sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Meu Nome Não é Johnny

Filme: Meu Nome não é Johnny

Nota: 9,7
Elenco: Selton Melo, Cléo Pires, Julia Lemmertz, Eva Todor, André D'Biase, Rafaela Mandeli, Ângelo Paes Leme, A dona Edith da Terça Insana e o Ezequiel da novela das 8. ah, a Cassia Kiss também.
Eu gostei muito. Sobretudo porque é muito engraçado. As piadas sobre o estilo de vida são muito criativas e rápidas, com um tipo de humor que só o Selton Melo pode fazer. Não faz muito tempo o Selton era apenas um ator talentoso que imitava o Luis Fernando Guimarães. Mas de uns tempos pra cá com certeza ele encontrou o lugar dele, digo também da série "O Sistema".
O filme em si é bem criativo. Você começa percebendo que é mais uma simples história trágica de um cara que, sem juizo de valor, é um vagabundo. Agora, com o passar da trama e ao chegar ao final, a gente se depara com um assunto muito delicado e que foi passado de forma sutil: a recuperação de criminosos.
Muitas pessoas confundem criminosos com bandidos. Na minha opinião os primeiros são aptos a voltar para a sociedade caso recebam instruções e sejam capazes de assimilá-las. Os outros não, seja o motivo qual for: drogas, habitat ou até mesmo genética.
É uma história que pode ser confundida com apologia ao tráfico, mas é justamente o contrário, é um exemplo do que se pode esperar da justiça, não só a mão pesada ou a corrupção.
A gente ficou sem saber se de fato o João se recuperou, embora o final insunue que sim. Mas é uma lição para um país que não sabe quantas oportunidades foram perdidas ou vidas destruídas porque não soube corrigir em vez de simplesmente oprimir.
Não falo como aqueles "direitos humanos só para bandidos". Mas falo que uma sociedade que só mantém a ordem por meio da opressão, deve esperar a mesma desvalorização da vida humana por parte do povo.
Acho que eu escrevi demais. Mas, pelo menos em mim, esse filme gerou a reflexão, por isso provavelmente estará no top 10, pois é completo: engraçado, bem interpretado, inteligente, passa uma idéia e tem uma musiquinha legal.
Não posso deixar de falar da falha que eu percebi: o filme não pode ter medo de ser realista. Então na cena que espancam o japonês no presídio, esconder o homem no meio dos presos enquanto batiam para não mostrar as pancadas já foi ruim, mas não aparecer um sanguinho nos tacos de madeira foi muito mal feito e subestima um pouco o telespectador. Mas apesar de ser falha e não ter desculpa, é pequena no contexto total do livro.
FDL

1 comentários:

Fernanda disse...

Eu escrevi um monte de coisa e perdi...rs
de novo...

Vc esqueceu de citar o "Demente" no elenco.

No final no filme eles dizem que hj o joão é músico e produtor musical, e apesar de nao dizerem com todas as letras "ele nao usa e nem trafica drogas" eles mostram o policial oferecendo cocaína a ele, e ele nao aceita. E por meio de entrevistas tb se sabe que ele se recuperou.
Além da frase da juíza no final, onde diz q ele é a prova viva de que vale a pena a recuperação.

Pra mim, o filme é nota 10...
como vc disse: "engraçado, bem interpretado, inteligente, passa uma idéia e tem uma musiquinha legal." não só a música, mas a trilha no geral, achei muito boa...
Acho que é só...


E destaque a cena que ele "parla italiano"..rs