segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Theodore Boone – Aprendiz de Advogado

theodoreboone“Theo começou a andar de um lado para o outro.
-Bem, o Estado tem o ônus de provar a prática do crime, portanto deve apresentar o caso primeiro. A primeira coisa que vai acontecer amanhã é o promotor andar até a tribuna dos jurados e falar para eles. Isto é chamado de argumento inicial. Ele apresenta o caso. Então o advogado de defesa faz o mesmo. Depois disso, o Estado começa a chamar testemunhas. Como vocês sabem, presume-se que o Sr. Duffy seja inocente, então o Estado tem que provar que ele é culpado, e tem que fazê-lo sem deixar margem a qualquer dúvida. Ele afirma que é inocente, algo que na vida real não acontece com muita frequência. Cerca de oitenta por cento das pessoas que vão a juízo sendo acusadas de assassinato acabam por se declarar culpadas, porque de fato são culpadas. Os outros vinte por cento vão a julgamento e noventa por cento são considerados culpados e condenados. Portanto, é raro um réu acusado de assassinato ser absolvido.”

John Grisham – “Theodore Boone – Aprendiz de Advogado”

Quando esse livro foi anunciado em 2010 eu fiquei bem curioso. Foi uma incursão de John Grisham na literatura adolescente. A proposta é bem simples: Theodore Boone é um menino de 13 anos, bem inteligente, filho e sobrinho de advogados, tendo vivido no meio forense desde criancinha, conhecendo todo mundo: funcionários do fórum, juízes, promotores, advogados. O sonho de Theo é ser advogado, mas como já sabe bastante sobre direito, resolve os problemas que seus colegas de classe enfrentam, pois estes sempre o procuram em confiança.

O primeiro livro foi um sucesso e virou uma série. Desde então, em paralelo aos livros de suspense jurídicos que Grisham lança por ano sai também um novo Theodore Boone.

Nesse final de ano aproveitei a Black Friday e comprei baratinho para matar a curiosidade. Também é uma forma de lembrar o passado, porque quando era adolescente eu sempre viajava para a praia no verão e lia meus livros desse tipo de literatura, como Arquivo Z, Rua do Medo e outros, até evoluir para algo mais elaborado.

Esse romance de estreia nos apresenta ao universo de Theo e mostra a cidade ansiosa por um julgamento de homicídio que haverá por lá, um local pacato.

Theo consegue autorização da escola para assistir ao primeiro dia de julgamento com seus colegas, mas os outros dias consegue ver escondido. O livro tem seu duplo twist carpado quando Theo descobre informações não sabidas sobre o caso e teme sobre o que tem de fazer.

Acabei me empolgando e li o livro todo numa madrugada. A narrativa do John Grisham já é instigante, num livro adolescente é mais rápido ainda, porque você se consome pela curiosidade, se desligando do mundo. É uma das coisas interessantes da leitura.

Vou acabar comprando os outros 3 livros lançados e lê-los. Talvez no próximo verão para manter tradição. Quem sabe eu não me aguento e compro antes?

Só sei que gostei de me desligar um pouco e ler um livro mais suave. Valeu a pena.

FDL.

Ouija – Jogo dos Espíritos

ouijaFilme: Ouija – Jogo dos Espíritos (Ouija)
Nota: 6
Elenco: não conheço ninguém, fora a Lin Shaye, uma velha que está em todo filme de terror. Tenho medo dessa atriz.
Ano: 2014
Direção: Stiles White

 

 

 

Então, esse ano foi meio atípico na categoria terror. Eu continuo sem desistir, mesmo passando por experiências traumáticas (que sempre viram piadas depois – jamais me esquecerei do filme do menininho com chifrinhos).

Só que dessa vez não tivemos continuações de Atividade Paranormal, Jogos Mortais e qualquer coisa do tipo. O terreno ficou fértil para outras produções poderem ter algum sucesso.

Foi o caso de Annabelle, que eu comentei esses dias. Também foi o caso do filme deste post – Ouija.

A proposta basicamente é simples: um grupo de amigos encontra um tabuleiro Ouija e contata espíritos para descobrirem as causas do suspeito suicídio de uma amiga deles. Obviamente o negócio dá errado e o espírito vai atrás de um por um.

Esse filme me lembrou muito um homônimo que vi em 2002, cujo título original é “Long Time Dead”, só que lá eles faziam a brincadeira do copo. Segue a mesma linha.

Não tem como dizer que o filme é bom. Os atores são inexperientes e fica complicado achar verossimilhança naquilo. Mas é filme de terror, serve para tomar uns sustos, ver que tipo de mente doentia bolou mortes bizarras. Nesse aspecto acho que não superei minha adolescência, porque continuo gostando de ver.

Só que mesmo assim está um pouquinho acima da média quando comparado com as produções que temos visto ultimamente, mesmo as que fazem sucesso. Foi o caso desse, que ficou em primeiro lugar nas bilheterias na época do Halloween americano.

De todo modo, acho que só quem ainda curte esse tipo de filme vai conseguir ver algum tipo de lado bom, alguma qualidade oculta (bem oculta).

Para um divertimento despreocupado eu recomendo.

FDL

domingo, 28 de dezembro de 2014

Caminhos da Lei

caminhos da lei“ – Você precisa de algumas informações, alguns dos fatos básicos. Tenho Aids há cerca de três anos e não vou viver muito mais tempo. Basicamente é seguro estar perto de mim. A única maneira de contrair a doença é com troca de fluidos coroporais, de modo que vamos combinar agora que não teremos relações sexuais.

Emporia explodiu em gostosas gargalhadas, e logo Adrian se juntou a ela. Eles riram até ficar com lágrimas nos olhos, até a varanda sacudir, até estar rindo de estar rindo tanto. Alguns dos vizinhos apareceram e olharam para eles de longe. Quando afinal as coisas estavam sob controle, ela disse:

– Eu não faço sexo há tanto tempo, que esqueci que existe.”

John Grisham – “Caminhos da Lei”, conto Garoto Estranho

Esse livro do John Grisham eu comprei no ano que saiu, 2009. A proposta era um pouco diferente do que o autor vinha fazendo, já que vinha sendo acusado de estar se repetindo demais nos seus romances jurídicos.

A obra tem 07 contos independentes, com apenas um fato em comum, se passam no condado de Ford, local onde se passou o primeiro romance de Grisham – Tempo de Matar (ainda não li, mas está na lista).

Caminhos da Lei habita a minha mochila há mais ou menos 02 anos, saindo e voltando conforme o caso. É aquele livro que eu pego quando vou esperar uma consulta no médico ou quando vou fazer uma viagem demorada, algo do tipo. Como são contos, a leitura não ficava tão fragmentada.

Mas a enrolação foi demais e agora no final do ano resolvi ler os 3 contos finais. Valeu a pena, pois são os melhores.

Todos os contos lidam com histórias ligadas ao direito de alguma forma, também explora os costumes do interior do Missisipi, com variadas histórias curtas, mas contundentes.

O primeiro conto é “A Corrida de Sangue”, em que um grupo de amigos do interior vai à cidade grande doar sangue a um outro amigo, mas eles não dão conta da metrópole (a marvada pinga) e são engolidos por ela. O foco aqui é mostrar como os homens, jovens e pobres são o alvo do sistema criminal. Não é dos meus contos preferidos.

O segundo conto é “Em Busca de Raymond”. Esse já tem mais cara de John Grisham. Fala de um dos seus assuntos preferidos: pena de morte. O foco nesse conto, no entanto, não é o executado e sim a sua família, sobretudo sua mãe, que está ao lado do filho nesse momento e compartilha com ele as falsas ilusões de uma suspensão da sentença de última hora.

Depois é um conto também com cara do Grisham: “Os arquivos-peixe”, em que um advogado lida com a inércia de como vivia, dando um golpe e mudando de vida, indo embora. É mais uma das histórias em que o autor deixa claro que a advocacia pode e costuma ser bem maçante.

