“— Sabe o que devíamos fazer em prol da amizade?
— O que quiser — respondeu Rieux.
— Tomar um banho de mar. Mesmo para um futuro santo, é um prazer digno.
Rieux sorria.
— com nossos salvo-condutos, podemos ir até o cais.
Afinal, é bobagem viver só na peste. Na realidade, um homem deve lutar pelas vítimas. Mas, se deixa de gostar de todo o resto, de que serve lutar?
— Tem razão — disse Rieux. — Vamos.”
Albert Camus
Depois da curta, porém interessante experiência em ler O Estrangeiro, achei que mais um livro de Camus cairia bem. Não lembro direito, mas quando pesquisei vi em algum lugar que é a grande obra do autor: A Peste.
O livro retrata uma cidade que sofre com uma epidemia que leva à morte uma boa parte da sua população. Com isso, o local é sitiado e as relações interpessoais mudam.
Durante toda a obra há diversas digressões, sobretudo por Rieux, o médico do local e também narrador da história. A natureza humana é colocada em observação o tempo todo.
O que gosto mais é de ficar surpreso. Quando esperamos a selvageria, vemos na cidade surgir um forte espírito de cooperação e solidariedade. Diversos personagens, de diversos modos, refletem sobre seus passados no momento de xeque e redescobrem o sentido da vida. Alguns ainda recebem a chance de colocar isso em prática, outros não.
A obra é mais longa e O Estrangeiro e de leitura mais densa também. Por isso acabei lendo metade no começo do ano e só terminei agora no final. Mas vale a pena, porque são boas reflexões e personagens interessantes.
Valeu a pena a leitura.
FDL
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