segunda-feira, 29 de julho de 2013

Maniac

maniacFilme: Maniac
Nota: 6
Elenco: Elijah Wood
Ano: 2012
Direção: Franck Khalfoun

 

 

 

 

 

A maior crítica que eu costumo fazer aos filmes de terror e suspense costuma ser a falta de ousadia. Embora a violência seja empregada nas produções, elas não se reinventam, acaba tudo sendo igual.

Desse mal não posso culpar o filme Maniac.

Todavia...

As inovações desse filme são pelas formas. Tudo é exibido em primeira pessoa.

O serial killer Frank, interpretado pelo Elijah Wood, sai matando e escalpelando a mulherada a torto e direito. Só que a câmera coloca o telespectador sob os olhos do vilão. Só vemos a cara dele quando há um espelho ou qualquer outro tipo de reflexo.

Acho que isso foi feito primeiro para dar originalidade a Maniac, segundo para que a violência ficasse mais convincente. E ficou. Não fomos poupados de sangue e brutalidade.

Claro que em alguns momentos o sacolejo da câmera fica incômodo, mas nada mais do que a história em si.

Com a licença dos spoilers, acabamos descobrindo que Frank mata as mulheres como forma de ritual de substituição pela relação de amor/ódio que tinha com a mãe, uma espécie de prostituta, que fazia sexo com os caras na frente dele quando era criança.

No meio disso, o ofício de Frank é restaurar manequins de lojas, sobretudo os antigos. Acaba conhecendo Anna, uma fotógrafa que se interessa pelo seu trabalho e se torna seu alvo.

Tudo isso é lento, cansativo e sem propósito. No final você pensa: tá, e daí?

O filme acaba falhando em assustar, em impressionar e em prender com a história.

É apreciado o esforço do diretor em fazer uma produção diferente, mas a história não ajuda em nada.

Não recomendo.

FDL

Meu Malvado Favorito 2

meumalvado2Filme: Meu Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2)
Nota: 7,5
Elenco: vozes de Steve Carell, Kristen Wiig, Miranda Cosgrove, Russell Brand, Nasim Pedrad.
Ano: 2013
Direção: Pierre Coffin, Chris Renaud

 

 

 

 

As animações costumam ser uma boa pedida para ir ao cinema, ainda que essa prática, pelo menos para mim, tenha se tornado bem menos frequente nos últimos anos.

Eu até gostei da versão anterior e vi nesse ano mesmo.

O segundo filme foi melhor que o primeiro. Nessa história Gru cuida das meninas e acaba aparecendo um desafio que ele precisa resolver no mundo dos vilões.

O foco na continuação é a relação amorosa do Gru com a personagem nova, Lucy. Claro que é presente a situação do sentimento de inadequação, quase que obrigatório em histórias de animação infantil do momento. É uma boa.

A graça continua sendo os minions, ainda mais usados nesse filme.

Não é o melhor filme de animação do mundo, mas tem seus bons momentos. Se acabar assistindo à versão dublada, como eu fiz, se prepare emocionalmente para ter que ouvir a voz de Sidney Magal. Vai entender as produtoras brasileiras?

Recomendo.

FDL

sábado, 27 de julho de 2013

Season Finale: Bob’s Burgers 3 ª Temporada

Bob's_Burgers_Season_2Assisti também nos últimos dias à Terceira temporada de Bob’s Burgers.

Foi excelente novamente. Como comédia de animação, ainda perde para Os Simpsons, obviamente. Mas ainda assim é excelente e rende vários momentos de risada.

A comédia é um pouco mais sutil e voltada ao âmbito familiar mesmo, com menores pitadas de humor politicamente incorreto, que muitas vezes aparece nas cenas com a Louise.

Destaco nessa temporada o episódio em que a Louise se apaixona por um menino de boy band e demonstra seu carinho com um tapa na cara. O episódio dos avós que moram em uma comunidade que pratica suingue também foi ótimo. Gostei também do dia em que a família foi toda a um programa de televisão disputar contra outras para ganhar uma Kombi – claro que perderam.

São vários, mas não dá pra mencionar tudo aqui.

Ano que vem está de volta. Esperemos.

FDL

Season Finale: Veep – 2ª Temporada

veeps2No ano passado elogiei essa série nova da Julia Louis-Dreyfus, mesmo sendo da HBO. Fiz isso por realmente se tratar de uma comédia.

A segunda temporada foi ainda melhor que a primeira. Consegui manter meu interesse em assistir mesmo em dias de tempo curto para ver séries.

Os personagens já estavam apresentados e desenvolvidos, por isso, a série pode brincar com as situações incomuns, o ponto principal.

