terça-feira, 29 de novembro de 2016

Amanda Knox: Documentário

amanda knox

Eu ia começar o post sobre Amanda Knox com essa frase que está na imagem. É dita pela própria Amanda no começo do documentário. Ela é a síntese do que se trata esse caso e também reflete muito de casos criminais famosos, mas não pela perspectiva dos assassinos e vítimas, mas pela imagem de quem assiste e se interessa por essas histórias.

O Netflix tem investido nesses documentários sobre crimes reais. Recentemente comentei o caso de Making a Murderer. A HBO também fez sucesso com o extremamente perturbador The Jinx. Acabei demorando para ver Amanda Knox e me arrependi. Deveria ter visto isso antes.

O caso revela o assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, aos 21 anos na Perúgia, Itália.

Meredith sofreu diversas facadas e ainda foi estuprada. Foram acusados Amanda Knox, estudante americana e colega de quarto da vítima, além do namorado de Amanda de poucos dias, Raffaele Solecito.

Polícia e imprensa atribuíram a Amanda todo o tipo de apelidos e afizeram acusações de algum tipo de perversão sexual e até satanismo. Provas disso não havia.

Amanda e Raffaele ficaram presos por alguns anos em um julgamento que teve vários twists carpados. Por fim, foram finalmente absolvidos pela corte suprema italiana.

Esse caso tem uma característica muito comum com outros que tiveram grande repercussão e dúvida sobre a verdadeira culpa dos acusados: investigações policiais problemáticas. No documentário fica clara a falta de preparo das autoridades na calma cidade italiana. Houve muitos erros e uma ânsia enorme para se prenderem os suspeitos, inflamados por pressões das autoridades e da mídia.

Senti também por parte das autoridades italianas no documentário um forte aspecto antiamericano. A imprensa deste país pressionou muito a Itália, alegando que Amanda Knox poderia ser inocente.

Ao final, percebemos que a polícia italiana colocou a suspeita em Amanda sobretudo por ela “não reagir como deveria”. A reação da jovem, que era de família abastada e criada com liberdade, talvez não fosse a esperada pelas autoridades.

Pela forma que o documentário foi feito, parece difícil crer que Amanda e Raffaele tenham sido culpados. Não que tenha havido uma conspiração ou algo do tipo, somente uma sucessão de cagadas por uma polícia pretensiosa, que primeiro decide o culpado, depois vai atrás de evidências para provar. Sempre deve acontecer o contrário.

Claro que é palpite. Muita gente crê que Amanda Knox é um tipo de reencarnação do demônio, o típico lobo em pele de cordeiro. Jamais saberemos, mas fiquei pouco inclinado a acreditar nisso.

É um excelente documentário, que passa em um segundo, com uma história impressionante e cheia de debates ricos sobre o comportamento humano e investigações criminais.

Mais um ponto para o Netflix.

FDL

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Theodore Boone – O Sequestro

theodore boone o sequestro“Theo se manteve sentado em sua cadeira. No Tribunal de Causas Envolvendo Animais, todas as formalidades eram dispensadas., os advogados permaneciam sentados. Não havia banco das testemunhas, não havia juramentos de dizer toda a verdade, nem normas para a produção de provas, e nem, certamente, júri. O juiz Yeck conduzia audiências rápidas e decidia na hora, e a despeito de seu cargo sem futuro, era conhecido por ser justo.

- Bem – começou Theo desajeitadamente – O senhor sabe, Meritíssimo, Anton frequenta minha escola e a família dele é do Haiti, e eles não compreendem nosso sistema judiciário.

- E quem compreende? – resmungou Yeck.”
John Grisham

 

É o segundo livro da série para adolescente escrita por John Grisham. Acabei lendo o primeiro todo de uma vez em 2014 e comprei os seguintes porque me pareceram excelentes e despretensiosas histórias. Recomendo para adolescentes interessados em leitura. Obviamente serve para adultos também.

Na segunda história do estudante metido a advogado, a melhor amiga de Theo, April, desaparece da noite para o dia e toda a comunidade passa a investigar o sumiço, que pode ter ocorrido com um fim trágico.

Fora isso, conhecemos mais do cotidiano de Theo, que sempre está disposto a ajudar os outros, mesmo que acabe deixando de lado a vida normal que um adolescente de 14 anos deveria ter.

O segundo livro é pior que o primeiro, porque em alguns momentos se arrasta e dá a impressão de que é uma fase para que outro venha. Ainda assim, a escrita do John Grisham é muito instigante e a gente sempre se interessa em ler o livro todinho.

Continuo recomendando e logo leio o terceiro.

FDL

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

X Factor Austrália: 8ª Temporada

x factor australia 2016

Complicado, pessoal. A Austrália se perdeu esse ano com o reality show musical.

