No ano que se passou houve novamente edições dos três países que acompanho esse reality musical que, mesmo tendo suas crises, ainda é o meu favorito.
The X-Factor UK – 9ª Temporada
Os britânicos são os criadores do reality, concebido por Simon Cowell. Desde que ele saiu da bancada de jurados para se dedicar à versão americana os ingleses sofreram com a qualidade decrescente do show, que, nesse ano, se refletiu na audiência.
Foi a pior temporada do XF britânico. Kelly Rowland saiu do painel e no seu lugar entrou Nicole Scherzinger, a odiada da versão passada nos EUA. O resto se manteve.
Além dos barracos da Tulisa, do humor desagradável e da clara falta de vontade de estar ali do Gary Barlow, da alienação total e falta de imaginação do Louis Walsh e da tentativa desesperada da Nicole em mudar sua imagem, o talento desse ano estava precário.
Alternamos entre duas boy bands idênticas, Union J e District 3, dois cantores tipo diva, Jahmene e Christopher, além do tradicional candidato palhaço, nesse ano bem executado pelo gay performático andrógeno Rylan, que protagonizou alfinetadas engraçadas com o sisudo Gary Barlow.
Eu gostei de verdade da participante Lucy Spraggan, que infelizmente foi eliminada no meio dos shows ao vivo por ficar doente e desistir de tentar. O talento dela é assombroso. Tanto é que a música cantada por ela na audição foi sucesso no YouTube e teve milhares de visualizações. Ela era simples, cantava suas próprias músicas com seu violão e uma voz tímida e baixa, mas verdadeira.
Outra apresentação dela que eu gostei bastante:
A eliminação choque da temporada foi da garota Ella Henderson, que dançou nos meados, quando se esperava sua presença na final. Essa participante fez uma versão sentimental da música Believe, da Cher - aquela do autotune. Não fez o mínimo sentido, mas ela demonstrou capacidade vocal e criatividade, emocionando os jurados. Mas sempre acontece de um favorito morrer na praia assim. Achava ela a cara da Adele.
O campeão era um dos mais talentosos de fato, James Arthur, com um estilo sério e até carrancudo, o cara demonstrou voz potente e boas escolhas musicais, merecendo o título.
Nessa edição, comparando-se com o que tínhamos no ar, ele era o melhor preparado para vencer, mas eliminados de outras versões ganhariam dele fácil.
Essa temporada embora tenha sido recheada de brigas (Gary chamando a Tulisa de bafenta, o Louis de velho para o show business e largando o show no meio) musicalmente foi morna e de personalidades pouco marcantes.
Sempre estive na torcida para que a Cheryl Cole voltasse a ser jurada, junto da Danni Minogue. A primeira deu o ar da graça na fase final das audições gravadas. Seria um prelúdio? Não sei, porque tem muita treta nesse meio. O fato é que o Gary já tá fora e o pessoal precisa urgentemente melhorar a coisa, porque tá decaindo.
Até o ano que vem, UK.
The X-Factor Australia – 9ª Temporada
A versão australiana no ano passado foi a mais fraca. Acabei vendo depois acelerado só para saber ao certo o que ocorreu.
O painel dos jurados nesse ano foi o mesmo, mas de forma absoluta os australianos perceberam o erro e mudaram de postura.
O programa se centrou no talento dos concorrentes e ponto. Claro que houve umas discussõezinhas entre os jurados, mas nada que ofuscasse os candidatos.
A vencedora, Samantha Jade, me surpreendeu. Ela foi aquela concorrente mais velha que sempre tem e sempre está também nos grupos dos menos votados. Só que ela foi se superando aos poucos e acabou conquistando o público.
Houve muitas críticas a essa cantora porque ela já conhecia o mentor dela, o Guy Sebastian, de antes, o que gerou comentários de que seria beneficiada. No final foi o público mesmo que a consagrou. Não achei merecido.
O destaque sem a menor sombra de dúvidas é para a participante Bella Ferraro, que fez a primeira audição mais impressionante que eu já vi. Olha que eu acompanho realities musicas há bastante tempo. Ela cantou uma música chamada Skinny Love, na versão da Birdy. O Ronan Keating até sobe na mesa.
