sábado, 31 de dezembro de 2016

Goliath – 1ª Temporada

goliathMuito tem se falado do Netflix e na revolução que esse site fez na maneira de assistirmos séries e filmes. Mas ela tem um concorrente que lá fora mostra sinais de que é melhor ficar de olho, a Amazon. O site já tem séries colecionadoras de prêmios.

Agora no final do ano eles estrearam Goliath, série de suspense, política e tribunal que tem o nome de David E. Kelley na criação. Ainda não fez muito barulho por aqui, justamente porque a Amazon está chegando agora ao Brasil, mas vi que a série agradou a crítica nos EUA.

David E. Kelley estava devendo um bom trabalho para a gente. The Crazy Ones, lá em 2013, não colou. Mas ele tem crédito depois das geniais Monday Mornings, Harry’s Law e Boston Legal, que continua sendo minha série preferida na categoria drama.

O cara trouxe um elenco de peso para a nova série, simplesmente: Billy Bob Thornton, William Hurt, Maria Bello, Molly Parker e outros que frequentemente são vistos em séries boas.

BBT é o advogado Billy McBride, que bebe muito e está na merda, depois de se afundar em um escritório muito famoso e forte que criou com seu ex-sócio e agora inimigo Donald Cooperman (Hurt).

A história envolve um caso no qual Billy acaba topando, sobre uma explosão no mar que matou o funcionário de uma poderosa empresa que fabrica armamentos. Nem preciso dizer que são corruptos. Quem são seus advogados? Claro, o antigo escritório de Billy. Pra piorar, uma das advogadas mais fodonas do lugar é a ex-mulher dele (Bello).

O nome Goliath fica bem claro, porque Billy vai lutar sozinho contra um poderoso e rico escritório de advocacia e vai contar com a ajuda de uma prostituta, de doente mental e vai se virar como pode para ganhar o caso e também se vingar do cara que arruinou sua vida.

A série tem muita conspiração, muita violência e em alguns momentos você acha que é impossível aquilo ir adiante. Mas são 08 episódios que passam rapidinho e você assiste como maratona, porque quer saber o que vai acontecer.

O ponto alto dos trabalhos do Kelley continua sendo o mesmo: os diálogos. São geniais. Some a isso a escalação de excelentes atores e você fica encantado com tudo aquilo, mesmo que inverossímil. Afinal, é ficção mesmo.

Eu nunca fui tão fã do ator Billy Bob Thornton, mas ele esteve excelente no papel de Billy McBride. A cena do embate final com o personagem do Willian Hurt foi um show de atuação e direção.

Quero destacar uma personagem coadjuvante, a Patty Solis-Papagian, que foi interpretada por uma atriz chamada Nina Arianda. Genial. Como queria ser amigo dela. É uma advogada recém-formada em uma faculdade sem prestígio. Ela é desbocada, impaciente, entrona e extremamente insegura com a profissão, tanto que também é corretora de imóveis para sobreviver. Mas ela é um dos pontos altos da série. Bons escritores cuidam muito dos seus coadjuvantes!

Recomendo muito essa série e fico feliz que não esperaremos muito pelo próximo trabalho de Kelley, já que Big Little Lies estreia agora no começo do ano pela HBO. Quanto a uma continuação de Goliath, ainda não há nenhum anúncio da Amazon. Vamos esperar.

Recomendo muito e encerrei o ano com chave de ouro.

FDL

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Menina Má / Tara Maldita

tara malditaFilme: Tara Maldita (The Bad Seed)
Nota: 8,0
Elenco: Nancy Kelly, Patty McCormack
Ano: 1956
Direção: Mervyn LeRoy

 

 

 

 

 

Quando foi lançado o livro Menina Má, do autor William March, eu fui apresentado a essa história, que eu já deveria ter conhecido antes.

Esse filme foi feito em 1956, inspirado no livro citado acima e em uma peça famosa na Broadway que adaptou o romance. Foi indicado a 04 Oscar, inclusive melhor atriz para Nancy Kelly e atriz coadjuvante para Patty McCormack, a terrível Rhoda.

Antes de começar, Tara Maldita não é título de filme pornô. O termo tara já foi muito utilizado nas ciências sociais, em especial a criminologia, para tratar de desvios de comportamentos esperados das pessoas consideradas normais.

Aliás, esse filme/livro é criminologia pura. Vários personagens debatem esse tema no decorrer da história. A grande questão é se as pessoas nascem más ou se tornam, além da dúvida de haver a possibilidade de hereditariedade de tendências homicidas.

Na história, Rhoda é uma linda menina de oito anos, com duas longas tranças loiras e excelentes maneiras e educação. Tudo isso esconde uma pessoa egoísta, manipuladora, fria e assassina.

O enredo se desenvolve a partir da morte de um menino colega de escola de Rhoda, que havia ganho dela em um concurso de caligrafia e obtido uma medalha. A morte suspeita e o comportamento frio da filha acabam gerando a desconfiança da mãe de Rhoda, Christine.

O ponto alto desse filme é o elenco. Você percebe a inspiração em uma peça de teatro desde o começo, seja pelas posições da câmera e cenários, seja pela forma falada dos diálogos. Isso dá um ar diferente na produção toda.

É um pouco lento e enrolado em diversas partes, que também apresentam alguns chavões. Aliás, me ressalvo agora em colocar isso sob outra perspectiva, já que tudo foi feito em 1956 e de lá para cá muita coisa se repetiu.

Há muitos personagens e uma violência até que considerável, levando em conta a época de produção.

A discussão acerca do tema hoje em dia avançou muito e a criminologia hoje tem muito mais complexidades, só que tudo isso possui uma grande validade e essa história nos perturba um pouco, já que a violência infantil é um tema muito desconfortável para muita gente tratar.

Claro que depois do filme meu livro chegou e eu fui ler.

Menina Má – William March

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“Christine sacudiu a cabeça em negativa, deu um suspiro, e olhou para baixo, desamparada. “Não posso. Não posso contar. Nem mesmo a você, Monica.” Ela foi à geladeira, pegou uma caixa de creme de leite e despejou-a na vasilha de estanho de Monica, pensando: Como posso culpar Rhoda por seus atos? Quem tem essa semente do mal e o passou para ela fui eu. Se alguém tem culpa, esse alguém sou eu, e não ela. Subitamente, ela se sentiu ao mesmo tempo humilhada e culpada, pensando em como fora injusta com a criança, mesmo que fosse por falta de informação. “A culpa é minha”, ela repetiu de novo para si. “Sou eu que tenho a semente do mal.”

William March

Logo nas primeiras páginas você observa que não houve apenas uma inspiração na produção do filme. Há diversas passagens idênticas, é como rever tudo. Por isso acabei cansando e não terminando de ler imediatamente, já que essa leitura não trazia nada de novo.

Retomei esses dias e acabei tudo, porque apesar de não ser um livro tão longo, é excessivamente enrolado no meio e corrido no final.

No livro há algumas diferenças importantes. A primeira dela é com relação ao pai de Christine. No filme ele aparece e dá todas as pistas possíveis a respeito da mãe dessa personagem. Isso é importante, porque é de onde sabemos que a personagem vem e os motivos de sua culpa e o que a faz tomar a derradeira atitude.

Spoilers por aqui.

Christine descobre ser adotada e filha biológica de uma notável serial killer. Por isso acha que é culpada pelo comportamento homicida e frio de Rhoda, que teria herdado da avó. Por isso, engana a filha, dando-lhe vários comprimidos para dormir e morrer. Após isso, dá um tiro na própria cabeça.

O filme diverge do livro a partir daí.

Pesquisei em algumas páginas da internet que o público da época do filme achava que seria um final forte e não combinava com os padrões da época um final como esse. Por isso, a despeito do romance terminar com a morte de Christine e Rhoda sobrevivendo sem ninguém saber sobre o que ela fez, o filme foi diferente.

