sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Cuidado com o Slenderman

slendermanFilme: Cuidado com o Slenderman (Beware The Slenderman)
Nota: 9
Ano: 2016
Direção: Irene Taylor Brodsky

Esse documentário estava na minha lista há algum tempo para ver na HBO. Chegou a hora.

“Nos anos 2000, um concurso na Internet encoraja pessoas a criarem um monstro fictício. Assim nasce o Slenderman, homem altíssimo, de braços longos e tentáculos nas costas. Ele não tem rosto, não fala uma palavra sequer, mas ataca criancinhas. Em 2014, uma história real desafia a ficção: duas garotas de doze anos de idade acreditam que o Slenderman pode ameaçar suas famílias caso elas não matem uma colega de sala. As duas entram numa floresta e esfaqueiam a amiga dezenas de vezes, antes de deixá-la para morrer. O documentário investiga a história particular das agressoras e o poder das lendas da Internet entre os adolescentes e pré-adolescentes.”

Assistir a isso não é muito fácil não. É pesado e direto. Mostra uma violência por parte dessas meninas que em alguns momentos pensamos ser obra de ficção.

Esse documentário mostra que ainda temos muito a evoluir em questão de crime e castigo, sobretudo quando há a questão de distúrbios mentais envolvidos. Isso ocorrendo com crianças então dá uma sensação grande de desesperança.

Agora, com valor material, sem dúvidas Cuidado com o Slenderman deve ser visto por todos, sobretudo por pais que simplesmente abandonam seus filhos com tablets e computadores achando que assim eles não enchem o saco.

Essa história ainda tem julgamentos por vir e quero acompanhar para saber o que acontecerá com essas meninas de verdade.

É pesado e necessário.

FDL

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Negação

negaçãoFilme: Negação (Denial)
Nota: 9
Elenco: Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall (Rabicho)
Ano: 2016
Direção: Mick Jackson

Estava escolhendo algo da HBO para ver e essa sinopse me chamou a atenção:

“Deborah E. Lipstadt (Rachel Weisz) é uma conceituada pesquisadora que, em seu livro, ataca veementemente o historiador David Irving (Timothy Spall), que prega que o Holocausto não existiu e é uma invenção dos judeus para lucrar mais. Julgando-se prejudicado pelo que foi publicado, Irving entra com um processo por difamação contra Deborah. Só que, pelas leis britânicas, em casos do tipo é a ré quem precisa provar a veracidade da acusação. Logo ela se vê em uma disputa judicial que, mais do que envolver dois estudiosos da História, pode colocar em dúvida a morte de milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.”

Gostei muito dessa proposta, até depois vi que tem um livro, mas este ficará para depois, porque com leituras estou sobrecarregado. Vale ressaltar que é inspirado em fatos.

A interpretação da Rachel Weisz está impecável, como sempre. A do Rabicho também, embora forcem no maniqueísmo, sobretudo nas cenas de tribunal.

Não que eu queira relativizar, mas acho que mocinhos e vilões ficaram marcados demais. De todo modo, a discussão travada nesse filme foi muito importante para não dar argumentos para os negacionistas crescerem, mas o mundo de agora mostra que sempre há espaço para ódio e rancor.

O filme é muito bom. Ter o sistema judiciário inglês e atores ingleses deixam tudo mais solene e agradável de ver.

Destaco uma conversa dela com o advogado e ele menciona que nem sempre o que parece ser certo, o que sentimos ser certo, é o certo de verdade. Gostei disso.

Recomendo muito esse filme, sem saber se foi sucesso de bilheteria e crítica.

FDL

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O Padrasto

o padrastoFilme: O Padrasto (The Stepfather)
Nota: 7
Elenco: Penn Badgley, Dylan Walsh
Ano: 2009
Direção: Nelson McCormick

Olha lá o Corujão me fazendo parar para ver um filme. Talvez tenha sido aquela preguiça de ir dormir sem o arguile ter apagado completamente, mas, começamos, ficamos curiosos e terminamos concluindo: valeu a pena?

Esse filme é um remake, no estilo daquele Paranoia, feito alguns anos antes. Penn Badgley é um jovem problemático, que começa a desconfiar que o novo marido da sua mãe não é quem diz ser e tem um comportamento estranho.