O próximo conto é “Cassino”, bem chato também. Mostra a história de um homem comum e pacato, que é largado pela mulher, cansada do marasmo. Isso faz com que ele tome uma atitude e use sua grande inteligência para contar cartas em cassinos pelo país e depois voltar rico e famoso, recuperando a mulher. Não vi muito propósito nesse conto.

“O Quarto de Michael” já vem com uma porrada bem forte na cara. Mostra um advogado pacato de vida simples sendo sequestrado e torturado física e psicologicamente por um homem. No desenrolar do conto esse homem revela que quer acertar contas com ele por um caso do passado, em que o advogado defendeu um médico pilantra acusado de erro, deixando uma criança de grave deficiência sem indenização e arruinando uma família.

Essa história já traz uma reflexão boa, pois o advogado dizia o tempo inteiro que “apenas fazia o seu trabalho”, o que para um pai naquela situação não significava nada, sobretudo porque esse pai afirma que o advogado usou de mentiras, golpes e tramoias para ganhar.

O direito tem dessas situações e o final desse conto é bem interessante para compreendermos como o próprio advogado se sente ao agir em casos assim.

Nos dois contos finais o autor preferiu se dedicar a grupos específicos e como lidam com eles nessas cidades.

“Quiet Haven” mostra a realidade de uma casa de repouso para idosos e um suposto enfermeiro golpista, que entende de direito, mas não é advogado. Esse homem se infiltra nos locais procurando formas de indicar processos por maus tratos a advogados e, com isso, ficar com uma comissão quando indenizações são pagas. A caça também é por heranças conseguidas ao ficar amigo de idosos abandonados pelas famílias.

Gosto do conto porque ele não vilaniza completamente o homem, que de uma certa forma se apega e até gosta dos idosos, trata deles melhor do que os funcionários verdadeiros. Além disso, paralelamente, corre uma história de prostitutas velhas, da decadência dessas mulheres, que ficam sem função e vivendo de passado.

O melhor conto de fato é “Garoto Estranho”, que ficou para o final, cuja passagem escolhida para epígrafe mostra o que tem de melhor no talento de um escritor.

Adrian é um rapaz homossexual de família rica na preconceituosa cidade do interior. Como lá não tem lugar para “gente como ele”, vai para a cidade grande, mas vive o boom do surgimento da Aids, ficando infectado e doente, voltando à sua terra natal para morrer, em 1984.

A família tem medo, nojo e vergonha dele, o mandando para o “lado negro” da cidade, para ser cuidado pela idosa Emporia, que finalmente teria sua casa para morar após a morte dele.

As nuances desse conto são várias, pois o preconceito se revela de várias formas, até mesmo dentro da igreja, local que deveria ser acolhedor. Não se conhecia sobre a Aids ainda e a violência que o homossexual já sofria aumentou por conta da doença.

A relação do homem, que tentou suportar a vida antes de morrer, com a empregada idosa, que viu nele a oportunidade de apenas ouvir sobre uma vida que foi verdadeiramente vivida, é o ponto alto desse conto e do livro. Aliás, isso faz Caminhos da Lei ser um dos melhores livros do John Grisham.

Muita gente criticou essa obra, dizendo que foi um apanhado de histórias fracas que não deram um livro inteiro e o autor juntou tudo na tentativa de fazer mais dinheiro sem esforço.

Como esse livro foi desenvolvido editorialmente pouco importa, aliás, nem sei se isso é verdade, já que Caminhos da Lei tem certa concatenação. O fato é que o talento do autor para escrever romances também é genuíno ao escrever contos.

Recomendo muito esse livro. Tenho certeza de que não vou esquecer de “O quarto de Michael” e “Garoto Estranho”.

FDL

Garota Exemplar

garota exemplarfilmeFilme: Garota Exemplar (Gone Girl)
Nota: 9
Elenco: Ben Affleck, Rosamund Pike, Neil Patrick Harris.
Ano: 2014
Direção: David Fincher

 

 

 

 

 

Não demorou muito e o filme saiu.

Garota Exemplar é inspirado no livro de Gillian Flynn, que também faz parte do roteiro do longa.

Não vou fazer aquela eterna e inútil comparação entre filme e livro, mas posso dizer que é uma obra fiel à original, sem desrespeitá-la. Aliás, isso é característico do Fincher, que já havia feito algo assim em Millennium. A própria autora fazer parte do projeto ajuda.

Ben Affleck e Rosamund Pike ficaram perfeitos nos papeis de Nick e Amy, sobretudo ela, que ao que tudo indica, vai estar onipresente na temporada de premiações.

Foi estranho ver o Neil Patrick Harris num papel dramático, mas ele se saiu muito bem. Parece que ele finalmente conseguiu se livrar do caricato Barney de How I Met Your Mother.

Claro que algumas passagens e personagens foram cortados, mas a essência ficou ali e principalmente o que encanta no livro também encanta no filme: o suspense segurar a gente curioso do começo ao fim.

Também gostei muito da atriz escolhida para fazer Margo. Ela teve boa química com o Ben Affleck.

Mais um excelente filme, que foi muito bem-vindo nesse final de ano.

Recomento bastante!

FDL

Season Finale: Masterchef Brasil – 1ª Temporada

Master-Chef_Ana-Paula-Padrão_BandSempre gostei de realities sobre culinária, mas acompanhei poucos, apenas uma ou outra temporada de Top Chef, mas sem grandes compromissos.

Mas o ano de 2014 foi muito marcado na televisão a cabo por esses programas, seja pelo boom do Cake Boss, seja pela falta de opções na tv aberta.

A Band comprou o formato e me interessei. Foi o programa de tv que reunia a família para assistir. Todo mundo se achando o dono da cozinha, dando palpites sobre a escolha dos pratos, sobre a personalidade dos competidores e falando que a comida tava ruim (mesmo sem poder provar pela tv).

O destaque pelo sucesso do Masterchef no Brasil certamente foi a escolha dos jurados: Henrique Fogaça, Erick Jacquin e Paola Carosella. Foram duros, mas também sabiam ensinar e serem carinhosos quando necessário.

Ana Paula Padrão não tinha função ali, sobretudo dando aqueles gritos e criando aquelas falsas preocupações. Ela irritava.

Os participantes talvez tenham sido amadores demais. Jamais vou me esquecer do arroz cremoso, do bife à milanesa ou do ovo recheado sabor pizza.

Só que quando os pratos era bons ficava impossível assistir àquilo sem ter fome. A semana de comida japonesa foi complicada.

No final, acabou sendo um dos grandes programas do ano na televisão e aguardo ansiosamente pelo retorno.

FDL

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A verdade sobre o caso Harry Quebert

harry quebert“— O que acha disso?
— Nada mal. Mas acho que você dá muita importância às palavras.
— Às palavras? Mas elas são importantes quando escrevemos, não?
— Sim e não. O sentido da palavra é muito mais importante do que a palavra em si.
— Aonde quer chegar?
— Muito bem, uma palavra é uma palavra e as palavras pertencem a todos. Basta abrir um dicionário e escolher uma. É nesse momento que a coisa fica interessante: será capaz de dar a essa palavra um sentido bem específico?
— Como assim?”

Joël Dicker – A verdade sobre o caso Harry Quebert

 

Já tem mais de um mês que eu li esse livro e demorei bastante para concluir essa leitura também.

Foi feita muita propaganda sobre essa obra e houve muita crítica positiva. É um caso de crime, suspense e mistério, do tipo que eu gosto, mas com reflexões mais aprofundadas, sobretudo quanto à escrita.

