“Apenas uma pessoa o visitava com regularidade, sem nunca faltar, todas as semanas, e não a um fiel de sua congregação nem seus “anjos” devotos. Era a minha mãe.
Nunca entendi o motivo. Os dois se odiavam. O Ver. Martin tinha dito coisas horríveis para minha mãe. Feito coisas horríveis. Um tempo depois, ela me diria:
- Esse é o ponto, Eddie. Você precisa entender que ser uma pessoa boa não é cantar hinos ou orar para algum deus. Não se trata de ostentar uma cruz ou ir à igreja todo domingo. Ser uma boa pessoa tem a ver com a maneira como você trata os outros. As pessoas boas não precisam de religião, porque sabem em seu íntimo que estão fazendo a coisa certa.
- E é por isso que você o visita?
Ela deu um sorriso estranho.
- Na verdade, não. Eu o visito porque sinto muito.”
C.J. Tudor
Esse talvez seja um dos livros mais bonitos que tenha sido lançado ultimamente. É da Editora Intrínseca e saiu há pouco tempo. É de capa dura, toda preta, com páginas pretas também na lombada. As folhas possuem diversas marcações remetendo a desenhos de giz branco no fundo totalmente preto. É um visual gráfico muito bom.
Costumam dizer que as editoras apelam para o estético quando o conteúdo dos livros é ruim. Será que foi o caso desse?
Não posso dizer que é um livro ruim. Mas em um ano com tantos lançamentos em thrillers, realmente eu esperava um pouco mais dessa história.
“Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.
Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.
Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.”
Uma coisa que salta aos olhos logo no começo é que a autora já mostra que utilizará um grupinho de amigos nos anos 80. Óbvio que há influência do sucesso recente de IT – A Coisa e Stranger Things.
Fora isso, o suspense não é dos mais interessantes e os ganchos nos finais dos capítulos não dão tanta expectativa assim. Já vi melhores. Algumas situações ficaram bem óbvias e outras não fizeram muito sentido.
De todo modo, valeu a leitura. Ainda é um estilo de livro que eu gosto muito e esse livro não chegou a decepcionar. Só não correspondeu tanto às expectativas que gerou. Ainda assim eu recomendo sem grande entusiasmo.
FDL
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