No filme ambas sobrevivem e Rhoda acaba morrendo fulgurada ao tentar recuperar o broche do menino que matou.

Não faz diferença o final, na verdade. O que importa mesmo é que esse livro é perturbador.

Mais do que responder a pergunta se existe alguma hereditariedade no comportamento do serial killer é o da outra questão: o que uma mãe faz se descobre que tem uma filha sem capacidade de ter remorso e mata qualquer um que passa pelo seu caminho? Será que muitas mães fariam o que Christine fez?

O livro é bom, muito embora nos perca nas excessivas e chatas passagens de conflito interior de Christine. A história em si é interessante e perturbadora.

Recomendo tudo.

FDL

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Minha Mãe É Uma Peça 2

minha mãe é uma peça 2Filme: Minha Mãe É Uma Peça 2
Nota: 9,5
Elenco: Paulo Gustavo, Rodrigo Pandolfo, Mariana Xavier, Patricya Travassos, Alexandra Richter, Herson Capri, Samantha Schmütz, Suely Franco
Ano: 2016
Direção: César Rodrigues

 

 

 

 

 

Depois do sucesso de Minha Mãe é Uma Peça em 2013, o comediante Paulo Gustavo escolheu precisamente essas datas festivas para lançar a continuação.

O que eu vi foi um filme sobre família, para as famílias inteiras verem e em uma época que as famílias estão reunidas. Foi isso que aconteceu comigo e fui ao cinema, depois de muito tempo. A chance me fez enfrentar as filas, pipocas caras e ar condicionado capenga.

A história retrata uma fase muito comum nas famílias, o ninho vazio, quando os pais têm de lidar com o fato de que seus filhos crescem e saem de casa.

O filme é mais engraçado ainda e Paulo Gustavo é muito talentoso, porque consegue novamente mesclar cenas de muito humor com passagens sentimentais.

O elenco de coadjuvantes também é excelente e tudo funciona, até uma trilha sonora melancólica no final. Dona Hermínia marca a vida das pessoas, porque é muito real e a gente se identifica.

Dá vontade de ver de novo. Espero que saia logo na internet.

Recomendo e acho totalmente merecido o sucesso que está acontecendo.

FDL

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Millennium: A Menina Que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar

a menina que brincava com fogo“— Eu perguntei... a senhorita foi até a casa de campo do doutor Bjurman em Stallarholmen com a intenção de atirar em Carl-Magnus Lundin?

— Não, o que o senhor disse foi: "Vamos tentar esclarecer os motivos pelos quais a senhorita foi até Stallarholmen atirar em Carl-Magnus Lundin". Não era uma pergunta. Era uma afirmação antecipando uma resposta. Eu não sou responsável pelas suas afirmações.

— Não seja impertinente. Responda à pergunta.

— Não.

Silêncio.

— Como assim, não?

— Essa é a resposta à pergunta.

O procurador Ekstrõm suspirou. Ia ser um dia longo. Lisbeth Salander o fitou, esperando o resto.”

Stieg Larsson

O ano de 2016 foi longo. Diante das minhas circunstâncias, me recuperando de cirurgia e desanimado com as novidades em filmes e séries, decidi no começo do ano que seria a oportunidade perfeita para finalmente terminar de ler a trilogia Millennium.

Assisti aos filmes suecos em 2009, depois vi o filme americano em 2011 e li o primeiro livro, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, em 2012. Estava devendo a mim mesmo terminar de ler essa que com certeza é minha série de livros preferida.

Acabei deixando de lado por um hábito muito ruim que eu tenho, de achar que devo estar bem para ler livros importantes para mim, ou ver filmes assim, e por aí vai. Acontece que o ser humano é eternamente insatisfeito, então esses momentos nunca chegam.

Como são livros longos, não me comprometi a terminar de uma vez e ia lendo aos poucos, quando estava inspirado. Comecei em fevereiro e terminei os dois livros agora.

Outro lado bom é que a história dos dois livros é uma só. Tudo interligado e não há nem mesmo uma ruptura tão clara nas narrativas. Funcionou bem como esses finais de temporadas de séries com cliffgangers.

A história é excelente. Stieg Larsson criou um suspense muito inteligente e interessante. Não só isso, criou personagens assim também. Lisbeth Salander é uma pessoa que já considero pacas. Dá vontade de ser amigo do Michael, da Erica, enfim.

a rainha no castelo de arO último livro tem uma considerável barriga. É bem monótona a parte em que são contados os primórdios da agência policial corrupta e do passado de Zalachenko. Parei um tempo aí e acabei demorando uns meses pra me animar e voltar.

Agora, o final desse mesmo livro é genial. O trecho que selecionei é do julgamento de Lisbeth Salander, que já tinha me interessado demais. Era pelo que eu mais ansiava. Pena que o autor não dedicou tantas páginas assim ao tribunal.

Apenas os filmes suecos retrataram a história toda. O americano, embora seja melhor, não passou do primeiro filme e dificilmente passará, mesmo com a indicação ao Oscar da atriz Roney Mara pela Lisbeth Salander.

Por isso, já sabia do desfecho da história, que tem algumas diferenças entre livro e filme, mas nada muito relevante. O final no livro foi mais tenso ainda.

Estou com vontade de ver os filmes suecos novamente, para depois comentar por aqui, com as ideias mais frescas sobre essa história.

Preciso ressaltar a sensibilidade desse autor, que deu poder às mulheres de forma muito corajosa, seja nas tramas paralelas com Erica, seja nas figuras das policiais femininas, como na própria história do primeiro livro como um todo. É uma exaltação às mulheres fortes.

Agora, recentemente foi lançado o quarto livro da história, mas escrito por uma outra pessoa, já que infelizmente o autor Stieg Larsson faleceu antes mesmo de aproveitar o sucesso de sua complexa obra. Quanto a essa continuação autorizada, pesquisei sobre ela e notei críticas divididas. Obviamente que vou ler e tentar gostar.

Recomendo muito. Me sinto na verdade culpado de terminar de ler esses livros apenas em 2016, sendo tão fã. Mas a vida é a que a gente tem, não a que a gente quer.

FDL

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Masterchef Profissionais 2016

masterchef-profissionais

Como a Band explora o que dá certo até não sobrar nada, nesse final de ano tivemos uma nova edição de Masterchef, só que agora apenas com cozinheiros profissionais.

Nesse caso, eles vão cometer menos erros, vão se respeitar mais e vão elevar o nível das competições, certo? Nem vou começar...

A edição pegou fogo, não só na cozinha, mas nas redes sociais. O programa já começou com um tiro no pé com um participante chamado João desrespeitando uma ordem da jurada Paola Carosella em uma prova.

Isso foi só um início. A temporada toda foi um festival de pessoas com os egos mais inflados possíveis. Além disso, são bastante iludidos, achando que são heróis, guerreiros, maravilhosos. São cozinheiros, uma profissão como outra qualquer.

Para não ficar por aí, começou depois o festival de machismo. Um participante chamado Ivo teve a cara de pau (e burrice) de dizer nas entrevistas que trabalhar na cozinha com mulher “é complicado”, porque elas falam muito e são frágeis. Logo na semana seguinte, se juntou com seu puxa-saco preferido em uma prova e excluíram a participante Dayse. Quando ela reclamou, ele a mandou varrer o chão com a vassoura.

Aliás, isso não foi nem perto dos xingamentos proferidos contra a Dayse, que, por fim, foi vencedora. Todos a chamavam de fraca e sem técnica, embora não tenha ficado nenhuma vez entre os piores. Acho que ela só era mais discreta e insegura e isso é terrível em um lugar cheio de gente cheia de si.

A final foi de grande audiência. A pontuação foi dada ao vivo e quando a Dayse venceu, o outro finalista, Marcelo, sequer quis cumprimentar. Foi esse o nível de “chefs profissionais”.

