quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Investigação Discovery – Fevereiro

Mesmo com o mês curto e os impedimentos de feriado de carnaval eu vi bastante série de crimes reais documentais. ID continua sendo meu canal preferido. Desorganizado e dublado, mas nada na vida é perfeito.

Segredos Enterrados (Grave Secrets): 1ª Temporada, com 10 episódios.

segredos enterrados

Essa série já tem segunda temporada no ar na emissora americana. Logo aparece por aqui. Vou assistir.

Segredos Enterrados mostra crimes bem violentos ocorridos com pessoas aparentemente tranquilas e sem nada de diferente, até que os mistérios do quem e do porquê fazem com que segredos bizarros venham à tona.

Há diversos casos extraconjugais, casamentos de golpe, sequestros por dinheiro, abuso doméstico oculto, enfim, muita treta.

Destaco o episódio da descendente de japoneses, com relações problemáticas com os pais, que simplesmente desapareceu e tudo caiu sobre um namorado.

Também menciono o serial killer de Dellaware, que matava prostitutas e o caso somente foi resolvido após uma policial se disfarçar.

Por fim, foi muito bom o caso da Sandra Duyst, que aparentemente era depressiva e se matou, mas uma carta é encontrada, em que ela se queixa do pavor que sente de seu marido violento e gastão.

Valeu essa.

Terror no Hotel Cecil (Horror At The Cecil Hotel)

hotel cecil

Esse especial em 03 episódios é de arrepiar. São contados três casos que ocorreram em décadas diferentes e tudo relacionado com o Hotel Cecil.

É um hotel muito bonito e antigo que teve seu auge, mas com a degradação da área da cidade ele virou uma espelunca, com preços baratos, atraindo todo o tipo de escória para seus velhos e destruídos quartos.

São três casos: o de uma menina canadense, descendente de orientais que foi encontrada nua e afogada na caixa d’água do prédio, sem explicações convincentes sobre o que ocorreu e ainda com imagens bizarras do elevador do local.

Também há o caso de um serial killer famoso na cidade de Los Angeles, que se hospedava lá. Passado um tempo um jornalista estrangeiro visita o hotel para escrever sobre o caso, mas as motivações dele não são nada inocentes.

Por fim, há o caso de uma mulher casada que parece ter sido atirada de uma alta janela do prédio, acompanhada de um homem mais velho. Procura-se investigar os motivos e circunstâncias do crime.

Interessante notar que ainda há narrativas de relação desse último caso com o homicídio da Dália Negra, famoso no mundo inteiro, que até já rendeu filme.

Tem umas atuações bem fraquinhas e enrola muito para contar as histórias, mas conhecer o que ocorreu vale. Tomara que não apareçam mais episódios porque é muita tragédia para um local só.

Investigação Forense (The Coroner: I Speak For The Dead): 2ª Temporada, 10 episódios

investigação forense s2

O médico legista Graham Hetrick conta de casos notáveis em que trabalhou na sua longa carreira investigando crimes.

São 10 episódios nessa segunda temporada que o ID passou recentemente. Se a primeira reprisar, eu gravo e vejo, porque gostei do formato.

Ele também tem algumas dramatizações forçadas, mas nada que incomode demais.

Ele conta diversos crimes violentos e de difícil solução, mas que com o emprenho do trabalho forense a verdade veio à tona.

Todos os episódios são bons.

Pânico em Nova York: O Inimigo das Mulheres (Son of Sam: The Hunt For a Killer)

nova york son of sam

Esse é um especial de um episódio só que o ID reprisou esses dias.

Trata-se de um documentário sobre toda a história de David Berkowitz, conhecido como Son Of Sam, um terrível serial kiiler que aterrorizou Nova York nos anos 70, quando estuprou e matou diversas mulheres, com muita violência.

Além disso, ele provocou a polícia e o frenesi da mídia sem encontrar o assassino durou anos, com a população com medo de ser atacada.

Com a sua prisão, Berkowitz se mostrou perturbado mentalmente, invocando o capiroto e coisas do tipo.

Hoje, preso após confissão e condenação, Berkowitz é convertido, se dizendo cristão, e tenta liberdade condicional sem conseguir.

