“Na infância, elas tinham sido amigas inseparáveis, mas isso já fazia uma eternidade. Agora a mulher na banheira parecia uma estranha.
Por sorte, os olhos do cadáver estavam fechados, mas os lábios tinham uma coloração azul clara. Uma fina camada de gelo se formara ao redor do seu dorso, escondendo a parte inferior do corpo completamente. O braço direito, manchado de sangue, caía debilmente na beira da banheira, e os dedos estavam mergulhados na piscina congelada de sangue no chão. Havia uma lâmina na beira da banheira. O outro braço era visível somente do cotovela para cima, o resto estava escondido debaixo do gelo. Os joelhos também se faziam aparecer pela superfície congelada. Os longos cabelos loiros de Alex estavam espalhados como um leque numa extremidade da banheira e pareciam frágeis, congelados no frio.”
Camilla Läckberg
Depois da moda de suspenses escandinavos, com Jo Nesbø, Lars Kepler, Stieg Larsson e outros, sempre me aparecia a sugestão de Camilla Läckberg, chamada pelos especialistas de a “Agatha Christie que vem do frio”.
Essas comparações tendem a ser infelizes e nesse caso é. Se o apelido se refere ao fato de ambas serem bem sucedidas autoras de livros com crimes, ok, são. Param por aí. Nem as técnicas nem o tipo de narrativa se assemelham.
Camilla Läckberg apareceu na minha vida para ser um novo vício. Tive que comprar esse primeiro livro em papel, por não encontrar versão digital. Já li faz uns meses, mas só agora tive inspiração para escrever, já que numa obra como essa, devemos estar bem para comentar.
Por mim, lia todos os livros dela de uma vez, mas tenho outros livros na fila também, não posso me empolgar assim. Todavia, enquanto escrevo esse post já estou na metade do segundo livro da autora.
A Princesa de Gelo – Isprinsessan é o primeiro livro de uma série que conta a história de Erica Falck, uma escritora de biografias que faz certo sucesso na cidade grande, mas após a morte deus pais retorna à pequena a interessante cidade de Fjällbacka, onde se envolve com uma misteriosa morte, de uma amiga sua de infância, que acaba sendo o gatilho para a descoberta de muitas histórias encobertas.
A narrativa da Camilla é uma das melhores em muito tempo. É cheia de conflitos interiores e tem bons coadjuvantes. Foge do estereótipo do investigador problemático e traz uma mulher moderna que investiga, escreve e ainda sonha em formar uma família.
O final foi excelente e embora desconfiasse de alguns pontos, não consegui saber de tudo. Achei excelente.
Logo depois, procurei assistir ao filme, que nem farei post completo. Foi péssimo, com atores estranhos e interpretando mal. Houve uma série de filmes suecos inspirados na obra de Camilla Läckberg, mas com outro elenco.
O filme nem vale a pena, porque é muito fraco (podiam escolher um elenco menos feio também).
Camilla Läckberg já virou um vício. Recomendo demais os livros dela.
FDL
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