sexta-feira, 29 de março de 2019

O Conto da Aia – Margaret Atwood

Se eu pensasse que isso nunca mais me aconteceria, eu morreria.

Mas isto está errado. Ninguém morre por falta de sexo. É por falta de amor que morremos. Não há ninguém que eu possa amar, todas as pessoas que eu podia amar estão mortas ou em outro lugar.”

Margaret Atwood.

Para o desafio de 12 livros em 2019, no mês de março, escolhi O Conto da Aia. Achei que combinaria com o mês da mulher e assim eu não perderia a chance de ler esse livro, que me parece ser cada vez mais atual.

Trata-se de uma distopia, na qual em um mundo não distante, um governo autoritário começou a restringir cada vez mais os direitos democráticos, até que em um determinado momento há uma sociedade fanática religiosa, com mulheres escravas, sistema de castas e uma sociedade de vigilância, com penas de morte em praça pública.

Tudo está relacionado com uma crise de fertilidade que atinge a população, que também sofre com a poluição. Isso faz surgir uma onda conservadora, que utiliza métodos e técnicas agressivas para a construção dessa nova sociedade.

O que me impressiona é esse livro ter sido escrito em 1985. Era uma época em que os comportamentos liberais cresciam muito. Não se esperava ver o que ocorre hoje, uma guerra entre liberais e conservadores. Enquanto escrevo esse post, é uma guerra ainda ideológica. Até quando ficará assim não sabemos.

Há diversas passagens perturbadoras nesse livro, sobretudo com a protagonista, Offread, uma Aia, ou seja, mulheres que ainda são férteis e, por isso, são muito valiosas. Não por isso mantiveram sua humanidade – são coisas preciosas, mas são passam disso.

A relação entre os seres humanos no contexto da dominação é incômoda demais. A vigilância constante e o pensamento completamente preso na cabeça são perturbadores.

É um dos melhores livros que li na vida.

Com isso, resolvi ver a série, que já está em temporadas avançadas, mas ainda é sucesso de crítica.

Não passei do primeiro episódio.

É uma série excelente e não segui por dois motivos.

O clima de incômodo é ainda pior. A mensagem eu já havia captado com o livro e não vi necessidade de ver uma série de vários episódios de dor e sofrimento para uma ideia que eu já tinha assimilado.

O segundo motivo é maior. Essa obra deixa várias perguntas sem respostas. Isso tem motivos, porque o próprio clima de incerteza e conspiração fazem parte do que a autora quis passar.

Séries americanas sempre pecam pelo mesmo motivo. Já percebi que O Conto da Aia vai ter várias temporadas e vão acabar transformando a história em algo diferente do original. Não senti vontade de ver o que vai ser construído.

De todo modo, Elisabeth Moss de cara demonstrou merecer todos os prêmios que recebeu, porque sua atuação está no ponto do que é essa série.

Recomendo muito a série e o livro, mas tenhamos estômago, porque o Conto tem cara de premonição.

FDL

sexta-feira, 15 de março de 2019

The Final Table – Que Vença o Melhor

Como se eu já não assistisse a um número suficiente de reality shows, ainda me aparece mais um de culinária. Esse meu irmão me indicou, que estava sendo exibido pela Netflix e eu nem sabia.

A competição é mundial, em vários sentidos. Disputada por duplas, de diferentes nacionalidades, a cada semana uma é eliminada. O mais legal é que a cada episódio eles cozinham a comida típica de um país selecionado e são julgados por nomes famosos tanto da gastronomia quanto da cultura em geral do local escolhido.

Houve brasileiros, que foram bem longe na competição e também houve um episódio em que o Brasil foi escolhido como tema.

Gostei bastante da série e acabei vendo tudo de uma vez, porque é bem interessante.

Recomendo.

FDL

segunda-feira, 11 de março de 2019

The Umbrella Academy – 1ª Temporada

Com certeza esse não é meu tipo de série, mas por algum motivo resolvi ver.

A série foi inspirada em quadrinhos do Gerard Way e do Gabriel Bá e por isso já achei que teria um bom non sense para aproveitar.

Além disso, a série tem um ar londrino e em alguns momentos me lembrou Misfits.

“Antes de falecer, o milionário Sir Reginald Hargreeves adotou sete crianças a fim de treiná-las para combater o mal. Depois que ele morre misteriosamente, esses jovens habilidosos unem suas forças para seguir o caminho para o qual seu pai adotivo os criou e acabam se envolvendo em um mundo muito mais perigoso do que eles imaginavam ser possível.”

É uma série de super heróis, cada um com seu poder, mas bem bizarros nesse caso. Também tem um mistério sobre o passado, que é contado aos poucos por meio de flashbacks. Claro que a ideia é salvar o mundo do apocalipse, não poderíamos esperar outra coisa.

Os episódios misturam bem as cenas de ação com drama, além de ter efeitos muito interessantes. Uma pontinha de humor ajuda também, mas sem ser muito pueril, senão ofende nossa inteligência, né?

Enfim, eu gostei da série e mesmo sendo meio fora do meu assunto de preferência, tenho vontade de ver a continuação.

Recomendo, até porque, tem temporada curta, não dá pra enjoar.

FDL

domingo, 10 de março de 2019

Making a Murderer – 2ª Temporada

Depois do grande sucesso da primeira temporada de Making a Murderer em 2016, obviamente que o caso teria repercussão, mas não se imaginava tanta!

Por isso, obviamente que os registros continuaram sendo feitos, sobretudo com as expectativas de uma reparação dos erros após a repercussão mundial que o caso teve depois da Netflix.

Nessa temporada acompanhamos a vida de Steven e Brendan e a batalha legal que ambos enfrentam para anular julgamentos e voltar à liberdade.

Além disso, vemos os impactos que as famílias sofreram com a repercussão e também com a passagem do tempo.

Ambos conseguiram excelentes representações que mergulharam ainda mais nos casos para encontrar mais erros, novos suspeitos e mais evidências ainda de que houve uma conspiração contra eles.

Agora, a batalha legal é revoltante, em um sistema nojento, que é excludente e arrogante, não sendo admissível ver aquilo sem se revoltar.

Esse caso ainda não acabou. Certamente ouviremos falar mais dele. Uma pena que tudo se encaminha para um final bem infeliz.

FDL