Eis a sinopse dele:

“Marcus Goldman viu sua vida se transformar radicalmente. Com apenas vinte e oito anos, publicou um livro que se tornou um best-seller e o alçou ao status de celebridade, com direito a um apartamento chique em Manhattan, um carrão, uma namorada estrela de TV e presenças constantes nos tapetes vermelhos, além de um contrato milionário para um novo romance. E então foi acometido pela doença dos escritores: a síndrome da página em branco. A poucos meses do prazo para a entrega do novo original, pressionado por seu editor e por seu agente, Marcus não consegue escrever nem uma linha sequer. Na tentativa de superar seu bloqueio criativo, Marcus recorre a seu amigo e ex-professor Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados dos Estados Unidos, que vive numa bela casa à beira-mar na pequenina cidade de Aurora, em New Hampshire. Às voltas com sua dificuldade em escrever, Marcus é surpreendido pela descoberta do corpo de uma jovem de quinze anos, Nola Kellergan - que desaparecera sem deixar rastros em 1975 -, enterrado no jardim de Harry, junto com o original do romance que o consagrou. Harry admite ter tido um caso com a garota e ter escrito o livro para ela, mas alega inocência no caso do assassinato. Com a mídia inteira contra Harry, Marcus se lança numa investigação particular, seguindo uma trilha de pistas através dos livros de seu mentor, dos bosques, das praias e das áreas isoladas de New Hampshire em busca da história secreta dos cidadãos de Aurora e do homem que mais admira. Uma teia de segredos emerge, mas a verdade só virá à tona depois de uma longa e complexa jornada. Para salvar Harry, sua carreira literária e a própria pele, Marcus precisa responder a três perguntas, todas misteriosamente conectadas: quem matou Nola Kellergan? O que aconteceu no verão de 1975? E como escrever um romance verdadeiramente bem-sucedido?”

O mais importante para o autor certamente era a relação do protagonista Marcus com seu mentor Harry. Os diálogos eram recheados de teorias e pensamentos sobre o mundo, mais ainda sobre a atividade de escrever um livro. É bem brega em alguns momentos, com frases feitas e clichés, como a epígrafe que escolhi.

Vi uma crítica dizendo que o livro foi pretensioso ao tentar ser mais do que realmente era. Não sei se concordo, só sei que o livro é o que é e de fato algumas passagens são pseudo-geniais e a relação dos dois às vezes me entediava.

Toda a polêmica em relação à juventude cabe aqui. Vivemos tempos de amadurecimento precoce das pessoas e ainda hoje uma relação como a de Harry e Nola iria chocar. Imagine nos anos 70.

O negócio é que por mais que o final desse livro tenha sido perfeito, fechadinho e sem perguntas a responder, fica uma sensação de que muito poderia ser respondido antes sem essa enrolação toda.

A verdade sobre o caso Harry Quebert é um livro excessivamente longo e poderia ter economizado algumas coisas. O autor mesclou passagens do momento com testemunhos do passado, o livro Origens do Mal, escrito por Harry e o novo livro de Marcus. Isso tudo incomodava porque tínhamos de ler as mesmas coisas várias vezes – claro que se contrapunham os diferentes pontos de vista, mas mesmo assim, esse livro foi enfadonho em alguns momentos.

De todo modo, o suíço Joël Dicker fez um excelente trabalho, que deve render uma excelente obra cinematográfica ou minissérie. Não perderia por nada. Vale lembrar que o autor tem apenas 29 anos e publicou um livro pesado como esse.

Ainda que tenha algumas reservas com esse livro, recomendo.

FDL

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Annabelle

anabelleFilme: Annabelle
Nota: 7
Elenco: não conheço ninguém.
Direção: John R. Leonetti
Ano: 2014

 

 

 

 

 

Foi o filme de terror mais comentado do ano. Confesso que já vi tem mais de um mês, mas só agora apareceu a chance de comentar.

Não é de todo ruim, pois tem umas cenas boas de suspense, mas é bastante clichê esse filme.

Posso dizer que gostei porque fizeram a boneca ficar realmente assustadora.

De resto, segue a mesma fórmula de qualquer filme de terror. Tem até a fase de pesquisa no meio, que fortalece a mocinha, que vai brigar com o espírito munida de informações.

O negócio é que a qualidade dos filmes de terror andava tão descendente, que quando você vê um trabalho mediano dá até pra ficar feliz.

Sei lá se recomendo ou se tava de bom humor no dia.

FDL

domingo, 14 de dezembro de 2014

Season Finale: The X Factor – 11ª Temporada

X-Factor-Is-Back-2014

Estávamos todos ansiosos esperando pela volta do melhor reality show do momento. A versão britânica, a original, sempre foi a mais interessante de se assistir. Todavia, recentemente esteve em baixa, desde a saída de Simon e da substituição de jurados por outros menos competentes.

Esse ano, com o cancelamento da versão americana, Simon voltou à sua terra natal e, junto dele, convenceu uma das juradas mais marcantes a voltar, Cheryl.

Isso tudo gerou a expectativa de que o programa poderia recuperar seus dias de auge. Isso aconteceu mais ou menos.

Louie Walsh continuou inatacável na primeira cadeirinha e por derradeiro foi contratada a Mel B, que tinha chamado bastante atenção na versão australiana do programa há alguns anos.

Quanto ao painel de jurados, realmente foi impecável, são todos excelentes. Simon mantém seu humor sarcástico e ácido, tipicamente britânico e Mel B trouxe honestidade e franqueza brutais. Cheryl apesar de ter perdido uma fatia de seu carisma, certamente é uma figura com a cara do programa.

Quanto aos talentos, esses também resolveram reaparecer na televisão. O meu favorito desse ano foi o vencedor, finalmente consegui!

ben haenow

Ben Haenow tem um estilo rock relax que o tornou um dos favoritos desde o começo. Com um gosto mais moderno, esse cara conseguiu se mostrar uma opção de rock que não ficasse com cara de velha ou imitação.

 

fleur eastO segundo lugar ficou com Fleur East, que também apostou no estilo contemporâneo e mesmo quando tinha tudo para soltar as desgastadas músicas de divas, ela sempre surgia com algo moderno. Ela fazia isso mesmo nas semanas de temas fixos. Não é meu estilo musical, mas de fato o talento dela é inegável e mereceu o segundo lugar.

 

Teve destaque também o italiano Andrea Faustini, que tinha um estilo meio desajeitado e, esse sim, abusou dos gritos nas músicas de divas. Ainda foi valorizado, mas não passou do terceiro lugar, me dando esperanças na humanidade.

Outra situação que chamou a atenção nesse ano foi a boyband criada. Sempre criam uma, mas dessa vez resolveram ousar e colocaram oito caras cantando juntos. Muita gente achou que isso atrapalhou mais que ajudou, já que as pessoas não se identificavam com ninguém no meio daquela confusão.

Outros participantes interessantes foram Paul Akister (que foi elogiado por Simon o programa todo, mas depois bastou uma reclamação dele – chamou o cara de dementador – que a eliminação precoce aconteceu) e, obviamente, os joke acts.

 

Esse ano a produção abusou na presença dos concorrentes “não tão sérios”. O principal foi Stevi Richie, escolhido pela Cheryl para ser o wildcard do Simon. Obviamente ela fez isso para ferrar com ele. Simon respondeu dizendo que ela fez isso, mas ele ficaria na competição mais tempo que a maioria das meninas da categoria dela. Dito e feito.

Stevi Richie não cantava direito, mas se dedicava, pulava pelo palco todo suado e sempre passava a impressão de cara gente boa. Entre as apresentações dele houve uma imitação de Fredy Mercury (com direito a bigodinho) e uma fantasia de faraó.

 

A temporada, pelo que vi, não resgatou uma grande audiência, mas certamente deu o que falar e acho que é o mais importante quando se trata de produzir talentos. Ben e Fleur eu acho que têm chance de serem os próximos Olly Murs, One Direction e Leona Lewis. O tempo dirá.

Ano que vem estamos aí de novo para assistir. Vamos ver as novidades e surpresas que aparecerão.

FDL

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tim Maia

tim maiaFilme: Tim Maia
Nota: 8
Elenco: Robson Nunes, Babu Santana, Alinne Moraes, Cauã Reymond
Ano: 2014
Direção: Mauro Lima

 

 

 

 

Bom filme que assisti na semana passada. É inspirado no livro de Nelson Motta e retrata de forma criativa e inteligente a vida de um dos maiores nomes da música brasileira.

