Talvez tenha sido o livro mais complexo do John Grisham que eu tenha lido. Muitos dizem que foi o mais complexo que ele já escreveu.

A narrativa trata diversos focos. Uma mulher pobre, representada por um casal de advogados, vence um processo contra uma grande empresa, devendo receber 41 milhões de dólares. O motivo para isso é que a empresa poluiu a água da cidade e houve uma grande onda de câncer.

Diante disso, há uma apelação da decisão, que será decidida pelo Tribunal de Justiça do estado de Mississipi. Daí surge o foco da trama, que eu divido em pontos.

Primeiramente vemos a influência das empresas nos juízes americanos. Isso acontece porque há eleição para as posições, com disputa eleitoral financiada. Sendo assim, a polarização dos interesses é clara. Sobretudo há uma forte posição do conservadorismo religioso como máscara para obter votos e, com o uso deles, tomar as decisões realmente interessadas contrárias à população, omitidas no processo todo.

Além disso, é mostrada a dura vida dos advogados de tribunal, que sofrem com a morosidade da Justiça e vivem em busca de casos em que possam fazer um acordo rápido para terem dinheiro líquido. Com isso, muitas vezes a justiça se atrapalha.

Por fim, há o imundo mundo dos processos coletivos, com as corjas e urubus se aproveitando de uma possibilidade de indenização, querendo sua fatia.

Nesse livro o John Grisham é claro na sua crítica ao modelo corrupto de eleição do Judiciário, trazendo um final bem diferente de seu estilo, mas não menos competente e coerente.

Não é o meu livro preferido. A leitura é cansativa e o excesso de personagens causa um pouco de confusão. A parte crítica vale pela obra e a profundidade dos personagens, ainda que aqui não tenha sido tão explorada, continua sendo uma marca do autor.

Por ter se afastado um pouco dos crimes e do suspense, entrando mais na política e na conspiração, não pulei da cadeira; aliás, até demorei bastante para terminar de ler.

Mas não acho que valha menos e para quem curte suspenses é uma excelente pedida.

Recomendo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos

darkstranger Filme: Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger)
Nota: 9
Elenco: Anthony Hopkins, Naomi Watts, Antonio Banderas, Lucy Punch (sim, de novo). Confesso que o elenco é maior, mas eu não conhecia o resto do elenco.
Direção: Woody Allen
Ano: 2010

 

 

 

Mais uma obra de Woody Allen. Por esse eu estava bem ansioso, porque já tinha lido várias coisas sobre a produção, ainda mais com a participação da Lucy Punch, que merecia reconhecimento e foi logo de cara do mestre.

É um filme com o estilão mais clássico do Woody Allen. Me lembrou um pouco o “Todos Dizem Eu Te Amo” ou o “Manhattan”. Não pelas histórias, mas pelo modo do filme evoluir e pelo estilo de humor.

Não é o melhor filme do Woody Allen, mas com certeza é um excelente filme e não se deve perder por nada. Esse é um problema dos grandes mestres, saberem superar suas obras geniais, o que nem sempre é fácil.

Não vou falar da sinopse porque envolve diversas histórias paralelas intercaladas, um estilo de filme bem interessante.

Mas esse conjunto todo revela uma ideia principal, que é da fragilidade da vida, com certeza. Sobretudo quando nós vemos o filme sob a ótica niilista que o Woody Allen sempre mostra com muita clareza.

As atuações são impecáveis, sobretudo quando bem dirigidas.

O roteiro, as conversas, tudo é bem crível e cheio de verdades.

Eu gosto desses filmes porque quando nós os assistimos nos colocamos nos lugares dos personagens e acabamos tendo que pensar nas mesmas dúvidas da vida que eles têm, mesmo sabendo que nem serve para muita coisa.

Aqui o mais legal é aquela sensação de que nós sempre estamos esperando algo de muito bom acontecer, sabem? Nesse caso romântico, todos sempre estão esperando alguém aparecer e tudo ficará bom? O título do filme revela.

O fim do filme, niilista, revela também.

Recomendo. Sempre recomendo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cisne Negro

blackswan Filme: Cisne Negro (Black Swan)
Nota: 10
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis. Participação especial da Winona Ryder.
Direção: Darren Aronofsky
Ano: 2010

 

 

 

 

Tá aí meu condidato preferido às premiações de 2011.

