quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Os Suspeitos

os suspeitosFilme: Os Suspeitos (The Prisoners)
Nota: 7
Elenco: Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal, Viola Davis, Maria Bello, Terrence Howard, Melissa Leo e Paul Dano (o mesmo de Show de Vizinha e Pequena Miss Sunshine)
Direção: Denis Villeneuve
Ano: 2013

 

 

 

O filme trata da história de dois casais de amigos que têm suas filhas de 07 anos sequestradas em plena luz do dia. O policial Jake Gyllenhal é o responsável pelas buscas. O detalhe é quando o suspeito Paul Dano parece saber mais do que fala e é solto pelas autoridades. Revoltado, o pai Hugh Jackman o sequestra e tortura para saber o paradeiro de sua filha.

Parecia ser uma história tensa e instigante. De fato em alguns momentos é. Só que o filme é muito comprido e enrola demais em algumas resoluções. Além disso, a solução simples do final, na minha humilde opinião, não condiz com o suspense todo em volta disso. Sobretudo por conta do personagem de Paul Dano.

O final deixou esse filme com cara de um episódio fraco de Criminal Minds.

Viola Davis nesse filme? Sinceramente não entendo. Espero pelo menos que tenham pago bem.

Não foi um filme marcante, a não ser pelo tempo que não passava enquanto eu assistia.

FDL

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

The Escape Artist

escapeartistBem criativo, outra minissérie de suspense britânica. Fazer o quê? Hábitos.

The Escape Artist trata da história do advogado Will Burton, um genial criminalista que logo no começo livra o estranho Liam Foyle da cadeia. No entanto, Liam Foyle de santo não tem nada e pode redirecionar sua raiva ao advogado, que embora o tenha livrado, não foi dominado pela sua personalidade destrutiva.

A história trata da ética dos advogados criminalistas e do fato de os sistemas judiciários serem falhos, estando sujeitos a cometer injustiças.

O protagonista foi interpretado pelo David Tennant, conhecido por ser o Doctor Who. Eu sei que ele é muito querido pelos fãs, mas achei sua atuação no mínimo esquisita, com umas esbugalhadas de olhos e umas expressões que não coincidiam com o clima da situação.

A atuação exagerada também ficou com o psicopata interpretado pelo ator Toby Kebbel, desconhecido por mim até então. Desde a primeira cena estava escrito na cara dele que ele era um cara doente e criminoso.

O que mais me incomodou foi como o enredo é raso. Os processos se encerravam por detalhes bobos e sem muito apego à realidade. Os discursos eram forçados e inverossímeis.

Outra personagem que não fez sentido para mim foi Maggie, interpretada pela Sophie Okonedo, que foi muito bem em The Slap e Hotel Ruanda. Ela era uma advogada que rivalizava com o protagonista, mas sempre ficando em segundo lugar. Quando foi para pegar o segundo caso do Liam Foyle ela justamente fez para repetir argumentos que criticou no primeiro episódio. Depois do fim, aliás, que não convenceu ninguém, ela voltou a ter medo? E depois investigou todo o final da série sozinha para não fazer nada? Desculpa, mas ficou furado isso.

De todo modo, aprecio a intenção, mas por uma questão de gosto achei isso forçado.

Não recomendo. São apenas 3 episódios, mas é tempo suficiente para fazer um suspense legal, como os próprios britânicos já mostraram ser possível.

FDL

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Abandonando em 2014

O tempo é curto, já passo muito tempo em frente à tv. Por isso, não dá mais pra ter apego a série ruim, que teve um passado bom, ou que está acabando. No ano passado eu já encerrei com Two and a Half Men e How I Met Your Mother (nem vi quem era a mother), porque não tava dando.

Em 2013 houve muitas estreias interessantes e eu acabei dando chance a várias. Mas algumas simplesmente não me ganharam. Eis:

Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.

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Definitivamente esse não é meu universo, mas acabei tentado assistir para ver junto com a família e quem sabe ampliar os horizontes.

A série não é ruim, só que simplesmente não adianta forçar. Talvez falte um pouco de carisma no elenco, que não tem lá atuações marcantes. Achei em algumas cenas os efeitos especiais meio artificiais, o que se esperaria o oposto em uma produção com esse nome e ainda sendo da ABC.

Acabei assistindo a 04 episódios e fiquei de ver o resto, até baixei, mas agora vejo que é impraticável.

The Crazy Ones

crazy ones

Eu nunca escondi nem vou esconder que sou fã do David E. Kelley, que tem em sua história várias de minhas séries preferidas. Dessa vez ele resolveu ir para o lado da comédia pura, sem aquela mistura conhecida como dramédia.

