segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O Advogado

Eu terminei de ler "O Advogado", de John Grisham. Eu tinha lido um terço dele até o meio do ano passado, mas só agora comprei a versão impressa e pude ler tudo, começando do zero, claro.
Não é muito animador e faz parte de uma fase meio utópico-politicamente correta do Grisham. Não que ele tenha perdido isso, mas esse livro é o retrato do bonzinho no mundo ideal.
O livro conta uma história de Michael Brock, um advogado que tem tudo na vida: 32 anos com um excelente salário, uma mulher linda e bem sucedida, a iminÊncia da sociedade em sua empresa, que é uma grande empresa advocatícia e todo o conforto que a vida podia dar.
No entanto, um dia sua empresa é invadida por um sem-teto que os ameaça com armas e supostas bombas, alegando que não se importam com os menos favorecidos e somente pensem em suas ambições. O mendigo é morto, mas o choque faz com que Brock repense seus valores.
Ao investigar os motivos do mendigo, Brock conhece o universo dos sem-teto e sua dura realidade. A partir daí, perde o gosto por seus processos antitruste e começa a se desprender de seus valores ambiciosos para se dedicar a levar a Justiça aos sem-teto, que para eles são os mais indefesos.
Além disso, descobre que não foi à toa que o mendigo escolheu sua empresa. Sua corporação estava ligada ao despejo ilegal de centenas de pessoas.
A trama do livro se desenvolve mostrando a conversão de um homem e ele se virando contra a sua empresa quando finalmente parou de olhar para o seu próprio umbigo.

Eu digo que é utópico, porque quantos de nós abandonaríamos a nossa prosperidade conquistada com suor para ajudar desabrigados viciados? Quantos de nós investiríamos uma vida na conquista de uma profissão para viver na pobreza para sermos altruístas? Acho forçado. Mas vale o recado.

Mas o Grisham já fez coisas melhores e mais interessantes. O Juri e o Dossiê Pelicano também são utópicos, mas não retiram do homem a sua essência. O Inocente é um caso real que demonstra a crueldade da pena de morte. Esse é mais ingênuo, acho até que foi por isso que nunca levaram pros cinemas.
FDL

1 comentários:

Fernanda disse...

De fato...é muito utópico e ingênuo.
A chance de algo assim acontecer, principalmente nos dias de hoje, é a mesma, ou menor, do que eu ganhar na mega-sena!
As pessoas podem sim mudar seu foco de visão, mas não deixar tudo pra trás por isso...podem mudar muita coisa em suas vidas, mas não deixar de ter e ser tudo o que conquistaram.