Depois de muita enrolação, finalmente a série saiu. Foi uma temporada com intensos 10 episódios que retrataram com muita competência o crime e julgamento que pararam os EUA no início dos anos 90.
Apesar de ser um caso muito famoso, eu sabia pouco sobre ele. Por isso, quando soube desse lançamento eu fiquei empolgado. A pessoa por trás dessa produção é Ryan Murphy, de American Horror Story (nunca vi) e Glee.
Esse cara é complicado. Muita gente elogia sua genialidade, mas ressaltando que ele se perde. Meu medo era o que seria feito no espetáculo dessa série.
Que haveria ironia e crítica social eu não tinha a menor dúvida. Se em Glee, que era uma série adolescente estava saindo crítica pelo ladrão, imagina em um caso como esse?
No final o trabalho foi extremamente competente. A série foi muito correta e ultrapassou o julgamento de uma pessoa e trouxe à tona toda a tensão social e racial que cercaram todo esse caso.
Há questionamento sobre o modus operandi da polícia, do órgão acusatório, do meio das celebridades e, acima de tudo, a forma que o negro é tratado nas ruas, na fama, nos tribunais e no meio policial.
O começo da série é um pouco enrolado e você sente um pouco de falta de emoção. Mas isso se compensa nos momentos de tensão, porque eles ficam mais interessantes depois de terem sido construídos bons personagens no começo.
Falando em personagens, Cuba Gooding Jr., David Schwimmer e Courtney B. Vance estiveram excelentes. Ótimas atuações. Mas o destaque mesmo é para Sarah Paulson, que já era incrível em tudo que fazia, mas deu uma lição de interpretação com sua Marcia Clark.
Destaco o episódio 6, chamado “Marcia, Marcia, Marcia”. Nesse ainda tivemos de brinde uma aula de sexismo filmado em rede nacional nos anos 90. Foi aí que a Sarah Paulson derrubou toda a bagaça.
A advogada mulher e talvez com gosto de moda questionável foi massacrada por juiz, advogados, mídia e público em geral, coisa que ninguém fez com homem algum naquela situação.
Ponto negativo? Claro que o John Travolta. Péssimo, não sabe atuar e ainda é exagerado nos trejeitos. Prefiro fingir que ele nem estava lá.
O último episódio foi genial e a conversa dos personagens Chris Darden e Johnnie Cochran após a leitura do veredito foi excelente. Aliás, todos os embates dos dois foram muito bons.
A série marcou e com certeza fez seu papel. Recomendo muitíssimo.
Claro que iria aparecer um livro para acompanhar, né? A Darkside lançou em capa dura a obra que inspirou a série, que chegou aqui em casa nessa semana. Quando eu ler escrevo alguma coisa por aqui.
FDL
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