O filme é extremamente complexo e traz tantas reflexões que eu guardei esse post para um dia meu de verborragia.

Primeiro preciso elogiar as atuações. Começo por aqui porque é mais fácil. A Natalie Portman é linda até careca (V de Vingança), então imaginem como uma bailarina? Essa personagem é diferente do que ela já fez e é extremamente confiável.

Eu já conhecia a Mila Kunis por That 70’s Show, onde já sabia que ela era linda e tinha potencial para comédia. No entanto, o desempenho dela aqui foi surpreendente e a atenção que ela está recebendo agora é merecida e vem em boa hora.

A direção é espetacular. O Darren Aronofsky se superou trazendo um tema que é bem comum na dramaturgia: a dualidade. Só que aqui é feito de um jeito tão sombrio e ao mesmo tempo belo, que o filme já está virando um clássico.

A história é da bailarina Nina, extremamente tímida e infantilizada, mas que recebeu da companhia a árdua tarefa de ser destaque do espetáculo do Cisne Negro, sendo a grande estrela.

Diante disso, vemos um processo de descoberta pessoal e um retrato assustador sobre o universo do ballet.

Enquanto a doce personagem mostra com facilidade o lado pacífico do cisne branco, o diretor força Nina a mostrar o lado sombrio do cisne negro, o que traz grande pressão.

Junto a isso, a bailarina Lily (Kunis) chega à companhia e deixa o diretor encantado com sua espontaneidade e oferece um risco a Nina. Não para por aí: a sua chegada mostra um lado de Nina que começa a perturbá-la também, o homossexualismo.

O conjunto de situações improváveis e a quantidade de alucinações que Nina sofre durante o filme mostram que estamos diante de um filme que explora o psicológico e que estamos assistindo o filme conforme sua ótica confusa.

Só que o diretor é esperto. Logo no começo do filme, um espelho dobrado mostrando dois lados da face de Nina mostra que o reflexo vai ser importante, e é. Por diversas vezes os espelhos revelam a realidade das fantasias.

Não posso deixar de destacar a corajosa cena de masturbação que Natalie Portman fez, mostrando que o sexo não pode ser ignorado em boas histórias, mas também estas não dependem dele como vitrine.

A realidade do mundo competitivo, cheio de assédio sexual, de dor, de sofrimento das bailarinas é outro ponto positivo, porque é muito por conta dele que todos os problemas psicológicos da protagonista existem.

Outro fator desse problema é a mãe de Nina, uma mulher amargurada por largar a carreira para cuidar da filha que projeta suas frustrações em uma obsessão por ela.

Um filme de complexos personagens e de trama misteriosa em um palco de ballet só poderia ter um grand finalle digno desses espetáculos. E assim foi, mostrando um último momento de consciência e uma grande tragédia.

Uma grande obra que trata da perfeição, que se obtida, destrói tudo ao seu redor foi exposta num filme absolutamente perfeito.

Há muito ainda o que se falar de Cisne Negro, diversas reflexões que dele brotam, mas acho que já falei bastante.

Recomendadíssimo e torço por ele nos prêmios.

domingo, 9 de janeiro de 2011

A Onda

aonda Filme: A Onda (Die Welle)
Elenco: Não conheço atores alemães.
Nota: 10
Direção: Dennis Gansel
Ano: 2008

 

 

 

 

 

 

Eu não me perdôo por ter esquecido esse post por aqui. Eu assisti a esse filme lá pra setembro do ano passado e gostei tanto que segurei a postagem, porque deveria ser inspirada.

Em meio a tantos filmes bons que eu assisti recentemente, esse merecia ser postado agora.

The Wave é um filme alemão, inspirado em um especial norte-americano feito há vários anos.

Existe uma série de teses de ciências sociais por trás desse filme, mas não vou me alongar nisso porque nem tenho conhecimento para tanto.
A história se passa em um colégio alemão e um professor de ciências sociais acaba dando uma matéria que não gosta no curso especial. O curso é sobre autocracia?.

Como experiência, o professor cria uma sociedade na sala de aula, onde os alunos devem se comportar como num sistema fechado e ditatorial. Tudo isso faz parte de um pequeno sabor de como funcionavam sistemas como o nazista.