Sobrou até para a coitada da Ana Paula Padrão, que discutia educadamente a eliminação do João (aquele primeiro, que desrespeitou a Paola) e ele a chamou de leiga. A jornalista confirmou ser leiga, mas devolveu dizendo que se o leigo não fica satisfeito com um prato, o chef não tem trabalho (turn down for what).

No final, para quem gosta de treta foi ótimo. Mas é lamentável ver que esse é o nível dos supostos profissionais da área.

Aliás, não sei se já comentei isso aqui, mas não custa repetir. De onde tiraram que está tudo bem gritar e ofender em uma cozinha? Educação é obrigação em qualquer lugar. Cozinha profissional não é o único ambiente tenso para se trabalhar e nem por isso vemos os outros profissionais agindo de forma histérica. Calma lá, menos.

Ontem ainda foi exibida uma “lavação de panelas”, em que todos os participantes foram reunidos para discutir as polêmicas da temporada. Foi terrível. O programa era gravado e talvez depois disso eles poderiam ver a atitude lamentável deles e pedir desculpas. Ao contrário, o festival de bobagens só aumentou.

Uma pena que o Masterchef Profissionais não tenha sido sobre comida.

A próxima edição normal, com amadores, já é agora no começo do ano. Vamos ver o que eles vão selecionar.

FDL

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

The X Factor: 13ª Temporada

Mesmo não achando a 12ª temporada do reality ruim, eu escrevi o seguinte no ano passado:

“Quanto ao talento, não foi muito diferente do que costuma acontecer. A vencedora foi Louisa Johnson, uma cantora de 17 anos com aparência de 30 e voz de 50, que irá muito provavelmente desaparecer depois do lançamento do primeiro e único single. Isso sempre acontece com esse tipo de vencedora.”

Dito e feito. Aconteceu exatamente isso.

xfactor2016

Fato é que a audiência caiu muito e Simon decidiu voltar às raízes nessa temporada. Chamou de volta jurados antigos e mandou todos os outros embora. Voltaram Louis Walsh, Nicole Sherzinger e Sharon Osbourne.

A química entre eles realmente estava boa e houve bem menos tretas e discussões na bancada. O programa foi genuinamente sobre os participantes. Mesmo quando um ou outro queriam aparecer demais, Simon cortava.

O vencedor foi Matt Terry, um jovem cantor de voz aguda e apelo feminino. Não dá pra esperar demais. Os vencedores do X Factor ou são como o desse ano ou são como a ganhadora do ano passado.

 

A vice foi Saara Alto, uma cantora na categoria dos mais velhos. Ela é finlandesa e sofreu muito com a rejeição do povo britânico no começo, mas soube se reinventar e fez umas performances malucas.

Vale ressaltar que foi a votação mais apertada da história.

 

Quanto aos outros participantes, nenhum marcou de verdade. Embora não tenha sido ruim, achei a temporada bem morna.

Claro que tivemos os já protocolares joke acts. Esse ano foi a rapper tiazona Honey G, que eu achava terrível de ruim, mas por algum motivo todos amavam. A coitada até foi atacada por uma invasão suspeita no palco ao vivo em um programa.

The X Factor continua renovado por vários anos e se me dá vontade continuo assistindo. Vamo que vamo, mas que anda cada vez mais esquecível, ah anda!

FDL

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Secrets and Lies: 2ª Temporada

secrets and liesDepois de uma excelente primeira temporada, a série voltou repaginada. Ainda são segredos e ainda são mentiras, mas é um novo crime, com novas pessoas, que também serão investigadas pela detetive Andrea Cornell (Juliette Lewis).

A temporada começa com a morte de Kate Warner (Jordana Brewster), que é jogada do terraço de um prédio onde acontecia uma festa milionária. A comemoração é da empresa do marido dela, Eric Warner (Michael Ealy), que será o novo presidente, substituindo seu pai, John Warner (Terry O'Quinn).

Todos são suspeitos do crime, porque a festa foi caótica. Cunhados, irmãos, assistentes e desconhecidos que não são tão desconhecidos assim.

Conforme Andrea começa a investigar o caso, se depara com uma família cheia de segredos, que fará tudo para se proteger. O problema é que os mistérios e traições entre eles mesmos farão isso tudo durar muito pouco.

A série preferiu seguir a mesma linha da temporada passada: o protagonista, Eric, foi suspeito da morte durante toda a temporada e a cada episódio um coadjuvante tinha uma história cabeluda desvendada, para que ele fosse riscado da lista de suspeitos, até que no 10º episódio a identidade do homicida fosse revelada.

Também como na primeira temporada, começou a ficar evidente quem era o assassino, tanto pela exclusão dos outros como pelo fato de ter sido o único sobre o qual não recaiu nenhuma suspeita até então.

Acontece que essa série foi boa não só pelo quem e pelo como matou, mas certamente pelo porquê. Esse fato fez os episódios finais serem muito bons.

Recomendo essa série, que teve audiência baixa agora na segunda temporada e dificilmente volta para mais uma história. Invejo quem agora vai poder ver em maratona, porque esses mistérios pingados por semana são uma tortura.

FDL

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O Bebê de Bridget Jones

bridget jonesFilme: O Bebê de Bridget Jones (Bridget Jone’s Baby)
Nota: 7,5
Elenco: Renée Zellweger, Colin Firth, Patrick Dempsey, Emma Thompson e uma participação especial do Ed Sheeran
Ano: 2016
Direção: Sharon Maguire

 

 

 

Eu já tinha visto os dos filmes anteriores e gostei deles, mas nunca fui um grande fã, de achar sensacional. Não li os livros, mas já ouvi muitos elogios também, das pessoas dizendo que a leitura é tão divertida quanto assistir, senão mais.

Confesso que tive vários receios quanto a esse filme. A crítica caiu matando. Ainda mais com essa fase pela qual a Renée Zellweger passa, depois de trocar de cara e virar uma outra pessoa. Nesse filme até que ela continua com a mesma carinha, mas em alguns momentos ela fica de fato desfigurada.

Eu ri bastante. É despretensioso e incrivelmente leve. É forçado e bastante previsível durante tudo que acontece. Mas quem disse que precisamos apenas de surpresas?

Ela é uma atriz que dá muito certo em comédia, sobretudo nessa personagem, pela qual a gente tem um grande carinho, porque ela é imperfeita.

Faltou o humor do Hugh Grant, mas quem sabe vem uma continuação com ele? Ficou no ar.

Depois de tanto tempo do outro filme, valeu a pena para matar a saudade de uma boa comédia.

Recomendo sim.

FDL

Não rolou em 2016

Já faz um tempo que não posto sobre as séries que eu tento mas acabo não gostando. Várias se passaram. Vamos falar sobre as mais recentes.

Convictionconviction-cast-poster-abc 

“Hayley Atwell interpreta Hayes Morrison, uma advogada que está prestes a aceitar um trabalho com seu inimigo sexy, o promotor de Nova York Wayne Wallis (Eddie Cahill), para evitar a pena de prisão por posse de cocaína e não prejudicar a campanha de sua mãe no Senado. Trabalhando com a equipe de Wayne na nova unidade Conviction, Hayes usa sua mente brilhante para resolver casos em que há suspeita de condenação injusta, e assim espera conseguir uma chance de mudar as coisas com a sua poderosa família envolvida com a política.”

Vi apenas o piloto e achei bem fraco. Muitas situações de clichê, situações forçadas e diálogos deprimentes.

Pilotos são complicados porque precisam apresentar tudo para nós e ainda deixar a vontade de vermos o segundo episódio. Em séries que serão do caso da semana é ainda pior, porque não só precisamos conhecer os personagens fixos como eles precisam estabelecer as regras do jogo a cada semana.

A série falhou grandão nisso, explorando muitas coisas ao mesmo tempo e tendo um caso no mínimo ridículo.

