Já faz mais ou menos um ano desde que eu tive contato com a Trilogia Millennium. Quando falamos em uma sequência de filmes/livros suecos de suspense, o impacto não é tão positivo. Chamam a gente de hipster.
Independente do rótulo, essas histórias representam a fertilidade da literatura e cinema escandinavos, que nos trouxeram histórias muito interessantes e originais.
A primeira coisa que vi foi o filme sueco:
Filme: Os Homens Que não Amavam as Mulheres (Män som hatar kvinnor)
Elenco: Michael Nyqvist e Noomi Rapace
Nota: 9,5
Ano: 2009
Direção: Niels Arden Oplev
O filme é inteiramente falado em sueco, com elenco sueco. É pra mercado interno mesmo. Só que com a internet esse papo acabou.
É um filme longo e o ator que faz o Michael não é dos melhores. Mas a atriz que faz a Lisbeth Sallander é excelente. No final, o filme toma muitas liberdades e muda um pouco o enredo original, mas não posso reclamar, porque serve como uma excelente porta de entrada para nos interessarmos mais pelas histórias.
Assisti no ano passado e resolvi esperar até a versão americana e também ler o livro para fazer um post só.
As imagens são cruas e diretas, sem rodeios. É um filme muito dinâmico.
Eu recomendo bastante, é um ótimo filme
Livro: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
É a referência da história, muito embora o filme americano tenha alterado muito pouco.
O livro começa contando duas histórias paralelas, que acabam se cruzando. A primeira dela é a do jornalista Michael Blomkvist, que foi condenado por calúnia após escrever um artigo na revista Millennium sem ter conferido as fontes com o rigor necessário, obtendo como inimigo um grande empresário. Por outro lado, temos Lisbeth Sallander, uma hacker esquisita, com problemas de se relacionar na sociedade, muito inteligente e que trabalha como investigadora particular, utilizando seus recursos com computadores.
A trama do livro corre com um trabalho que Michael deve fazer no tempo que se afasta da revista depois da condenação: o homem velho, rico e excêntrico lhe pede para escrever suas memórias e investigar o desaparecimento de sua sobrinha há mais de 40 anos. É aí que Michael e Lisbeth acabam tendo seus destinos cruzados e fazem uma parceria na investigação, que acaba sendo muito mais profunda do que se esperava.
A história é longa e cheia de detalhes (em alguns momentos até demais). Mas você lê rapidinho, porque a narrativa nunca deixa de ser interessante.
Uma curiosidade foi a de que eu achei que me interessaria mais na cena da vingança da Lisbeth no livro, mas acabei gostando muito mais na versão do filme americano.
Aliás,. vamos falar dele:
Filme: Os Homens Que não Amavam as Mulheres (The Girl With The Dragon Tattoo)
Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer, Goran Visnjic
Nota: 10
Ano: 2011
Direção: David Fincher
Não se trata apenas da versão americana do livro, mas também do novo filme do David Ficher, que já acertou bonito com Zodíaco, Clube da Luta e Seven, mas recentemente lançou aquela coisa chamada A Rede Social.
Fiquei com medo de um diretor famoso e respeitado se achar mais que a própria história, a desfigurando pra deixar sua marca. É extremamente comum isso acontecer.
Para nossa alegria, David Fincher acertou e respeitou a obra, a deixando mais fiel ao original do que o próprio filme sueco.
Daniel Craig é um péssimo James Blond, mas aqui caiu muito bem como Blomkvist, dando o ar mais parecido com o que o livro propõe. Rooney Mara como Lisbeth Sllander estava perfeita – não é à toa que foi indicada ao Oscar de melhor atriz, só perdendo para a Meryl Streep porque não tinha como não ser ela.
O filme é extremamente longo também, mas eu senti passar rapidinho, completamente atento às cenas, como se nem lembrasse mais do final.
No final, a versão americana foi uma agradável surpresa e conseguiu cumprir a difícil tarefa de superar o filme sueco.
Recomendo muito a todos, porque eu virei fã.
Como destaque, posto o vídeo da abertura do filme, que revela bem o estilo dessa nova onda de suspenses escandinávos: sombrios, elegantes, eletrizantes e originais.