É mais um caso pavoroso de como as pessoas podem ser violentas e más, com um limite que nós não podemos imaginar. Nenhum escritor de ficção pode superar o que as pessoas são capazes de fazer na vida real.

Há boatos de que haverá uma série sobre esse caso no futuro. Material e drama com certeza tem.

Crimes Grandiosos (Drew Peterson: An American Murder Mistery)

crimes grandiosos drew peterson

Esse documentário é em episódio único na versão original, mas o ID brasileiro dividiu em duas partes sem nem avisar. Sorte que deixei gravando.

Essa história é pavorosa, desse homem chamado Drew Peterson, policial, que esteve envolvido na morte de duas esposas suas e agia com grande deboche com a imprensa durante as investigações.

Ele tratava as mulheres como lixo e as descartava quando incomodavam como se fossem qualquer coisa.

Levou anos, mas ele foi preso e condenado e ainda bolou uma conspiração pra matar o promotor do caso. Só foi impedido porque um outro presidiário delatou o plano.

Se podemos dizer que psicopatas existem, certamente esse cara é candidato à chefia do clube.

O Medo Mora ao Lado (Suspicion): 2ª Temporada – 06 episódios

medo mora ao lado suspicion

Esse é o tipo de série que eu desistiria de ver por conta do excesso de atuações, mas as histórias acabaram sendo interessantes, então resolvi ver.

A tradução do título é péssima. Uma das piores até agora.

O tema dessas histórias é a de ocorrerem crimes bizarros e misteriosos em famílias. A investigação é complexa, mas mães, pais, irmãos, sempre desconfiaram de alguém durante o tempo sem poder provar, mas, graças a uma resiliência em busca de vingança justiça, a verdade acabou aparecendo.

Destaco nessa temporada o caso de duas amigas adolescentes que mataram outra colega, choraram, fizeram vigília, se diziam da família de forma dissimulada. Elas a esfaquearam e largaram na mata, sem dizer até hoje a motivação.

Também menciono o caso da família em que a mãe levou quase duas décadas para investigar o sumiço e morte de seu filho, sempre desconfiando do jeito frio e mentiroso da madrasta dele. Esse caso é impressionante da força dessa mãe, que não aceitava nenhuma versão que afrontasse a boa criação que dera a seu filho.

Se a primeira temporada for exibida e talvez eu veja.

Não rolaram: Paixões Doentias, Encontros Infernais, Por Você eu Faço Tudo, Sequestrados, E nunca mais Voltaram e Lendas Urbanas. Todos esses tentam transformar casos de crimes em séries de terror ou suspense, utilizando mitos ou romances. São terrivelmente mal interpretados e tentam dar um ar erótico ou de thriller. Não são para mim. Gravei temporadas inteiras para ver o primeiro episódio e acabar deletando. Paciência.

Ficam para o mês de Março várias outras que estou assistindo.

FDL

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Eu, Tonya

i tonyaFilme: Eu, Tonya (I, Tonya)
Nota: 9,5
Elenco: Margot Robbie, Allison Janney
Ano: 2017
Direção: Craig Gillespie

Eu, Tonya teve 03 indicações ao Oscar. Melhor atriz e atriz coadjuvante para Margot Robbie e Allison Janney respectivamente. Além dele, melhor edição. Curiosamente não foi indicado a melhor filme, mas eu acho que foi merecedor. Tem filme ali naquela lista que é bem pior que esse.

O filme conta a história da patinadora Tonya Harding, que durante sua carreira esteve envolvida em diversos tipos de polêmicas, tanto pela sua personalidade forte quanto das pessoas que a cercavam.

Tonya foi uma patinadora extremamente habilidosa, mas veio de origem humilde e nunca soube ter tanta graça e delicadeza, de modo que suas notas nem sempre lhe pareceram justas. Foi a primeira mulher americana a efetuar um salto dificílimo em competições e esteve em duas Olimpíadas de inverno, sem medalhar em nenhuma.

O filme retrata por meio de falsos depoimentos o que houve, entre a relação conflituosa e impressionante dela com a mãe, a história de violência e bizarra cumplicidade com o marido e também, aquilo que chamam de o incidente.