A série está com boa audiência na CBS (ele cismou e voltou à tv aberta) e ainda tem um elenco de peso, com o lendário Robin Williams e a Sarah Michelle Gellar (gosto muito dessa atriz também, que fez o clássico Cruel Intentions).

O enredo é simples: trata de uma consagrada agência de publicidade, criada pelo excêntrico personagem de Williams, que tem como braço direito sua filha, Gellar, que tenta atingir o brilhantismo do pai, mas é muito quadrada.

Tinha tudo para dar certo, não fosse um pequeno detalhe: como o Robin Williams é chato! Cara chato!

As piadas são forçadas, exageradas, sem contexto, apressadas, bobas, cheias de trocadilhos imbecis. É o tipo de piada que meu pai conta depois da segunda cerveja. Não dá pra aguentar um episódio inteiro dessa série.

Me desculpe, Kelley, mas volte para as dramédias com discussões éticas e humor irônico. O escrachado não é seu talento.

Assisti a dois episódios e não há quem faça eu dar mais uma chance a essa série. O segundo episódio então, em que ele faz o irmão da Old Christine limpar o cu de um pato com uma escova, é péssimo, triste.

Brooklyn Nine Nine

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Quem sou eu para dizer que o Andy Samberg não merece o Globo de Ouro? Aliás, gosto muito dele e só assisti a essa série quando soube que era dele, logo na estreia, porque foi uma das primeiras nessa temporada.

No entanto, a série não me cativou. Assisti apenas ao piloto e não dá mais pra ficar assistindo a 5, 6 episódios pra decidir que não gostei. Série boa emplaca desde o começo.

Não é ruim, de fato, mas tem um humor bobo um pouco demais pra mim e olha que eu sou de dar risada com a piada da “ota fumiga”.

Não sei se talvez tenha sido o elenco de apoio, ou a falta de uma história mais definida, só sei que planejava continuar, mas não rolou nem vai rolar. Achei uma série mediana.

Hostages

Hostages (1)

Toni Collette, Dylan McDermott, Tate Donovan, em uma série com um enredo sensacional.

Toni interpreta uma médica que fará uma cirurgia no presidente dos EUA, mas na véspera da operação toda a sua família é rendida dentro de casa. O que tem de fazer? Matar o presidente sem suspeitas no procedimento, senão sua família morre.

O clima de mistério já é evidente desde o trailer, porque o sequestrador McDermott é um policial importante.

O problema foi que no piloto (só vi esse) já há vários furos na história. Os bandidos têm que ser bonzinhos demais, senão eles matam o povo e não tem temporada. As histórias paralelas batidas, tipo chantagearem o marido porque ele traía a mulher, ou o filho maconheiro, enfim.

No final ela enfrenta os caras, mas tá, não morre ninguém?

Só sei que não deu vontade de ver o resto porque achei que seria forçado. Os britânicos fariam essa série em 4 episódios facilmente e ainda se aprofundando bem mais nos personagens.

Soube na época também da baixa audiência, correndo o risco de nem ser exibido o final. Não tenho mais saúde para séries assim. No final exibiram tudo, talvez por razões contratuais em ter atores fortes no elenco, mas confesso que nem fui atrás de um spoiler para saber da resolução porque sequer me interessou.

Tem outras séries bem atrasadas que talvez eu volte a ver ainda. Como há chances, não vieram para cá.

Paciência, é assim mesmo.

FDL

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Series Finale: Him And Her: 4ª Temporada

HimHer

Come closer, come closer and listen
The beat of my heart keeps on missin'
I notice it most when we're kissin'
Come closer and love me tonight
That's right
Come closer and cuddle me tight
My heart goes
Boom bang-a-bang, boom bang-a-bang
When you are near
Boom bang-a-bang, boom bang-a-bang
Loud in my ear
Pounding away, pounding away
Won't you be mine?
Boom bang-a-bang-bang all the time
It's such a lovely feeling
When I'm in your arms

Pois é, acabou. É a despedida de Steve e Becky, numa temporada bizarra de 05 episódios que eu assisti em um dia só.

A temporada se passa inteira no casamento de Laura e Paul, com ela sendo uma das maiores bitches que eu já vi na televisão e ele com dúvidas se fica com ela ou se assume que é gay e fica com o velho com quem ele já saia antes.

No meio disso tudo Becky esconde que está grávida e fica lá com aquela cara de marasmo de sempre. Enquanto isso Steve, coitado, tenta ajudar as pessoas e fica com o papel de padrinho, mas continua sem agradar ninguém, só fazendo e falando merda.