Nem sendo um drama de tribunal me segurou. Até pensei em ver mais episódios e baixei, mas quando vi que a audiência estava péssima e Conviction não vai durar, já era.

Não recomendo mesmo.

Westworld

westworld

“Westworld é um parque temático futurístico para adultos, dedicado à diversão dos ricos. Um espaço que reproduz o Velho Oeste, povoado por andróides – os anfitriões –, programados pelo diretor executivo do parque, o Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), para acreditarem que são humanos e vivem no mundo real. Lá, os clientes – ou novatos – podem fazer o que quiserem, sem obedecer a regras ou leis. No entanto, quando uma atualização no sistema das máquinas dá errado, os seus comportamentos começam a sugerir uma nova ameaça, à medida que a consciência artificial dá origem à "evolução do pecado". Entre os residentes do parque, está Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood), programada para ser a típica garota da fazenda, que está prestes a descobrir que toda a sua existência não passa de bem arquitetada mentira.”

Era do JJ Abrahms. Nunca tive boas experiências com as obras dele em séries. Mas reconheço que ele faz excelentes pilotos.

Ele gosta de mistério, só não curte muito revela-los. Mas achei que agora na HBO e com um elenco grandioso como esse, eu poderia pelo menos me interessar.

Ledo engano. A série é bem viajada e mistura vários conceitos e caprichou bonito nos mistérios, que, vi hoje, não foram bem revelados. Ele não muda.

Não digo que não recomendo, só que definitivamente não é para mim.

Easy

Achei essa sinopse:

easy-poster-1“Diferentes residentes de Chicago vivem suas vidas peculiares na cena cultural-tecnológica-amorosa-sexual da cidade dos ventos.”

Não terminei o piloto. Não rolou. Primeira vez que a Netflix me decepciona.

Eu sei que comédias para serem respeitadas devem ser dramáticas e chatas, mas ao menos reconhecemos que algumas delas são interessantes. Falhei em perceber isso nessa.

O elenco discutia sexo de forma cansativa e eu ficava com a sensação de que já tinha visto aquilo em algum lugar.

Pior ainda, fui perdendo cada vez mais a vontade de saber o que aconteceria com aquela gente chata toda.

Apenas não foi dessa vez.

FDL

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Amanda Knox: Documentário

amanda knox

Eu ia começar o post sobre Amanda Knox com essa frase que está na imagem. É dita pela própria Amanda no começo do documentário. Ela é a síntese do que se trata esse caso e também reflete muito de casos criminais famosos, mas não pela perspectiva dos assassinos e vítimas, mas pela imagem de quem assiste e se interessa por essas histórias.

O Netflix tem investido nesses documentários sobre crimes reais. Recentemente comentei o caso de Making a Murderer. A HBO também fez sucesso com o extremamente perturbador The Jinx. Acabei demorando para ver Amanda Knox e me arrependi. Deveria ter visto isso antes.

O caso revela o assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, aos 21 anos na Perúgia, Itália.

Meredith sofreu diversas facadas e ainda foi estuprada. Foram acusados Amanda Knox, estudante americana e colega de quarto da vítima, além do namorado de Amanda de poucos dias, Raffaele Solecito.

Polícia e imprensa atribuíram a Amanda todo o tipo de apelidos e afizeram acusações de algum tipo de perversão sexual e até satanismo. Provas disso não havia.

Amanda e Raffaele ficaram presos por alguns anos em um julgamento que teve vários twists carpados. Por fim, foram finalmente absolvidos pela corte suprema italiana.

Esse caso tem uma característica muito comum com outros que tiveram grande repercussão e dúvida sobre a verdadeira culpa dos acusados: investigações policiais problemáticas. No documentário fica clara a falta de preparo das autoridades na calma cidade italiana. Houve muitos erros e uma ânsia enorme para se prenderem os suspeitos, inflamados por pressões das autoridades e da mídia.

Senti também por parte das autoridades italianas no documentário um forte aspecto antiamericano. A imprensa deste país pressionou muito a Itália, alegando que Amanda Knox poderia ser inocente.

Ao final, percebemos que a polícia italiana colocou a suspeita em Amanda sobretudo por ela “não reagir como deveria”. A reação da jovem, que era de família abastada e criada com liberdade, talvez não fosse a esperada pelas autoridades.

Pela forma que o documentário foi feito, parece difícil crer que Amanda e Raffaele tenham sido culpados. Não que tenha havido uma conspiração ou algo do tipo, somente uma sucessão de cagadas por uma polícia pretensiosa, que primeiro decide o culpado, depois vai atrás de evidências para provar. Sempre deve acontecer o contrário.

Claro que é palpite. Muita gente crê que Amanda Knox é um tipo de reencarnação do demônio, o típico lobo em pele de cordeiro. Jamais saberemos, mas fiquei pouco inclinado a acreditar nisso.

É um excelente documentário, que passa em um segundo, com uma história impressionante e cheia de debates ricos sobre o comportamento humano e investigações criminais.

Mais um ponto para o Netflix.

FDL

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Theodore Boone – O Sequestro

theodore boone o sequestro“Theo se manteve sentado em sua cadeira. No Tribunal de Causas Envolvendo Animais, todas as formalidades eram dispensadas., os advogados permaneciam sentados. Não havia banco das testemunhas, não havia juramentos de dizer toda a verdade, nem normas para a produção de provas, e nem, certamente, júri. O juiz Yeck conduzia audiências rápidas e decidia na hora, e a despeito de seu cargo sem futuro, era conhecido por ser justo.

- Bem – começou Theo desajeitadamente – O senhor sabe, Meritíssimo, Anton frequenta minha escola e a família dele é do Haiti, e eles não compreendem nosso sistema judiciário.

- E quem compreende? – resmungou Yeck.”
John Grisham

 

É o segundo livro da série para adolescente escrita por John Grisham. Acabei lendo o primeiro todo de uma vez em 2014 e comprei os seguintes porque me pareceram excelentes e despretensiosas histórias. Recomendo para adolescentes interessados em leitura. Obviamente serve para adultos também.

Na segunda história do estudante metido a advogado, a melhor amiga de Theo, April, desaparece da noite para o dia e toda a comunidade passa a investigar o sumiço, que pode ter ocorrido com um fim trágico.

Fora isso, conhecemos mais do cotidiano de Theo, que sempre está disposto a ajudar os outros, mesmo que acabe deixando de lado a vida normal que um adolescente de 14 anos deveria ter.

O segundo livro é pior que o primeiro, porque em alguns momentos se arrasta e dá a impressão de que é uma fase para que outro venha. Ainda assim, a escrita do John Grisham é muito instigante e a gente sempre se interessa em ler o livro todinho.

Continuo recomendando e logo leio o terceiro.

FDL

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

X Factor Austrália: 8ª Temporada

x factor australia 2016

Complicado, pessoal. A Austrália se perdeu esse ano com o reality show musical.

Muita gente diz que a versão australiana é a melhor de todas, pelo talento e pela forma que os trabalhos são conduzidos. Em algumas temporadas isso até pode ter sido verdade, mas ultimamente o programa se arrasta por lá.

Se no ano passado notei que a competição foi apática, esse ano foi terrível de ruim.

Na primeira fase tivemos os testes, com apenas três jurados. Guy Sebastian continuou. Ao seu lado entrou o cantor Adam Lambert, que começou no American Idol e fez parte do Queen. Além dele chegou a cantora Iggy Azaelia, que fez sucesso nos últimos anos e andou meio apagada. Confesso que não conheço nenhuma música dela.

Quando os shows ao vivo começaram, chegou uma nova jurada, chamada de Underdog Judge, Mel B, que já esteve no programa alguns anos atrás. Sua função foi ter uma categoria em que ela escolheu rejeitados dos outros jurados. Tudo prometia ser interessante.

E foi, com o detalhe de que talvez o programa não tivesse tempo para ficar no ar ou não deu audiência, não sei. As eliminações eram por atacado. Houve 4 ou 5 shows ao vivo no máximo e aconteceu a final, com quatro participantes.

