Não que eu esperasse durar para sempre mais uma série do David E. Kelley, mas cancelar desse jeito na segunda temporada? Foi um grande desrespeito da NBC.
Para eles o estilo do show seria esse mesmo, até par a os fãs, que sabem pelo que esperar. A audiência não seria a do jovem de forma alguma.
Enfim, a segunda temporada foi infinitamente melhor que a primeira. Deu um gostinho de Boston Legal, porque com Harry tendo um escritório maior, os casos bizarros começaram a reaparecer, da mesma forma que na anterior. Também entrou no elenco fixo da série o ator Mark Valley, que já tinha feito o Brad em Boston Legal.
Os criadores trazem para nós uma série que trata com cuidado e pesquisa assuntos polêmicos e importantes. Os argumentos dos dois lados geralmente são tão bem estudados que a nossa própria opinião oscila durante os debates.
Aliado a isso temos um elenco impecavelmente afiado, além de um roteiro ágil, inteligente e extremamente sarcástico, que atinge a genialidade com as tomadas de câmeras no tempo certo.
Boston Legal foi cancelada porque não tinha audiência dos jovens em tv aberta, fazendo com que os anunciantes não tivessem nela um investimento lucrativo. Com a nova série na NBC a coisa poderia mudar, já que programas como Parks and Recreation, 30 Rock e muitos outros são renovados mesmo com audiências miseráveis.
Talvez a falta de prêmios ou de atenção maior da crítica fizeram com que Harry’s Law não se encaixasse num fenômeno nem de mídia nem de crítica, tornando-a descartável.
Não para mim.
Essa série entra no rol das preciosidades que os americanos já fizeram, sem a menor sombra de dúvidas. Não superando, apenas, obviamente, Boston Legal.
Além de tudo o que eu já falei, preciso destacar um episódio que me deixou bem impressionado: o da disputa das duas famílias, uma americana e uma chinesa, por uma menina sequestrada pelo governo dos últimos. Esse episódio foi tratado com uma sensibilidade única, digna de quem sabe o que faz, de quem de fato quer passar uma mensagem. Não fica de fora também a perfeita atuação da atriz Marianne Jean-Baptiste, a juíza com uma dificil decisão, que já fez um ótimo trabalho em Without a Trace, mas oscila em participações. Está na cara que a Marianne precisa de um papel na televisão, aliás, a televisão que precisa dela.
Até a trilha sonora da série foi boa. No final da temporada, quando os episódios iam acabando sempre tinha uma cena shipper do Adam com a Phoebe. Tocaram várias boas, inclusive essa, cujo vídeo eu achei no YouTube.
(o clipe original está com incorporação desativada – viva os direitos autorais)
Bom, fica aí mais um registro de uma criação excelente que os americanos não souberam aproveitar. Eu aproveitei e sem dúvida espero que o David E. Kelley volte logo com uma nova série de tribunal, mas dessa vez na tv a cabo, oferencendo qualidade a quem merece.
Harriet Horn vai deixar saudades.
FDL
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