A Bella foi até as semifinais, mas acabou dançando. Ela até discutiu uma vez com a Mel B, depois de ser criticada, mas isso foi o de menos.
A pior apresentação do ano também foi na Australia. Uma menina chamada Shiane Hawke, com voz de Pato Donald, foi aclamada desde o começo e foi até uma das fases finais dos shows ao vivo. Só que na hora de tentar salvar a vida a menina se perdeu de vez, coitada. Ela cantou Wherever You Will Go, do The Calling e deu uma vergonha alheia lascada, com ela cantando desafinado, gritando e ficando vesga.
Não posso deixar de compartilhar.
A Mel B continua sendo a jurada mais importante, porque apesar de não ser tão boa mentora (nessa temporada a coitada até foi pra final, mesmo tendo um participante expulso e um outro completamente despreparado no lugar), ela taca fogo no negócio.
Dizem que com a participação especial dela na versão britânica do show ela foi convidada e fica por lá na terra dela mesmo. Isso só saberemos no ano que vem.
Depois de só assistir ao começo do X-Factor Austrália só para saber a cara dele, sem pretensão de acompanhar, acabou sendo o melhor do ano. Vamos ver o que nos espera para agora.
The X-Factor USA – 2ª Temporada
A versão americana do X-Factor sempre teve tudo para ser fenomenal, mas sempre comete erros e nunca me animou. O reflexo disso é a audiência tão modesta que esse programa tem por lá. Mesmo assim deve ser bem lucrativo, já que Simon já conseguiu uma renovação da FOX e em setembro está de volta.
O programa mudou quase inteiro nesse ano. Simon continuou como jurado ao lado de LA Reid, mas no lugar das demitidas Paula Abdul e Nicolle Scherzinger (foi para a versão britânica tentar limpar a barra depois do que fez com a Rachel Crow) entraram Demi Lovato e Britney Spears.
Demi Lovato até que se saiu bem, mas achei que os comentários dela eram muito bitchy e a coitada tinha a melhor categoria em potencial e logo no meio ficou sem ninguém. Não foi boa mentora, mas as provocações dela com o Simon eram divertidas.
Britney Spears recebeu um dos maiores cachês da história para participar. Só que exageraram na medicação da coitada, que alternava momentos de alienação total de onde estava com caras de repúdio e nojo, como se todo mundo fosse imundo e estivesse a caminho de sujá-la. Ela até foi pra final com a participante teen Carly Rose, mas duvido que ela tenha feito algo. O dinheiro foi gasto para ter uma presença de luxo, só isso.
Os apresentadores agora mudaram também. Saiu aquele grosseiro da primeira temporada e o programa ficou sem ninguém até os live shows, quando chegaram Mario Lopez e Khloe Kardashian (mais presenças polêmicas para impulsionar a audiência). Os coitados não tinham a menor química. A Khloe bem que tentou, mas o Mario roubava as falas dela na cara dura, até por ser mais desenvolto que ela.
Os talentos, que são os mais importantes, mais uma vez, foram péssimos. Foi um festival de cantores e cantoras batidos, que escolheram as mesmas canções de sempre – At Last, Hallelujah, Adeles, Gagas e por aí vai.
O drama foi artificial, cheio de lágrimas de crocodilo, de forçada de barra e muita gente desafinada. CeCe Frey, Jason Brock, Paige Thomas...
Os grupos alternaram entre meninas choronas e irritantes, Fifth Harmony, e moleques convencidos com voz de Simple Plan, Emblem3. O único grupo que eu gostei era o da menina com tapa-olho, Lyric145, mas foram eliminados no começo. Só um destaque para que o Simon deve ter feito numerologia nesse ano, já que todos os grupos têm alguma numeração no nome.
O vencedor foi o tiozão Tate Stevens, que entre o que havia lá era o melhorzinho mesmo. Mas o estilo morno e apagado dele refletem bem o que foi o programa.
No ano que vem o Simon poderia se planejar melhor e escolher jurados e apresentadores cedo, para depois dar atenção devida aos participantes. Parar de apostar em fórmulas, músicas e posturas batidas também ajudaria.
Acabei vendo os episódios finais acelerando, porque atrasei tudo. No ano que vem depende muito de como estará para eu decidir se vejo.
Que venha o American Idol agora, que já começou com barracos!
FDL
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