sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Che Guevara



Como eu disse que iria fazer, vou comentar a matéria da revista Veja sobre o Che Guevara.
O nome da matéria já indica qual era a finalidade da revista com a matéria: "Che: Há quarenta anos nascia um mito". Eu falo isso porque muitas vezes nós usamos a palavra mito com um significado diferente do verdadeiro. Mito siginifica algo que caiu no imaginário popular como verdadeiro, mas que não tem prova e, por isso, é discutível, mas por causa da empolgação, todos ficam cegos e incapazes de discutir de forma crítica.
Ao longo da matéria, a revista tenta destruir os conceitos sobre o que para muitos seriam um herói, e que para a revista seria uma assassino de sangue frio.

"Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa".

"Como o jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco?"

"O esforço de construção do mito foi facilitado por vários fatores. Quando morreu, Che era uma celebridade internacional. Boa-pinta, saía ótimo nas fotografias. A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi tirada num funeral em Havana, ao qual compareceram o filósofo francês Jean-Paul Sartre"

"O fim precoce também o salvou de ser associado à agonia do comunismo"

"Ele morreu e foi santificado antes que seu narcisismo suicida e os crimes que decorreram dele pudessem ser julgados com distanciamento, sob uma luz mais civilizada, que faria aflorar sua brutalidade com nitidez. Pobre Fidel Castro. Enquanto Che foi cristalizado na foto hipnótica de Alberto Korda, ele próprio, o supremo comandante, aparece cada dia mais roto, macilento, caduco, enquanto se desmancha lentamente dentro de um ridículo agasalho esportivo diante das lentes das câmeras da televisão estatal cubana"

E daí para mais, além de uma entrevista com o homem que supostamente o prendeu e deu sua ordem de morte, com a função de desmistificar a figura de "cabra macho" que todos associam a ele.

Sinceramente, eu não acho que exista jornalismo que dipõe completamente de conteúdo ideológico, nós somos seres humanos e a revista tem um perfil de leitor. No etanto, uma matéria tão inflamada por juizos de valor é uma coisa completamente anti-ética, desprovida de crítica e
mentirosa. Se o veículo tem as pretensões de romper paradigmas, que faça isso do modo mais neutro possível. Mas não é possível, pois nem sempre a verdade é comercial.

Não sou da luta do comunismo e quem me conhece sabe que eu sou a favor do capitalismo, não do jeito que é, mas prezo a liberdade. Por isso, considero sim o Che Guevara um herói latino-americano, mesmo sem concordar com todos os ideais dele.

Explico: Cuba não passava de um playground dos americanos, não era nada, não passava de uma ilhazinha inútil. Se a guerrilha matou muitos, o imperialismo mataria mais, pois seu perfil era definitivo e pouco se importava com a vida da nação cubana.

É fácil chamar Guevara de assassino. Entretanto, vale lembrar que ele estava em guerra, tentando salvar um país do sufocamento, sem falar que muitos já morriam de fome e das dominações locais.

Sou a favor da vida, e obviamente sou contra a guerra. Mas de que forma se resoponde à violência? Não sei se a guerrilha foi boa, não sei se o socialismo foi bom, mas com certeza não profiro discursos dizendo que o socialismo foi a grande vergonha do século XX como a Veja fez nessa matéria.

Esculhambar uma figura histórica só porque virou moda tatuar a sua foto não é a melhor forma de vencer a ignorância política.

Prezo a vida e a liberdade. Mas a coragem é rara foi graças à do Che Guevara e dos "camaradas" da Revolução Cubana que Cuba foi o único país da América Latina a dizer NÃO para o imperialismo estadunidense.

FDL

4 comentários:

Fernanda disse...

sim, vc se empolgou com o assunto...rs
como te falei qro ler a matéria mas ainda nao li...
entao ainda nao vou comentar nada

Bjo Otro

Fernanda disse...

vc nao comentou o meu!!

Mila disse...

bem victor, vc conhece minha opinião sobre o assunto, mas vou comentar aqui.

Eu não sou comunista, longe disso, mas me identifico sim com ideais mais próximos da esquerda (aí é claro que vem todo aquele problema que discutiamos na quinta feira sobr eo anacronismo das lideranças de esquerda desse país e, talvez, do mundo). Acho o Che Guevara uma figura histórica admirável e acho balela essse papo de ele era um "assássino a sangue frio". O que se pode esperar de um guerrilheiro? que ele faça carinho em seus inimigos (que o matariam se não fossem mortos primeiro e interromperiam a revolução se possível)? é preciso avaliar o contexto no qual Che praticou seus crimes. Pra mim, em boa parte do tempo era inevitável. Não estou defendendo o assassinato e nem a pena de morte (que quem conhece minhas opiniões sabe que sou absolutamente contra), só acho que numa guerrilha, num estado de guerra (e tb sou contra esta) é inevitavel que ocorram mortes.
quanto à posição ideologica da revista veja os trechos que você postou chegam a ser ridiculos e vergonhosos. eu não sei como uma publicação que se diz séria e tem pretençoes à maior revista de seu país se presta a isso. minha opinião sobre a revista continua a mesma: LIXO!

e isso...

bjks!

Mila disse...

só pra imitar a fer...vc n comentou o meu último post...... :(