Para dar início ao mês do Hitchcock, resolvi ler esse livro que deu trabalho para achar e acabou custando caro, mas certamente é uma obra para a vida inteira. Aproveito também porque o incluí para março no desafio de livros para 2018.
Nessas inúmeras páginas, o cineasta François Truffaut fez uma longa entrevista com Alfred Hitchcock, de quem era grande fã e revisitou toda sua obra. Ele tocou também em alguns poucos aspectos de sua vida pessoal, mas só no que influenciou seu cinema.
A conversa é franca, de dois profissionais de peito aberto e grande comprometimento com a arte. Hitchcock fala de filme por filme seu, de forma bem crítica, deixando claro dos que gostou, dos que detestou, de que atores foram ruins e bons, enfim, é, acima de tudo, uma aula de cinema.
São esmiuçados detalhes, técnicas que Hitchcock empregou, criou e até mesmo revelou diversos truques para brincar com o público do cinema. É impressionante a paixão desses dois homens pela arte.
Não bastasse isso, o livro traz diversas imagens dos filmes, de fotos tiradas pelos cineastas durante as entrevistas e mais informações sobre a filmografia do mestre no final.
É uma obra para a vida toda. Dá vontade de ver tudo que ele produziu e quem sabe isso não é possível um dia? Contando tantos filmes e os programas de televisão é muita coisa, mas certamente não será tempo perdido.
Depois disso, aproveitei e assisti ao documentário feito em 2015, que está disponível no complicado e malfeito site de documentários Philos.
O documentário Hitchcock/Truffaut mostra trechos das gravações dos áudios das entrevistas feitas na época. Além disso, diretores como Wes Anderson, Martin Scorsese, David Fincher e outros deram depoimentos sobre a entrevista, sobre o livro e, sobretudo, como a arte de Hitchcock os influenciou.
O documentário dá especial atenção a determinados filmes consagrados, como Um Corpo Que Cai, Psicose e Janela Indiscreta. Mas a armadilha que poderia ser uma enrolação de horas com eles falando sobre bobagens não aconteceu. É um bom documentário com excelentes depoimentos.
Acabou dando vontade de conhecer também a obra de Truffaut, que infelizmente morreu cedo, mas também é considerado um grande diretor. Quem sabe fica para o futuro para melhorar os conhecimentos do bom cinema?
Fico grato e feliz de ter tido a experiência de conhecer mais a obra de Hitchcock pelos bastidores. Esse livro é obrigatório para fãs.
FDL
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