Ainda há um personagem adicional nisso, Lee, o namorado antigo da Becky, que volta do Afeganistão para o casamento e a família não esconde em momento algum que queria Becky com ele, não Steve.

Foi interessante uma temporada fora do apartamento fedido (dá pra imaginar o cheiro daqui). Mas a essência continuou a mesma: escrotidão, vergonha alheia, bizarrices e comédia verdadeiramente engraçada.

Acho que Him And Her ainda daria história para se manter mais um tempo no ar. Certamente haveria criatividade para isso. Mas os britânicos têm esse estilo e não muda. Isso faz com que não haja a enrolação e decadência que as comédias americanas sempre amarguram. Afinal, alguém ainda aguenta assistir Two and a Half Men e How I Met Your Mother? Pois é, eu larguei, pois não aguentava mais.

Mesmo sendo curta e rápida, essa comédia marcou e sempre vou lembrar dela. Posso até arriscar que um dia planejo revê-la.

Recomendo muito. No final, foram apenas 26 episódios totais em todas as temporadas. Mas coisa boa é assim, deixa sua marca.

FDL

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Meu Passado Me Condena: O Filme

MeuPassadoMeCondenaOFilmeFilme: Meu Passado Me Condena: O Filme
Elenco: Fábio Porchat, Miá Mello, Juliana Didone, Rafael Queiroga.
Nota: 5
Ano: 2013
Direção: Julia Rezende

 

 

 

 

É a versão cinematográfica de um seriado que faz algum sucesso no canal Multishow. Muito embora o Fábio Porchat seja um cara engraçado e caricato nos vídeos do Porta dos Fundos, esse filme chega a dar um misto de sono e raiva por tanta falta de inspiração na arte de fazer rir.

A Miá Mello já circulou por vários programas de televisão, mas nunca marcou de verdade como uma comediante. Aliás, a sua personagem só serve de apoio ao Fábio nesse filme e, imagino, no seriado também, mas esse nunca vi.

Achei também esse filme longo, o que é um pecado para as comédias, que ficam cansativas. Me deu uma sensação de que foi mais uma oportunidade de ganhar dinheiro e aproveitar o orçamento para filmar em navios, Bahia e Europa. Compromisso com qualidade mesmo faltou.

Foi uma experiência um pouco preguiçosa de fazer no Brasil um gênero bem consagrado lá fora, as comédias românticas.

Aquele casal de funcionários trambiqueiros do navio chegava a dar vergonha pela falta de entrosamento, direção descuidada, texto ridículo e atuação precária. Quando eles apareciam (de maneira avulsa, diga-se de passagem) dava vontade de parar o filme. Aliás, só não parei porque o vi num domingo preguiçoso, senão o ímpeto de parar o filme certamente teria me vencido.

Continuo gostando do Fábio Porchat, mas acredito que esse filme tenha sido um erro, talvez por confiar demais no próprio talento e de menos no valor do esforço e capricho.

Uma ou outra cena podem ter algo de cômico, mas nada além disso.

Fica aí o registro.

FDL

domingo, 12 de janeiro de 2014

Gravidade

gravityFilme: Gravidade (Gravity)
Nota: 8
Elenco: Sandra Bullock, George Clooney
Direção: Alfonso Cuarón
Ano: 2013

 

 

 

 

 

É um filme esquisito, com uma proposta um pouco diferente.

Basicamente, a Sandra Bullock vive a Dra. Stone, uma astronauta em uma operação no espaço. Toda a sua equipe é atingida por destroços de um acidente e o filme se passa pela busca dela por sua sobrevivência.

É eletrizante e tenso, a gente parece que está junto com ela batalhando para viver. Isso é ótimo.

Fico na sensação de que poderia ter sido mil vezes melhor se tivesse sido feio por outra atriz, com mais credibilidade para o papel, mas faz parte.

É um dos indicados à temporada de prêmios que se aproxima, mas ainda é cedo para opinar, tendo em vista que vi pouca coisa. Só digo que apesar de ser um bom filme, não vejo como um clássico a se consagrar pelo tempo.

De todo modo, diante de tantas coisas repetitivas que andam aparecendo por aí, uma proposta como essa vale a pena conferir.

Recomendo.

FDL

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Top 10: Televisão em 2013

Um dos maiores motivos para eu não ter visto tantos filmes ultimamente com certeza é a televisão. Fato é que as produções em séries passaram por uma grande mudança nos últimos anos. Verdadeiras obras de arte foram produzidas, fazendo com que as séries não percam em nada para os filmes. Obviamente que há séries ruins, tal qual com os filmes.