O genialidade do filme começa aí, pois os alunos, de uma geração perdida, sem ideais, sem algo por que lutar, acabam vendo nesse grupo algo a que se dedicar.

A paixão por esse grupo se torna algo fanático como o nacionalismo exacerbado dos sistemas autocráticos. Não suficiente, começa a surgir ódio por quem é de fora. Junto a isso, começa uma série de ações violentas e agressivas para estabelecer o grupo com força.

Antes que o professor pudesse conter a onda, ela já havia engolido até ele mesmo e as conseqüências acabam se tornando uma tragédia.

Depois de ter visto esse filme e não ter achado absurdo como ele evoluiu, no sentido de que não acho aquilo pura ficção, eu fui pesquisar.

Há suspeitas de ser inspirado em fatos reais, fatos esses obscuros, que ninguém sabe se ocorreram nesses exatos termos.

Além disso, há inspiração em uma teoria conhecida como memética, que observei superficialmente, mas enxerga que determinados pensamentos se espalham como vírus e atingem a todo um grupo de forma dogmática, sem questionar-se. A onda foi exatamente isso.

Essa história é de grande fertilidade intelectual, já que explora assuntos atuais com óticas válidas e sob pontos de vista muito acurados. Me inspirou em muitas coisas.

Esse longa já tem se tornado um clássico cult e acho imperdível, recomendo a todos.

A perfeição se encontra ainda numa trilha sonora completamente compatível e de qualidade.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado

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A autora é a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva.

Essa autora tem uma série de livros que tratam de relevantes aspectos da psicologia e da psiquiatria de forma simples, em linguagem acessível a quem não tem conhecimento técnico da área.

Outros temas da “moda” que ela trata são o Bullying, o TOC e mais.

As definições sobre o psicopata são claras. Além disso, ela fornece características de comportamento, de histórico e de consequências.

É falado sobre o fato de não haver tratamento.

Achei interessante a postura de que critica a postura do estado em suas políticas por não compreender essa situação de não haver tratamento, o que torna as penas inócuas.

São descritos casos reais onde as consequências do contato com um psicopata podem ser verificadas.

É feito um esforço grande em demonstrar que nem sempre estamos falando de assassinos perigosos ou de bandidos de alta periculosidade. Não por isso as consequências deixam de ser desastrosas.

São descritas condutas de pessoas famosas que podem ser psicopatas, como Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniela Perez.

Achei interessantíssima a descrição de psicopatas jovens, até crianças, já que os traços são revelados desde o começo.

Não dá pra negar que a linguagem é repetitiva, com frases escritas exaustivamente por diversas vezes de forma idêntica em diferentes passagens do livro.

Além disso, em algumas situações percebi um pouco de enxeção de linguiça.

Mesmo assim é um bom guia, uma boa lição para quem não atua diretamente com a psiquiatria ou a psicologia, já que é um assunto de utilidade pública. Afinal, quem está absolutamente seguro de que nunca encontrou ou vai encontrar com um psicopata durante a vida?

FDL

A Rede Social

The-Social-Network-movie-poster Filme: A Rede Social (The Social Network)
Elenco: Jesse Eisenberg e Rashida Jones (são os que eu conheço).
Nota: 2,5 (aquele 6,5 tava errado, obviamente) 
Ano: 2010
Direção: David Fincher

 

 

 

 

 

Esse é o filme do momento. Favorito a todos os prêmios.

Para mim, é o caso de uma história interessante do mundo real que nas telas nem é tão interessante assim. Junta-se isso à credibilidade de um diretor famoso? Qualquer cocô que ele lance será respeitado.

Afinal, o diretor de Banjamin Button, Clube da Luta, Zodíaco, O Quarto do Pânico e Seven faria um filme ruim depois de tudo? Claro, ué. Nem sempre a gente acerta.

Começou pela escolha do ator. Esse Jesse Eisenberg é um mala. Meu Deus, como é insuportável passar duas horas ouvindo esse chato falar. E outra: falar coisas com cara de que são geniais não fazem delas geniais… só nos fazem ser pretensiosos.

O filme conta a história da criação do Facebook em 2003 no campus da Universidade de Harvard pelo estudante Mark Zucherberg, atualmente o bilionário mais novo do mundo.

