quarta-feira, 5 de abril de 2017

Minissérie: Big Little Lies

big little lies

Terminei nessa semana de assistir naquele maravilhoso site da HBO GO (not) a essa série que marcou o ano com certeza. Foram 07 excelentes episódios muito ricos.

Eu conheci essa história com o anúncio da série e, como seria do David E. Kelley, prontamente me preparei para assistir. Acontece que é inspirada em um livro de sucesso, que li no mês passado e fiquei muito impressionado.

O livro Pequenas Grandes Mentiras acabou sendo superior à série. Só que dessa vez não esperava que isso fosse acontecer, porque David E. Kelley tinha a faca e o queijo na mão para elevar a história.

A série continuou sendo excelente. Apenas não fez frente ao livro.

Em uma coisa pelo menos houve superação: a personagem Madeline. A atriz Reese Witherspoon estava excelente nesse papel, que parece ter sido feito para ela, aliás, porque Madeline é complexa e dramática, mas muito engraçada e interessante de assistir.

Por outro lado, Shailene Woodley não fez muito pela personagem Jane, que já não era a melhor delas, mas também não conseguiu crescer. Era de cansar todo episódio ver aquela mulher correndo na praia.

Nicole Kidman já fez cenas de muita putaria. A personagem Celeste foi muito mais tensa e complexa assistindo. Ficou mais forte e contundente a parte que falava de violência doméstica. A atuação de Nicole ajudou muito, com uma mulher o tempo todo tensa e travada.

Há várias diferenças colocadas na série. Algumas delas são compreensíveis, como a acertada decisão de mudar o perfil racial de alguns personagens para ficar mais representativo. Por outro lado, não entendi o caso extraconjugal de Madeline, muito menos o desfecho, que ficou sem propósito.

De todo jeito, essa série é um retrato muito crítico da opressão social contra a mulher. Se engana quem pensa ser apenas um grupo de mulheres brigando na porta da escola de seus filhos. Há aceitação da mulher que deve ser perfeita, da bem-sucedida na carreira, da que cuida apenas do filho, da relação feminina com seu filho fruto de estupro, enfim, há muita coisa acontecendo por aqui.

Aliás, outro fato que me fez gostar de Madeline é ela ter colocado Jane sob suas asas. Porque com exceção dela e Celeste, todos os conservadores moradores da região oprimem a mulher solteira, jovem e não rica que tem um filho ali, como se fosse inferior aos outros.

Outra personagem muito bem vista foi Renata, interpretada pela excelente Laura Dern. Ela é afetada e impaciente, cheia de raiva e stress. É um retrato da mulher de negócios atual, sobre quem continuam recaindo deveres que poderiam ser dos maridos. Apenas achei que faltou a exploração da traição de seu marido com a babá, porque no livro foi uma boa resposta à arrogância dela.

No livro eu já tinha elogiado as perfeitas fofocas nos finais dos capítulos. Na série fica melhor ainda, porque vemos como pessoas fofoqueiras mudam as visões dos acontecimentos com base na sua maldade.

O capítulo final foi completamente corrido. Deveria ter mais um episódio, que focasse apenas na festa e no que ocorreu após. O mistério do pai de Ziggy e o que aconteceu depois com Jane não ficou muito claro.

De todo modo, mesmo com algumas críticas, foi uma excelente minissérie. Se eu não tivesse lido o livro teria achado perfeita. Faz parte a chatice em ver defeitos.

Recomendo muitíssimo e é um destaques do ano, com certeza.

FDL

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