Essa temporada correu com base em uma música supostamente preconceituosa cantada pela Vice e pela sua participação em um evento importante, mas tendo seu nome ligado a um escândalo. Claro que o enredo brincou com o fato de ela ser um papel inútil e não saber de nada nunca, cabendo sempre se ferrar quando fosse necessário um bode expiatório.

Mais para o final começou a corrida eleitoral das próximas eleições. Provavelmente será esse o foco da próxima temporada.

A atriz rouba a cena. É impressionante como essa mulher tem o dom e ninguém pode discutir. O resultado disso foi mais uma indicação ao Emmy e sendo recordista, tendo em vista sua história de comédias de sucesso.

Continuo recomendando essa série. Até o ano que vem.

FDL

terça-feira, 16 de julho de 2013

Corpo de Delito – Patricia Cornwell

Scarpetta #2 - Corpo de Delito

“A polícia estava por toda a parte. Seus rostos desfilaram fantasmagóricos, sob as luzes artificiais. Os motores roncavam, e as frases fragmentadas vindas dos rádios, ininteligíveis por causa da estática, pairavam no ar úmido e frio. A fita de isolamento da cena do crime, presa ao corrimão da escada dos fundos, selava a área, num retângulo amarelo de horror.
Um policial à paisana, usando casaco de couro marrom, aproximou-se de nós. “Doutora Scarpetta?”

Às vezes eu sinto que conheço pessoalmente os autores dos livros que eu leio. Até que sou amigo deles. Se fosse verdade, Patricia Cornwell seria aquela amiga brava comigo, por conta dos anos de abandono, muito embora tivesse prometido manter contato. É bem verdade que acompanhar os livros da autora é complicado, porque quando não estão esgotados, são muito caros, mas mesmo assim fica o sentimento de culpa.

Por isso mesmo que, lendo o primeiro livro da sequência Scarpetta, em 2007, só agora li o segundo, 6 anos depois. Pelo menos não esqueci deles.

Acontece que esse livro é difícil de encontrar e eu queria ler na ordem cronológica, mesmo que as histórias sejam independentes. Isso complicou a vida, porque Patricia já publicou mais de 15 obras com a médica-legista Kay Scarpetta.

Eu tentei nesses tempos ler o pdf na tela do computador. Já li vários livros assim, mas é incômodo, além de judiar da nossa vista. Com a chegada dos leitores digitais (principalmente o Kobo Glo, com iluminação para os madrugadores) foi possível conseguir uma versão ePUB para Corpo de Delito e terminar de lê-lo em uma madrugada só.

Post Mortem é um pouco melhor. Isso fica claro, porque se Corpo de Delito fosse imperdível e excelente eu terminaria as leituras no pdf mesmo, o que não aconteceu.

corpo de delitoA história resumidamente trata do assassinato de Beryl Madison, uma escritora discreta, com vários segredos e conexões no mundo editorial. Junto a isso, um fantasma do passado de Kay Scarpetta ressurge durante as investigações para deixa-la ainda mais confusa e exposta a perigos por se envolver demais na investigação.

A sobrinha Lucy não aparece nesse livro, mas eu sei que nos próximos ela se torna bem importante.

A narrativa de Patricia Cornwell é impecável. O suspense e a descrição minuciosa se equilibram, deixando a gente muito ciente do cenário que ela deseja nos inserir, mas sem perder uma linha que aguce nossa curiosidade, culminando com um desfecho que responde as perguntas levantadas.

O próximo livro é Restos Mortais, bem complicado de encontrar também, mas espero não demorar mais tanto tempo para acompanhar as histórias de Kay, porque o ritmo da autora é frenético e a qualidade imperdível.

Recomendado.

FDL

sábado, 13 de julho de 2013

Poirot – Os Elefantes Não Esquecem

poirot - elephantsA BBC começou a exibir os telefilmes finais para completar a adaptação inteira da obra de Agatha Christie no que se refere ao seu mais famoso detetive.

Como serão histórias longas, espaçadas e que se referem a livros inteiros, nada mais justo que um post completo a cada um.

Os Elefantes Não Esquecem eu já conhecia, porque li o livro em 2009, até fiz post aqui. É um excelente livro, porque mudou em alguns aspectos a fórmula que Agatha Christie utilizava em suas tramas. É um romance contado de trás para a frente em que Poirot utiliza as impressões como fundamento na sua investigação.

Poirot é chamado para investigar o assassinato misterioso de um psiquiatra e sua amiga Ariadne Oliver tem como missão pessoal a pedido de sua afilhada descobrir a verdade sobre a misteriosa morte de seus pais 12 anos antes. Poirot não dá muita atenção ao caso de sua amiga, que pede sua ajuda, até descobrir a relação entre as mortes.

Falo das impressões porque o livro utiliza elefantes, animais com boa memória, para repassar os fatos ocorridos 12 anos antes. Assim, as nuances e os detalhes revelam a verdade sobre o passado, ainda que as testemunhas não se deem conta disso.

