Os britânicos nos deram um grande presente no final de 2015. Em meio a vários especiais que homenagearam livros de Agatha Christie, foi produzido um especial em 03 episódios da grande obra-prima da autora: And Then There Were None, conhecido no Brasil como a tradução do nome original: O Caso dos Dez Negrinhos.
É certamente meu livro preferido. Não foi o primeiro da Agatha Christie que eu li, mas foi o que mais me prendeu nesse estilo de literatura misteriosa e sombria.
Quando eu revisito essas obras, seja em filmes, seja lendo de novo, seja nas mais estranhas formas de adaptação por inspiração já feitas, eu vejo a formação do meu gosto e personalidade artísticos. Isso sempre só se reforça.
A minissérie seguiu quase que à risca a obra de Agatha Christie. Somente por razões, eu diria, dramáticas, o final foi contado de forma diferente.
Eu já escrevi por aqui antes e sempre falo que não gosto de muitas liberdades artísticas em adaptações audiovisuais no geral. Acredito que se o roteiro for inspirado em um livro, que respeite a integridade artística tanto da obra quanto do autor. Se for pra ser original, que escreva algo original.
No entanto, acho que a medida adotada no seriado foi escusável, porque deu realmente um aspecto de grande final ao especial e ampliou mais o motivo que gera toda a história: a punição pelos pecados.
O aspecto da personagem Vera Claythorne não sei se ficou tão claro. Gostaria até de ler o livro novamente para lembrar exatamente a descrição dela em relação a arrependimento.
Fora isso, excelentes atores, cumprindo muito bem os estereótipos, que caem como luvas nas obras de Agatha Christie. Aliás, uma das poucas situações em que eles são válidos, porque apesar de os personagens serem rotulados como “o general”, “a condessa”, “o juiz”, “a secretária”, isso no final serve só para os igualar quando o assunto é matar ou morrer.
Pena que essa obra não fez mais barulho, porque deveria ser apreciada por mais gente. Enfim, só me resta recomendar e dizer que comecei 2016 com uma das melhores adaptações para a televisão que poderia ver na vida.
FDL
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