quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Masterchef Profissionais 2016

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Como a Band explora o que dá certo até não sobrar nada, nesse final de ano tivemos uma nova edição de Masterchef, só que agora apenas com cozinheiros profissionais.

Nesse caso, eles vão cometer menos erros, vão se respeitar mais e vão elevar o nível das competições, certo? Nem vou começar...

A edição pegou fogo, não só na cozinha, mas nas redes sociais. O programa já começou com um tiro no pé com um participante chamado João desrespeitando uma ordem da jurada Paola Carosella em uma prova.

Isso foi só um início. A temporada toda foi um festival de pessoas com os egos mais inflados possíveis. Além disso, são bastante iludidos, achando que são heróis, guerreiros, maravilhosos. São cozinheiros, uma profissão como outra qualquer.

Para não ficar por aí, começou depois o festival de machismo. Um participante chamado Ivo teve a cara de pau (e burrice) de dizer nas entrevistas que trabalhar na cozinha com mulher “é complicado”, porque elas falam muito e são frágeis. Logo na semana seguinte, se juntou com seu puxa-saco preferido em uma prova e excluíram a participante Dayse. Quando ela reclamou, ele a mandou varrer o chão com a vassoura.

Aliás, isso não foi nem perto dos xingamentos proferidos contra a Dayse, que, por fim, foi vencedora. Todos a chamavam de fraca e sem técnica, embora não tenha ficado nenhuma vez entre os piores. Acho que ela só era mais discreta e insegura e isso é terrível em um lugar cheio de gente cheia de si.

A final foi de grande audiência. A pontuação foi dada ao vivo e quando a Dayse venceu, o outro finalista, Marcelo, sequer quis cumprimentar. Foi esse o nível de “chefs profissionais”.

Sobrou até para a coitada da Ana Paula Padrão, que discutia educadamente a eliminação do João (aquele primeiro, que desrespeitou a Paola) e ele a chamou de leiga. A jornalista confirmou ser leiga, mas devolveu dizendo que se o leigo não fica satisfeito com um prato, o chef não tem trabalho (turn down for what).

No final, para quem gosta de treta foi ótimo. Mas é lamentável ver que esse é o nível dos supostos profissionais da área.

Aliás, não sei se já comentei isso aqui, mas não custa repetir. De onde tiraram que está tudo bem gritar e ofender em uma cozinha? Educação é obrigação em qualquer lugar. Cozinha profissional não é o único ambiente tenso para se trabalhar e nem por isso vemos os outros profissionais agindo de forma histérica. Calma lá, menos.

Ontem ainda foi exibida uma “lavação de panelas”, em que todos os participantes foram reunidos para discutir as polêmicas da temporada. Foi terrível. O programa era gravado e talvez depois disso eles poderiam ver a atitude lamentável deles e pedir desculpas. Ao contrário, o festival de bobagens só aumentou.

Uma pena que o Masterchef Profissionais não tenha sido sobre comida.

A próxima edição normal, com amadores, já é agora no começo do ano. Vamos ver o que eles vão selecionar.

FDL

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