O livro mostra um Tim Maia humano, com virtudes e defeitos, tentando encontrar uma forma de viver em um mundo hostil com o menino feio – ainda que em um livro muito ruim de ler por ser repetitivo. O filme já mostra um cara explosivo, temperamental e sem refletir muito sobre o que fazia no mundo.

Faltou explorar momentos mais reflexivos do Tim mais velho. Essa obra utilizou muito tempo na juventude dele, nas peripécias pelo mundo, na tentativa de reencontrar o amigo Roberto Carlos e acabou explorando pouco a fase mais importante e icônica dele.

Ainda assim, é um excelente filme, que faz arrepiar quando mostra músicas famosas do cantor. Aliás, as canções vinham quando o filme demonstrava sinais de estar ficando fraco. Dava uma recarregada.

Tim Maia merecia ter uma biografia interpretada por bons atores e com investimento decente.

Mais uma produção nacional que fez uma justa homenagem a quem se imortalizou pela sua obra.

Recomendo.

FDL

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Season Finale: The X Factor Australia–6ª Temporada

The_X_Factor_Australia_Season_6

Geralmente eu espero todas as edições que eu assisto do X Factor acabarem para fazer um post único. Mas a versão americana foi cancelada e a australiana aconteceu mais cedo esse ano, acabando com uns dois meses de diferença em relação à original britânica.

A Australia segurou a franquia na época da crise, porque fez um trabalho decente, sem tentar inventar demais. No ano passado já não foi tão bom. A mesma fraqueza eu vi nesse ano.

Os jurados foram os mesmos, inclusive na postura deles. Ronan Keating continuou com a atitude de se sentir um pouco superior e utilizando aquelas frases de impacto, que tanto me irritam.

O Redfoo seguiu prolixo e se perdendo no meio do que falava, além de escolher músicas de gosto questionável para seus pupilos.

Dannii continuou fazendo joguinhos para favorecer seus acts e Natalie seguiu com aqueles gritos exagerados e aquela cara de quem não faz ideia do que tá acontecendo.

Os acts foram ligeiramente mais interessantes do que no ano passado.

TheXFactorAustraliaMarlisaPunzalan

A vencedora, Marlisa, act do Ronan, é aquele tipo tradicional de oriental com voz forte e gosto pelas músicas de divas. American Idol e outras edições do Fator X já utilizaram bastante esse tipo de cantora. Achei repetitivo e sem graça, não sei quem gostou daquilo.

O runner-up foi Dean Ray, rockstar da edição, com uma encarada de olhar completamente de maluco. Esse cara era talentoso, mas o desconforto dele em estar lá ou em passar imagem de rockstar me deixavam desconfortável.

Ele fez uma boa apresentação com Rolling Stones: Sympathy for the devil.

O terceiro lugar foi dos irmãos caipiras Brothers 3, que eram talentosos, mas não muito versáteis, o que fez eles perderem o favoritismo durante a temporada.

A eliminação choque do ano foi com Reigan, porque era favorita a ganhar, mas ficou apenas em quarto lugar.

Foi um ano que valeu a pena ver acompanhando. Vejamos como vem no próximo, onde esperam-se mudanças.

FDL

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Season Finale: Episodes – 3ª Temporada

episodess3Nessa temporada a série começou ruim, com dois episódios péssimos de estreia. Isso fez com que eu guardasse no HD e talvez assistisse o restante. Pensei em largar a série, mas como eram poucos episódios, num dia de insônia e falta de opções melhores eu poderia matar em uma maratona. Foi o que aconteceu.

Foi um pouco frustrante a série terminar a temporada passada com alguns arcos e promessas e logo no piloto da temporada seguinte estar tudo diferente, mudado, frustrando expectativas.

O humor deu sinais de desgaste também. Algumas cenas ficaram repetitivas e apostando em situações ou temas já explorados.

Essa série é muito curta e com muito poucos episódios para poder se repetir assim.

Ainda na terceira temporada Episodes lançou mão de um recurso tão comum nas séries americanas: jogam um personagem novo que tumultua a vida do elenco e depois desaparece. Quando você menos percebe, no todo, a série esteve parada no mesmo lugar e você perdeu tempo assistindo.

Exatamente isso que aconteceu com a inclusão daquele chefe doido na trama. Aquela passagem dele batendo punheta no episódio todo, enquanto o Marc batia na porta foi constrangedora, avulsa e nada engraçada.

Ressalto novamente os diálogos de Bev e Carol. Matt Le Blanc tá cada vez mais coadjuvante e inútil na história.

Talvez eu tenha sido ranzinza com Episodes, mas é fato que não está tão boa quanto antes.

Sei que volta em próxima temporada, só não sei quando. Espero que melhorem.

FDL

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Copa de Elite

Copa_de_Elite_pôsterFilme: Copa de Elite
Nota: 4
Elenco: Marcos Veras, Julia Rabello, Rafinha Bastos. Participações dignas do Oscar de: Thammy Miranda, Alexandre Frota, Bruno de Luca e Anitta
Ano: 2014
Direção: Vitor Brandt

 

 

 

Pelo trailer parecia uma opção ao menos divertida. Eu ri vendo justo o Alexandre Frota vestido de Minha mãe é uma peça. Esperei que não tivessem cometido o erro de usar as poucas piadas boas no trailer, sem sobrar nada para o filme.

A história aproveita o evento da Copa do Mundo para fazer aqueles tradicionais filmes com compilados de sátiras, tendo como carro-chefe o sucesso Tropa de Elite. Isso não tem nada de novo, mas talvez só agora o Brasil tenha um punhado de filmes que tivesse feito sucesso o suficiente para resultar num trabalho desses, onde todo mundo possa reconhecer de quem eles tiram sarro.

O elenco tem o Marcos Veras e a Julia Rabello, esposa dele na vida real. O casal é sucesso nos esquetes do Porta dos Fundos, que eu gosto muito (embora já demonstre sinais de cansaço). O Rafinha Bastos já chocou mais e não se pode negar o lado cínico dele demonstrado nos shows de stand-up. Quando ele não apela pros estereótipos ele é foda. Soma-se a isso a presença de algumas personalidades da mídia, que de alguma forma poderiam dar um tom divertido ao filme.

Supostamente isso deveria funcionar, certo? Errado. O filme é terrível.

Mais uma vez faltou gente talentosa escrevendo. Sem isso, nenhuma produção é nada! Faltam os comediantes entenderem isso de uma vez por todas.

Esse filme é cheio de piadas óbvias e batidas, situações em que não se tira uma risada. Além disso, que constrangimento é ver uma piada ruim ir ao ar, dói fisicamente.

Não recomendo esse filme, porque ele foi uma tortura.

FDL

domingo, 12 de outubro de 2014

Sem Limites

limitlessFilme: Sem Limites (Limitless)
Nota: 8
Elenco: Bradley Cooper, Robert De Niro
Ano: 2011
Direção: Neil Burger

 

 

 

 

 

Um bom filme que meu irmão me indicou.

É fantasioso, mas lida com uma fantasia que todos nós temos: e se conseguíssemos nos tornar superinteligentes?

Tem boas atuações, apesar de que considerei a presença do De Niro nesse filme a de um coadjuvante de luxo, porque a utilidade dele foi meio sei lá.

De todo modo recomendo, é uma boa opção de filme para se distrair. Só está cansando toda semana ter um filme novo do Bradley Cooper.

FDL

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Blue Jasmine

blue jasmineFilme: Blue Jasmine
Nota: 8,5
Elenco: Cate Blanchett, Alec Baldwin, Bobby Cannavale, Louis C.K., Peter Sarsgaard, Sally Hawkins
Ano: 2013
Diretor: Woody Allen

 

 

 

 

Estava devendo ver o esse filme desde o ano passado. Aliás, prêmios não faltaram a Cate Blanchett, inclusive o Oscar desse ano de melhor atriz.

Nem tem muito o que dizer sobre a experiência que é assistir a um filme do Woody Allen. Mesmo com uma história em que aparentemente não acontece nada, as nuances e os diálogos revelam que acontece muito!