Mais uma vez a BBC humilhou na adaptação, com alguns detalhes da história alterados, evidentemente. O trabalho de David Suchet é impressionante, ainda mais depois de 24 anos no ar com o mesmo personagem.

Não sabemos a data do próximo telefilme, só sei que é Os Quatro Grandes, cujo livro ainda não li. Talvez leia para acompanhar melhor. Vi também que essa adaptação vai trazer de volta personagens queridos da série que não vemos desde 2001: Hastings, Japp e Miss Lemon.

Recomendado, como sempre e em clima de despedida, com uma literal contagem regressiva.

5, ...

FDL

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Season Finale: Bron/Broen – 1ª Temporada

bron broen

Finalmente terminei de assistir a essa série impressionante, de apenas 10 episódios em sua primeira temporada. É um thriller de adivinha qual país? Exatamente, Suécia, mas em parceria com a Dinamarca.

Fui vendo aos poucos, talvez com pena de acabar logo e eu ficar órfão dessa produção. Além disso, mesmo tendo sido renovada para a segunda temporada, a velocidade de produção das séries europeias é consideravelmente mais lenta.

A série trata de um corpo encontrado na ponte Øresundsbron, que liga os dois países. O corpo está cortado ao meio, com cada metade localizada no território de um dos países. Isso faz com que as duas polícias se juntem para investigar o caso.

O assassino se torna serial e passa a passar lições de moral na sociedade a cada sequência de mortes que ele pratica.

A polícia sueca é representada pela detetive Saga Noren, extremamente competente, concentrada e técnica, mas com péssimas interações sociais e capacidade de empatia zero. A polícia dinamarquesa é representada pelo detetive Martin Rohde, também competente, mas com o lado humano mais exposto, muito embora colecione diversos problemas pessoais e profissionais por conta de suas escolhas impulsivas e equivocadas ao longo da vida.

bron broen posterA série se desenvolve no jogo de gato e rato dos detetives com o assassino, que ainda manipula a imprensa por meio de um jornalista ambicioso e também explora a relação entre os policiais, que são de personalidades diferentes, até antagônicas. Essa união entre eles faz com a que a investigação seja feita sob diversas óticas e também muda a personalidade de cada um, que se deixa influenciar pelo outro.

Como é comum nessas produções suecas, as cores são frias e as paisagens e recursos visuais extremamente bonitos. Os atores são excelentes, muito embora a Saga Noren caia em caricaturas algumas vezes.

O enredo se encerrou com muitas reviravoltas, mas todas explicadas, de modo que não nos sentimos enganados e tudo faz sentido.

É um tipo de suspense diferenciado, que não caiu em fórmulas. É até por isso que recorremos a produções de lá da Suécia/Dinamarca para termos alguma novidade. As produções comerciais mais tradicionais estão em franca crise criativa.

Gosto bastante da música de abertura. Chama-se Hollow Talk, de uma banda chamada Choir of Young Believers (dinamarquesa). Segue o vídeo dela.

As emissoras nacionais exibiram essa série. Está disponível no Net Now com o nome The Bridge. Péssima ideia, porque agora em julho estreia nos EUA a série The Bridge, a versão deles, claro. Será com nada menos que a Diane Kruger. Nem vou assistir, imagina.

Muito recomendado.

FDL

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Carcereiros – Drauzio Varella

carcereirosEstação Carandiru foi lançado em 1999. Foi um grande sucesso. Ganhou filme do Hector Babenco, prêmio Jabuti e ficou marcado como uma leitura obrigatória da nossa geração.

Eis que em 2012 Drauzio Varella apareceu e mostrou que ainda tinha mais a dizer.

Dessa vez o médico revelou detalhes não só de quando esteve no Carandiru, mas em outros presídios paulistas ao longo de sua carreira. Só que agora o ponto de vista é dos carcereiros, personagens meio esquecidos no outro livro.

Desde o começo Drauzio Varella diz que se aproximou dos funcionários do sistema penitenciário e muitos deles são seus bons amigos. Isso nos dá a falsa impressão de que ele faria uma narração pegando leve com seus colegas, querendo dar uma boa imagem.

Não achei.

Do mesmo modo que ele humanizou os presos, mostrou diversos lados que os seres humanos imersos profissionalmente nesse mundo acabam desenvolvendo.

Há muitas histórias de violência, revolta, injustiça e denúncia. O lado mais cômico que Estação Carandiru tinha ficou diminuído, embora o tragicômico apareça algumas vezes.

Gosto muito da passagem em que o autor comenta ter assistido do alto de um edifício à demolição da Casa de Detenção junto com seus colegas carcereiros. Me ficou uma impressão de que para vários deles o mundo em que viviam foi implodido junto, já que aquele local era um universo em si mesmo.