Não deu tempo de conhecer ninguém direito. Já tava estranho não ter acontecido Bootcamp e Judges Houses. Foi tudo apressado e me deu a sensação de mal organizado. Eles faziam mistério porque não sabiam o que fazer mesmo.

Os talentos ficaram fracos demais novamente e os jurados se preocuparam mais em discutir e trocar farpas do que em de fato fazer um bom show musical com boas apresentações. Houve escolhas que eram de dar risada.

O campeão foi Isaiah Firebrace, que eu não compreendi. Mas também não critico, porque não tinha ninguém que eu gostasse. Não consigo destacar nenhuma apresentação boa ou um act para o qual eu torcesse.

Gostaria que nesse ano a emissora australiana aprendesse com seus erros e se planejasse melhor para a próxima temporada. Conforme o que prometerem eu posso dar uma chance, na expectativa de resgatarem os bons anos de X Factor Australia, do contrário, nem termino de ver.

Uma pena o que fizeram.

FDL

domingo, 13 de novembro de 2016

Poirot: Cai o Pano – Series Finale

curtain2

Cai o Pano foi o último dos telefilmes que a emissora britânica ITV produziu para retratar completamente a obra da Agatha Christie que envolvia o personagem Poirot.

A série começou em 1989 e atravessou décadas, primeiro retratando contos com o detetive belga e depois adaptando os romances, que estão entre os mais famosos da escritora inglesa, como Assassinato no Expresso Oriente, Morte Sobre o Nilo, Morte na Mesopotâmia, O Assassinato de Roger Ackroyd, Natal de Poirot, O Misterioso Caso de Styles e muitos outros (foram muitos mesmo!).

Cai o Pano, ou Curtain é o último também em cronologia, já que mostra a morte de Poirot durante sua última investigação de assassinato.

Por todos esses motivos é um outro clássico da escritora, que deixou o livro pronto em um cofre, sendo sua última publicação em vida.

O livro em si nunca tive coragem de ler. É muito estranho imaginar a morte de Poirot. Já o episódio, foi exibido em 13/11/2013 e só agora, por coincidência, em 13/11/2016 eu consegui assistir.

Eu esperava um episódio mais melancólico e cheio de despedidas. De fato é assim, mas o tema sombrio e violento predominou de longe nessa despedida.

“A convite de Poirot, o capitão Hastings retorna ao local da primeira investigação de ambos: a mansão Styles. O tempo passou: o detetive belga envelheceu e está em uma cadeira de rodas; já a antiga mansão foi reduzida a uma mera hospedaria. A visita, porém, se revela mais que um reencontro entre velhos amigos. O instinto de Poirot, ainda afiado, lhe diz que entre os hóspedes há um assassino. E ele precisa que Hastings o ajude a identificá-lo antes que haja mais uma vítima – e antes que seu tempo acabe.”

curtain1

O ator David Suchet já tinha dado lição de atuação por mais 20 anos interpretando Hercule Poirot. Nesse derradeiro telefilme ele foi além e se mostrou, na minha humilde opinião, um dos melhores atores do mundo. Pena que nem tanta gente conheça tudo que esse homem fez.

Não consigo imaginar Poirot de outra forma e ele já foi interpretado no cinema por outros atores e até virão novos filmes. Para mim tudo é muito estranho. Poirot é David Suchet.

Eu protelei, mas é o fim de mais uma era. Claro que eu não comecei a assistir Poirot em 1989, eu tinha 3 anos. Só que mesmo assim já faz tempo que a obra da Agatha Christie entrou na minha vida. Li O Assassinato no Expresso do Oriente com 16 anos e em 2004 conheci o seriado, sofrendo muito para encontrar pela internet.

Tenho muita vontade de assistir tudo de novo. Sei que ainda farei isso.

Recomendo muitíssimo.

FDL

sábado, 15 de outubro de 2016

Os Caça-Noivas

mike and dave]Filme: Os Caça-Noivas (Mike and Dave Need Wedding Dates)
Nota: 8
Elenco: Zac Efron, Adam Devine, Anna Kendrick, Aubrey Plaza.
Ano: 2016
Direção: Jake Szymanski

 

 

 

Vi o trailer e achei que valeria a pena para uma sessão preguiçosa de filmes com os amigos. Valeu a pena.

É bizarro e absurdo, mas bem engraçado. Gosto desses filmes que não têm vergonha nenhuma de serem ridículos.

Ponto para os atores também, que não se levaram a sério e contaram uma história que tinha o único propósito de fazer rir.

Claro que tem aqueles clichês de final de filme, do tipo “sou desse jeito porque na verdade tenho medo do mundo” e etc... Não podemos ser exigentes, né?

Quero elogiar mais uma vez a Aubrey Plaza, que é uma ótima atriz para a comédia, com um excelente tempo.

Recomendo para quem não espera nada intelectual e apenas quer rir de umas piadas absurdas.

FDL

domingo, 25 de setembro de 2016

Series Finale: Parks and Recreation – 7ª Temporada

parks-and-rec-season-7-posterEssa série terminou no ano passado, mas deixei salva aqui para ver quando tivesse um tempo sobrando.

Foram 13 episódios em uma temporada maluca, que mostrou um avanço no tempo e uma cidade em situação diferente da anterior.

Parks and Recreation nunca foi um fenômeno para mim, mas eu sempre queria ver o que aconteceu, geralmente em maratona quando não tinha nada melhor.

O humor dessa série muitas vezes é inteligente e criativo. A galera fugiu bastante do lugar comum. Isso é motivo até mesmo para ser incompreendida por muita gente.

Amy Poehler continua ótima, com uma personagem extremamente carismática e cativante. Acontece que em muitos momentos Leslie Knope é caricata demais e força um pouco na mão nas esquisitices.

O elenco de coadjuvantes dessa série é muito bom e a série se despediu com estilo, em passagens no futuro e várias homenagens ao que aconteceu nesses 7 anos.

Deixou sua marca e que os atores e criadores venham com boas comédias novamente no futuro.

FDL

domingo, 11 de setembro de 2016

Series Finale: Rizzoli and Isles – 7ª Temporada

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Com uma temporada mais curta, a última série policial a que eu ainda assistia encerrou esses dias. Fechou bonito a história.

Essa série misturou crimes tensos e perseguição policial com investigação com um humor sutil e leve. Verdade que se esgotou e precisava encerrar. Ainda bem que fizeram isso antes de estragar o que a série tinha de bom.

Angie Harmon e Sasha Alexander estiveram muito bem de novo na pele das improváveis amigas que solucionam crimes e lutam contra o impacto deles nas suas já atribuladas vidas pessoais.

O episódio final foi bem emocionante, com direito a despedida de elenco coadjuvante, promoção do irmão mais novo e menção ao personagem Frost, interpretado pelo ator Lee Thompson Young, que morreu em 2013.

A temporada mostrou Jane flertando com o FBI até receber sua proposta de trabalho e Maura Isles sofrendo com uma possível lesão cerebral que a incapacitaria. A grande vilã das últimas temporadas também foi eliminada, a stalker invejosa.

O clima de despedida sempre deixa a gente lamentando que não verá mais a série, mas depois percebemos que bons trabalhos são assim, os que acabam e deixam saudade.

Foram bons 7 anos e espero que os americanos invistam em boas séries. Ultimamente andam com muita preguiça de fazer coisa boa.

FDL

sábado, 10 de setembro de 2016

The Mindy Project – 4ª Temporada

mindy-project-season-4-balloonsComédia é um negócio complicado. Basta um deslize para pegarmos abuso e não querermos mais ver.

Aconteceu isso comigo com Unbreakable Kimmy Schmidt, que ficou péssima. Quase aconteceu com The Mindy Project que terminei de ver há alguns dias com atraso por falta de melhor opção.

