Filme: Que Horas Ela Volta?
Nota: 9,5
Elenco: Regina Casé (qualquer outra pessoa do filme não interessa)
Ano: 2015
Direção: Anna Muylaert
Foi um filme muito comentado em 2015, mas eu não estava no clima para ver isso e sentia que não era o momento. Eu sabia do que se tratava porque o trailer é bem evidente com o ponto da história.
Regina Casé interpreta a empregada doméstica Val, que mora no serviço e é “como da família”, sendo tratada com educação e respeito sempre. Val deixou a família no nordeste para tentar a vida em São Paulo e acabou perdendo o contato com a filha, com quem tem uma relação difícil.
O negócio é que Val sente-se muito grata pelo seu quartinho, que até televisão tem! Possui atitude extremamente subserviente e acredita que no mundo há dois tipos de pessoas: patrões e empregados.
O acontecimento que sacode sua vida é a vinda de sua filha, Jéssica, para São Paulo. A garota vem prestar Fuvest e passa uns dias com a mãe.
Val fica eufórica em tentar restabelecer a relação com a filha, que será bem recebida pelos patrões, que fizeram questão de comprar um colchonete para ela ficar no quarto com a mãe.
Não sabemos muito sobre a vida de Jéssica em sua cidade, mas ela demonstra ser estudiosa e ter personalidade. Ela não assimila essa divisão de pessoas que a mãe tem como absoluta. Quando se comporta como uma hóspede e não a filha da empregada, a própria patroa se incomoda.
Esse filme é cheio de cenas que demonstram essa visão de distinção entre patrões e empregados, uma realidade que é um fato. Nós mesmos em alguns momentos nos pegamos achando a menina entrona e folgada. Só o final do filme dá um belo tapa na nossa cara, mostrando como é fácil despersonalizarmos aqueles que não têm poder.
Não tenho o hábito de dar spoilers, mas confesso que a cena final na piscina e o jogo de café estão entre os momentos mais bonitos do cinema na minha opinião. Que filme!
Confesso também que nunca fui muito fã da Regina Casé, sobretudo por não concordar com o que era feito no programa dela na Globo. Mas, que atriz! Não tem o que dizer!
Esse filme ficou muito tempo na minha cabeça, até por isso demorei pra fazer esse post. Não conseguirei me desprender dele por um tempo e já fiz minha mãe assistir.
Recomendo muito, com certa vergonha de ter demorado tanto para ver.
FDL
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