A concorrente de Tonya à Olimpíada de inverno de 1994 Nancy Kerrigan, a semanas da competição, foi atacada e atingida por um homem em seu joelho, arriscando acabar com sua carreira. Descobriu-se que o mandante do crime foi o marido de Tonya, que queria garantir uma disputa sem concorrentes para a esposa.

Kerrigan se recuperou a tempo da competição e Tonya também competiu, mas apenas a primeira obteve uma medalha.

Apesar de negar conhecimento do que o marido fez até hoje, Tonya foi punida com o banimento do esporte, sendo odiada por muitos nos EUA.

O filme é muito bem interpretado, já era fã da Alisson Janney antes e me impressiono com a capacidade dela de fazer essas mulheres amargas na vida. Que atriz! Merece o prêmio.

Margot Robbie também esteve excelente como Tonya, que é uma mulher do interior, chamada entre eles ofensivamente de redneck ou white trash¸ enfim, algo não muito glamoroso para se fazer no cinema. Mas ela foi muito bem.

Excelente filme. Recomendo do começo ao fim.

FDL

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

The Post: A Guerra Secreta

the postFilme: The Post: A Guerra Secreta (The Post)
Nota: 9
Elenco: Meryl Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson, Bradley Whitford
Ano: 2017
Direção: Steven Spielberg

Foi indicado a 02 Oscar. Melhor filme e melhor atriz, com Meryl Streep.

Steven Spielberg acertou na mão dessa vez. O filme trata do jornalismo, essencialmente. Diferente de Spotlight, que tratou da área investigativa, até mesmo criminal, The Post entra na política.

“Kat Graham (Meryl Streep) é a dona do The Washington Post, um jornal local que está prestes a lançar suas ações na Bolsa de Valores de forma a se capitalizar e, consequentemente, ganhar fôlego financeiro. Ben Bradlee (Tom Hanks) é o editor-chefe do jornal, ávido por alguma grande notícia que possa fazer com que o jornal suba de patamar no sempre acirrado mercado jornalístico. Quando o New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado. A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa.”

O destaque desse filme sem dúvida é a interpretação da Meryl Streep.

O legal é que ela começa bem mulherzinha submissa dessa época: agindo para agradar, aceitando que lhe é imposto, servindo aos homens.

O problema é que conforme ela percebe que todas as responsabilidades em fracassos cairiam sobre ela, o correto a fazer seria assumir as rédeas e efetivamente tomar as decisões que deveriam ser dela.

Com isso, ao final do filme Kat se torna forte, decidida e enfrenta todos os homens que ficam lhe dizendo o que fazer. E ainda fez certo.

O filme é muito bom e passa rápido. Gosto de histórias políticas que envolvem inteligência e conflitos éticos verdadeiros e humanos.

Não estão falando tanto desse filme, mas para mim foi um dos melhores da temporada.

FDL

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Me Chame Pelo Seu Nome

call me by your nameFilme: Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name)
Nota: 8
Elenco: Armie Hammer, Timothée Chalamet
Ano: 2017
Direção: Luca Guadagnino

Seguindo com os filmes indicados ao Oscar, Me Chame Pelo Seu Nome teve 04 indicações, com melhor filme, melhor ator para Timothée Chalamet, roteiro adaptado e algum outro técnico.

Esse filme se passa em uma pequena cidade italiana nos anos 80 e mostra uma relação romântica entre o jovem Elio e o homem um pouco mais velho Oliver.

Me Chame Pelo Seu Nome mostra a relação homossexual de forma menos ativista do que se costuma ver no cinema. A história envolve muito mais a descoberta do amor e como podemos deixar algumas oportunidades passarem quando somos jovens.

Quanto a esta questão, destaco o diálogo entre pai e filho no final do filme. É uma cena muito bem feita, interpretada, sobre um homem falando para o filho aproveitar os bons momentos da vida, porque eles podem ser únicos e a chance acabar.

Não foi meu filme preferido. É bastante lento e tem algumas referências artísticas e diálogos que não me pareceram muito naturais. Tinha cara de texto. Mas, gosto é gosto.