Não sei se foi a ida da tv para o streaming, mas as piadas ficaram tão preguiçosas que chega a dar dó. Mindy começou a se rebaixar para ganhar risos e eu acho isso péssimo.

A temporada focou na separação de Mindy e Danny, na chegada de um novo médico na clínica e na vida de mãe solteira dela.

Foram muitos episódios e vários deles de pura enrolação, sem graça nenhuma.

Fico triste porque era uma das minhas comédias preferidas e decaiu muito de qualidade.

Ainda há uma nova temporada por vir, vamos ver se presta. Vou pelo menos dar uma chance.

FDL

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

The Night Of

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A última coisa que ando querendo fazer é começar a ver séries novas. Preciso terminar as velhas e pronto.

Acontece que a HBO veio com essa proposta que não tinha como deixar pra lá. HBO-GO novamente.

A série teve 08 intensos episódios que tratavam da seguinte história:

Nasir Khan, ou “Naz” é um estudante americano de origem paquistanesa. Tem educação rígida e aparentemente é um excelente filho e aluno. Quando recebe um convite para uma festa em Manhattan, Naz toma uma atitude impulsiva e pega o taxi de seu pai escondido.

A história se desdobra com o que acontece nessa noite: Naz conhece uma mulher, tem uma intensa noite de sexo e drogas com ela e sofre um apagão. Só que quando ele desperta, a mulher está morta e ele não sabe o que aconteceu, entrando em pânico e fugindo.

The Night Of tentou cuidar de mais de um assunto ao mesmo tempo, o que faz dela uma das séries mais complexas e tensas que eu vi ultimamente.

A primeira faceta da sociedade americana é como ela vê o imigrante, sobretudo o árabe. Eles são apontados na rua, sofrem violência e são moralmente agredidos diariamente. Não podem revidar, senão terão fama de agressivos.

Isso se reflete na seletividade do sistema criminal, já que a polícia toma esse grupo como alvo. É o que acontece com Naz.

A investigação policial e o cinismo e desprezo por parte de quem trabalha na Justiça são brilhantes nessa série.

Não parando por aí, The Night Of mostrou os efeitos do aprisionamento. Naz aguardou o julgamento preso no estabelecimento prisional conhecido como Rikers. Isso o transforma completamente, já que o ser humano precisa mudar para se adaptar.

Nisso destaco o personagem Freddy, o preso que manda na cadeia. Muito bem construído ele mostra vários lados do criminoso e do prisioneiro, sobretudo o lado humano, com forças, fraquezas, maldades e virtudes, ainda que em desequilíbrio.

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Boa parte da história explora a advocacia. Primeiro com o advogado de porta de cadeia Jack Stone, muito bem interpretado pelo ator John Turturro. Mostra a insegurança de um advogado de casos pequenos que por uma coincidência acaba se deparando com um julgamento famoso. Além disso, ele sofre de uma baixa auto-estima, que se reflete na doença alérgica que ele tem.

Acho que em alguns momentos a série foca demais em Jack Stone e com cenas repetitivas, mas tá valendo. A relação paralela dele com o caso dele com o gato, por quem ele se afeiçoou, mas tinha alergia, foi muito bem feita.

Uma curiosidade é que a série foi produzida pelo falecido ator James Gandolfini, que interpretaria o advogado, mas acabou morrendo antes.

Há também a falsa advogada boazinha e a novata que se entrega demais ao caso e acaba fazendo besteira. Confesso que foi uma parte que não gostei da série.

Em primeiro lugar a advogada high profile de escritório bacanudo foi interpretada de forma meio óbvia. Estava bem claro o que aconteceria depois.

Já a personagem Chandra não fez o mínimo sentido o que aconteceu no final. O comportamento dela simplesmente mudou para ela ser arruinada e haver espaço para o Stone fazer as alegações finais.

Com o fim vimos o fim da crise de consciência do policial e da promotora, cansados e calejados com o cotidiano da profissão. Ele se aposenta e ela calça tênis. Será que a vida real é assim?

Fato é que essa temporada começou muito bem e foi decaindo conforme avançava. Não foi uma decepção, mas também não me marcou muito não.

O final agridoce era o que se esperava, até mesmo pelos efeitos permanentes que a prisão temporária deixa, aliás, alegorizados pelas tatuagens, em lugares cada vez mais expostos conforme a história passava.

De todo jeito fica a recomendação.

FDL

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Masterchef Brasil – 3ª Temporada

masterchef s3 elenco

A temporada atual do Masterchef acabou. E finalmente, porque foi a mais longa até agora. Foram 20 participante e o programa começou em março. Achei que foi coisa demais, mas tudo bem.

Mais uma vez é um excelente reality show, com boas doses de emoções e dramas, do jeito que tem de ser.

Nessa temporada começou a me incomodar o excesso de grosseria dos jurados. Gritos, “cala a boca” e coices primários são desnecessários e ofensivos a quem recebe e a quem assiste.

Essa desculpa de que “a cozinha é assim” não me convence. Cortesia e educação não possuem momento nem lugar.

Os participantes realmente eram muito bons nesse ano. Todos tinham uma cara mais de profissionais.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o clima tenso entre os próprios concorrentes. O vencedor Leonardo foi excluído desde o começo e a postura agressiva de jogo em vários momentos foi evidente.

MasterChef s3

No final, eu torcia para a Raquel, que acabou eliminada na semi-final. Paciência. Pelo menos a Bruna não ganhou e não preciso mais ver as piadinhas sem graça dela e da Paula.

A qualidade do programa decaiu. Acontece isso com todos os realities. Os concorrentes pegam o jeito da competição e acabam perdendo a naturalidade para que gostem deles. Acaba a sinceridade e a naturalidade. Os poucos que são originais acabam se dando bem. É o caso do Fernando, que era atrapalhado e não tão talentoso, mas o pessoal gostava dele.

Até a próxima edição, só de profissionais, que começa logo no final do ano.

FDL

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Social Killers – Amigos Virtuais, Assassinos Reais – RJ Parker, JJ Slate

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“Há quem passe a vida inteira na internet. São pessoas que se entregam de tal forma à vida virtual que já não conseguem distinguir o que é real do que não é. Geralmente carecem de habilidades sociais e gostam de se esconder atrás do anonimato na internet. Algumas se tornam até um perigo para aqueles que não têm o cuidado de resguardar suas informações pessoais. Quando se rompe a linha entre a realidade e a fantasia, ninguém sabe o que pode acontecer.

David Heiss foi criado pela avó e pela tia em uma casa em Dauborn, na região centro-oeste da Alemanha. Seus pais se divorciaram quando ele tinha 6 anos. Ele raramente via a mãe, que trabalhava como enfermeira e morava com a filha em Limburg, a 15 quilômetros de Dauborn. Com o pai tinha ainda menos contato. Ele havia morado na casa da família por cerca de dois anos. David era muito apegado aos avós. Ficou arrasado com a morte do avô e quando a avó adoeceu sua tristeza apenas se intensificou.

...

Em sua página no Facebook, David apontava Fausto, personagem principal da clássica lenda alemã, como seu personagem favorito. Segundo a história, Fausto era um homem extremamente bem-sucedido, porém insatisfeito com a própria vida, motivo que o levou a fazer um pacto com o diabo. David se declarava solteiro e politicamente liberal. Entre suas bandas favoritas estavam Metallica, Queen e Foo Fighters; alguns de seus filmes prediletos eram Pulp Fiction e Star Wars; por fim, interessava-se principalmente por futebol, xadrez, videogames e navegar na internet.

Quando não estava no trabalho, David estava na internet, navegando pelo mundo dos jogos on-line. Passava muitas horas em fóruns conversando com pessoas que tinham os mesmos interesses em jogos, especialmente os de estratégia. No entanto, David tinha um pouco de inveja dessas pessoas, pois, ao contrário dele, muitas tinham condições de cursar uma faculdade”

RJ Parker, JJ Slate

Na data de lançamento esse livro já me chamou a atenção. Sempre gostei de estudar a dinâmica dos crimes violentos e sobretudo as motivações e os meios em que acontecem.

