quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cisne Negro

blackswan Filme: Cisne Negro (Black Swan)
Nota: 10
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis. Participação especial da Winona Ryder.
Direção: Darren Aronofsky
Ano: 2010

 

 

 

 

Tá aí meu condidato preferido às premiações de 2011.

O filme é extremamente complexo e traz tantas reflexões que eu guardei esse post para um dia meu de verborragia.

Primeiro preciso elogiar as atuações. Começo por aqui porque é mais fácil. A Natalie Portman é linda até careca (V de Vingança), então imaginem como uma bailarina? Essa personagem é diferente do que ela já fez e é extremamente confiável.

Eu já conhecia a Mila Kunis por That 70’s Show, onde já sabia que ela era linda e tinha potencial para comédia. No entanto, o desempenho dela aqui foi surpreendente e a atenção que ela está recebendo agora é merecida e vem em boa hora.

A direção é espetacular. O Darren Aronofsky se superou trazendo um tema que é bem comum na dramaturgia: a dualidade. Só que aqui é feito de um jeito tão sombrio e ao mesmo tempo belo, que o filme já está virando um clássico.

A história é da bailarina Nina, extremamente tímida e infantilizada, mas que recebeu da companhia a árdua tarefa de ser destaque do espetáculo do Cisne Negro, sendo a grande estrela.

Diante disso, vemos um processo de descoberta pessoal e um retrato assustador sobre o universo do ballet.

Enquanto a doce personagem mostra com facilidade o lado pacífico do cisne branco, o diretor força Nina a mostrar o lado sombrio do cisne negro, o que traz grande pressão.

Junto a isso, a bailarina Lily (Kunis) chega à companhia e deixa o diretor encantado com sua espontaneidade e oferece um risco a Nina. Não para por aí: a sua chegada mostra um lado de Nina que começa a perturbá-la também, o homossexualismo.

O conjunto de situações improváveis e a quantidade de alucinações que Nina sofre durante o filme mostram que estamos diante de um filme que explora o psicológico e que estamos assistindo o filme conforme sua ótica confusa.

Só que o diretor é esperto. Logo no começo do filme, um espelho dobrado mostrando dois lados da face de Nina mostra que o reflexo vai ser importante, e é. Por diversas vezes os espelhos revelam a realidade das fantasias.

Não posso deixar de destacar a corajosa cena de masturbação que Natalie Portman fez, mostrando que o sexo não pode ser ignorado em boas histórias, mas também estas não dependem dele como vitrine.

A realidade do mundo competitivo, cheio de assédio sexual, de dor, de sofrimento das bailarinas é outro ponto positivo, porque é muito por conta dele que todos os problemas psicológicos da protagonista existem.

Outro fator desse problema é a mãe de Nina, uma mulher amargurada por largar a carreira para cuidar da filha que projeta suas frustrações em uma obsessão por ela.

Um filme de complexos personagens e de trama misteriosa em um palco de ballet só poderia ter um grand finalle digno desses espetáculos. E assim foi, mostrando um último momento de consciência e uma grande tragédia.

Uma grande obra que trata da perfeição, que se obtida, destrói tudo ao seu redor foi exposta num filme absolutamente perfeito.

Há muito ainda o que se falar de Cisne Negro, diversas reflexões que dele brotam, mas acho que já falei bastante.

Recomendadíssimo e torço por ele nos prêmios.

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