segunda-feira, 2 de março de 2015

Foxcatcher: Uma História Que Chocou o Mundo

foxcatcherFilme: Foxcatcher: Uma História Que Chocou o Mundo (Foxcatcher)
Nota: 7,5
Elenco: Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo, Sienna Miller
Ano: 2014
Direção: Bennett Miller

 

 

 

 

É o mesmo diretor de Capote e Moneyball (não vi o segundo). Foi indicado a 05 Oscars.

É um ambiente com o qual eu não me sinto confortável. Não sou um grande apreciador de artes marciais e acho que os filmes sempre mostram lutadores com personalidades agressivas e violentas. Tudo muito repetitivo.

Acontece que quando vi o trailer de Foxcatcher, fiquei muito interessado pelo aspecto psicológico desse filme, que tem uma relação de dominação na qual o lutador é o dominado. Além disso, as atuações prometiam.

Realmente o trabalho do Steve Carell esteve impecável e mereceu a indicação. De fato o prêmio para o Eddie Redmayne da Teoria de Tudo foi merecido, mas a indicação para Carell foi justa.

Eu concordo com as críticas que alguns fazem no sentido de que muitas vezes o trabalho é mais do maquiador que transfigura alguém do que do próprio ator em si. Só que nesse caso, embora aquele narigão tenha sido categórico, o trabalho do ator não ficou atrás.

Sinopse do filme, que é baseado em uma história real:

“Campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz (Channing Tatum) sempre treinou com seu irmão mais velho, David (Mark Ruffalo), que é também uma lenda no esporte. Até que, um dia, recebe um convite para visitar o milionário John du Pont (Steve Carell) em sua mansão. Apaixonado pelo esporte, du Pont oferece a Mark que entre em sua própria equipe, a Foxcatcher, onde teria todas as condições necessárias para se aprimorar. Atraído pelo salário e as condições de vida oferecidas, Mark aceita a proposta e, assim, se muda para uma casa na propriedade do milionário. Aos poucos eles se tornam amigos, mas a difícil personalidade de du Pont faz com que Mark acabe seguindo uma trilha perigosa para um atleta.”

A relação de dominação é o ponto alto do filme, sobretudo pela sutileza que du Pont tem em camuflar sua personalidade egocêntrica e infeliz.

Uma coisa me incomodou muito nesse filme: a insinuação de homossexualidade.

Depois de ver a cena no ginásio e depois de ver o lutador com luzes no cabelo dando um trato no visu do du Pont, a insinuação de um caso entre os dois virou declaração. Fui pesquisar para saber o ocorrido.

As gravações do filme ocorreram com o verdadeiro Mark Schultz acompanhando, mas ele sempre negou veementemente uma relação com du Pont. Além disso, ficou extremante irritado quando viu que tais cenas foram incluídas no filme.

Ficou parecendo para mim que o diretor quis criar uma polêmica. Assim faria barulho, daria publicidade. Acho isso um golpe baixo, muito mais porque quando retratamos a vida de alguém para o grande público, devemos ter o máximo de fidelidade possível.

Se tivesse havido uma relação íntima entre ambos, ótimo, que ficasse retratado. Mas do jeito que foi feito me pareceu desonesto e covarde, porque não foi dito com todas as letras, podendo dar margem a uma negativa do diretor, como ele de fato fez.

Fora isso, de longe não foi meu filme preferido nessa temporada de premiações. Em diversos momentos é enfadonho e enrolado. Não precisa ter o dinamismo de uma sitcom de 20 minutos, mas pelo amor de deus, agiliza, pô. A vida tá passando!

Não considero um filme ruim porque a apresentação do personagem de du Pont é muito bem feita. É uma pessoa rejeitada e infeliz, que só tem posses materiais e busca de todo modo mentir para si mesmo e encontrar outros valores em si mesmo, mas nunca consegue sem pagar por eles.

O final é bom, porque mostra o desespero de um homem que começa a perder o pouco que achava ter conquistado e vê que jamais dominaria algumas pessoas.

Apesar de ter uma boa proposta, o filme é enfadonho e teve uma jogada que eu não aprovei. Fica aí uma opinião.

Valeu, falous.

FDL

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