“A polícia estava por toda a parte. Seus rostos desfilaram fantasmagóricos, sob as luzes artificiais. Os motores roncavam, e as frases fragmentadas vindas dos rádios, ininteligíveis por causa da estática, pairavam no ar úmido e frio. A fita de isolamento da cena do crime, presa ao corrimão da escada dos fundos, selava a área, num retângulo amarelo de horror.
Um policial à paisana, usando casaco de couro marrom, aproximou-se de nós. “Doutora Scarpetta?”
Às vezes eu sinto que conheço pessoalmente os autores dos livros que eu leio. Até que sou amigo deles. Se fosse verdade, Patricia Cornwell seria aquela amiga brava comigo, por conta dos anos de abandono, muito embora tivesse prometido manter contato. É bem verdade que acompanhar os livros da autora é complicado, porque quando não estão esgotados, são muito caros, mas mesmo assim fica o sentimento de culpa.
Por isso mesmo que, lendo o primeiro livro da sequência Scarpetta, em 2007, só agora li o segundo, 6 anos depois. Pelo menos não esqueci deles.
Acontece que esse livro é difícil de encontrar e eu queria ler na ordem cronológica, mesmo que as histórias sejam independentes. Isso complicou a vida, porque Patricia já publicou mais de 15 obras com a médica-legista Kay Scarpetta.
Eu tentei nesses tempos ler o pdf na tela do computador. Já li vários livros assim, mas é incômodo, além de judiar da nossa vista. Com a chegada dos leitores digitais (principalmente o Kobo Glo, com iluminação para os madrugadores) foi possível conseguir uma versão ePUB para Corpo de Delito e terminar de lê-lo em uma madrugada só.
Post Mortem é um pouco melhor. Isso fica claro, porque se Corpo de Delito fosse imperdível e excelente eu terminaria as leituras no pdf mesmo, o que não aconteceu.
A história resumidamente trata do assassinato de Beryl Madison, uma escritora discreta, com vários segredos e conexões no mundo editorial. Junto a isso, um fantasma do passado de Kay Scarpetta ressurge durante as investigações para deixa-la ainda mais confusa e exposta a perigos por se envolver demais na investigação.
A sobrinha Lucy não aparece nesse livro, mas eu sei que nos próximos ela se torna bem importante.
A narrativa de Patricia Cornwell é impecável. O suspense e a descrição minuciosa se equilibram, deixando a gente muito ciente do cenário que ela deseja nos inserir, mas sem perder uma linha que aguce nossa curiosidade, culminando com um desfecho que responde as perguntas levantadas.
O próximo livro é Restos Mortais, bem complicado de encontrar também, mas espero não demorar mais tanto tempo para acompanhar as histórias de Kay, porque o ritmo da autora é frenético e a qualidade imperdível.
Recomendado.
FDL
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