quarta-feira, 18 de março de 2015

Season Finale: Broadchurch – 2ª Temporada

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Estou de volta com essa série que terminei de ver faz um mês. Consegui acompanhar até o final em tempo.

Broadchurch foi uma minissérie transformada em série e na segunda temporada teve o difícil desafio de manter o suspense e atenção da excelente primeira temporada.

Se no começo o mistério era quem matou o menino Danny, agora a série é dividida em dois caminhos, ambos protagonizados pela Det. Ellie Miller e o Det. Hardy. O primeiro é o julgamento de Joe Miller, marido de Ellie e assassino do menino. Junto com isso o desafio que a mulher enfrenta em ser julgada pela cidade toda e ainda ter seu filho virado as costas para ela.

O outro lado é o mistério do Det. Hardy, que tinha desde a primeira temporada um segredo em sua vida, um caso anterior que acabara com a sua carreira. Agora, com problemas de saúde e com sua reputação mais comprometida ainda, ele recorre novamente à Det. Miller para que ela o ajude a solucionar o caso anterior.

Essa série é o extrato do que os britânicos fazem bem. Os personagens são muito bem construídos e dificilmente vemos maniqueísmos nas histórias deles. Gosto dessa maturidade e dessa verdade.

Em um dos episódios notei que os legenders da internet queriam dar um abraço na Det. Miller. É exatamente essa a sensação que temos durante toda a temporada. A atriz conseguiu dar ternura e mostrar a fragilidade dessa mulher que ainda precisava trabalhar na polícia, mesmo quando sua vida fora destruída por seu marido. Ela é inteligente e excelente investigadora, mas sem perder a ternura.

O que esteve relacionado ao julgamento e às consequências do ocorrido na primeira temporada foi excelente, sobretudo com a entrada da atriz Marianne Jean-Baptiste como a fria advogada de defesa de Joe. Fazia tempo que não via essa atriz, desde o ótimo trabalho dela em Without a Trace.

A advogada da acusação também foi excelente. Não conhecia essa atriz, mas é muito respeitada, Charlotte Rampling. Essa personagem tinha muitos detalhes interessantes, tanto pela vida pessoal não vivida por conta da carreira, quanto do amor esquecido no passado, culminando com a vergonha de admitir que seu corpo não condiz mais com o ideal, prejudicando sua excelente atuação profissional durante sua vida.

A família de Danny continua com um bando de chatos. Começa com a mãe histérica e irracionalmente mimada, com o pai banana e imbecil, culminando com a irmã inútil.

Houve um pouco de enrolação e algumas situações irracionais no julgamento, que fogem completamente do aceitável. Mesmo assim, a exploração dos dramas e os diálogos superam qualquer coisa.

Foi confirmada a terceira temporada para 2016, já que o sucesso continua grande. Por isso, continuo recomendando e ansioso para assistir o que vem por aí.

FDL

quinta-feira, 5 de março de 2015

O Grande Hotel Budapeste

budapeste hotelFilme: O Grande Hotel Budapeste ( The Grand Budapest Hotel )
Nota: 9,5
Elenco: Ralph Fiennes, Adrien Brody, Willem Dafoe, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Jason Schwartzman, Tilda Swinton, Owen Wilson
Ano: 2014
Direção: Wes Anderson

 

 

 

Foi indicado a 09 Oscars e venceu 04.

Tá aí um dos meus preferidos na temporada de prêmios do ano.

O Grande Hotel Budapeste é um filme leve, inocente, até bobinho, que traz uma sensação boa a quem assiste.

O filme é contado por meio de memórias sobre o período de ouro do hotel que tem o nome do filme. O protagonista é o M. Gustave, concierge e uma pessoa de personalidade muito interessante.

Gustave é apaixonado pelo hotel e pela sua profissão. Além disso, ele encanta hóspedes, sobretudo as mulheres idosas, que gostam de toda a bajulação dele.

A trama envolve o momento em que uma velha morre e deixa ao funcionário uma obra de arte como herança. A partir daí, há uma perseguição a Gustave por parte dos familiares da velha e ele passa o filme todo tentando recuperar sua liberdade, com total apoio de Zero, um menino que é um tipo de faz tudo seu no hotel.

O trabalho de Ralph Fiennes estava impecável. O humor sutil dá uma sensação de leveza em nós. Gosto do aspecto visual também, que foi muito valorizado com prêmios nesse ano.

O mais interessante é notar que um grande clássico pode trazer mais uma história de amor, mais uma memória de tempo áureo, mais superação de meninos pobres, mas por mais que essas histórias já tenham sido exploradas, o modo como tudo é feito que faz valer a experiência de assistir a um filme. Ponto para o diretor.