De todo modo, é de se entender o motivo de tantas indicações e tantas pessoas gostando, porque tem uma proposta menos convencional e não apela para caminhos fáceis.

Recomendo para quem curte romances.

FDL

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O Dossiê Pelicano – John Grisham

dossie pelicano livro“- Posso ajuda-la? – perguntou como perguntam em geral os funcionários públicos de baixa categoria, prontos para qualquer coisa, menos para ajudar.

Darby passou um papel pela janela do guichê.

- Eu gostaria de ver esta pasta.

A mulher leu rapidamente o nome escrito no papel e olhou para Darby.

- Por quê? – perguntou.

- Não preciso explicar. É um arquivo público, não é?

- Semipúblico.

Darby recolheu e dobrou o papel.

- Por acaso conhece a Lei da Liberdade de Informação?

- Você é advogada?

- Não preciso ser advogada para ver esta pasta.

A funcionária tirou um molho de chaves da gaveta sob o balcão. Inclinou a cabeça para o lado.

- Venha comigo.”

John Grisham

Difícil de acreditar que até hoje eu ainda não tinha lido esse livro. É um dos mais clássicos de Grisham, que rendeu um filme bem famoso.

A história é da estudante de direito Darby Shaw, que em uma pesquisa acadêmica acaba descobrindo o motivo e autor da morte de dois juízes da Suprema Corte.

Com essas informações, Darby monta suas provas em um dossiê, que dá o nome do livro e entrega às autoridades. O problema é que no momento em que colocam a mão no dossiê, todos que se propõem a ajudar são assassinados e ela passa a ser perseguida.

Durante todo o livro, Darby tenta salvar sua pele em um thriller muito bom de perseguição. Para isso, conta com a ajuda do jornalista Gray Grantham, com quem cria uma relação de dependência e desconfiança.

O livro trata das excentricidades de juízes poderosos, do poder que o staff de um presidente da república tem, das relações de ética que permeiam o jornalismo político e os escritórios de advocacia, enfim, é um bom livro para quem se interessa por detalhes do mundo do direito, ainda que seja uma obra de ficção.

Realmente é mais um clássico do Grisham e lamento ter demorado tanto para ler.

Agora, obviamente tinha que rever o filme, né?

O Dossiê Pelicano

dossie pelicano filmeFilme: O Dossiê Pelicano (Pelican Brief)
Nota: 9,5
Elenco: Julia Roberts, Denzel Washington
Ano: 1993
Direção: Alan J. Pakula

Já devo ter visto esse filme umas 05 vezes. Cada vez é melhor.

A história é bem fiel ao livro, com, inclusive, passagens de diálogo literais do texto. Isso é bem legal.

A adaptação cinematográfica, como exige a linguagem, tem algumas cenas de ação a mais. Podemos entender os motivos. O povo gosta de ver, não de entender. Não atrapalha a história, ao contrário, dá mais emoção e sai um pouco da linguagem árida.

Julia Roberts e Denzel Washington estavam no auge de suas carreiras e em um momento muito bom para os thrillers no cinema. Acertaram em cheio com seus personagens.

A história flui e o filme é muito bem dirigido.

É mais um clássico dos anos 90 e com certeza mereceu ser revisto para refrescar a memória.

Recomendo muito o combo de filme + livro.

FDL

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A Forma da Água

a forma da águaFilme: A Forma da Água (The Shape of Water)
Nota: 9
Elenco: Sally Hawkins, Richard Jenkins, Octavia Spencer
Ano: 2017
Direção: Guillermo del Toro

Não foi meu preferido desse ano nos indicados ao Oscar. Foram 13 indicações, entre melhor filme, melhor atriz, ator, coadjuvantes, enfim, fez sucesso.

Conta a história da muda Elisa, que é uma faxineira em uma instalação militar dos EUA no período da Guerra Fria. Sua melhor amiga é a também faxineira Zelda, interpretada pela sempre excelente Octavia Spencer.

Elisa e Zelda acabam tendo que fazer faxina na instalação onde o governo guarda uma estranha criatura encontrada na Amazônia. É um ser humanoide, com características de peixe e inteligência, apesar de uma aparente agressividade.