Diante de ter me tornado fã de séries há alguns anos e de ter voltado a ter inspiração para os rankings, seque meu top 10 de televisão em 2013:

1- The Good Wife – 4ª TemporadaThe Good Wifes4

O elenco afiado, as sacadas sutis e rápidas sem menosprezo ou arrogância, os temas polêmicos e as brigas nos tribunais fazem dessa série inigualável, implacável e imperdível. Desde que estreou é a minha preferida e ponto!

2- Monday Morningsmonday mornings

David E. Kelley me fez gostar de uma série de hospital. E me fez romper preconceitos. Os debates éticos estão na sociedade toda e podem ser feitos fora do ambiente forense. Essa série durou pouco mas com certeza marcou.

3- Bron/Broenbron broen poster

A Suécia também deixou sua marca na televisão. A série que gerou remakes americanos e britânicos (que não tiveram a mesma genialidade) com certeza consagrou um modo de mudança em como fazer suspense para a televisão.

4- O Canto da Sereiaocantodasereia-serie

A Globo mostrando que dá sim pra sair da velha fórmula brasileira. Basta se arriscar. Mas em time que está ganhando se mexe? Muito pouco e essa minissérie foi reflexo disso, mostrando uma boa trama bem dirigida, com bons diálogos e grudando num bom suspense um retrato da sociedade baiana sem preguiça de ser original.

5- The Big Bang Theory – 6ª Temporadathe-big-bang-theory-season-6

Boa comédia = ser engraçada. Às vezes queremos o cômico e isso eles continuam trazendo muito bem e, sim, é um humor inteligente.

6- The Mindy Project – 1ª Temporadathemindyprojects01

Mulheres inteligentes que não se auto-depreciam. Foi mostrando isso que a Mindy se mostrou, pra mim, ser melhor que Tina Fey, Amy Poehler, Lena Dunham e outras.

7- Homeland – 2ª TemporadaHOMELAND (Season 2)

Melhor que ser um suspense é conseguir segurar esse suspense. O trabalho em segurar a atenção, mesmo depois daquela impressionante primeira temporada, foi competente. A série se sustentou.

8- Criminal Minds – 8ª Temporadacrminal minds

Não consigo deixar de gostar dos profilers, mesmo depois de tantos anos. As histórias são pesadas e tensas, mas quem gosta de histórias criminais gosta de Criminal Minds.

9- Suits – 2ª Temporadasuitss2

Os advogados caíram um pouco nessa temporada, mas a série continua sendo muito boa de assistir, com todas as tramoias que eles inventam.

10 – The Newsroom – 2ª TemporadaNewsroom_S2_Poster.indd

Essa temporada foi criticada pelos especialistas, mas eu gostei muito. Os temas complexos, os diálogos políticos e éticos e o elenco excelente. Essa série merecia melhor reconhecimento.

Há muitas outras coisas boas na televisão. Entre as comédias, falta destacar Two Broke Girls, o fim de Rules of Engagement, o desconhecido desenho adulto Bob’s Burgers e a incansável The Simpsons. Him and Her certamente estará na lista do ano que vem.

Entre os dramas já enchi bem a bola das minisséries britânicas, mas não posso esquecer de Bones, Rizzoli and Isles e a temporada final de Poirot, que ficará na lista do ano que vem, pois confesso não ter coragem de assistir ainda e vê-lo morrer.

Os realities estão bem bostas. American Idol e X Factor andam em crise. Acho que nesse ano começo a acompanhar o The Voice UK por conta do Ricky Wilson dos Kaiser Chiefs. Vejamos. Nem preciso falar que o The Voice Brasil foi péssimo.

Vamo que vamo. Há muita coisa pra ver e pouco tempo pra sequer conceber começar, mas de um jeito ou de outro o que tem qualidade é assistido.

Até ano que vem.

FDL

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

What Remains

what-remainsJá assisti tem mais de um mês, mas só agora estou com saco de voltar às postagens.

Mais uma minissérie britânica. Dessa vez eles acertaram em cheio. Mas foi em cheio mesmo.

A série trata de um condomínio antigo e começa com a mudança de um casal para o local. A esposa está grávida e os vizinhos são misteriosos. Nos preparativos da mudança é encontrado no sótão coletivo do local o corpo de Melissa Young, que lá estava há dois anos, sem ninguém notar seu cadáver ou seu sumiço. Todos são suspeitos, no melhor estilo Agatha Christie possível, quando todos têm motivos e oportunidade, mas apenas um cometeu o assassinato.

