Ainda Sobre a USP pra pobres...

Talvez eu não tenha sido claro sobre a minha posição quanto à inclusão na USP.

"Mila disse...
victor, esse seu posicionamento é totalmente incoerente...vc é rico por acaso?? nem bem classe média nós somos... e estudamos na USP!conheço pessoas bem mais pobres, que nunca fizeram escola particular, que nunca nem passaram perto de um cursinho e que fazem faculdades públicas. elas estudaram por conta propria e conseguiram......acho que vc viajou......"


Eu concordo que não sou rico e estudo na USP, mas não me incluo nos que pediriam isenção da taxa do vestibular, justamente por não poder pagá-lo. Acredito que quem não paga isenção não pode pagar um cursinho. Também penso que eu fiz Ensino Médio duas vezes, já que fiz três anos de cursinho para entrar na USP, e essa foi a razão do post: fazer estardalhaço sobre cotas, isenção, Inlusp e afins não muda a configuração do perfil social da universidade pública, que é a de imensa exclusão do pobre.
Que há pessoas que passam em públicas apenas com o ensino público não existem dúvidas, mas são a grande minoria, de onde se esperaria o contrário, se o pensamento fosse lógico.
Me considero na classe média e tenho certeza que só faço USP porque fiz cursinho e não trabalhei nesse tempo e tive tempo de estudar. Por isso, conheci muita gente com potencial (inclusive maior que o meu) e que não passou porque não teve condições de enfrentar esse vestibular concorrido porque trabalhava ou não podia pagar um cursinho.
Quando a função é incluir, não se refere a um caso excluido e excepcional de um gênio pobre que estudou sozinho, ainda mais em uma realidade como a brasileira. Se refere a dar possibilidade a todos de enfrentar o vestibular público da mesma forma, já que ele é público. Era esse o meu ponto: esses programas não adiantam de nada se a escola é ruim.