Há a namorada bonita, as cenas tensas, o final previsível, tal qual as atuações. Mas não chega a ser ruim, apenas descartável. Valeu a pena escrever aqui sobre ele, porque certamente já vou esquecer desse filme em breve.

Acho legais os remakes que dão uma nova roupagem a sucessos do passado, mas eles precisam trazer algo de interessante, senão fica evidente a falta de inspiração.

De todo jeito, adolescentes devem gostar.

FDL

sábado, 18 de novembro de 2017

Com a Bola Toda

dodgeballFilme: Com a Bola Toda (Dodgeball: A True Underdog Story)
Nota: 8,5
Elenco: Vince Vaughn, Ben Stiller, Justin Long e várias participações especiais
Ano: 2004
Direção: Rawson Marshall Thurber

Qual filme selecionar quando temos uma cervejinha gelada, uns petiscos e vontade de dar risada? Isso mesmo, qualquer comédia dos anos 2000. Mas dessa vez escolhi a ideal para rever.

Esse filme é bizarro, preconceituoso, machista, violento, absurdo e, mesmo assim, muito engraçado, sem me ofender.

Com a Bola Toda é o filme em que o Bem Stiller está no seu melhor. Eu passo mal só de lembrar da dancinha do time dele entrando em campo imitando najas.

Várias piadas que ficaram na minha cabeça por anos e que viram referências são lembradas. Esse filme é muito bom para relembrar.

Recomendo para quem gosta de ser feliz.

FDL

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Que Horas Ela Volta?

que horas ela voltaFilme: Que Horas Ela Volta?
Nota: 9,5
Elenco: Regina Casé (qualquer outra pessoa do filme não interessa)
Ano: 2015
Direção: Anna Muylaert

Foi um filme muito comentado em 2015, mas eu não estava no clima para ver isso e sentia que não era o momento. Eu sabia do que se tratava porque o trailer é bem evidente com o ponto da história.

Regina Casé interpreta a empregada doméstica Val, que mora no serviço e é “como da família”, sendo tratada com educação e respeito sempre. Val deixou a família no nordeste para tentar a vida em São Paulo e acabou perdendo o contato com a filha, com quem tem uma relação difícil.

O negócio é que Val sente-se muito grata pelo seu quartinho, que até televisão tem! Possui atitude extremamente subserviente e acredita que no mundo há dois tipos de pessoas: patrões e empregados.

O acontecimento que sacode sua vida é a vinda de sua filha, Jéssica, para São Paulo. A garota vem prestar Fuvest e passa uns dias com a mãe.

Val fica eufórica em tentar restabelecer a relação com a filha, que será bem recebida pelos patrões, que fizeram questão de comprar um colchonete para ela ficar no quarto com a mãe.

Não sabemos muito sobre a vida de Jéssica em sua cidade, mas ela demonstra ser estudiosa e ter personalidade. Ela não assimila essa divisão de pessoas que a mãe tem como absoluta. Quando se comporta como uma hóspede e não a filha da empregada, a própria patroa se incomoda.

Esse filme é cheio de cenas que demonstram essa visão de distinção entre patrões e empregados, uma realidade que é um fato. Nós mesmos em alguns momentos nos pegamos achando a menina entrona e folgada. Só o final do filme dá um belo tapa na nossa cara, mostrando como é fácil despersonalizarmos aqueles que não têm poder.

Não tenho o hábito de dar spoilers, mas confesso que a cena final na piscina e o jogo de café estão entre os momentos mais bonitos do cinema na minha opinião. Que filme!

Confesso também que nunca fui muito fã da Regina Casé, sobretudo por não concordar com o que era feito no programa dela na Globo. Mas, que atriz! Não tem o que dizer!

Esse filme ficou muito tempo na minha cabeça, até por isso demorei pra fazer esse post. Não conseguirei me desprender dele por um tempo e já fiz minha mãe assistir.

Recomendo muito, com certa vergonha de ter demorado tanto para ver.

