Mais um ano se encerrou e com ele também se vão as franquias de The X Factor, que mesmo com uma qualidade notavelmente decadente, eu insisto em acompanhar, mesmo que acelerando o mumbo jumbo.
Comecemos com a que começou primeiro e também terminou primeiro:
The X Factor Australia – 5ª Temporada
O reality show se renovou nesse ano. Mel Bitch e Gay Sebastian deixaram o painel de jurados e entraram Dannii Minogue ( que foi da versão britânica em sua melhor época ) e Redfoo ( o cara de black do LMFAO ).
Ronan Keating continuou sendo um chato, demonstrando excessiva empolgação com alguns candidatos e fazendo cara de morto com outros. Nathalie nome complicado continuou sem ter relevância, dando aquelas gargalhadas altas e exageradas.
Frases chavões ainda foram frequentes, como “estamos testemunhando o nascimento de uma estrela”, “não consigo ver seu lugar na indústria” e “não é qualquer um que consegue cantar Whitney”, muito embora todo ano você veja umas 05 covers da mulher em reality shows. Deixem a coitada descansar um pouco.
Os participantes, tal qual ocorreu no ano passado, foram mais originais e talentosos que dos concorrentes de outros países. A vencedora foi Dami Im, uma coreana com o notável estilo quirky, muito valorizado nesse ano. A mulher era tímida e cheia de risadinhas, comportamento comum entre os orientais. Mas na hora que a mulher começava a cantar dava um show de sensibilidade e potência vocal, sem desafinar. Tem um estilo comum e fica complicado imaginar um álbum, mas tudo nessa vida é imprevisível.
Destaco o grupo Third Degree, que foi montado pelos jurados e tinha uma pegada muito boa com ritmos marcantes. É um pessoal talentoso e espero que tenham carreira.
Outros finalistas foram a criança Jai Waetford, que demonstrou maturidade e talento, além do intermitente Taylor Henderson.
Gostava muito da voz da cantora Joelle também, mas foi pessimamente instruída pelo Redfoo, que é um cara divertido, mas muito mau mentor.
Danni Minogue voltou e ganhou, mostrando que sabe o que faz. Dizem que ela pode voltar para o UK, mas é um mistério.
Fica valendo mais uma vez a experiência e o povo australiano de parabéns por ir deixando sua marca nessa competição musical.
The X Factor UK – 10ª Temporada
Os britânicos mais uma vez sendo superados pelas franquias. Essa temporada conseguiu ser mais fraca ainda que a anterior.
Nesse ano Tulisa deu o fora. Já não era sem tempo. Em seu lugar tivemos a volta de Sharon Osbourne. Sim, a Nicole continuou.
A atual temporada conseguiu ser muito, mas muito apática. Na fase dos testes tiveram a infeliz ideia de repassar os candidatos aprovados em estúdio em frente à arena lotada, ou seja, a mesma pessoa fazia um teste duplo, como se houvesse necessidade.
Além disso, a edição ficou preguiçosa, utilizando histórias repetidas, temas repetidos, piadas prontas.
A Sharon é muito carismática e sem dúvida foi muito melhor que a Tulisa. Tanto que levou o título desse ano, o primeiro dela.
Quanto aos talentos, a vencedora foi Sam Bailey uma carcereira que precisava de uma chance. Tinha um pouco de Mary Byrne, mas não tão envelhecida. Mas também não foi jovem. O repertório teve muita Whitney Houston, com direito a Celine Dion “Como uma Deusa” e escolhendo como single de vitória “Skyscraper” da Demi Lovato. Isso mesmo.
Ela não merecia ganhar e ponto.
Luke Friend foi o melhor. O merecedor na minha opinião. O menino que não lavava os cabelos teve um bom espírito competitivo, cresceu nas suas apresentações e teve uma escolha de músicas menos óbvia.
Também teve destaque o menino Nicholas McDonald, conhecido também como Pequeno Louie. Tinha talento e perto dos outros se destacava, mas quando a gente observa de fora, não tem relevância também, como todos os outros. Posso me equivocar, mas duvido que saia um sucesso dessa temporada.
O show de bizarrices também foi presente, mas dessa vez o público britânico não deu muita bola e eliminou rapidinho a Shelley Smith. Talvez isso marque o fim desses acts, porque na final eles conseguiram reunir clássicos do non sense de antigas temporadas numa apresentação.
Dizem que no ano que vem Simon volta com o painel de jurados clássico de Cheryl Cole e Danni Minogue. Não sei o que acontece, mas juro que já era pra Gary Barlow e Nicole. Não deviam nem ter entrado no programa, porque foram poucos os momentos bons deles.
The X Factor USA – 3ª Temporada
A mais polêmica das franquias. Prometeram tanto nos EUA que as frustrações foram inevitáveis quando foi visto que o programa estava muito fake.
Mas, por incrível que pareça, mesmo sendo a temporada americana de audiência mais baixa, até vergonhosa, foi a melhor que já foi exibida.
Britney Spears e LA Reid deram o fora. Acerto grande, porque era chatos e inúteis. Em seus lugares entraram a talentosa Kelly Rowland, que tinha feito um bom trabalho já no UK e a latina bizarra Paulina Rubio, que foi um erro. Até aí, saímos no lucro.
Mario Lopez continuou com sua falta de carisma e excesso de grosseria. Deveria ter sido trocado, porque não combina, simplesmente não dá certo.
Simon e Demi Lovato continuaram com uma boa química, o que funcionou na temporada passada, talvez uma das únicas coisas que tenham prestado.
O talento foi bem melhor. Senti um pouco menos de controle e interferência por parte dos mentores.
O grande destaque sem dúvida foi o casal vencedor. Vencedores merecidos, diga-se de passagem: Alex and Sierra.
Os americanos também investiram no quirky, consagrando o casal esquisito, que faz piadas nervosas, canta músicas ao seu próprio estilo e não tiravam os olhos uns dos outros enquanto cantavam.
Houve mais pessoas talentosas. A miss formol Lillie McCloud, que teria ido melhor se não tivesse feito tipo; Elona Santiago, se não parecesse tanto com a menina do American Idol e os outros grupos, se não tivessem sido ofuscados pelos vencedores.
O vice, Jeff Gutt, era estranho. Tinha uma cara de psicopata, parecia que sentia dores. Cantava músicas boas, desafinando nas partes fáceis e dando show nas difíceis. Ele foi difícil de compreender.
Carlito Olivero teria ido melhor se sua mentora não fosse a doida da Paulina Rubio, tanto que ele foi para a final pelos próprios méritos, porque ela nem o nome dos acts falava direito.
Destaco também o crazy act dos testes. Second Hand High, com o grudento “You Better Ask Me To Dance”, que teve até apoio da edição, muito mais inspirada nesse ano. Aliás, nessas fases de testes, onde os jurados destroem os iludidos, é essencial a presença do Simon, que não tem dó, vai pra cima mesmo.
Para o ano q vem não sabemos ainda se o reality volta. Simon diz que se voltar será repaginado, para recuperar a audiência perdida. Aguardemos ansiosamente a volta da temporada X no ano que vem. Esse ano foi fraquinha de tudo.
FDL