“— Perdão. Senhorita Flores. — Ele se recosta na cadeira para explicar. — Talvez ajude se vocês pensarem desta maneira: em um dia qualquer, lidamos com cerca de cinco por cento do corpo estudantil nos dando problema. É um percentual pequeno, correto? Infelizmente, porém, não é um número pequeno de alunos para nossos inspetores e professores ficarem de olho. Em uma escola com dois mil e quinhentos alunos, como a nossa, cerca de cinquenta estão em liberdade condicional ou tiveram outros problemas com a lei. Eles trazem esses problemas consigo para a escola. Fazemos o melhor que podemos, mas às vezes não é o suficiente.
— Quando foi que as escolas viraram um lugar para criminales? — pergunta mamãe, escorregando para o espanhol em uma das palavras. — Ela está aqui para aprender!
Normalmente eu ficaria constrangida por qualquer coisa que mamãe tivesse a dizer, mas é uma pergunta justa
— Temos que dar o benefício da dúvida a todas as crianças e adolescentes e oferecer educação até os dezesseis anos — responde o sr. Flatwell. — Mesmo para os que nos causam problemas.
— Mesmo quando eles agridem outros? — pergunta Lila.
Ele fica em silêncio por um momento, então olha para mim.”
Meg Medina
Quando eu li a sinopse desse livro nos lançamentos ele me interessou. A proposta parecia diferente e fiquei com a sensação de que seria um bom suspense centrado no universo adolescente americano.
Acabei pegando uma promoção do livro e comprei. No dia que chegou eu tirei o plástico e comecei a folhear para saber como era. Não tinha me informado sobre o assunto de forma mais aprofundada.
O resultado é que acabei lendo tudo na mesma madrugada. E olha que para livros eu não tenho uma leitura rápida.
Não era nada do que eu esperava, mas não significa que seja ruim, só não trouxe o que eu suspeitava.
Na verdade, Meg Medina usou Yaqui Delgado para escrever um livro sobre bullying nas escolas. Não tem nada de entretenimento e suspense de diversão. É um retrato de uma realidade complicada nas escolas.
No final acabou sendo uma experiência válida, sobretudo porque a autora nos coloca no meio das mulheres latinas trabalhadoras nos EUA como uma cultura completamente própria e rica.
Os personagens são bons e bem construídos. Do mesmo modo o desfecho, trazendo uma discussão diferente ao bullying.
Dizer que é errado é lindo, que deve ser combatido é mais lindo ainda. Mas o que as escolas devem fazer concretamente para combater? O que os pais devem fazer para primeiramente evitar e no caso de acontecer, interromper?
Não é um livro marcante, mas certamente cumpriu bem o que se propôs a fazer.
FDL
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