FDL

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O Último Jantar

last superFilme: O Último Jantar (The Last Supper)
Nota: 9
Elenco: Cameron Diaz, Courtney B. Vance e mais uma galera aí dos anos 90
Ano: 1995
Direção: Stacy Title

Que grata surpresa foi esse filme! Estava aproveitando as novidades das gravações e streaming que a tecnologia me proporcionou e acabei topando com essa sinopse, que me chamou a atenção. Apesar de ser fã assumido do cinema dos anos 90, nunca tinha ouvido falar de O Último Jantar. Enfim, eis a sinopse:

“Um dos cinco moradores de uma casa em Iowa convida para jantar um homem que lhe deu uma carona, mas à noite sofre uma reviravolta quando o recém-chegado ataca um dos seus anfitriões e acaba sendo morto pelos amigos destes. Após este episódio os 5 concluem, que deixaram o mundo melhor matando-o e passam a, rotineiramente, convidar para jantar pessoas com tendências radicais, sendo que se defenderem argumentos descabidos são envenenadas durante a refeição.”

Até aí, achei que seria mais um suspense clássico dessa época, que por algum motivo não desculpável eu deixei passar. Ledo engano.

O grupo de moradores da casa é de intelectuais, todos estudam diversas ciências humanas e fazem mestrados e outras especializações do tipo. São extremamente orgulhosos de suas inteligências e erudição. São tão orgulhosos que passam à arrogância.

Após matarem o primeiro homem, que era desprezível e violento, um criminoso procurado, o grupo desenvolveu um senso de legitimidade em matar aqueles que achavam não ser bons para o mundo.

Claro que o filme critica essa legitimidade da violência utilizando extremos como metáfora. Isso é o mais legal, porque quando menos percebemos, os jovens estão matando qualquer pessoa que pense diferente deles e suspeitam haver algo de errado.

Em um minuto, os progressistas libertários se tornaram tiranos violentos e preconceituosos. Provaram do próprio veneno, aliás, alegoria pela forma como matavam as vítimas e o que faziam com elas depois no jardim.

No final, é um filme inteligente e fico surpreso por não ser tão conhecido. É uma crítica válida àqueles que por mais intenções nobres tenham, se acham superiores aos outros com suas ideias.

Esse filme acabou sendo um dos meus favoritos nesse ano pela despretensão e como ele me marcou no final, porque eu mesmo me sinto capaz de ser intolerante em vários momentos. Vale a autocrítica para todos.

FDL

sábado, 11 de novembro de 2017

A Garota Na Teia de Aranha – David Lagercrantz

A Garota Na Teia de Aranha“Mas não houve nenhuma reação, nenhum sorriso, nenhum comentário, nada. A garota simplesmente começou a jogar mais depressa, como se quisesse pôr fim àquela humilhação, e por que não? Arvid estava mais do que disposto a abreviar aquele processo o máximo possível e levar a garota para tomar dois ou três drinques em algum bar antes de cair matando sobre ela. Não tinha a intenção de ser especialmente gentil na cama. E provavelmente ela depois ainda lhe agradeceria. Para estar azeda daquele jeito, só podia fazer tempo que ela não transava, e também não devia estar muito acostumada com caras bacanas como ele – e que ainda por cima jogava um xadrez daquele nível. Arvid resolveu se exibir e começou a explicar as teorias avançadas do xadrez; mas sua exibição não levou a nada. Algo parecia estar errado. Arvid começou a enfrentar no jogo uma resistência inesperada que ele não conseguia entender, uma espécie de estagnação, e por muito tempo continuou dizendo a si mesmo que aquilo era só uma impressão passageira, ou então o resultado de jogadas precipitadas. Sem dúvida ainda conseguiria endireitar as coisas se conseguisse se manter concentrado na partida, portanto, mobilizou todo o seu instinto matador. Mas as coisas só pioraram para ele.”

David Lagercrantz

Meu plano era ler esse e também o próximo, mas não rolou. Acredito que eu fui uma das pessoas que sentiu falta da letra do autor original, não conseguindo confiar nesse texto.

Não há nada específico que eu possa criticar, mas só tive a impressão de que essa continuação foi apenas mais um suspense comum, como outro qualquer.

A história em si não é ruim, mas também não andava muito e circulava demais no mesmo lugar. Ainda vou ler o próximo, mas vou esperar um tempo, porque esse livro não chegou nem perto da trilogia original Millennium.

A troca de autor me incomodou bastante e fica perceptível em diversas passagens.

Não deixo de recomendar, mas aviso para não ter expectativas muito altas.

FDL