Depois de ver muitos elogios, resolvi me render e dar uma chance a mais essa produção britânica, que foi muito bem recebida pela crítica especializada.
Assistindo, não fica muito claro se estamos diante de uma série ou minissérie. São oito episódios, completamente amarrados e com a história completamente concluída no final. Sem ganchos e apelações para ganhar o público na curiosidade.
Aliás, esse é o grande trunfo das séries de suspense/mistério europeias. Eles sabem a hora de parar.
O elenco tem David Tennant (Doutor Who, também falei dele na minissérie The Escape Artist) e Olivia Colman (a esposa do vicar em Rev.).
Sei que muitos me xingariam, mas não sou fã desse ator. Não entendo as caretas e os gritos que ele dá de repente. Às vezes parece que ele está meio travado na atuação e às vezes exagerado. No entanto, esteve melhor nesse papel do que em The Escape Artist. Esse detetive, embora caia ainda no eterno chavão de investigador genial com problemas de saúde e familiares, é um pouco melhor construído.
O destaque para mim mesmo é a Olivia Colman, que fez uma perfeita detetive Ellie Miller, com a atuação no ponto, mesclando a dureza e seriedade policial com a bondade e confiança da mãe de família da cidade litorânea, não acostumada com a violência.
Eis a sinopse:
“Trata-se de um drama vivido por uma família que mora na pequena cidade de Broadchurch, onde o corpo do jovem Danny Price é encontrado. Chamando a atenção da imprensa nacional, o caso se torna cada vez mais complicado para a polícia local solucionar. Assim, ele é entregue ao detetive Alex Hardy (Tennant), que assume o cargo que deveria ter sido entregue à detetive Ellie Miller (Colman). Enquanto a polícia investiga o caso, a família do garoto tenta lidar com sua perda. Abalados, os pais da vítima, Beth e Mark Price (Jodie Whittaker, de Marchlands, e Andrew Buchan, de Garrow’s Law), bem como Lara, a filha do casal, e Liz (Susan Brown, de Game of Thrones e Torchwood), a mãe de Beth, tentam encontrar uma forma de se relacionar com os membros da comunidade, os amigos, os vizinhos e com a igreja, bem como com a polícia e a mídia.”
Algumas pessoas reclamam de ter sido parecida com The Killing/Forbrydelsen. Só assisti a um pouco da versão americana (a original está no hd esperando a sua vez) e tem algumas semelhanças, mas nada demais. Acho que foi inspirada livremente nessa série.
Os 8 episódios são muito bem encaixados e evoluem muito bem. São viciantes. Tenha certeza de ter tempo livre ao começar a ver Broadchurch, porque certamente vai fazer maratona.
O visual também é impecável, com as praias frias inglesas, as falésias e a cidade pequena.
O clima de mistério é naquele que todos gostam – todos escondem algo e parecem ter alguma relação com o crime.
Preciso destacar a parte da história que trata de Jack Marshall - o ator é o mesmo que fez Argus Filch no Harry Potter – aliás, o próprio David Tennant fez Harry Potter, ele é o Bartô Crouch Jr. no Cálice de Fogo.
Bom, Jack Marshall é o velho solitário da cidade contra quem recaem suspeitas do crime – fomentadas e até criadas pela imprensa – por conta de algum passado misterioso dele. Sem spoilar demais, trata de um assunto que eu gosto muito, o do julgamento pela mídia. Ainda assim, tocamos em um assunto do momento no Brasil, dos justiceiros populares. Não bastasse a história interessante como entretenimento, ficou um pouquinho de reflexão para nós.
O final é surpreendente e encaixou perfeitamente. Não esperava de forma alguma.
Ficou aquela vontade de assistir mais, muito embora se tivesse ficado assim não teria nada faltando. Parece que haverá. Vi esses dias que em 2015 a série volta com o mesmo elenco. Não sei o que esperar. Mas não vejo a hora!
Obviamente houve projeto de remake americano. A FOX vai trazer na sua programação de destaque esse ano a série Gracepoint. O curioso é que a série também será interpretada pelo David Tennant. Fico curioso em como será. Mas, por outro lado, vejo os americanos repetindo os erros. Parece que a série terá 20 episódios. Parece a mesma coisa que fizeram com The Killing, mas só vendo pra saber.
Recomendo muito essa série. Com certeza deixa uma marca.
FDL
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