Estou de volta com essa série que terminei de ver faz um mês. Consegui acompanhar até o final em tempo.
Broadchurch foi uma minissérie transformada em série e na segunda temporada teve o difícil desafio de manter o suspense e atenção da excelente primeira temporada.
Se no começo o mistério era quem matou o menino Danny, agora a série é dividida em dois caminhos, ambos protagonizados pela Det. Ellie Miller e o Det. Hardy. O primeiro é o julgamento de Joe Miller, marido de Ellie e assassino do menino. Junto com isso o desafio que a mulher enfrenta em ser julgada pela cidade toda e ainda ter seu filho virado as costas para ela.
O outro lado é o mistério do Det. Hardy, que tinha desde a primeira temporada um segredo em sua vida, um caso anterior que acabara com a sua carreira. Agora, com problemas de saúde e com sua reputação mais comprometida ainda, ele recorre novamente à Det. Miller para que ela o ajude a solucionar o caso anterior.
Essa série é o extrato do que os britânicos fazem bem. Os personagens são muito bem construídos e dificilmente vemos maniqueísmos nas histórias deles. Gosto dessa maturidade e dessa verdade.
Em um dos episódios notei que os legenders da internet queriam dar um abraço na Det. Miller. É exatamente essa a sensação que temos durante toda a temporada. A atriz conseguiu dar ternura e mostrar a fragilidade dessa mulher que ainda precisava trabalhar na polícia, mesmo quando sua vida fora destruída por seu marido. Ela é inteligente e excelente investigadora, mas sem perder a ternura.
O que esteve relacionado ao julgamento e às consequências do ocorrido na primeira temporada foi excelente, sobretudo com a entrada da atriz Marianne Jean-Baptiste como a fria advogada de defesa de Joe. Fazia tempo que não via essa atriz, desde o ótimo trabalho dela em Without a Trace.
A advogada da acusação também foi excelente. Não conhecia essa atriz, mas é muito respeitada, Charlotte Rampling. Essa personagem tinha muitos detalhes interessantes, tanto pela vida pessoal não vivida por conta da carreira, quanto do amor esquecido no passado, culminando com a vergonha de admitir que seu corpo não condiz mais com o ideal, prejudicando sua excelente atuação profissional durante sua vida.
A família de Danny continua com um bando de chatos. Começa com a mãe histérica e irracionalmente mimada, com o pai banana e imbecil, culminando com a irmã inútil.
Houve um pouco de enrolação e algumas situações irracionais no julgamento, que fogem completamente do aceitável. Mesmo assim, a exploração dos dramas e os diálogos superam qualquer coisa.
Foi confirmada a terceira temporada para 2016, já que o sucesso continua grande. Por isso, continuo recomendando e ansioso para assistir o que vem por aí.
FDL
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