“Quis o destino que essas gravações fossem muito mais importantes para contar a história de Steven Avery em Making a Murderer do que no fórum. Talvez o que não pode ser ouvido seja mais revelador. Há frustração e irritação de sobra, mas nos 16 meses em que ficou sob custódia antes do julgamento, Steven Avery teve incontáveis oportunidades de cometer um lapso e dizer algo verdadeiramente ou aparentemente incriminatório. Porém, isso nunca aconteceu. Tudo o que conseguimos descobrir ouvindo mais de cem horas das ligações feitas da cadeira era que ele desejava sair de lá e acreditava que as autoridades estavsm armando contra ele. Analisando as gravações dos telefonemas feits pelas autoridades policiais, era possível concluir que ele talvez estivesse certo.”
Jerome F. Buting
Esse livro foi lançado há muito pouco tempo e ele tinha que estar nesse mês de true crime. O seriado Making A Murderer eu vi no ano passado e fiquei muito impressionado.
O livro é escrito por um dos advogados de Avery, que faz um belo resumo do caso e conta bastidores de todo o trabalho e, como foi escrito após a exibição da primeira temporada da série, traz informações sobre a repercussão que o sucesso trouxe.
Acima de tudo o texto mostra a difícil tarefa de um advogado de defesa em um país em que tudo é construído para a justiça ser um escape para o ódio, em que a população pode despejar sua violência contida e cozida. Fica legítimo.
Agora, presunção de inocência acaba caindo pelo ralo, porque parece que a vontade de punir se sobrepõe à necessidade de saber a verdade e quem sabe, de alguma forma, buscar alguma justiça, mesmo após um assassinado.
Aliás, esse caso me impressiona porque é uma das primeiras vezes que uma história de conspiração me convence. É muito verossímil, ainda e Avery nem de longe não seja um santo.
Junto a isso saiu a segunda temporada da série na Netflix, que eu queria ter visto para esse mês, mas infelizmente ficará para uma próxima, porque não deu tempo ainda.
Recomendo muito esse livro.
FDL
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