Não sou grande fã da HBO, nunca escondi isso. Por mais que seja louvável procurar por qualidade, ainda estamos procurando por entretenimento. A linha acaba sendo tênue. Há clássicos de comédias como The Comeback e Entourage e de dramas como In Treatment, mas há muita chatice, como True Blood, Hung e Bored to Death.
Quando vi que a Julia Louis-Dreyfus faria uma comédia na HBO e ainda ligada a política pensei que por um lado seria bom, afinal, mais Globos de Ouro e Emmys, para ela. Por outro lado, provavelmente seria o ponto final e eu não a assistiria mais.
Mesmo assim, a Old Christine merecia uma chance.
No final, Veep foi uma agradável surpresa. Não que seja a minha série preferida, porque não é, mas tem um ar diferente e um humor que faz o meu gosto, sendo crítico e ao mesmo tempo engraçado.
Não é série de gargalhadas, mas da sutil arte de sorrir das ironias com o canto da boca. Não é para qualquer público e, por isso, só na HBO mesmo para ter espaço.
Na série ela interpreta a vice-presidente Selina, que claramente não é preparada pelo cargo e luta para deixar sua marca como política, enquanto reza para que o presidente, que anda nas últimas, morra de uma vez.
É um retrato bem cruel com o cargo que ela ocupa, considerado completamente inútil, a ponto de passar o dia inteiro conspirando ou tentando manipular sua imagem.
Essa manipulação de imagem que é o ponto forte da série. Enquanto Selina tenta desesperadamente, com a ajuda de seus assistentes mais atrapalhados ainda, criar uma imagem favorável de si mesma, mais as merdas acontecem e ela acaba ficando pior do que antes.
Não duvido que Julia receba uma nova indicação, porque está excelente no papel.
A série foi renovada, como é comum a HBO fazer. A temporada é curta, para não enjoarmos da enrolação, como a HBO também costuma fazer.
No ano que vem continuarei acompanhando, porque a série conseguiu me ganhar, mas ainda não sou um grande fã.
Recomendo.
FDL
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