Ele é torturado diariamente pelo chefe da segurança no local e acaba sendo alvo de disputa entre as potências imperialistas, discutindo-se se o ideal era mantê-lo vivo ou mata-lo para dissecação e aprendizado.

Ocorre que Elisa se interessa pela criatura, criando laços, e conectando-se com ele como nunca pode fazer com ninguém.

É muito bonito o diálogo dela em que ela explica a seu amigo que a criatura foi a única que não a observou como se fosse incompleta por não falar.

A mensagem é interessante também, porque mostra que o ser humano é cruel entre os excluídos da mesma forma que faz como um monstro asqueroso, só que de forma mais sutil.

Destaco também a trilha sonora do filme, com músicas em diversos idiomas, o que mostra a superação da barreira linguística para transmitir sensações e mensagens. Há até Carmen Miranda tocando no filme, que também teve a trilha sonora indicada.

Achei um pouco cansativo e chato em alguns momentos, mas acho que é pelo estilo mesmo, que não combina tanto comigo, pelo menos nesse momento. Não há nada de negativo a falar sobre esse filme.

Acredito que mesmo não tendo rolado aquela química comigo, se vencer prêmios será merecido. Embora esteja sendo uma obsessão esse tema do excluído nas produções cinematográficas, qualidade e originalidade têm espaço em qualquer assunto.

Recomendo.

FDL

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Series Finale: Episodes – 5ª Temporada

episodes-ending-season-5

Foi ao ar no ano passado, mas resolvi hoje assistir em maratona a temporada final dessa série, que mesmo não sendo nenhum espetáculo, vai fazer falta.

Quando assistimos a uma temporada sabendo que é a final, fica uma sensação ruim de que tudo é despedida e nem sempre tem essa qualidade toda, mas sentimos algum tipo de saudade.

A 5ª temporada de Episodes teve apenas 07 excelentes episódios. Neles, Bev, Sean e Matt estão bem próximos, trabalhando juntos novamente e sofrendo todo o tipo de inconvenientes com o egocentrismo do ex-Friends.

O humor dessa série é sutil e extremamente crítico com os bastidores da indústria do entretenimento americana. Outras séries já fizeram isso, mas a sacada de Bev e Sean serem ingleses deixa mais engraçado, porque constantemente eles precisam lidar com essa diferente forma cultural.

Matt LeBlanc nunca foi meu Friend preferido, mas ele é um puta ator, com muita expressividade e grande talento para comédias. Ele já lançou outra, que, sinceramente, não me interessou. Cansei de ver comédias ruins só porque tem algum Friend no elenco.

Fica aí o registro de mais uma boa comédia, que até prêmios conseguiu conquistar.

Vai deixar saudades sim.

FDL

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Três Anúncios Para Um Crime

Três Anúncios Para Um CrimeFilme: Três Anúncios Para Um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)
Nota: 9
Elenco: Frances McDormand, Woody Harrelson
Ano: 2017
Direção: Martin McDonagh

Voltando para os filmes indicados, esse parece que vai levar muitos prêmios e tem o estilo que eu gosto, então bora nele.

Frances McDormand vive uma mulher dura e forte que mora em uma pequena cidade do Missouri. Sua filha foi morta e estuprada há 07 meses e a polícia não parece dar atenção ao caso para investigar e prender os culpados.

Revoltada com a polícia, que passa o dia fazendo besteira, torturando negros, ignorando crimes, ela contrata três outdoors que estão em uma via que passa perto da sua casa. Neles ela cobra o xerife sobre o crime.

A atitude dela chama a atenção e várias tensões da cidade começam a aflorar.

Esse filme tem várias camadas e relações familiares, machismo estrutural, racismo institucionalizado são também muito tratados. Acima de tudo, temos uma mulher corajosa, lançada pelo amor materno a não simplesmente aceitar a opressão.

Frances está excelente e não consigo imaginar papéis diferentes para essa atriz, que tem levado todos os prêmios nesse ano. Espero que o Oscar fique com ela.

É um bom filme, com muita violência, bons diálogos e uma impressão tão realista que chega a ser necessariamente desconfortável.

