“A segunda parte do trabalho do criminalista se dá no laboratório, analisando as evidências coletadas. White testou a tinta marrom encontrada na chave de fenda do assassino comparando-a com algumas marcas populares, e concluiu que a melhor aposta era um Marrom Oxford misturado na loja, fabricado pela Behr. O laboratório costuma ser o lugar onde sua tarefa termina. Criminalistas não são investigadores. Não conduzem entrevistas nem seguem pistas. Mas White estava numa posição única. Os departamentos de polícia individuais do Condado de Orange investigavam crimes em suas próprias jurisdições, mas a maioria deles usava o laboratório de criminalística do Departamento do Xerife. Assim, os investigadores do caso Witthuhn só sabiam de casos de Irvine, mas White trabalhara com cenas de crime no condado todo, de Santa Ana a San Clemente.
Para a polícia de Irvine, o assassinato de Manuela Witthuhn era raro.
Para Jim White, era familiar.”
Michelle McNamara
Chegamos mais uma vez a um setembro true crime. Começamos com uma obra que acabou de ser lançada.
Esse livro foi lançado há bem pouco tempo e mostra todo o estudo que McNamara fez com reunião de informações e dados sobre o assassino conhecido como Golden State Killer, que aterrorizou a California por décadas, cometendo estupros e homicídios com altos requintes de maldade.
O problema é que por esse tempo todo jamais a polícia conseguiu identificar o criminoso, que foi extremamente inteligente e organizado com suas atitudes.
O livro vai mostrando diversas vítimas, o modus operandi do criminoso e como funcionou a investigação que envolveu diversas cidades, diversos períodos de tempo e em uma época que a tecnologia da informação não era capaz de mapear tantos dados policiais.
Ao final do livro vemos que os norte-americanos levam a questão da punição muito a sério e, com a chegada de novas tecnologias informáticas e o avanço com a pesquisa de DNA, o caso tornou a ser investigado com novas conclusões.
Infelizmente Michelle faleceu pouco tempo antes que fosse identificado o criminoso pelo DNA, algo que ocorreu há poucos meses. Ainda que o livro seja bem recente, a autora não conseguiu ver o resultado de seu trabalho.
Recomendo o livro. Mas somente para quem se interessa bastante por true crime, porque ele é bem meticuloso nas investigações e tem muito pouca carga de dramaticidade.
FDL
O Assassino de Golden State.
Aproveitando que eu iniciaria o mês do true crime com o Golden State, deixei gravado o especial que o ID fez do caso, que foi exibido mês passado.
Acontece que ele está desatualizado, porque as gravações encerraram-se antes da identificação do criminoso.
Mesmo assim, é um bom documentário, dividido em quatro partes, com testemunhos de vítimas, parentes e policiais que atuaram nas investigações.
Esse caso mostra como o ser humano pode ser vil e abjeto, porque o sadismo do assassino era gigante. Quanto mais terror ele causava à vítimas, mais ele se satisfazia e acabava escalando na sua escala de violência.
Destaco também o primeiro episódio da segunda temporada do programa People Magazine Investiga, também do ID, que trata do mesmo caso.
FDL