De longe, mas muito de longe, foi a pior temporada de American Idol da história. Aliás, a pior de qualquer reality show que eu já tenha visto.
Os programas de competição musicais estão em crise, isso é evidente. O The Voice veio com uma proposta diferente e parece ter cativado mais a audiência, embora não seja muito o meu estilo.
O American Idol então, o mais antigo deles, já demonstrava há anos a necessidade de uma reformulada. Foi o que fizeram, mas mal esperavam que fosse ser essa bagunça toda.
Os jurados da temporada passada mudaram, com exceção de Randy Jackson, que ficou mantido. Vieram, no lugar de Steven Tyler e Jennifer Lopez, Keith Urban, Mariah Carey e Nicki Minaj.
Os jurados afundaram o programa. Randy já mostrava não se importar tanto, um certo desprezo e comentários repetitivos. Mariah Carey e Nicki Minaj colocaram as garras de fora ainda na fase de testes e quebraram o pau no meio das gravações. Resultado: climão até o fim da temporada com as duas alternando desprezo uma pela outra com alfinetadas e caretas. Keith Urban ainda foi aceitável, mas faltou carisma pra ele.
Como se não bastasse, Mariah Carey não conseguia formular uma frase completa sem se interromper, com uma prolixidade absurda. Faltava espontaneidade. Já Nicki, queria mostrar conforto demais, sendo muitas vezes grosseira, mal educada e com comentários que não faziam sentido algum. Ela queria causar e causou.
O reflexo de jurados querendo aparecer mais que os talentos se mostrou quando chegou a fase dos shows ao vivo. A temporada mais entediante da história. Tanto é que já acabou tem mais de um mês e só agora tive ânimo de terminar de ver.
Na minha opinião foram dois os problemas. O primeiro a clara intenção de fazer uma mulher ganhar, tendo em vista os últimos 5 campeões serem homens. Para isso acharam que daria certo colocar homens sem talento e masculinidade (afinal, as meninas votam nos bonitinhos) e mulheres com vozes poderosas. Esse tipo de interferência acaba prejudicando o programa, que tem graça pela competição além das músicas que acabamos gostando de ouvir.
Aliás, esse foi o segundo problema. American Idol de repente virou um programa para quem tem 60 anos de idade. Somente músicas velhas, além da tradicional lista de músicas repetidas, que todo mundo canta nas competições. Teve de novo uma semana Motown Records... dá sono só de lembrar desse dia.
No final o top 5 tinha só mulheres, porque todos os homens foram eliminados. Elas cantavam músicas com estilos muito similares e nenhuma me marcou. Não tive uma torcida por ninguém nessa temporada porque o gosto musical se mostrou bem duvidoso.
De todas elas, Candice Glover de fato foi a melhorzinha e mereceu ter ganho, dadas as circunstâncias.
Mantenho meus comentários do ano passado sobre o Jimmy Iovine: falava mal de todo mundo, sempre se contradizendo com aquelas falas ensaiadas e com cara de Cazuza na capa da Veja... até quando?
Pelo visto, essa opinião sobre o desempenho do reality não foi só minha. A audiência caiu com bastante intensidade. Os críticos foram unânimes em dizer que não deu certo essa tentativa. Randy Jackson já anunciou que não volta mais (teve até uma homenagem bem legal feita pra ele no episódio final). Mariah Carey e Nicki Minaj também anunciaram que não voltam mais. Keith Urban disse que gostaria de voltar, mas até o momento não se sabe do que vai ser American Idol no ano que vem.
Espero que isso tenha sido apenas uma fase ruim e que se recuperem no ano que vem. Esse programa já revelou excelentes artistas e não vejo problema nenhum que muitos deles tenham sido parecidos nos últimos anos.
Até o ano que vem.
FDL