A atuação da Cate Blanchett de fato esteve impecável e o filme tem novamente aquele tom amargo e niilista, fazendo com que em certos momentos a gente se apegue e tenha raiva da protagonista, ficando sem saber qual deve ser o seu final.

Esse filme foi um pouco diferente dos últimos de Woody, que andou brincando com a Europa e com o metafísico. Confesso que gostei mais desse estilo.

Recomendo bastante.

FDL

O Rebu

o-rebu

Terminei no final de semana a assistir essa novela/série/minissérie/macrossérie/microssérie, que seja, exibida pela Globo nas últimas semanas.

Foram 36 capítulos curtos, de cerca de meia hora de duração.

A história é um suspense do estilo “quem matou”, cheio de flashbacks e vários suspeitos. Mesmo sendo uma produção com aquele carão de Globo, com Tony Ramos e Vera Holtz, eu tinha que assistir.

Trata-se de um remake de uma obra feita nos anos 70, que foi considerada na época revolucionária, porque a história se passa completamente em uma festa onde um corpo aparece boiando na piscina e se desenrola no dia seguinte, com a investigação.

Obviamente que a história deve ser rica, com personagens desenvolvidos e muitos flashbacks para ocorrerem 36 capítulos sem ultrapassar o tempo de praticamente um dia. O problema foi a enrolação.

Não tinha muito o que fazer e no meio da minissérie a história se arrastou, com histórias carregadas de sentimentalismo e apelação. Usa-se esse recurso para disfarçar o fato de que a história não estava propriamente andando.

Além disso, para o suspense ser mantido, várias pistas falsas e avulsas acabaram sendo dadas e esse dia acabaria sendo um recorde mundial, porque tudo aconteceu: sequestro de freira, mais assassinato, drogas, propinas, sniper, operações da polícia, corrupção, enfim, de tudo.

o rebu2

No final a série acabou se mantendo interessante e eu quis saber quem era o assassino e, sobretudo, os motivos.

Os atores são bons, não tem como negar. Atores brasileiros sabem fazer seu trabalho. Destaco Patricia Pilar, Cassia Kis e o próprio Tony Ramos, que saiu das novelas onde fazia o estrangeiro bonachão para fazer o tipo milionário escroto e bajulador, mas imundo e traiçoeiro.

A Globo costuma acertar nessas minisséries que passam no horário de sono do trabalhador. O jeito é gravar ou baixar, assim podemos ver sem propagandas, até em maratonas.

O Rebu teve seus defeitos, mas certamente explorou um gênero interessante e fez mirar minha atenção novamente para alguma produção nacional na televisão.

Recomendo sim.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Season Finale: 2 Broke Girls – 3ª Temporada

2brokegirlss3Em um ano com pouco tempo e cabeça para as séries, algumas delas, sobretudo comédias, acabam ficando em segundo plano.

É um bom momento para colocar em perspectiva a qualidade do que nós assistimos e selecionarmos melhor nosso tempo.

Com a chegada nesse mês da Fall Season americana, as melhores séries voltam ao ar e com isso é melhor estar em dia com que acompanhamos.

2 Broke Girls foi uma série que até esse ano eu tinha visto metade da temporada e na última semana resolvi terminar para ver se dava uma chance na próxima temporada.

Engraçada a série é, disso não há dúvidas. O problema é que a história anda muito pouco. Ou, pior, circula e volta ao mesmo lugar, como quando aparecem namorados para alguma das broke girls e depois terminam e fica tudo igual.

Ainda sou fã do texto, sobretudo quando resolve ser bem baixo nível e escroto, geralmente nos textos da Max. É uma forma de humor ousada, esquecida e feito por mulheres bem resolvidas. Isso é muito interessante.

Sinceramente não sei se consigo continuar vendo nesse ano, mas com certeza é uma opção de comédia, gênero este que está cada vez mais abandonado.

Até a próxima!

FDL

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Season Finale: Veep – 3ª Temporada

veep s03Tá chegando a nova temporada de séries, então aproveitei e deixei algumas em dia. Por isso vou comentá-las os próximos dias.

Veep nunca foi minha comédia preferida, mas sempre vai melhorando conforme as temporadas passam. A atual foi excelente. Comédia de verdade.

Julia Louis-Dreyfus é uma das grandes comediantes do momento. A capacidade dela de fazer uma mulher política falsa, egocêntrica, preconceituosa e ao mesmo tempo carismática, foi impressionante.

O humor dessa série é bem difícil, com linhas tênues e fica muita coisa não dita, sobrando para a interpretação a tarefa de convencer.

A química entre o elenco também é ótima.

Eu destaco nessa temporada tanto a cena em que Selina descobre que vai virar presidente e ri no banheiro quanto a cena em que há um debate dos presidenciáveis. Impagável.

Com certeza assistirei à próxima temporada e merecido o Emmy de melhor atriz recebido por Julia!

FDL

domingo, 17 de agosto de 2014

Garota Exemplar

garota exemplar

“Eu estava voltando para a sala de interrogatório quando ouvi a voz do meu pai. Às vezes, em momentos particularmente vergonhosos, eu ouvia a voz dele em minha cabeça. Mas aquela era a voz do meu pai ali. Suas palavras emergiam em bolhas molhadas como algo saído de um pântano fedorento. Piranha, piranha, piranha. Meu pai, ensandecido, passara a lançar a palavra contra qualquer mulher que o aborrecesse mesmo que vagamente: piranha, piranha, piranha. Olhei para dentro de uma sala de reuniões e lá estava ele, sentado em um banco encostado na parede. Ele um dia fora um homem bonito, intenso e com um furinho no queixo. Desconcertantemente lindo, como minha tia o descrevera. Agora ele estava murmurando para o chão, seus cabelos louros embaraçados, calças enlameadas e braços arranhados, como se tivesse aberto caminho por um espinheiro. Um fio de saliva escorria brilhante por seu queixo como a trilha de uma lesma, e ele contraía e relaxava músculos dos braços que ainda não haviam degenerado. Uma policial tensa estava junto a ele, os lábios crispados de raiva, tentando ignorá-lo: piranha, piranha, piranha, eu disse, piranha.”

Garota Exemplar – Gillian Flynn

Esse livro apareceu por aqui no ano passado, mas agora apareceu o impulso de ler. Acredite. Abriu o livro (ou ligou o Kobo) você termina em poucos dias.

É um livro de suspense, cujo protagonista é Nick Dunne, um cara que aparentemente tem um casamento perfeito com a mulher de seus sonhos, Amy Dunne. Tudo isso acontece até o dia em que ela desaparece misteriosamente e Nick não consegue escapar do olhar alheio e se torna suspeito de ser o responsável pelo crime, sobretudo quando provas contundentes aparecem.

Essa história é inquietante, interessante e inteligente. A relação desse casal é algo próprio, que funciona para eles, igualzinho no mundo real, quando somente os próprios casais entendem sua dinâmica de relacionamento.

Há uma forte sexualidade nessa história, que embala momentos de tensão e suspense.

Aquela narrativa que rebate mentiras, apresenta evidências, passa por momentos de adrenalina é exatamente o que Gillian traz. Aliás, eu teria medo de conviver com essa autora, porque esse cérebro foi capaz de criar essa história.

Claro que há liberdades artísticas e no mundo real as coisas não aconteceriam desse jeito, mas quem se importa?

Importa que o filme sairá nos próximos meses, com direção de David Fincher, que fez um ótimo trabalho em Millennium.

Recomendo muito esse livro e aguardo o filme.

FDL

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Series Finale: Silk – 3ª Temporada

silks3

Primeiro mandamento sobre séries britânicas: não se apegue.

Elas são curtas, de uma irregularidade impressionante e geralmente duram poucas temporadas.

Com Silk não foi diferente. Teve uma excelente primeira temporada se seis episódios em 2011. Voltou em 2012 com mais seis episódios, mas não tão excelentes como na primeira temporada.

Somente agora em 2014 tivemos uma continuação. Curta também. Só que dessa vez foi anunciado ser a temporada derradeira.