São apenas 04 episódios, mas a produção consegue ir bem profundamente na construção dos personagens, que fogem dos estereótipos identificáveis num primeiro momento.

Melissa, a morta, é o melhor personagem. Trata-se de uma mulher obesa, tímida, inocente e insegura. É o alvo perfeito para pessoas predadoras.

A narração em flashbacks (coisa que eu sou fã, já disse mil vezes) faz ficar mais psicológica e menos policialesca a trama do mistério. Mais um ponto para os britânicos, que fazem isso como ninguém.

Temos um policial problemático? Temos, desse clichê ainda não conseguimos nos livrar. Pelo menos não é aquele clássico alcóolatra/viciado em remédios com dificuldades de interação social, porém genial. Como se não bastassem os assuntos delicados tratados, nosso policial é um senhor que tem sua aposentadoria por idade durante a investigação. Não é mais respeitado por estar velho e dá a atenção merecida a Melissa, que nem a própria polícia dá. Foi um ótimo personagem.

Destaco também a presença do ator Russel Tovey, que já é conhecido pelo seu excelente personagem em Him and Her. Nessa minissérie ele é o marido da moça grávida, que acabam de se mudar para o local. Ele tem seus mistérios e problemas de maturidade. Um ator como ele só serviu para enriquecer a história.

Também está presente a atriz Indira Varma, que já vimos em Silk, interpretando a mais machona do casal de lésbicas, com um comportamento altamente suspeito e até doentio no começo da história.

O elenco inteiro foi muito bem e a quantidade de episódios foi boa. Poderia ter sido até em 03, como fizeram em The Guilty, que eu comentei esses dias. Mas ainda sim foi uma excelente opção.

A surpresa do final não é o propósito, embora não seja esperado. Nessas obras qualquer um pode ser o assassino, então não fica aquele ar de grande surpresa, mas também não é óbvio, porque só se acerta no chute. O interessante mesmo é o desenvolvimento e o suspense criado em redor do mistério.

Recomendo.

FDL

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Menino da Mala - Lene Kaaberbøl e Agnete Friis

o-menino-da-mala-lenekaaberbol-agnetefriis-ligiabraslauskas-literaturar7-700“O menino se remexeu no banco, ainda sonolento, mas despertando aos poucos. Espreguiçou-se e ficou ali por um bom tempo, fitando o estofamento à sua frente com os olhos semiabertos. Virou o rosto e olhou para Nina, reconheceu-a, e o doce semblante do sono subitamente deu lugar a um discreto esgar de decepção. Mas algo mudara. A carranca ainda estava lá, mas não a hostilidade. Percebia-se no olhar dele uma centelha de familiaridade, de segurança, talvez inspirada por tudo aquilo que haviam passado juntos no dia anterior. O olhar vazio de Karin, a poça de sangue sob a cabeça dela, a fuga atabalhoada do chalé, as prostitutas na Helgolandsgade, as fatias de pão seco.”

Lene Kaaberbøl e Agnete Friis

Diante desse final de ano tenso e cheio de preocupações, acabei, pela primeira vez na vida, dando uma grande pausa nos livros e filmes. Mas agora retomei e acabei por terminar de ler esse excelente livro das dinamarquesas Lene Kaaberbøl e Agnete Friis.

O Menino da Mala é o primeiro de uma série que começou a ser publicada no Brasil em 2013 – a série de Nina Borg. Lá fora já foram publicados três títulos. Aqui o jeito é esperar se quisermos acompanhar em nosso idioma. Esperar bem e não ter certeza nem de continuidade nem de periodicidade.

A história é ao mesmo tempo instigante e aterrorizante. Eis:

“’Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.’ Mesmo sem entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo. Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes furioso aparece atrás do garoto. Será que ela está diante de um caso de tráfico de crianças? Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo. Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo. Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está sendo caçado.”

Retirado do site da Editora Arqueiro.

A narrativa é bastante ágil e o clima de tensão é incessante, como de costume para os autores nórdicos, salvo raras exceções.

A personagem Nina Borg é muito interessante, talvez o maior trunfo do livro. Ela é problemática, claro, vivemos em tempos de anti-heróis, mas a despeito de sua fragilidade física, possui uma grande força interior, sobretudo quando é para ajudar os verdadeiramente frágeis. Nesse caso, uma criança, mas não sem voltar seus olhos para se preocupar com a prostituta.

Alguns dizem que ela é uma Lisbeth Salander melhorada. Discordo. Só compartilham da descrição física frágil. Acaba por aí.