Revela claramente essa paixão dos americanos pelo acúmulo de dinheiro. Essas listas da Forbes ilustram esse mantra. O símbolo do bem sucedido é aquele que vence as listas de quem tem mais dinheiro.

A trama corre junto de acusações de Mark ter se aproveitado de uma ideia alheia para construir o site. Não obstante, acumulou sua fortuna apunhalando seu colega e sócio. Tudo isso em um filme cansativo, com falas ditas como metralhadora, com um universo de cheiro fake e com uma “brilhante” participação de Justin Timberlake.

Não posso deixar de falar de duas ironias com isso que eu percebi.

Mark Zucherberg foi eleito o homem do ano pela revista Time. Não sei se eles estão atrasados, mas o site foi criado há 7 anos. Não houve nada demais feito por esse homem nesse ano, a não ser ter inspirado esse filme bobo.

No final do filme, a advogada vivida pela Rashida Jones fala para ele uma frase com esse sentido: “Mark, você não é um imbecil, só se esforça demais para ser”. Ela ainda diz que toda criação histórica precisa de um vilão, ou algo do tipo, como se essa figura de vilão não fosse dele, mas do contexto.

Aí é a comédia. Ele não precisou de esforço para se aproveitar da ideia nem para apunhalar seu parceiro.

Ainda assim? Homem do ano! Essa é a dica: vamos fazendo o que for porque o que importa é vencer.

A vilania não está na criação nem no contexto, mas sim na sua falta de caráter.

Mas já digo: caráter visto pelo filme, já que a história real é meio conturbada e nós não sabemos como ocorreu.

E ainda tem brasileiro tendo orgulho do Eike Batista.

Deixando um pouco de lado as minhas opiniões sobre a celebração dessas figuras, o filme critica Mark, mas eu juro que não compreendo essa qualidade toda que vêem aqui.

Não chega a ser uma absoluta merda, mas estão chegando ao ponto de dizer que o Justin Timberlake vai ganhar o Oscar de melhor ator coadjuvante!

A narração é complexa, o que não significa ser boa. O filme é contado de trás pra frente, sob as óticas de todos os envolvidos. Daí nós poderíamos encarar o perfil de Mark Zucherberg, que seria um tipo de vilão quando analisado sob a sua própria genialidade.

Apesar da celebração de sua figura, o filme dá a ele um final amargo, o da solidão. Não que ele parecesse se importar, já que durante toda a história ele só usou sua genialidade para oprimir quem estava próximo, já que niguém era tão bom quanto ele ou compreendia as coisas como ele.

Depois me perguntam por que eu desanimo com o cinema e acabo valorizando mais os seriados. O cinema não está sério, essa é a verdade. Não dão chance para o que presta.

Encerro o ano torcendo para que A Rede Social não vença os prêmios a que concorre.

400 Contra 1 – Uma História do Crime Organizado

400contra1 Filme: 400 Contra 1 – Uma História do Crime Organizado
Elenco: Daniel de Oliveira, Daniela Escobar, Negra Li (?)
Nota: 7
Ano: 2010
Direção: Caco Souza

 

 

 

 

O filme trata da história do surgimento do Comando Vermelho, organização criminosa que deu origem a várias outras e acaba mostrando o que causou o atual status da criminalidade brasileira.

O contexto é a mistura de presos políticos e a de criminosos sob situação deplorável nos presídios. Isso criou uma união deles em torno de interesses comuns, o que atualmente é real ameaça ao poder público.

Deixando as ideologias de lado, o filme mostra bem essa situação, essa figura, porque fala dela. Como filme, as atuações às vezes são fracas e a direção peca um pouco no desenrolar.

Há atuações boas e cenas interessantes também, como os dois primeiros que eu descrevi no cabeçalho, que são sempre ótimos.

Acho que esse filme entrou pela janela e saiu pela porta dos fundos no cinema nacional, sobretudo porque o tema da criminalidade está muito batido nas produções do Brasil.

Faltou um algo a mais para chamar a atenção tanto do público quanto de quem já está assistindo.

Todavia, acho interessante ver porque a história da criminalidade está muito bem exposta.