Recomendo.

FDL

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Law & Order: True Crime – The Menendez Murders

menendez

Essa série foi anunciada há um bom tempo e acabei esperando passar tudo para assistir em forma de maratona. Fiz bem, porque não iria aguentar o suspense.

Tudo indica ser mais uma antologia criminal, nos moldes de American Crime Story. Se for renovada, trará outro caso.

O caso dos Menendez investiga o brutal assassinato dos pais de Eric e Lyle Menendez, dois playboys milionários, que são suspeitos do crime e, no futuro, são julgados com transmissão em rede nacional.

Esse crime chocou os EUA por vários motivos e aconteceu na mesma cidade e época em que o caso de O. J. Simpson, por isso, também atraiu muita atenção da mídia e houve mais um circo de horrores em que não se sabia o que era julgamento e o que era entretenimento.

A história dessa família tem muita violência, abuso sexual, incesto, tortura psicológica e os assassinatos foram apenas o fim desse ciclo.

A série não se preocupa muito em ter tom documental e é centrada na figura da advogada Leslie Abramson, interpretada pela excelente Eddie Falco.

Não tem como não comparar com a série American Crime Story de O.J. Simpson, que é bem melhor.

Law & Order assume um tom muito mais maniqueísta embora tente não desse modo. Em alguns momentos ficamos com ódio do promotor e do juiz, mas esquecemos que nem sempre as coisas são assim.

Por isso, apesar de a série ser muito boa, fiquei com um pé atrás e precisei encarar puramente como obra ficcional. E, como não conhecia nada sobre esse crime, fui atrás de informações.

Há diversos livros escritos, mas nenhum eu encontrei traduzido para o nosso idioma. Uma pena que só agora estejam aparecendo livros de true crime por aqui.

Documentário, eu encontrei o de Aphrodite Jones, que é exibido no ID também. Nele há imagens reais do julgamento, do crime e vários testemunhos de pessoas envolvidas.

Continuamos com muitas dúvidas em saber se a prisão perpétua sem possibilidade de condicional foi a melhor solução para o caso, mesmo que os irmãos tenham assumido o homicídio, por conta do histórico de abuso que eles sofriam desde a infância. Mas isso é complexo e paro por aqui nessa reflexão nesse post.

Mais um caso criminal controverso no sistema criminal americano, que muitos brasileiros ainda tomam como base de idealização de sistema punitivo. Vejam lá.

Recomendo a série e o documentário.

FDL

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Black Mirror

BlackmirrorlogoNem sei se comentei sobre essa série aqui no passado, mas logo no começo dela eu resolvi assistir. Suspenses e mistérios britânicos fazem muito meu gosto.

Com isso, acabei assistindo ao primeiro episódio, Hino Nacional. Minha impressão não poderia ter sido pior. Tratava-se de uma situação em que o primeiro ministro britânico tinha de enfrentar uma crise: o sequestro da princesa real.

Para salvá-la, o sequestrador fez uma bizarra exigência: o primeiro ministro deveria fazer sexo com um porco e isso seria filmado e transmitido em cadeia nacional.

O episódio tem toda a questão da ética, de arruinar a vida do homem e o valor da vida da sequestrada, que estaria acima disso tudo.

No final, o político cede à chantagem em uma cena extremamente desconfortável e a princesa é liberta. Também é mostrado o que tudo aquilo faz com a vida dele.

Achei esse episódio forçado e de péssimo gosto. Além disso, não vi utilidade nele, nem em uma reflexão que fosse. Por isso, peguei abuso da série e acabei não vendo mais nada.

Black Mirror é em formato antológico. Cada episódio tem uma história e um elenco diferentes. Situações, tempos, estilos de narrativa, tudo varia. O que há em comum em todos os episódios é o fato de tratar-se de um futuro distópico, em que a evolução das tecnologias da informação muda a forma de viver, interagir e até mesmo a o modo de ser do homem.

Acontece que apesar de ter estreado em 2011, a série somente virou um fenômeno quando foi comprada pela Netflix, que exibiu os episódios antigos e passou a produzir novos. São temporadas curtas. Nas duas primeiras são 3 ou 4 episódios e nas duas atuais são mais 6. Há em torno de 1h de duração.