Fico contente no afastamento dos clichés de policiais problemáticos e gostei muito da construção mais elaborada dos personagens acessórios, não só da protagonista da série de livros.

A emoção do amor de mãe e até onde ela vai para proteger seu filho é a parte mais interessante na trama em si. Tanto Sigita, a mãe do menino, como a própria Nina, que desenvolve uma proteção maternal por ele, fazem o impossível para salvá-lo, deixando até elas mesmas em perigo.

A única crítica que faço é quanto a um detalhe no final. Tem spoilers, então quem quiser ler, pare por aqui.

Faltou uma cena de interação entre a Sigita e a Nina após a confusão. Nem que fosse um agradecimento por cuidar do filho dela, algo assim. Esqueceram da coitada da Sigita depois que ela recuperou o filho. Encerramento da história também é importante e eu senti falta de uma exploração melhor.

Mas mesmo assim foi um dos melhores livros que eu li em 2013 e recomendo a todos que curtam um bom thriller.

FDL

domingo, 5 de janeiro de 2014

Os 10 melhores filmes de 2013

Finalmente consegui ter disposição a voltar a fazer essas listas de balanço geral. Fico meio sem graça de fazer uma lista com a presença de filmes que nem todos eu aplaudi de pé, mas é sinal de um ano complicado em que não consegui ver tantos filmes assim. Sobretudo no final do ano. Espero que no ano que vem eu possa fazer uma lista melhor, com filmes melhores.

Destaco também que nessa lista constam os filmes que vi no ano de 2013, não importando a data em que foram produzidos, afinal, a lista é minha.

1 – A Caça[aca%25C3%25A7a%255B3%255D.jpg]

Filme dinamarquês que trata de uma falsa acusação de pedofilia e os efeitos sobre a vida de um acusado, mesmo inocente. Disparado o melhor filme que vi no ano.

2 – Deus da Carnificina[carnage%255B3%255D.jpg]

Comédia teatral com ótimo elenco, mostrando a evolução do comportamento humano, que começa na falsa polidez, culmina na agressividade sincera e termina na resignação preguiçosa.

3 – Terapia de Riscoside effect[3]

Suspense de primeira, com grande elenco também. Mais uma coroação para Steven Soderbergh e Rooney Mara.

4 - As Vantagens de Ser Invisível[perks%255B3%255D.jpg]

Adolescentes tratados com sobriedade e ao mesmo tempo exasperação. Ótimos atores com grande futuro e uma história ao mesmo tempo triste e bonita. Filme sensível sobre pessoas problemáticas que querem viver.

5 – Argo[argo%255B3%255D.jpg]

É um filme de ação com toque de aventura e comédia. Uma forma diferente de contar eventos tensos e trágicos.

6 - 2 Coelhos[2coelhos%255B3%255D.jpg]

Filme nacional que me surpreendeu pela ótima história, a ausência do engessamento global e excelente acabamento. Espero ver mais filmes nesse estilo.

7 – Amor[amor%255B3%255D.jpg]

Histórias sobre idosos costumam me comover, mas essa em especial foi uma verdadeira obra de arte crua. Filme emocionante que mereceu todos os prêmios que ganhou, senão mais.

8 – Prime Time[prime%2520time%255B3%255D.jpg]

De uma série de suspenses suecos, foi o primeiro que eu vi e há vários outros. Os suecos estão cada vez melhores nesse estilo. Esse filme tem um toque de Agatha Christie. Fácil de me ganhar.

9 – Minha Mãe é Uma Peça[Minha-M%25C3%25A3e-%25C3%25A9-Uma-Pe%25C3%25A7a-O-Filme%255B3%255D.jpg]

Outro nacional. Assistir comédias no cinema dão outro ar, porque nossa receptividade aumenta, mas o talento do Paulo Gustavo é inquestionável e a mamãe barraqueira é uma delícia de assistir.

10 – As Palavras

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Um suspense mais para o lado psicológico, que trata de autores de livros, ética e até onde valem as trapaças em busca do sucesso.

Tenho que destacar outros filmes bons que recomendo de 2013: A Última Casa da Rua, Um Dia, Zero Dark Thirty, Chamada de Emergência, Invasão à Casa Branca,O Lugar Onde Tudo Termina e Meu Malvado Favorito 2.

Se esqueci de mais algum é porque não marcou mesmo.

Até a lista de 2014.

FDL

sábado, 4 de janeiro de 2014

The X Factor em 2013

Mais um ano se encerrou e com ele também se vão as franquias de The X Factor, que mesmo com uma qualidade notavelmente decadente, eu insisto em acompanhar, mesmo que acelerando o mumbo jumbo.