Muita gente diz que a versão australiana é a melhor de todas, pelo talento e pela forma que os trabalhos são conduzidos. Em algumas temporadas isso até pode ter sido verdade, mas ultimamente o programa se arrasta por lá.

Se no ano passado notei que a competição foi apática, esse ano foi terrível de ruim.

Na primeira fase tivemos os testes, com apenas três jurados. Guy Sebastian continuou. Ao seu lado entrou o cantor Adam Lambert, que começou no American Idol e fez parte do Queen. Além dele chegou a cantora Iggy Azaelia, que fez sucesso nos últimos anos e andou meio apagada. Confesso que não conheço nenhuma música dela.

Quando os shows ao vivo começaram, chegou uma nova jurada, chamada de Underdog Judge, Mel B, que já esteve no programa alguns anos atrás. Sua função foi ter uma categoria em que ela escolheu rejeitados dos outros jurados. Tudo prometia ser interessante.

E foi, com o detalhe de que talvez o programa não tivesse tempo para ficar no ar ou não deu audiência, não sei. As eliminações eram por atacado. Houve 4 ou 5 shows ao vivo no máximo e aconteceu a final, com quatro participantes.

Não deu tempo de conhecer ninguém direito. Já tava estranho não ter acontecido Bootcamp e Judges Houses. Foi tudo apressado e me deu a sensação de mal organizado. Eles faziam mistério porque não sabiam o que fazer mesmo.

Os talentos ficaram fracos demais novamente e os jurados se preocuparam mais em discutir e trocar farpas do que em de fato fazer um bom show musical com boas apresentações. Houve escolhas que eram de dar risada.

O campeão foi Isaiah Firebrace, que eu não compreendi. Mas também não critico, porque não tinha ninguém que eu gostasse. Não consigo destacar nenhuma apresentação boa ou um act para o qual eu torcesse.

Gostaria que nesse ano a emissora australiana aprendesse com seus erros e se planejasse melhor para a próxima temporada. Conforme o que prometerem eu posso dar uma chance, na expectativa de resgatarem os bons anos de X Factor Australia, do contrário, nem termino de ver.

Uma pena o que fizeram.

FDL

domingo, 13 de novembro de 2016

Poirot: Cai o Pano – Series Finale

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Cai o Pano foi o último dos telefilmes que a emissora britânica ITV produziu para retratar completamente a obra da Agatha Christie que envolvia o personagem Poirot.

A série começou em 1989 e atravessou décadas, primeiro retratando contos com o detetive belga e depois adaptando os romances, que estão entre os mais famosos da escritora inglesa, como Assassinato no Expresso Oriente, Morte Sobre o Nilo, Morte na Mesopotâmia, O Assassinato de Roger Ackroyd, Natal de Poirot, O Misterioso Caso de Styles e muitos outros (foram muitos mesmo!).

Cai o Pano, ou Curtain é o último também em cronologia, já que mostra a morte de Poirot durante sua última investigação de assassinato.

Por todos esses motivos é um outro clássico da escritora, que deixou o livro pronto em um cofre, sendo sua última publicação em vida.

O livro em si nunca tive coragem de ler. É muito estranho imaginar a morte de Poirot. Já o episódio, foi exibido em 13/11/2013 e só agora, por coincidência, em 13/11/2016 eu consegui assistir.

Eu esperava um episódio mais melancólico e cheio de despedidas. De fato é assim, mas o tema sombrio e violento predominou de longe nessa despedida.

“A convite de Poirot, o capitão Hastings retorna ao local da primeira investigação de ambos: a mansão Styles. O tempo passou: o detetive belga envelheceu e está em uma cadeira de rodas; já a antiga mansão foi reduzida a uma mera hospedaria. A visita, porém, se revela mais que um reencontro entre velhos amigos. O instinto de Poirot, ainda afiado, lhe diz que entre os hóspedes há um assassino. E ele precisa que Hastings o ajude a identificá-lo antes que haja mais uma vítima – e antes que seu tempo acabe.”

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O ator David Suchet já tinha dado lição de atuação por mais 20 anos interpretando Hercule Poirot. Nesse derradeiro telefilme ele foi além e se mostrou, na minha humilde opinião, um dos melhores atores do mundo. Pena que nem tanta gente conheça tudo que esse homem fez.

Não consigo imaginar Poirot de outra forma e ele já foi interpretado no cinema por outros atores e até virão novos filmes. Para mim tudo é muito estranho. Poirot é David Suchet.

Eu protelei, mas é o fim de mais uma era. Claro que eu não comecei a assistir Poirot em 1989, eu tinha 3 anos. Só que mesmo assim já faz tempo que a obra da Agatha Christie entrou na minha vida. Li O Assassinato no Expresso do Oriente com 16 anos e em 2004 conheci o seriado, sofrendo muito para encontrar pela internet.

Tenho muita vontade de assistir tudo de novo. Sei que ainda farei isso.

Recomendo muitíssimo.

FDL