Silk é um drama jurídico britânico, mas com algumas especificidades. Ao mesmo tempo que aborda os tradicionais casos da Justiça, ficamos diante das tramoias pelo poder em escritórios de advocacia.

O sistema inglês ajuda a deixar interessante um modelo de séries que talvez esteja desgastado. Acusação e defesa dividem os mesmos escritórios, trazendo os conflitos éticos e ideológicos de cada um.

O maior destaque dessa série é a atriz Maxine Peake, que interpreta a protagonista Martha Costello, uma advogada especialmente talentosa, com talento para a defesa, mas com reflexos em sua vida pessoal, sobretudo na tensão sexual/amorosa que tem com seu colega de escritório e rival, Clive Reader, interpretado pelo ator Rupert Penry-Jones, inclinado para a acusação, claro.

Com poucos episódios, ganchos e um elenco sensacional, essa série você assiste em maratona num dia só. Recomendo muito e deixa sua marca como um excelente drama inglês.

Pena que tenha durado tão pouco, porque seria fácil se acostumar a ver sempre Martha Costello na tv. Mas os ingleses são assim.

Recomendo muito.

FDL

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Everything Is Average Nowadays–Kaiser Chiefs

Kaiser Chiefs - Everything Is Average Nowadays - 5- CD SINGLE-424886 

Everything Is Average Nowadays

Soo

Everything is average nowadays

Everything is average nowadays

Everyone would do it if they can

And everything is going down the pan

And everyone is following the craze

And everything is average

Now you say it's getting better

But I don't really see the signs

Said it was too different

You thought it would be suicide

Not much to believe in

Left up on the shelf

So get your coats we're leaving

We'll just do something else

Ohh Everything is average nowadays

Everything is average nowadays

And everything is of no consequence

Cos everyone is sitting on the fence

And everyone will always stay the same

Cos everything is average

You said we didn't mean it

You threw away the book of rules

You thought that we should read it

You wouldn't even know how to

Not much to believe in

Left up on the shelf

So get your coats we're leaving

We'll just do something else

All I need is a ball and a wall

Or a sledge and a hill in heavy weather

All I need is a ball and a wall

A sledge and a hill in heavy weather

Oh oh oh oh

Not much to believe in

Left up on the shelf

So get your coats we're leaving

We'll just do something else

Ohh Everything is average nowadays

Everything is average nowadays

Everyone would do it if they can

And everything is going down the pan

And everyone is following the craze

And everything is average nowadays

Tudo É Pouco Hoje Em Dia

Então

Tudo é pouco hoje em dia

Tudo é pouco hoje em dia

Todo mundo faria isto se eles conseguisem

E tudo está afundando na panela

E todo mundo está seguindo a moda

E tudo é pouco

Agora você diz que está melhorando

Mas eu realmente não vejo os sinais

Disse que era muito diferente

Você pensou que seria suicída

Muitos acreditam em

Remanescer em cima na estante

Então pegue seus casacos que nós estamos partindo

Nós só faremos qualquer outra coisa

Oh Tudo é pouco hoje em dia

Tudo é pouco hoje em dia

E tudo é de nenhuma conseqüência

Porque todo mundo está vacilando

E todo mundo sempre ficará o mesmo

Porque tudo é pouco

Você disse que nós não quisemos dizer isto

Você jogou fora o livro de regras

Você pensou que nós devíamos ler isto

Você até não saberia como

Muitos acreditam em

Remanescer em cima na estante

Então pegue seus casacos que nós estamos partindo

Nós só faremos qualquer outra coisa

Tudo que eu preciso é de uma bola e uma parede

Ou um trenó e uma colina em tempo pesado

Tudo que eu preciso é de uma bola e uma parede

Um trenó e uma colina em tempo pesado

Oh oh oh oh

Muitos acreditam em

Remanescer em cima na estante

Então pegue seus casacos que nós estamos partindo

Nós só faremos qualquer outra coisa

Oh Tudo é pouco hoje em dia

Tudo é pouco hoje em dia

Todo mundo faria isto se eles conseguisem

E tudo está afundando na panela

E todo mundo está seguindo a moda

E tudo é pouco hoje em dia

terça-feira, 15 de julho de 2014

S.O.S.: Mulheres ao Mar

sos-mulheresaomarFilme: S.O.S.: Mulheres ao Mar
Nota: 6
Elenco: Giovanna Antonelli, Fabiula Nascimento, Thalita Carauta, Reynaldo Gianecchini, Emanuelle Araújo
Ano: 2014
Direção: Cris D'amato

 

 

 

 

Eu soube que há vários filmes nacionais recentes no Youtube. Geralmente essas comédias. Outro dia, numa madrugada preguiçosa, o vídeo apareceu e eu acabei vendo o filme inteiro.

É uma comédia bem mediana. Superior a algumas porcarias, como Meu Passado Me Condena e Muita Calma Nessa Hora 2, mas continua sendo um formato de seriado global preguiçoso.

O lado bom é a naturalidade da atuação da Giobanna Antonelli. Também pego leve em algumas partes porque é evidentemente um filme feito para mulheres.

Tem sim umas cenas engraçadas. A atriz Thalita Carauta é muito boa, nem precisa dizer que é desperdiçada no Zorra Total.

Tem umas tramas repetitivas e trapalhadas óbvias, isso irrita um pouco, mas não dá pra esperar descobertas mirabolantes toda vez. Fez o seu papel de ser levemente cômico e pronto.

Só achei que aquela cena do Funiculí, Funiculá foi extremamente desnecessária e com a piada pronta. Podiam ter se esforçado melhor nessa.

No final, para quem não é exigente esse filme não vai ser ruim, mas também confesso que não vai marcar e logo logo eu vou esquecer dele.

FDL

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Season Finale: Criminal Minds – 9ª Temporada

criminalminds

Com a falta de tempo, excesso de preocupações e afazeres, era necessário cortar diversas séries e filmes. Criminal Minds estava meio repetitiva, cansativa e foi para a lista de espera.

Acontece que essa série faz falta, já me apeguei a ela, porque vejo desde a estreia, em 2005.

Essa temporada começou fraca. Diversos episódios com cara de requentados, alguns clichês e falta de imaginação, ou pode ser entendido como esgotamento das possibilidades.

No começo a série sofreu resquícios da morte da antiga chefe e a chegada do novo agente, Cruz. Ele era misterioso, tinha um segredo com a J.J., que foi solucionado em um arco de episódios eletrizante, que marcava o 100º episódio da série.

Nesse episódio especial houve violência excessiva, sobretudo a psicológica, que é a marca da série. Também tivemos uma participação especial da agente Prentiss, que já foi e voltou duzentas vezes.

Depois disso a série esfriou, mas como vi os episódios finais agora, posso dizer que o final foi excelente. Vou destacar o episódio 18, com o assassino da raiva e o episódio 19, que trata de uma sobrevivente de uma série de crimes. Aliás, esse episódio 19 mostrou que a série conseguiu contar uma história de forma diferente, com recursos diferentes e mais uma boa participação do ator Shemar Moore.

Também veremos um assassino medonho que anda por aí ainda. Deve voltar nas próximas temporadas.

O final foi ótimo. Mais uma vez, um banho de sangue exagerado, mas tudo bem. Os conflitos contados marcam a saída da agente Blake da série e talvez uma reviravolta num apático Reid que vinha aparecendo.

Por um lado a saída da atriz é boa, porque durante a série ela não foi carismática ou marcante, embora sua personagem tivesse uma excelente história, sendo excessivamente inteligente e competente, mas sem perder o lado carinhoso e familiar. As cenas finais mostraram a atriz no ponto da sensibilidade que a personagem demandava. Aí fiquei com a impressão de que talvez pudessem dar outra chance...

Me incomoda ver como a série explora fraquezas dos personagens fazendo os suspeitos irem atrás deles sempre. Os episódios chave sempre envolvem mortes de familiares, sequestros de agentes, atentados contra eles. Nenhum deles escapou até agora. Esse emprego é um perigo!

