terça-feira, 7 de janeiro de 2014

What Remains

what-remainsJá assisti tem mais de um mês, mas só agora estou com saco de voltar às postagens.

Mais uma minissérie britânica. Dessa vez eles acertaram em cheio. Mas foi em cheio mesmo.

A série trata de um condomínio antigo e começa com a mudança de um casal para o local. A esposa está grávida e os vizinhos são misteriosos. Nos preparativos da mudança é encontrado no sótão coletivo do local o corpo de Melissa Young, que lá estava há dois anos, sem ninguém notar seu cadáver ou seu sumiço. Todos são suspeitos, no melhor estilo Agatha Christie possível, quando todos têm motivos e oportunidade, mas apenas um cometeu o assassinato.

São apenas 04 episódios, mas a produção consegue ir bem profundamente na construção dos personagens, que fogem dos estereótipos identificáveis num primeiro momento.

Melissa, a morta, é o melhor personagem. Trata-se de uma mulher obesa, tímida, inocente e insegura. É o alvo perfeito para pessoas predadoras.

A narração em flashbacks (coisa que eu sou fã, já disse mil vezes) faz ficar mais psicológica e menos policialesca a trama do mistério. Mais um ponto para os britânicos, que fazem isso como ninguém.

Temos um policial problemático? Temos, desse clichê ainda não conseguimos nos livrar. Pelo menos não é aquele clássico alcóolatra/viciado em remédios com dificuldades de interação social, porém genial. Como se não bastassem os assuntos delicados tratados, nosso policial é um senhor que tem sua aposentadoria por idade durante a investigação. Não é mais respeitado por estar velho e dá a atenção merecida a Melissa, que nem a própria polícia dá. Foi um ótimo personagem.

Destaco também a presença do ator Russel Tovey, que já é conhecido pelo seu excelente personagem em Him and Her. Nessa minissérie ele é o marido da moça grávida, que acabam de se mudar para o local. Ele tem seus mistérios e problemas de maturidade. Um ator como ele só serviu para enriquecer a história.

Também está presente a atriz Indira Varma, que já vimos em Silk, interpretando a mais machona do casal de lésbicas, com um comportamento altamente suspeito e até doentio no começo da história.

O elenco inteiro foi muito bem e a quantidade de episódios foi boa. Poderia ter sido até em 03, como fizeram em The Guilty, que eu comentei esses dias. Mas ainda sim foi uma excelente opção.

A surpresa do final não é o propósito, embora não seja esperado. Nessas obras qualquer um pode ser o assassino, então não fica aquele ar de grande surpresa, mas também não é óbvio, porque só se acerta no chute. O interessante mesmo é o desenvolvimento e o suspense criado em redor do mistério.

Recomendo.

FDL

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