FDL

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tropa de Elite 2

Tropa de Elite 2 Filme: Tropa de Elite 2
Elenco: Wagner Moura, André Matos, Maria Ribeiro e outros.
Nota: 9,0
Ano: 2010
Direção: José Padilha

 

 

 

 

 

Estou de volta aos comentários. Mesmo comentando filmes que eu vi há algumas semanas, mas não posso deixar passar.

Esse filme foi um dos grandes destaques do ano. O filme Tropa de Elite já tinha deixado sua marca no cinema nacional ao mostrar a dinâmica da polícia carioca nos morros e o status de guerra que as ações tomam.

Com as polêmicas envolvendo a repressão e uma discussão completamente atual, mesmo quem não gostou do filme passou a discutir o assunto, motivo pelo qual eu considero um grande sucesso e de utilidade pública. É para filmes assim que as verbas públicas devem ser direcionadas nos subsídios.

O segundo filme ampliou a discussão. Não consigo não falar que é cheio de coincidências. Eu estava estudando assuntos tratados nesse filme na faculdade, em criminologia, sobretudo sobre o encarceramento e a repressão criminal que é falada pelo “cara dos direitos humanos”.

Deixando o mérito da discussão de lado, senão escreveria o dia todo aqui, é um tema que vai além da superfície tratada no primeiro filme. O próprio Capitão Nascimento questiona que guerra é essa em que ele batalha? Ou para quem ele arrisca a própria vida?

Isso é tão atual que por mais uma coincidência a vida colocou em realidade o que a ficção apenas ilustrou. O Rio de Janeiro teve uma onda de violência grande e resultou na tomada de morros para tentar conter o tráfico, resultando em mortes, prisões, apreensões e um espetáculo para a mídia.

Antes fosse só um cinema de denúncia, coisa que nós sabemos ser ponto forte do Brasil. Mas o tema da malandragem é bem explorado, sendo um filme engraçado em alguns momentos, sobretudo com as gírias dos personagens ou com as ironias na narração do Capitão Nascimento.

A trama do filme, embora meio novelesca (ex-mulher casando com seu maior inimigo), foi bem interessante e o final, uma denúncia na política, onde alguém finalmente cria coragem e joga merda do ventilador, foi realmente interessante.

Por enquanto, temos muitos justiceiros que têm coragem apenas para subir no morro e atirar em quem usa chinelo, quero ver quem tem a fúria de enfrentar os engravatados da política… só assim há alguma mudança nesse país.

FDL

domingo, 21 de novembro de 2010

Livro: A Prova é a Testemunha - Ilana Casoy

A_PROVA_e_A_TESTEMUNHADesde o julgamento dos Nardoni eu soube que a Ilana Casoy estava acompanhando e que haveria um novo livro sobre isso.

Saiu relativamente rápido e por Ilana prescindir de detalhes inúteis, é uma obra compacta.

Todavia, cada letra do livro é uma análise do caso que parou o país. Ilana analisa todo o caso. Primeiro fala sobre a eleição do caso à "opinião pública". Depois fala de seu contato com o caso e com o processo. Analisa as pessoas no julgamento e narra o verdadeiro show de entretenimento que foi feito com esse caso de grande comoção pública.

Confesso que nunca achei que esse livro me inspiraria a nada. Mas inspirou e me fez até mudar a linha da minha tese de conclusão de curso, dada a riqueza de detalhes que esse caso trouxe.

O livro em si é excelente, leitura flui em um dia só e conhecemos a triste história dessa pobre menina que foi assassinada pelo pai e pela madrasta. O rigor da lei foi pesado com eles, mas nada se compara com o julgamento das pessoas, da imprensa e até das famílias, que demonstraram ser uma forte e merecida pena.

É rica também a análise do comportamento de todos os envolvidos nesse júri, algo que Ilana Casoy é especialista em fazer e demonstra cada vez mais um impressionante conhecimento da natureza humana.

Me sinto contente em ser um estudante de direito, em especial criminal e ter uma obra dessa disponível para ler.

FDL

Livro: Estação Carandiru – Drauzio Varella

estacao-carandiru

Quem é vivo sempre aparece. Estou de volta.

Já li esse excelente livro tem mais de 4 meses, mas não esqueci dos comentários. Isso tem que ficar na memória.