Bom, vou dizer que aguardo a próxima temporada, não sei se vejo inteira, mas posso prometer que ainda não estava pronto para abandonar Criminal Minds.

Até a próxima.

FDL

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O Espelho

oculusFilme: O Espelho (Oculus)
Nota: 3
Elenco: não conheço essas pessoas
Ano: 2013
Direção: Mike Flanagan

 

 

 

 

 

Pelo trailer pareceu interessante. Mas que filme ruim!

“Tim (Brenton Thwaites) e Kaylie (Karen Gillan) são dois irmãos traumatizados pela morte inexplicada dos pais. Quando Tim sai de um hospital psiquiátrico, após anos internado, ele tem certeza de que a causa da tragédia familiar é um grande espelho que acompanha a família há séculos. Cercados por fenômenos paranormais, os dois tentam provar que o objeto é o verdadeiro responsável pela sangrenta história de seus ascendentes.”

O problema é a quantidade de clichês em um filme só. A irmã, toda durona, toda preparada, cai nas armadilhas mais óbvias que o espelho traria.

O final então, estava tão óbvio que era questão de esperar e ver o que acontecia. E esses finais demonstram bem o interesse dos diretores em ganhar grana com continuações, sem estarem nem aí para a qualidade da obra que produzem.

O resultado está aí, mais um lixo descartável, que promete mas não entrega.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Muita Calma Nessa Hora 2

muita-calma-nessa-hora-2-posterFilme: Muita Calma Nessa Hora 2
Nota: 4
Elenco: Andréia Horta, Daniel Filho, Marcelo Adnet, Heloísa Périssé, Bruno Mazzeo, Gianne Albertoni, Maria Clara Gueiros, Marcelo Tas, Fernanda Souza, e mais uma puta galera alto astral
Ano: 2014
Direção: Felipe Joffily

 

 

 

Foi só eu elogiar o primeiro filme em 2011, né? Cacete...

Conseguiram deixar essa continuação com aquela cara de Bruno Mazzeo, sabe? O humor nesse filme foi extremamente preguiçoso, sem inspiração.

O elenco quase todo se repetiu e só teve algumas cenas boas porque o paulista coxinha interpretado pelo Marcelo Adnet foi excelente, como se podia esperar.

A piada antes de ser contada já era adivinhada, assim como o desfecho do filme. Podiam ter caprichado mais, porque o elenco é talentoso e o primeiro filme não foi excelente mas foi divertido.

Confiaram demais no sucesso anterior e deu nisso, um desperdício de cinema nacional.

Não recomendo.

FDL

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sem Evidências

devilsknotFilme: Sem Evidências (Devil’s Knot)
Nota: 9
Elenco: Reese Witherspoon, Colin Firth e mais um bom elenco de coadjuvantes que eu não conheço
Ano: 2013
Direção: Atom Egoyan

 

 

 

 

Olhando o elenco parece que eu fiquei mais de um mês sem comentar filmes para retornar com uma comédia romântica. Ledo engano. Esses dois atores estão tentando sair dos filmes bobinhos para fazer interpretações pesadas.

Esse filme é inspirado em uma história real e trata do desaparecimento e morte de três meninos pré-adolescentes em uma cidade pequena ocorrida no começo dos anos 90. O caso é conhecido como West Memphis Three.

O que num primeiro momento parece ser mais um filme sobre violência gratuita como entretenimento acaba se revelando uma boa surpresa, por trazer temas relacionados às penas como discussão.

Há um grande foco na questão da disseminação da atribuição de culpa com base em preconceitos. Tudo isso muito inflamado pelo sentimento de medo e vingança que surge nas pessoas quando uma grande tragédia bate às suas portas.

Também é tratado o tema da pena de morte, com todos os reflexos que ela tem nessa história real. O personagem do Colin Firth é essencial nesse assunto.

As atuações são boas e o tribunal tratado com mais veracidade, mostrando como é difícil alcançar a ilusória imparcialidade.

O final do filme é bem interessante, também pendendo para a realidade, no sentido de que a justiça criminal dificilmente traz respostas e infelizmente não há uma forma de resgatar totalmente o passado para passar os fatos a limpo.

Filme interessante e para uma boa reflexão. Recomendo.

FDL

terça-feira, 27 de maio de 2014

Desumano e Degradante

“Na fria mesa de aço o menino parecia ainda menor que nos lençóis claros de seu leito de hospital. Nessa sala não havia arco-íris nem paredes ou janelas decoradas com dinossauros para alegrar o coração das crianças. Eddie Heath tinha vindo nu, com agulhas intravenosas, cateteres e curativos ainda no lugar. Pareciam tristes testemunhos do que o tinha prendido a este mundo e logo o desligara dele, como a corda de um balão que flutua ao desamparo pelo ar aberto. Durante quase uma hora documentei as lesões e as marcas da terapia, enquanto Susan tirava fotografias e atendia ao telefone.”

(Patricia Cornwell)

desumano e degradanteEsse livro é o 04 na ordem dos mistérios de Kay Scarpetta, série incrível escrita por Patricia Cornwell. Eu acabei lendo esse livro em uns 2 dias de madrugadas insones, muito por conta das impressões que o anterior tinha deixado.

Nesse livro Kay Scarpetta entra um pouco mais numa área interessante do crime, a discussão da pena de morte. Além disso, temos um serial killer e um romance 100% focado em evidências criminalísticas e computação. Considerando o ano de lançamento desse livro, 1993, podemos considera-lo muito moderno.

Destaco também a volta da personagem Lucy, sobrinha complicada de Kay, que era uma criança geniosa e genial no primeiro livro, Post Mortem, e voltou nessa obra, já como uma jovem, ainda mais geniosa e grenial.

De todo modo, foi o pior de todos que li da autora. O final foi meio corrido e confesso que ao voltar aqui para terminar de escrever esse post, já tinha esquecido de algumas coisas. Não faz 15 dias que eu li e comecei a escrever.

Há um foco um pouco maçante em questões técnicas, o que cansa um pouco em alguns momentos. Mas a história de termos Kay tentando provar sua inocência e a forma que o seu julgamento midiático aconteceu realmente é interessante.

Obviamente esse livro deixou pontas soltas, que devem ser retomadas em alguma obra futura. Certamente comentarei sobre isso em breve.

Recomendo muito! Esses livros são excelentes!

FDL

domingo, 25 de maio de 2014

Season Finale: The Big Bang Theory – 7ª Temporada

The_Big_Bang_Theory_S77 anos no ar e as pessoas se perguntam: alguém ainda assiste isso? Sim! Muita gente, inclusive eu. A série ainda é a maior audiência dos EUA.

Pode não ser mais o assunto do momento, mas certamente ainda é um sucesso e não perde o tom. Claro que há modificações ao longo do tempo, mas a série embora não saia muito do lugar em relação aos personagens, sempre se transforma.

Essa temporada, embora meio morna, continuou bem engraçada e focou em mudanças justo no personagem mais estático: Sheldon.

Me parece que ficou um preparo para um novo Sheldon na próxima temporada. Será?

Não dá pra exigir demais do cômico, mas ainda assim, às vezes me impressiono com a capacidade dessa série ainda conseguir se manter engraçada explorando o tema do universo nerd já há 7 anos.

Nessa temporada tivemos uma exploração maior da carreira de atriz da Penny (não era sem tempo), Amy avançando mais no Sheldon sem sucesso (repetido), as namoradas do Raj (parte sem graça, acho ele chato) e a relação de casados de Bernadette e Howard (a melhor parte, com certeza).

O elenco é ótimo e a série uma excelente opção de divertimento. Continua marcante e essencial.

FDL

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Season Finale: The Good Wife – 5ª Temporada

the-good-wifes5

E a melhor série do ano terminou domingo. Quando é boa, mesmo que a gente não tenha tempo, dá pra correr lá e ver sem legenda mesmo, a ansiedade é maior.