Comecemos com a que começou primeiro e também terminou primeiro:

The X Factor Australia – 5ª Temporada

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O reality show se renovou nesse ano. Mel Bitch e Gay Sebastian deixaram o painel de jurados e entraram Dannii Minogue ( que foi da versão britânica em sua melhor época ) e Redfoo ( o cara de black do LMFAO ).

Ronan Keating continuou sendo um chato, demonstrando excessiva empolgação com alguns candidatos e fazendo cara de morto com outros. Nathalie nome complicado continuou sem ter relevância, dando aquelas gargalhadas altas e exageradas.

Frases chavões ainda foram frequentes, como “estamos testemunhando o nascimento de uma estrela”, “não consigo ver seu lugar na indústria” e “não é qualquer um que consegue cantar Whitney”, muito embora todo ano você veja umas 05 covers da mulher em reality shows. Deixem a coitada descansar um pouco.

Os participantes, tal qual ocorreu no ano passado, foram mais originais e talentosos que dos concorrentes de outros países. A vencedora foi Dami Im, uma coreana com o notável estilo quirky, muito valorizado nesse ano. A mulher era tímida e cheia de risadinhas, comportamento comum entre os orientais. Mas na hora que a mulher começava a cantar dava um show de sensibilidade e potência vocal, sem desafinar. Tem um estilo comum e fica complicado imaginar um álbum, mas tudo nessa vida é imprevisível.

 

Destaco o grupo Third Degree, que foi montado pelos jurados e tinha uma pegada muito boa com ritmos marcantes. É um pessoal talentoso e espero que tenham carreira.

 

Outros finalistas foram a criança Jai Waetford, que demonstrou maturidade e talento, além do intermitente Taylor Henderson.

Gostava muito da voz da cantora Joelle também, mas foi pessimamente instruída pelo Redfoo, que é um cara divertido, mas muito mau mentor.

Danni Minogue voltou e ganhou, mostrando que sabe o que faz. Dizem que ela pode voltar para o UK, mas é um mistério.

Fica valendo mais uma vez a experiência e o povo australiano de parabéns por ir deixando sua marca nessa competição musical.

The X Factor UK – 10ª Temporada

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Os britânicos mais uma vez sendo superados pelas franquias. Essa temporada conseguiu ser mais fraca ainda que a anterior.

Nesse ano Tulisa deu o fora. Já não era sem tempo. Em seu lugar tivemos a volta de Sharon Osbourne. Sim, a Nicole continuou.

A atual temporada conseguiu ser muito, mas muito apática. Na fase dos testes tiveram a infeliz ideia de repassar os candidatos aprovados em estúdio em frente à arena lotada, ou seja, a mesma pessoa fazia um teste duplo, como se houvesse necessidade.

Além disso, a edição ficou preguiçosa, utilizando histórias repetidas, temas repetidos, piadas prontas.

A Sharon é muito carismática e sem dúvida foi muito melhor que a Tulisa. Tanto que levou o título desse ano, o primeiro dela.

Quanto aos talentos, a vencedora foi Sam Bailey uma carcereira que precisava de uma chance. Tinha um pouco de Mary Byrne, mas não tão envelhecida. Mas também não foi jovem. O repertório teve muita Whitney Houston, com direito a Celine Dion “Como uma Deusa” e escolhendo como single de vitória “Skyscraper” da Demi Lovato. Isso mesmo.

Ela não merecia ganhar e ponto.

Luke Friend foi o melhor. O merecedor na minha opinião. O menino que não lavava os cabelos teve um bom espírito competitivo, cresceu nas suas apresentações e teve uma escolha de músicas menos óbvia.

 

Também teve destaque o menino Nicholas McDonald, conhecido também como Pequeno Louie. Tinha talento e perto dos outros se destacava, mas quando a gente observa de fora, não tem relevância também, como todos os outros. Posso me equivocar, mas duvido que saia um sucesso dessa temporada.

O show de bizarrices também foi presente, mas dessa vez o público britânico não deu muita bola e eliminou rapidinho a Shelley Smith. Talvez isso marque o fim desses acts, porque na final eles conseguiram reunir clássicos do non sense de antigas temporadas numa apresentação.

 

Dizem que no ano que vem Simon volta com o painel de jurados clássico de Cheryl Cole e Danni Minogue. Não sei o que acontece, mas juro que já era pra Gary Barlow e Nicole. Não deviam nem ter entrado no programa, porque foram poucos os momentos bons deles.

The X Factor USA – 3ª Temporada

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A mais polêmica das franquias. Prometeram tanto nos EUA que as frustrações foram inevitáveis quando foi visto que o programa estava muito fake.