Mesmo com meu abuso, essa série virou assunto de todo lugar e ouvi algumas reflexões éticas que me fizeram dar mais uma chance na semana passada, afinal, não teria de continuar naquela péssima história do primeiro episódio.

Excelente escolha que eu fiz. Essa foi uma das melhores séries que eu vi nos últimos tempos.

Conforme seguem os episódios, há diversas formas de interação tecnológica e me poupo aqui de escrever sinopses e entrar em pormenores. Só digo que não houve sequer um episódio ruim depois daquele início terrível.

Destaco entre os meus episódios preferidos:

O dos méritos, na primeira temporada, com o ator Daniel Kaluya, que fiz o filme Corra! Recentemente. Além dele, o que parece ser o citado por todos com a frase “Isso é muito Black Mirror!” é o Queda Livre, no qual as pessoas são ranqueadas por estrelas em suas redes sociais e isso domina as relações de forma doentia, fazendo sumir a sinceridade e a verdade.

Esse episódio Queda Livre exponencia os efeitos de redes sociais como Instagram e Snapchat, mas não é só ele. Na quarta temporada o episódio Hang The Dj trata dos relacionamentos criados por algoritmos, mostrando uma distopia do Tinder.

Há episódios que mostram jogos, babás eletrônicas, registros por câmeras, transferência de memórias, backup de cérebro para a morte do corpo, punições psicológicas a criminosos, enfim, discussões éticas, das mais variadas em mundos que se entregam às facilidades da inteligência artificial. Em muitos há a crítica do que pode levar à própria robotização do homem quando dependente dos robôs.

Enfim, recomendo muito essa série.

superesp-384-1-ed-bcaDepois disso, por coincidência recebi a edição da Dossiê Super de janeiro e a capa dela tinha justamente essa série.

A revista disseca todos os episódios da primeira à terceira temporada. A quarta não rolou porque foi com estreia concomitante.

O mais bizarro é que o trabalho jornalístico foi feito para mostrar que os avanços não estão tão distantes assim do que mostra a série. Em todos eles a Dossiê mostra avanços tecnológicos nas respectivas áreas e os impactos que isso pode causar.

A publicação também assusta, sobretudo quando pensamos na velocidade das mudanças.

Recomendo Black Mirror. Pronto, agora também sou um desses.

FDL

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Richard Glossip: Execução de um Inocente?

richard glossip

É um documentário dividido em 04 partes exibido pelo ID agora em 2017. Eles maratonaram uma reprise e eu gravei.

Richard Glossip foi condenado à morte pela acusação de ter sido o mandante do homicídio se seu chefe em 1997. Barry Van Treese era dono de uma cadeia de hotéis de beira de estrada e foi violentamente agredido com um taco de baseball por Justin Sneed.

Ocorre que Glossip e Sneed trabalhavam juntos e a polícia desconfiou de Glossip, que negou envolvimento.

Policiais bastante agressivos em seus interrogatórios praticamente forçaram Sneed a entregar algum comparsa para escapar da pena de morte e ficar com a prisão perpétua sem condicional.

Logo, Sneed, que era um viciado em drogas com severos problemas psiquiátricos, alegou que o plano de matar Van Treese fora orquestrado por Richard Glossip, que lhe ofereceu dinheiro e futuramente uma vaga de gerente para matar o chefe.

Essa foi a única prova no processo contra Glossip, que teve um advogado muito ruim, sem experiência, que até tentou se matar após constatar que seu mau trabalho causou uma sentença de pena de morte para Richard Glossip.

A falta de provas, o histórico de fabricação de provas de perícia e policiais em Oklahoma, os motivos para testemunho falso de Sneed e o próprio álibi de Glossip fizeram com que diversos ativistas voltassem suas atenções para o caso dele, considerado um de risco de execução de inocente.

Até mesmo a atriz Susan Sarandon aparece em um dos episódios defendendo a inocência de Glossip, até lendo uma carta dele em um programa de televisão.