Esse livro aproveita a internet para unir as duas coisas, sobretudo as redes sociais, como Myspace, Facebook, Twitter e o famoso site de classificados americano Craigslist.

Social Killers é um compilado de sintéticos relatos de casos de crimes violentos cometidos por pessoas que passavam boa parte de suas vidas em redes sociais ou percebiam a inocência de quem as usava, para dar o bote.

Há vários casos de pessoas com perturbações psiquiátricas que não aceitavam a realidade e construíam um mundo para si na internet. O problema ocorre quando há o choque desse universo com o real.

Gostei de não haver muita enrolação e apresentarem-se dados apenas. Não há dramatização ou ficção.

O livro é cheio de imagens, páginas decorativas e artes. Isso é evidentemente para disfarçar o fato de que há muito pouco conteúdo. Sem essas coisas seria bem pequeno. Só que eu acho válido, porque a parte visual também é um atrativo para o livro.

Há bastantes indicativos de que haverá uma continuação ou algo do tipo. Se tiver eu compro, porque gostei desse.

Vale a pena pela parte informativa.

FDL

domingo, 31 de julho de 2016

Causa Mortis – Patricia Cornwell

causa mortis patricia cornwell

“Eles se mantinham a uma distância prudente, pois sabiam que eu queria ver o corpo sem interferência ou distração. Não precisávamos nos meter uns nos caminhos dos outros. Lentamente, avancei em direção ao fundo. Concluí que a mangueira enroscara em algum lugar, e por isso estava tão retesada. Não sabia para que lado deveria me mexer, e tentei seguir alguns metros para a esquerda quando senti algo se esfregar em mim. Virei-me e dei de cara com o morto. Seu corpo pulou e balançou quando, involuntariamente, tentei me afastar.  Languidamente, ele balançava os braços estendidos como um sonâmbulo, enquanto eu sentia o medo ir embora conforme passava o susto. Era como se estivesse tentando chamar a minha atenção ou quisesse dançar comigo na escuridão infernal do rio que o engolira. Mantive a flutuação normal, mal movendo as nadadeiras, pois não queria mexer o fundo nem me cortar nos detritos afiados e enferrujados do estaleiro.

"Encontrei-o. Ou, melhor dizendo, ele me encontrou." Apertei o botão para falar. "Estão ouvindo?"

"Muito mal. Estamos uns três metros acima. Esperando."

"Esperem mais alguns minutos e então vamos tirá-lo’”

Patricia Cornwell

Avançando na leitura da obra dessa autora que com certeza é garantia de bons livros, detonei em 2 dias com o 7º livro da história da médica legista Kay Scarpetta.

Os livros anteriores, Desumano e Degradante, Lavoura de Corpos e Cemitério de Indigentes construíram um arco de história que se complementava. Já Causa Mortis traz um assunto novo a ser explorado.

Claro que a relação conflituosa de Kay com a sobrinha Lucy, a relação próxima com o policial Marino e o romance mal resolvido com o agente Wesley continuam presentes e são explorados.

Nessa história Kay é chamada para investigar a morte de um jornalista que foi encontrado em situação suspeita em local utilizado pela Marinha e frequentemente procurado por quem busca relíquias de guerras em navios antigos.

Porém, o clima de tensão e o óbvio fato de que não era bem-vinda no local fazem com que Kay investigue mais o ocorrido, havendo mais mortes e até mesmo uma ação terrorista.

Gostei muito do trabalho de Kay dessa vez mais próximo do da sobrinha Lucy, que é um gênio da informática. Gosto também que esses livros dos anos 90 explorem de forma leve a homossexualidade da garota.

Foi um bom livro, que possui o mesmo defeito dos outros: excesso de linguagem técnica e um final sem muito encerramento. Mas mesmo assim é uma excelente opção de leitura.

Sinto que muito em breve devo ler o próximo. Quem sabe alcanço?

FDL

domingo, 10 de julho de 2016

On The Road – Jack Kerouac

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As garotas desceram também e iniciamos a nossa grande noite empurrando o carro mais uma vez rua abaixo. “Iuuupi! Vamos lá!”, gritou Dean, e nos atiramos no banco de trás e lá fomos nós, tilintando, para o pequeno Harlem da rua Folsom.

Mergulhamos na noite cálida e louca, ouvindo um sax-tenor incrível soprando o trajeto inteiro, fazendo “ii-yah! ii-yah! ii-yah!”, batíamos palmas na batida do jazz e a rapaziada gritava “vai, vai, vai!”. Dean já estava correndo pela rua com seu dedo suspenso no ar, aos gritos: “Toca, homem, toca!”. Um bando de negros em roupa de sábado à noite armou um burburinho na entrada da boate. Era um saloon ordinário e empoeirado com um pequeno tablado no fundo servindo de palco; os rapazes se acotovelavam lá em cima, metidos em seus chapéus, tocando jazz acima das cabeças da platéia, um lugar louco; mulheres muito doidas, desleixadas, circulavam por lá, algumas com roupões de banho, garrafas rolavam chocando-se pelos becos. Nos fundos do bar, num corredor escuro além dos lavatórios destroçados, homens e mulheres em grupos se escoravam nas paredes e bebiam vinho barato, cuspindo sob as estrelas – vinho e uísque. O maravilhoso saxofonista soprava até atingir o êxtase, era um improviso soberbo com riffs em crescendos e minuendos que iam desde um simples “ii-yah!” até um louco “ii-di-lii-yah!” flutuando com furor e acompanhados pelo rolar impetuoso da bateria toda queimada por baganas e que era martelada com fervor por um negro brutal com pescoço de touro que estava pouco se lixando para o mundo exterior, apenas surrando ininterruptamente seus tambores arruinados, bum-bum, ti-cabum, bum-bum. A música rugia e o saxofonista dominava a situação, todos estavam vendo que ele a dominava. Dean agarrava a cabeça no meio da multidão, e era uma multidão muito louca. Todos imploravam, com gritos e olhares desvairados, para que o saxofonista mantivesse o mesmo ritmo, e ele se contorcia, se inclinava até os joelhos e voltava a erguer-se com o sax, em sintonia com o uivo nítido acima do furor da platéia. Uma negra alta e magra sacudia os ossos quase dentro da boca do sax; ele a afastou com seu som. “Ii-hii-hi!”

Jack Kerouac

Sempre tive curiosidade em ler alguma coisa do Jack Kerouac. Em alguns momentos meu lado humanas fala alto.

De duas uma: ou estou velho para compreender esse espírito do livro ou realmente não tem nada demais como alguns dizem.

Acabei cansando na metade e parei. Certamente não vejo motivos para retomar.

Falta história. Isso poderia ser compensado com passagens interessantes, ou diálogos, ou digressões. Nada disso acontece. É um livro de memórias que não me interessou.

Eu entendo algumas pessoas gostarem bastante, mas lamento não ser para mim ou eu não ter a sensibilidade de perceber essa genialidade toda.

Fica para uma outra vida.

FDL

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Veep – 5ª Temporada

veep s5

Para mim é a melhor comédia no ar até agora. É de uma inteligência e escrotidão que são impossíveis de precisar. Mas na medida perfeita.

Julia Louis-Dreyfus segue impecável interpretando uma mulher essencialmente má, falsa e egoísta, mas muito carismática e genial. Não consigo ter raiva de Selina Meyer.

A temporada corre no momento de solução do imbróglio de empate nas eleições ocorrida na temporada anterior. Nisso há uma feroz disputa política com o personagem Tom James, interpretado muito bem pelo Hugh Laurie.

Os diálogos são ótimos, tal qual a presença dos coadjuvantes, todos perfeitos. Essa série é um ponto alto do ano.