Como fez antes, o médico analisa a situação dos presos, da situação carcerária, de toda a contradição autodestrutiva que o nosso sistema carcerário e penal coloca em prática. Isso tem muito valor, pois leva informações ao leitor comum que não tem acesso a dados assim.

Achei esse livro excelente. Há várias coisas mais a se dizer sobre ele, mas escreveria por demais aqui. Li em dois dias porque é um livro curto e com as mesmas características anteriores de Drauzio Varella: é direto, conciso e sem muitas digressões. Sua função é fazer um retrato. E muito bem feito.

Reforço que as informações sendo contadas por um médico voluntário fazem a descrição ter mais credibilidade, já que ele não tem necessariamente um lado a defender. E olha que ele fala em partes do livro como esse trabalho influenciou sua vida e seu comportamento.

Recomendo a todos.

FDL

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Season Finale: American Idol – 12ª Temporada

american-idol-2013-poster-promoDe longe, mas muito de longe, foi a pior temporada de American Idol da história. Aliás, a pior de qualquer reality show que eu já tenha visto.

Os programas de competição musicais estão em crise, isso é evidente. O The Voice veio com uma proposta diferente e parece ter cativado mais a audiência, embora não seja muito o meu estilo.

O American Idol então, o mais antigo deles, já demonstrava há anos a necessidade de uma reformulada. Foi o que fizeram, mas mal esperavam que fosse ser essa bagunça toda.

Os jurados da temporada passada mudaram, com exceção de Randy Jackson, que ficou mantido. Vieram, no lugar de Steven Tyler e Jennifer Lopez, Keith Urban, Mariah Carey e Nicki Minaj.

Os jurados afundaram o programa. Randy já mostrava não se importar tanto, um certo desprezo e comentários repetitivos. Mariah Carey e Nicki Minaj colocaram as garras de fora ainda na fase de testes e quebraram o pau no meio das gravações. Resultado: climão até o fim da temporada com as duas alternando desprezo uma pela outra com alfinetadas e caretas. Keith Urban ainda foi aceitável, mas faltou carisma pra ele.

Como se não bastasse, Mariah Carey não conseguia formular uma frase completa sem se interromper, com uma prolixidade absurda. Faltava espontaneidade. Já Nicki, queria mostrar conforto demais, sendo muitas vezes grosseira, mal educada e com comentários que não faziam sentido algum. Ela queria causar e causou.

O reflexo de jurados querendo aparecer mais que os talentos se mostrou quando chegou a fase dos shows ao vivo. A temporada mais entediante da história. Tanto é que já acabou tem mais de um mês e só agora tive ânimo de terminar de ver.

Na minha opinião foram dois os problemas. O primeiro a clara intenção de fazer uma mulher ganhar, tendo em vista os últimos 5 campeões serem homens. Para isso acharam que daria certo colocar homens sem talento e masculinidade (afinal, as meninas votam nos bonitinhos) e mulheres com vozes poderosas. Esse tipo de interferência acaba prejudicando o programa, que tem graça pela competição além das músicas que acabamos gostando de ouvir.

Aliás, esse foi o segundo problema. American Idol de repente virou um programa para quem tem 60 anos de idade. Somente músicas velhas, além da tradicional lista de músicas repetidas, que todo mundo canta nas competições. Teve de novo uma semana Motown Records... dá sono só de lembrar desse dia.

No final o top 5 tinha só mulheres, porque todos os homens foram eliminados. Elas cantavam músicas com estilos muito similares e nenhuma me marcou. Não tive uma torcida por ninguém nessa temporada porque o gosto musical se mostrou bem duvidoso.

De todas elas, Candice Glover de fato foi a melhorzinha e mereceu ter ganho, dadas as circunstâncias.

Mantenho meus comentários do ano passado sobre o Jimmy Iovine: falava mal de todo mundo, sempre se contradizendo com aquelas falas ensaiadas e com cara de Cazuza na capa da Veja... até quando?

Pelo visto, essa opinião sobre o desempenho do reality não foi só minha. A audiência caiu com bastante intensidade. Os críticos foram unânimes em dizer que não deu certo essa tentativa. Randy Jackson já anunciou que não volta mais (teve até uma homenagem bem legal feita pra ele no episódio final). Mariah Carey e Nicki Minaj também anunciaram que não voltam mais. Keith Urban disse que gostaria de voltar, mas até o momento não se sabe do que vai ser American Idol no ano que vem.

Espero que isso tenha sido apenas uma fase ruim e que se recuperem no ano que vem. Esse programa já revelou excelentes artistas e não vejo problema nenhum que muitos deles tenham sido parecidos nos últimos anos.

Até o ano que vem.

FDL