É uma obra em que o médico Drauzio Varela narra sobre o tempo em que atendeu os presos na Casa de Detenção do Carandiru.

Diante disso, nós temos uma visão relativamente neutra daquele mundo à parte. Drauzio Varela conhece as chagas, as personalidades, o lado humano, o lado demônio, o lado cômico e o lado trágico de um dos lugares que ficou marcado na nossa história como o inferno na Terra.

Há relatos sobre presos e sobre o funcionamento do presídio, de modo que de boa parte de tudo que acontecia lá nós sequer fazíamos ideia. Por isso, é uma realidade que deve ser conhecida por todos, sobretudo porque pode parecer que não, mas uma hora ou outra somos influenciados pelo mundo do crime, que precisa urgentemente de um novo tratamento.

A linguagem é leve, despretensiosa e extremamente respeitosa, tanto com o leitor como com as pessoas cujas histórias são retratadas. Acho que isso é o melhor do livro, a imagem desprovida de valores que o médico oferece, o que certamente não aconteceria se fosse um relato de um jurista.

Acredito ser livro obrigatório.

FDL

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Series Finale: Raising The Bar – 2ª Temporada

Raising the Bar S02 Continuando com os posts atrasados, chegou a vez de falar dessa simpática série de tribunal.

De simpática só a vontade de assistir mais, porque o clima era tenso. Os tribunais encarados de forma bem sisuda.

Raising The Bar conta a história de um grupo de amigos, todos trabalhando com o direito, mas em áreas diferentes de atuação, ainda mais, se enfrentam nos tribunais.

Há dois defensores públicos, dois promotores de justiça e um assistente de uma juíza, o que nos EUA funciona como uma preparação para o cargo de juiz.

O foco é com certeza a defensoria pública, vista como o “mocinho” da história. Isso é uma questão de foco mesmo. Os promotores em Raising costumam ser vilões com sede de sangue, mas em outras séries, como Shark e Close To Home, onde o foco é outro, os promotores são os mocinhos.

O interessante de Raising justamente é o foco, porque é diferente. Os defensores muitas vezes se deparam em situações em que o sistema oprime os seus assistidos porque são pobres, porque são negros, porque são imigrantes… e eles não têm ninguém que cuide de seus interesses.

Por outro lado, esses defensores atuam em casos em que lutam pela liberdade de pessoas capazes de cometer atos horríveis. Essa situação, além da relação desses amigos que possuem pensamento divergente são realmente muito interessantes.

No final do dia, todos se reunem no bar e conversam, nunca esquecendo de debater e sempre brigar sobre os casos do dia.

O protagonista é Jerry Kellerman (Mark Paul Gosselar) um defensor público que rompeu com a família, pois estes esperavam uma profissão mais glamurosa para o filho. Defende os clientes a ferro e fogo, fazendo qualquer coisa, inclusive sendo preso várias vezes por desacato na série.

Ele é perseguido por uma juíza linha dura, Trudy Kessler, que é a mentora de seu amigo Charlie. A juíza e seu assistente têm um caso, mas ela não desconfia que ele é gay e ele luta para esconder esse segredo.

Jerry tem um “cacho” com Michelle, uma promotora em crise entre ser justa e agradar seu chefe com sede de sangue. É muito conservadora e seu relacionamento com Jerry corre riscos por conta das visões tão diferentes.

Na série ainda há Richard, um milionário filho de um dos maiores advogados do país que não seguiu a linha corporativa, preferiu defender pobre mesmo. Marcus, um promotor que sofre por tentar ser justo. E por fim, há Bobbie, a nova defensora, que enfrenta problemas com seu marido e terá Jerry para confortá-la.

A série estreou com uma grande audiência. Aliás, a TNT não teve estreia melhor até hoje. Mas na segunda temporada a audiência caiu. A série sofreu comentários negativos da crítica também, mas não me pergunte em quê.

Eu achei o cancelamento injusto, pois a série era extremamente bem escrita e atuada. Realmente era um prazer assistir. De fato era um tema muito específico, de modo que, do jeito que era mostrada, dificilmente quem não fosse do direito se interessaria. Porém, o direito domina o mundo, logo, não faltou gente para assistir.

Foi uma agradável maratona no frio das férias de julho. Marcou e vai deixar saudade.

Recomendada

FDL