Não foi preciso bolar histórias mirabolantes nem recorrer a artifícios que causem polêmicas fora das salas de cinema. Isso acontece quando você tem uma história, atores e diretores bons.

Recomendo muito esse filme. Era um dos meus favoritos ao prêmio nesse ano.

FDL

quarta-feira, 4 de março de 2015

Season Finale: How To Get Away With Murder – 1ª Temporada

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Chegou ao fim a série do ano a minha opinião.

Pela primeira vez assisto a uma série da consagrada Shonda Rhimes, de Grey’s Anatomy e Scandal.

Muita gente critica as tramas rocambolescas da mulher, mas essa série é diferente, porque já foi criada com um diferencial: Viola Davis.

Ela pode interpretar qualquer coisa que eu vou lá e assisto. Essa atriz é genial.

A série trata da relação da professora de direito penal Annalise Keating com seus alunos, que se tornam estagiários no seu escritório. O problema é que tanto os alunos, quanto a professora, quanto sua família, acabam se envolvendo em um dos casos que ela trabalha.

As aulas da professora envolvem a perspectiva de uma defesa num tribunal, por isso o título da série. O legal é que os alunos vão ter que colocar em prática nas próprias vidas o aprendido com ela.

Além da óbvia atuação de Viola, o enredo é extremamente interessante e tem um suspense que deixa a gente muito preso. Até porque, os atores do elenco mais jovem são muito bons e não são necessariamente novatos.

Destaco o personagem Wes Gibbins, que está entrando agora no mundo dos tribunais e se esforça para saber em quem confiar e como ser esperto. O ator que o interpreta é o mesmo que fez o Dino Thomas nos filmes do Harry Potter.

Houve também uma participação meio atravessada da atriz Marcia Gay Harden, que serviu pra deixar o elenco ainda mais poderoso.

Não gostei de algumas cenas de sexo excessivamente fortes feitas para chocar. Você percebe quando está fora de contexto e os criadores as colocam lá apenas para chamar atenção. A série não precisava disso nem de longe.

O final foi excelente, totalmente inesperado e deixou um gancho para uma próxima temporada que promete.

Mesmo sem termos terminado o período das séries nos EUA, a emissora já anunciou a renovação da série, que foi uma das mais assistidas nessa temporada.

Não vejo a hora da volta.

FDL

segunda-feira, 2 de março de 2015

Foxcatcher: Uma História Que Chocou o Mundo

foxcatcherFilme: Foxcatcher: Uma História Que Chocou o Mundo (Foxcatcher)
Nota: 7,5
Elenco: Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo, Sienna Miller
Ano: 2014
Direção: Bennett Miller

 

 

 

 

É o mesmo diretor de Capote e Moneyball (não vi o segundo). Foi indicado a 05 Oscars.

É um ambiente com o qual eu não me sinto confortável. Não sou um grande apreciador de artes marciais e acho que os filmes sempre mostram lutadores com personalidades agressivas e violentas. Tudo muito repetitivo.

Acontece que quando vi o trailer de Foxcatcher, fiquei muito interessado pelo aspecto psicológico desse filme, que tem uma relação de dominação na qual o lutador é o dominado. Além disso, as atuações prometiam.

Realmente o trabalho do Steve Carell esteve impecável e mereceu a indicação. De fato o prêmio para o Eddie Redmayne da Teoria de Tudo foi merecido, mas a indicação para Carell foi justa.

Eu concordo com as críticas que alguns fazem no sentido de que muitas vezes o trabalho é mais do maquiador que transfigura alguém do que do próprio ator em si. Só que nesse caso, embora aquele narigão tenha sido categórico, o trabalho do ator não ficou atrás.

Sinopse do filme, que é baseado em uma história real:

“Campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz (Channing Tatum) sempre treinou com seu irmão mais velho, David (Mark Ruffalo), que é também uma lenda no esporte. Até que, um dia, recebe um convite para visitar o milionário John du Pont (Steve Carell) em sua mansão. Apaixonado pelo esporte, du Pont oferece a Mark que entre em sua própria equipe, a Foxcatcher, onde teria todas as condições necessárias para se aprimorar. Atraído pelo salário e as condições de vida oferecidas, Mark aceita a proposta e, assim, se muda para uma casa na propriedade do milionário. Aos poucos eles se tornam amigos, mas a difícil personalidade de du Pont faz com que Mark acabe seguindo uma trilha perigosa para um atleta.”