Quero destacar uma pergunta feita entre os personagens que recebeu a seguinte resposta: “tenho duas bolas enormes, nenhuma delas de cristal”. Veep é isso.

Até o ano que vem e não sei o que esperar na série, com Selina completamente derrotada.

FDL

terça-feira, 28 de junho de 2016

Operação Big Hero

big heroFilme: Operação Big Hero (Big Hero)
Nota: 8,5
Elenco: vozes desconhecidas para mim
Ano: 2014
Direção: Don Hall, Chris Williams

 

 

 

 

 

Acabei vendo por indicação de uma amiga numa tarde com amigos e realmente é uma boa opção da Disney, que eu sinceramente acho que andou sofrendo uma crise criativa nos últimos anos.

De todo modo, a ideia de San Fransokyo, da influência japonesa e tecnológica rendeu um bom filme, com todos aqueles apelos que a Disney faz muito bem.

Continuo sentindo falta de uma trilha sonora mais marcante, algo que completa esse tipo de produção.

Baymax já marcou.

Acredito que venha uma continuação no futuro e com certeza assisto.

Recomendo.

FDL

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Donnie Darko

Em muitos casos primeiro vem o livro, depois o povo aproveita e faz o filme. Com Donnie Darko é bem diferente. O filme lançado em 2001 nem foi um sucesso tão grande, mas acabou sendo queridinho pela galera cult, então, agora em 2016 a Editora Darkside editou um livro com um puta acabamento com entrevistas, bastidores e entrevistas com o cineasta responsável por essa estranha e inteligente obra.

Eu nunca tinha visto esse filme, mais por conta da falta de interesse por assuntos de ficção científica. Só que com o anúncio do livro eu fui pesquisar um pouco mais e acabei vendo do que se tratava e acabei assistindo.

O filme me fez encomendar esse livro em pré-venda, que li inteiro logo que chegou. Será que eu gostei?

Vamos ao filme primeiro.

donnie darko - filmeFilme: Donnie Darko
Nota: 10
Elenco: Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Patrick Swayze, Maggie Gyllenhaal
Ano: 2001
Direção: Richard Kelly (também escreveu)

 

 

 

 

O começo dos anos 200 foi marcado por esses filmes confusos, que misturam as imagens com a psicologia, com memórias, com ilusões e com o metafísico. Assisti a vários deles e confesso que são um desafio aos neurônios ou porque são nebulosos e vagos demais ou porque são inteligentes demais.

Donnie Darko é as duas coisas, ainda com teorias físicas enfiadas no meio.

O protagonista, cujo nome é o título do filme, interpretado pelo Jake Gyllenhaal, é um adolescente problemático com histórico de doença mental. Em uma certa madrugada ele vê uma bizarra figura fantasiada de coelho que o pede para sair de seu quarto e segui-lo. No dia seguinte ele descobre que uma turbina de avião caiu em seu quarto e certamente o teria matado se estivesse lá.

Durante o filme Donnie tem vários contatos com o coelho, que lhe dá um tempo de contagem regressiva para o mundo acabar. Enquanto isso ele manipula o adolescente a cometer uma série de vandalismos na comunidade.

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O final do filme é bem aberto e sujeito a algumas interpretações. Só que logo após assistir eu acabei vendo um blog com uma teoria dos universos paralelos muito interessante, mas não salvei o link e agora não lembro qual foi. Essa teoria é justamente adaptada das entrevistas que o diretor Richard Kelly deu (que foram adicionadas no livro recém lançado).

Não bastasse a proposta diferente e inteligente, há ótimos atores, diversas passagens e paralelo à trama principal, Donnie vai encarando diversas demagogias na sociedade. O clima de hipocrisia reina na sua comunidade. Só que no espírito de que o mundo vai acabar, ele também detona com tudo.

Gostei muito de todas as cenas da Drew Barrimore, como uma professora moderna que faz os alunos questionarem. Obviamente é pressionada pelos conservadores.

Também destaco a excelente cena, muito bem interpretada pelo Jake Gyllenhaal quando o picareta Jim Cunningham vai dar uma palestra na sua escola e Donnie ataca suas fórmulas e argumentos simplistas, tão vazios, mas ao mesmo tempo tão palatáveis, que engana os fracos.

No final, esse filme me marcou muito, mesmo eu não conseguindo entender 100% dele (juro que a teoria dos universos tangenciais faz bastante sentido).

Qual é a cereja do bolo de um bom filme? Claro, trilha sonora. Aí sim a experiência inexplicável de ver um filme fica perfeita. Com Donnie Darko não seria diferente.

A história se passa no final dos anos 80 e a música dessa época foi muito bem explorada, com Never Tear Us Apart – INXS, Head Over Heels - Tears For Fears, Love Will Tear Us Apart - Joy Division, The Killing Moon - Echo & The Bunnymen e a música final, que deu um excelente efeito dramático: Mad World - Michael Andrews & Gary Jules

 

Com um filme louco desses a gente só pode assistir e gostar, concluindo que o mundo está ou é louco mesmo.

Vamos ao livro.

donnie-darko-darkside-banner-interno

“DONNIE (furioso)

Quanto eles estão te pagando para estar aqui?

JIM CUNNINGHAM

Desculpe? Qual o seu nome, filho?

DONNIE

Gerald.

JIM CUNNINGHAM

Bem, Gerald, eu acho que você está com medo.

DONNIE

Bem, Jim... eu acho que você só fala merda!

Escutam-se cochichos pelo lugar. Algumas gargalhadas dos alunos.

Você está falando essas bostas todas para nos fazer comprar seu livro? Porque, deixa eu te contar uma coisa, esse foi o pior conselho que eu já ouvi (para a garota idiotinha). Se você quer que sua irmã perca peso, diga para ela sair do sofá, parar de comer Twinkies... e talvez entrar no time de hóquei na grama. (para o garoto magricela). Você nunca vai saber o que quer ser quando crescer. Na maior parte do tempo, ninguém sabe. Que quanto a você, Jim? (para Larry) E você... cansou de ter sua cabeça enfiada na privada por algum moleque babaca? Então vá levantar peso... faça uma aula de caratê. E quando ele tentar fazer isso de novo, chuta ele no saco.

Mais burburinhos no local... As gargalhadas dos alunos ficam mais altas.

JIM CUNNINGHAM

(perdendo a calma)

Acho que você tem medo de me pedir um conselho. Acho que você é um jovem muito problemático... e confuso. Acho que você está procurando respostas nos lugares errados.

DONNIE

(pausa longa)

Bem, eu acho que você é a porra do Anticristo”

(Richard Kelly)

Esse livro começa facilmente sendo excelente para simplesmente deixar na estante de livros. O acabamento é muito bonito e fodão. Tem capa dura e uma arte gráfica muito bem feita.

Além disso, as páginas são ilustradas e com um acabamento realmente feito para fã.

Quanto ao conteúdo, realmente é raso, mas não por nenhuma incompetência, eu acho. É porque não há nada mesmo, é um filme de roteiro original.

No começo há uma longa entrevista com Richard Kelly, que fala sobre sua vida, sobre o processo de criação, desenvolvimento e lançamento do filme Donnie Darko. É bem interessante e dá algumas pistas sobre o que ele quis com essa história.

Depois há o roteiro final completo do filme, com todos os diálogos. Isso é bem legal, porque lê-lo é como rever tudo.

Por fim há algumas páginas com o que seria o livro “A Filosofia da Viagem no Tempo”, de Roberta Sparrow, livro este que é utilizado por Donnie no filme e embasa toda a história, dando várias explicações ao final.

Mesmo sendo curto, com pouco mais de 200 páginas, há muitas figuras, informações e destaques, que apenas enriquecem a experiência de conhecer essa obra. Vale a pena com certeza, porque fica para a posteridade.

Recomendo tudo, filme, livro e tudo mais que aparecer.

FDL