Mas, por incrível que pareça, mesmo sendo a temporada americana de audiência mais baixa, até vergonhosa, foi a melhor que já foi exibida.

Britney Spears e LA Reid deram o fora. Acerto grande, porque era chatos e inúteis. Em seus lugares entraram a talentosa Kelly Rowland, que tinha feito um bom trabalho já no UK e a latina bizarra Paulina Rubio, que foi um erro. Até aí, saímos no lucro.

Mario Lopez continuou com sua falta de carisma e excesso de grosseria. Deveria ter sido trocado, porque não combina, simplesmente não dá certo.

Simon e Demi Lovato continuaram com uma boa química, o que funcionou na temporada passada, talvez uma das únicas coisas que tenham prestado.

O talento foi bem melhor. Senti um pouco menos de controle e interferência por parte dos mentores.

O grande destaque sem dúvida foi o casal vencedor. Vencedores merecidos, diga-se de passagem: Alex and Sierra.

Os americanos também investiram no quirky, consagrando o casal esquisito, que faz piadas nervosas, canta músicas ao seu próprio estilo e não tiravam os olhos uns dos outros enquanto cantavam.

 

Houve mais pessoas talentosas. A miss formol Lillie McCloud, que teria ido melhor se não tivesse feito tipo; Elona Santiago, se não parecesse tanto com a menina do American Idol e os outros grupos, se não tivessem sido ofuscados pelos vencedores.

O vice, Jeff Gutt, era estranho. Tinha uma cara de psicopata, parecia que sentia dores. Cantava músicas boas, desafinando nas partes fáceis e dando show nas difíceis. Ele foi difícil de compreender.

Carlito Olivero teria ido melhor se sua mentora não fosse a doida da Paulina Rubio, tanto que ele foi para a final pelos próprios méritos, porque ela nem o nome dos acts falava direito.

Destaco também o crazy act dos testes. Second Hand High, com o grudento “You Better Ask Me To Dance”, que teve até apoio da edição, muito mais inspirada nesse ano. Aliás, nessas fases de testes, onde os jurados destroem os iludidos, é essencial a presença do Simon, que não tem dó, vai pra cima mesmo.

 

Para o ano q vem não sabemos ainda se o reality volta. Simon diz que se voltar será repaginado, para recuperar a audiência perdida. Aguardemos ansiosamente a volta da temporada X no ano que vem. Esse ano foi fraquinha de tudo.

FDL

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

The Guilty

the-guiltyTerminei ontem de assistir a mais uma excelente minissérie britânica, The Guilty. Em três concisos e precisos episódios, é narrada a seguinte história:

No ano de 2008, a detetive Maggie Brand investiga o desaparecimento de Callum Reid, filho de Claire (Katherine Kelly, Mr. Selfridge) e Daniel Reid (Darren Boyd, de Spy). O menino desapareceu enquanto brincava com amigos durante um churrasco na casa do vizinho. Grávida, Maggie precisou se afastar do caso. Cinco anos depois, o corpo do menino é encontrado, enterrado a poucos metros de distância de sua casa. Decidida a descobrir o culpado, Maggie lidera uma nova investigação. Mas sua dedicação ao trabalho poderá comprometer sua relação com o próprio marido, Jeb (Jamie Sives, de Game of Thrones).

(Sinopse retirada do site: http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/series-inglaterra/trailer-da-minisserie-the-guilty/)

A série tem como protagonista a atriz Tamsin Greig, a mesma que faz ótimas cenas com o Matt Le Blanc em Episodes. Ela é uma excelente atriz, porque se despe da vaidade de fazer mulheres mocinhas legais. Geralmente os personagens dela carregam um grau de chatice, ainda com a ironia britânica.

Os britânicos entendem de histórias de suspense, está na água que aquele povo bebe. O mais interessante é que com o passar do tempo eles conseguem se reinventar. Eu fiquei completamente surpreso com o final, que eu não esperava. Você suspeita de algumas coisas no desenrolar, como eles mesmos te induzem. Mas no que você é levado a crer pode te enganar.

A inteligência do enredo e a riqueza de diálogos e interpretações fizeram com que essa série encerrasse o ano com chave de ouro. Não consegui acompanhar tantas coisas que passaram no cinema e tv, mas fico contente de ter apostado nessa minissérie.

Como se não fosse suficiente, a trilha sonora nas cenas traz: Kaiser Chiefs (Ruby), Scouting For Girls (She’s So Lovely) e Amy Winehouse (Valerie).

Recomendo.

FDL