A relação de dominação é o ponto alto do filme, sobretudo pela sutileza que du Pont tem em camuflar sua personalidade egocêntrica e infeliz.

Uma coisa me incomodou muito nesse filme: a insinuação de homossexualidade.

Depois de ver a cena no ginásio e depois de ver o lutador com luzes no cabelo dando um trato no visu do du Pont, a insinuação de um caso entre os dois virou declaração. Fui pesquisar para saber o ocorrido.

As gravações do filme ocorreram com o verdadeiro Mark Schultz acompanhando, mas ele sempre negou veementemente uma relação com du Pont. Além disso, ficou extremante irritado quando viu que tais cenas foram incluídas no filme.

Ficou parecendo para mim que o diretor quis criar uma polêmica. Assim faria barulho, daria publicidade. Acho isso um golpe baixo, muito mais porque quando retratamos a vida de alguém para o grande público, devemos ter o máximo de fidelidade possível.

Se tivesse havido uma relação íntima entre ambos, ótimo, que ficasse retratado. Mas do jeito que foi feito me pareceu desonesto e covarde, porque não foi dito com todas as letras, podendo dar margem a uma negativa do diretor, como ele de fato fez.

Fora isso, de longe não foi meu filme preferido nessa temporada de premiações. Em diversos momentos é enfadonho e enrolado. Não precisa ter o dinamismo de uma sitcom de 20 minutos, mas pelo amor de deus, agiliza, pô. A vida tá passando!

Não considero um filme ruim porque a apresentação do personagem de du Pont é muito bem feita. É uma pessoa rejeitada e infeliz, que só tem posses materiais e busca de todo modo mentir para si mesmo e encontrar outros valores em si mesmo, mas nunca consegue sem pagar por eles.

O final é bom, porque mostra o desespero de um homem que começa a perder o pouco que achava ter conquistado e vê que jamais dominaria algumas pessoas.

Apesar de ter uma boa proposta, o filme é enfadonho e teve uma jogada que eu não aprovei. Fica aí uma opinião.

Valeu, falous.

FDL

domingo, 1 de março de 2015

Sniper Americano

american sniperFilme: Sniper Americano (American Sniper)
Nota: 9
Elenco: Bradley Cooper
Ano: 2014
Direção: Clint Eastwood

 

 

 

 

 

Eu gostava muito dos filmes do Clint. Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos.

Lembro também do ano de 2003, quando ele humilhou com Sobre Meninos e Lobos, uma obra densa e cheia de nuances sobre o comportamento humano.

O negócio é que depois ele descambou pro lado da guerra, que eu odeio. Não gosto de falar de guerra, não gosto de assuntos de guerra, filmes de guerra, nada disso. Acho chato e completamente irracional. Acabei desanimando de ver filmes dele.

Acontece que se tem um diretor que já me fez acompanhar um filme sobre um assunto que eu não gosto e mesmo assim achar o filme excelente, foi o Clint Eastwood, com Menina de Ouro.

Nesse ano, com American Sniper, li críticas ao trabalho dele e do Bradley Cooper e gostei da possível visão que seria dada à guerra nesse caso.

Esse filme é inspirado na história real do atirador das forças armadas americanas Chris Kyle, que atuou nas guerras americanas no período pós 11 de setembro. O homem era um atirador exímio e foi um dos mais letais nas estatísticas.

A obra se desenvolve mostrando muito os reflexos dessa profissão de Chris Kyle, tanto nos seus conflitos internos quanto na sua relação com sua família e seu lugar na sociedade quando ele volta.

Sniper Americano poderia ter sido mais um filme de enaltecimento desses chamados heróis que dão a vida pelo país, reforçando toda essa doutrina americana de justificação das guerras. Em alguns momentos é. Mas tem um lado crítico que faz valer o filme.

Chris fica atormentado pelos fantasmas da guerra e se afasta mentalmente do mundo e da família. Além disso, ele percebe que a guerra vai o consumindo.

O final do filme poderia ter explorado um sensacionalismo bem com a cara das grandes obras americanas. Mas preferiu ser mais sutil. Ponto para Clint.

Vale registrar que esse filme foi um dos únicos do Oscar desse ano que teve faturamento alto de bilheteria. O resto era produção independente e não faturou alto.

A atuação do Bradley Cooper esteve boa. Mas não sei por qual motivo eu nunca acho que ele atuou de forma digna de uma indicação, mas quem sou eu? Mesmo assim eu gosto dele.

No final foi um bom filme, extremamente bem feito, que retratou uma triste realidade do nosso mundo e que ainda trouxe algumas reflexões.

Recomendo.

FDL