“- Posso ajuda-la? – perguntou como perguntam em geral os funcionários públicos de baixa categoria, prontos para qualquer coisa, menos para ajudar.
Darby passou um papel pela janela do guichê.
- Eu gostaria de ver esta pasta.
A mulher leu rapidamente o nome escrito no papel e olhou para Darby.
- Por quê? – perguntou.
- Não preciso explicar. É um arquivo público, não é?
- Semipúblico.
Darby recolheu e dobrou o papel.
- Por acaso conhece a Lei da Liberdade de Informação?
- Você é advogada?
- Não preciso ser advogada para ver esta pasta.
A funcionária tirou um molho de chaves da gaveta sob o balcão. Inclinou a cabeça para o lado.
- Venha comigo.”
John Grisham
Difícil de acreditar que até hoje eu ainda não tinha lido esse livro. É um dos mais clássicos de Grisham, que rendeu um filme bem famoso.
A história é da estudante de direito Darby Shaw, que em uma pesquisa acadêmica acaba descobrindo o motivo e autor da morte de dois juízes da Suprema Corte.
Com essas informações, Darby monta suas provas em um dossiê, que dá o nome do livro e entrega às autoridades. O problema é que no momento em que colocam a mão no dossiê, todos que se propõem a ajudar são assassinados e ela passa a ser perseguida.
Durante todo o livro, Darby tenta salvar sua pele em um thriller muito bom de perseguição. Para isso, conta com a ajuda do jornalista Gray Grantham, com quem cria uma relação de dependência e desconfiança.
O livro trata das excentricidades de juízes poderosos, do poder que o staff de um presidente da república tem, das relações de ética que permeiam o jornalismo político e os escritórios de advocacia, enfim, é um bom livro para quem se interessa por detalhes do mundo do direito, ainda que seja uma obra de ficção.
Realmente é mais um clássico do Grisham e lamento ter demorado tanto para ler.
Agora, obviamente tinha que rever o filme, né?
O Dossiê Pelicano
Filme: O Dossiê Pelicano (Pelican Brief)
Nota: 9,5
Elenco: Julia Roberts, Denzel Washington
Ano: 1993
Direção: Alan J. Pakula
Já devo ter visto esse filme umas 05 vezes. Cada vez é melhor.
A história é bem fiel ao livro, com, inclusive, passagens de diálogo literais do texto. Isso é bem legal.
A adaptação cinematográfica, como exige a linguagem, tem algumas cenas de ação a mais. Podemos entender os motivos. O povo gosta de ver, não de entender. Não atrapalha a história, ao contrário, dá mais emoção e sai um pouco da linguagem árida.
Julia Roberts e Denzel Washington estavam no auge de suas carreiras e em um momento muito bom para os thrillers no cinema. Acertaram em cheio com seus personagens.
A história flui e o filme é muito bem dirigido.
É mais um clássico dos anos 90 e com certeza mereceu ser revisto para refrescar a memória.
Recomendo muito o combo de filme + livro.
FDL
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