Atualmente, embora tenham se esgotado todos os recursos legais possíveis para reverter a condenação, a execução de Glossip já foi suspensa várias vezes, pelos mais variados motivos. Ele já fez mais de uma vez a “última refeição”.

O que ocorre é que a única salvação para ele é o surgimento de alguma prova cabal que convença juízes a reanalisar seu caso e concluir pela sua inocência. Logo, em um estado que o condenou com provas tão fracas, é de se imaginar a possibilidade de algo assim acontecer, sobretudo após passarem-se 20 anos desde o crime.

É de arrepiar a cena em que são descritos os momentos finais de um preso no corredor da morte em Oklahoma, sobretudo no período de solitária. Enfim, é a definição de tortura psicológica. A falta de racionalidade impressiona e a facilidade com que a população se convence de que alguém deve morrer só me faz pensar que a violência está intrínseca neles e esse papo de que a pena de morte é um mal necessário para proteger a população de crimes hediondos não passa de desculpa.

Enfim, esse caso é perturbador e em vários momentos o documentário é maçante, sobretudo porque Glossip tenta demais convencer a gente de que é inocente. Sabemos nós se ele é mesmo? Provas não temos e ele deveria ser inocente até provarem o contrário. Pois é, deveria.

FDL

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O Assassinato de Laci Peterson

laci peterson 1

Dessa vez foi o canal A&E que trouxe para nós um true crime interessante.

Nesse caso famoso, são 06 episódios de documentário sobre um crime violento ocorrido nos Estados Unidos, na cidade de Modesto, em 2002.

Laci Peterson desapareceu na véspera de Natal, grávida de 8 meses. Seu corpo e do bebê foram encontrados meses depois no mar.

O suspeito imediato foi seu marido, Scott Peterson, que afirmou ter visto a esposa de manhã e que ela sairia com o cachorro para passear, enquanto ele iria dar uma volta, especificamente andar de barco.

O comportamento aparentemente frio de Scott e sua falta de lágrimas colocaram a população em desconfiança. A casa caiu para ele quando apareceu uma amante, que não só não sabia que ele era casado, como gravou diversos diálogos dele com ela a pedido a polícia.

Foi um julgamento totalmente composto de provas circunstanciais. Scott sempre negou ter qualquer relação com a morte de sua esposa e filho.

O problema é que o caso tomou grandes proporções por conta da atenção da mídia. Por isso, Scott ficou sob o escrutínio malvado da imprensa. O documentário mostra coberturas incansáveis de Larry King e outros jornalistas famosos.

Ao julgamento foram dedicados alguns episódios inteiros.

Foi um tribunal do júri complicado. Mas se tratando de Estados Unidos, isso não me espanta mais, porque eu fico com a sensação de que advogados, juízes, promotores e, principalmente, jurados, se perdem em meio a tanta atenção. A busca pela verdade se esvai e parece para alguns ser uma competição e para outros uma demonstração de virtudes em troca da mão pesada contra réus.

Claro que o documentário mostra diversos erros judiciais e procedimentais no decorrer do julgamento, mas nada disso impediu que o homem fosse condenado à morte.

O documentário acaba com pessoas envolvidas no caso, até mesmo voluntários que voltaram a sua atenção para a condenação, trabalhando no recurso dele, que ainda não foi julgado.

Eu comentei recentemente por aqui de algum caso em que se julga a pessoa e não os fatos. Nesse é patente. A comentarista jurídica Nancy Grace é mostrada tanto em vídeos da época como em entrevistas para o documentário e é impressionante o ódio que ela desenvolveu e como ela procura cada ação dele de forma milimétrica para atestar que ele não presta e, logo, matou a esposa.

Foi um dos julgamentos mais morais que eu já vi.

Mais uma vez repito o que já escrevi por aqui. Sinceramente não sei se Scott matou sua esposa, mas a forma como foi retratado é extremamente injusta, porque é pseudo-científica.

Não pude deixar de reparar também como em muitas situações esse caso me lembrou A Garota Exemplar. Gillian Flynn jura que embora reconheça similaridades, não inspirou seu romance nesse caso. Então tá bom. Vou dizer o quê?

Recomendo essa história.

FDL