Em tempos complicados para a tv aberta americana, The Good Wife correu atrás e se manteve relevante e muito criativa, ainda que adversidades tenham acontecido no percurso.

O maior problema foi a saída do ator Josh Charles, um dos protagonistas, Will Gardner. Claro que com isso os produtores fizeram com o limão a limonada e sacudiram a série, fazendo disso a morte do personagem e muitas mudanças no desenrolar.

Além disso, com escritório próprio, Alicia se modificou e alterou suas relações com o resto do elenco.

Outro destaque novamente foi a Diane Lockhart. Essa atriz é sensacional e mal posso esperar o que vai acontecer com ela na próxima temporada.

Ansioso pela próxima temporada!

FDL

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A Princesa de Gelo

“Na infância, elas tinham sido amigas inseparáveis, mas isso já fazia uma eternidade. Agora a mulher na banheira parecia uma estranha.

Por sorte, os olhos do cadáver estavam fechados, mas os lábios tinham uma coloração azul clara. Uma fina camada de gelo se formara ao redor do seu dorso, escondendo a parte inferior do corpo completamente. O braço direito, manchado de sangue, caía debilmente na beira da banheira, e os dedos estavam mergulhados na piscina congelada de sangue no chão. Havia uma lâmina na beira da banheira. O outro braço era visível somente do cotovela para cima, o resto estava escondido debaixo do gelo. Os joelhos também se faziam aparecer pela superfície congelada. Os longos cabelos loiros de Alex estavam espalhados como um leque numa extremidade da banheira e pareciam frágeis, congelados no frio.”

Camilla Läckberg

a_princesa_de_geloDepois da moda de suspenses escandinavos, com Jo Nesbø, Lars Kepler, Stieg Larsson e outros, sempre me aparecia a sugestão de Camilla Läckberg, chamada pelos especialistas de a “Agatha Christie que vem do frio”.

Essas comparações tendem a ser infelizes e nesse caso é. Se o apelido se refere ao fato de ambas serem bem sucedidas autoras de livros com crimes, ok, são. Param por aí. Nem as técnicas nem o tipo de narrativa se assemelham.

Camilla Läckberg apareceu na minha vida para ser um novo vício. Tive que comprar esse primeiro livro em papel, por não encontrar versão digital. Já li faz uns meses, mas só agora tive inspiração para escrever, já que numa obra como essa, devemos estar bem para comentar.

Por mim, lia todos os livros dela de uma vez, mas tenho outros livros na fila também, não posso me empolgar assim. Todavia, enquanto escrevo esse post já estou na metade do segundo livro da autora.

A Princesa de Gelo – Isprinsessan é o primeiro livro de uma série que conta a história de Erica Falck, uma escritora de biografias que faz certo sucesso na cidade grande, mas após a morte deus pais retorna à pequena a interessante cidade de Fjällbacka, onde se envolve com uma misteriosa morte, de uma amiga sua de infância, que acaba sendo o gatilho para a descoberta de muitas histórias encobertas.

A narrativa da Camilla é uma das melhores em muito tempo. É cheia de conflitos interiores e tem bons coadjuvantes. Foge do estereótipo do investigador problemático e traz uma mulher moderna que investiga, escreve e ainda sonha em formar uma família.

O final foi excelente e embora desconfiasse de alguns pontos, não consegui saber de tudo. Achei excelente.

Logo depois, procurei assistir ao filme, que nem farei post completo. Foi péssimo, com atores estranhos e interpretando mal. Houve uma série de filmes suecos inspirados na obra de Camilla Läckberg, mas com outro elenco.

O filme nem vale a pena, porque é muito fraco (podiam escolher um elenco menos feio também).

Camilla Läckberg já virou um vício. Recomendo demais os livros dela.

FDL

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Season Finale: Broadchurch – 1ª Temporada

BroadchurchCartazDepois de ver muitos elogios, resolvi me render e dar uma chance a mais essa produção britânica, que foi muito bem recebida pela crítica especializada.

Assistindo, não fica muito claro se estamos diante de uma série ou minissérie. São oito episódios, completamente amarrados e com a história completamente concluída no final. Sem ganchos e apelações para ganhar o público na curiosidade.

Aliás, esse é o grande trunfo das séries de suspense/mistério europeias. Eles sabem a hora de parar.

O elenco tem David Tennant (Doutor Who, também falei dele na minissérie The Escape Artist) e Olivia Colman (a esposa do vicar em Rev.).

Sei que muitos me xingariam, mas não sou fã desse ator. Não entendo as caretas e os gritos que ele dá de repente. Às vezes parece que ele está meio travado na atuação e às vezes exagerado. No entanto, esteve melhor nesse papel do que em The Escape Artist. Esse detetive, embora caia ainda no eterno chavão de investigador genial com problemas de saúde e familiares, é um pouco melhor construído.

O destaque para mim mesmo é a Olivia Colman, que fez uma perfeita detetive Ellie Miller, com a atuação no ponto, mesclando a dureza e seriedade policial com a bondade e confiança da mãe de família da cidade litorânea, não acostumada com a violência.

Eis a sinopse:

“Trata-se de um drama vivido por uma família que mora na pequena cidade de Broadchurch, onde o corpo do jovem Danny Price é encontrado. Chamando a atenção da imprensa nacional, o caso se torna cada vez mais complicado para a polícia local solucionar. Assim, ele é entregue ao detetive Alex Hardy (Tennant), que assume o cargo que deveria ter sido entregue à detetive Ellie Miller (Colman). Enquanto a polícia investiga o caso, a família do garoto tenta lidar com sua perda. Abalados, os pais da vítima, Beth e Mark Price (Jodie Whittaker, de Marchlands, e Andrew Buchan, de Garrow’s Law), bem como Lara, a filha do casal, e Liz (Susan Brown, de Game of Thrones e Torchwood), a mãe de Beth, tentam encontrar uma forma de se relacionar com os membros da comunidade, os amigos, os vizinhos e com a igreja, bem como com a polícia e a mídia.”


Algumas pessoas reclamam de ter sido parecida com The Killing/Forbrydelsen. Só assisti a um pouco da versão americana (a original está no hd esperando a sua vez) e tem algumas semelhanças, mas nada demais. Acho que foi inspirada livremente nessa série.

Os 8 episódios são muito bem encaixados e evoluem muito bem. São viciantes. Tenha certeza de ter tempo livre ao começar a ver Broadchurch, porque certamente vai fazer maratona.

O visual também é impecável, com as praias frias inglesas, as falésias e a cidade pequena.

O clima de mistério é naquele que todos gostam – todos escondem algo e parecem ter alguma relação com o crime.

Preciso destacar a parte da história que trata de Jack Marshall - o ator é o mesmo que fez Argus Filch no Harry Potter – aliás, o próprio David Tennant fez Harry Potter, ele é o Bartô Crouch Jr. no Cálice de Fogo.

Bom, Jack Marshall é o velho solitário da cidade contra quem recaem suspeitas do crime – fomentadas e até criadas pela imprensa – por conta de algum passado misterioso dele. Sem spoilar demais, trata de um assunto que eu gosto muito, o do julgamento pela mídia. Ainda assim, tocamos em um assunto do momento no Brasil, dos justiceiros populares. Não bastasse a história interessante como entretenimento, ficou um pouquinho de reflexão para nós.

O final é surpreendente e encaixou perfeitamente. Não esperava de forma alguma.

Ficou aquela vontade de assistir mais, muito embora se tivesse ficado assim não teria nada faltando. Parece que haverá. Vi esses dias que em 2015 a série volta com o mesmo elenco. Não sei o que esperar. Mas não vejo a hora!

Obviamente houve projeto de remake americano. A FOX vai trazer na sua programação de destaque esse ano a série Gracepoint. O curioso é que a série também será interpretada pelo David Tennant. Fico curioso em como será. Mas, por outro lado, vejo os americanos repetindo os erros. Parece que a série terá 20 episódios. Parece a mesma coisa que fizeram com The Killing, mas só vendo pra saber.

Recomendo muito essa série. Com certeza deixa uma marca.

FDL