segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Season Finale: The X Factor Australia – 7ª Temporada

x-facAcabou nessa semana e acompanhei episódio a episódio, claro que acelerando o mambo jambo, porque ninguém é de ferro.

Se as duas últimas temporadas eu achei ruim, essa eu achei apática. Dificilmente alguém ficará marcado na memória, mesmo que eu tenha meus preferidos.

Quanto aos jurados, houve muitas mudanças. Da edição passada só ficou Danni Minogue. Guy Sebastian voltou e mostrou que apesar de ser chatinho e forçado, ele entende de música. Os novatos foram dois: James Blunt e Chris Isaac (que eu achei meio acabado, mas tudo bem).

James Blunt também é prolixo. Sai o Redfoo e entra outro. Só que o novo é muito, mas muito mais chato. O James Blunt é estressadinho, encrenqueiro e extremamente fraco.

O Chris Isaac realmente se dedicou ao programa, mas você nota o descompasso em relação aos outros jurados. Ele é claramente mais antiquado, muito embora tenha tentado não ser.

Quanto aos participantes, o nível foi parecido com o de sempre: alguns bons e outros nem tanto, mas que mesmo assim os jurados aplaudem de pé e dizem que estamos “testemunhando o nascimento de uma estrela” e por aí vai.

Eu gostei mesmo de dois acts: Jess & Matt e Mahalia Simpson.

Jess & Matt são um casal que cantaram músicas mais puxadas no estilo folk. São realmente afinados, harmônicos e sem personalidades irritantes. Falta um pouco de originalidade, porque há não muito tempo tivemos no americano o casal Alex and Sierra, mas tudo bem.

Eles foram para a final e ficaram em terceiro lugar, muito embora eu ache que mereciam ter ganho.

Destaco a versão deles para a música de Lady Antebellum (por onde andam?)

 

Mahalia tb foi bem. Fazia mais o estilo alternative e achei até que foi longe. Eu nem ligava muito para ela, até que cantou uma música da Macy Gray (por onde anda também?) que eu gosto muito:

 

Os dois finalistas principais foram Louise Adams e Cyrus Villanueva. Ele ganhou.

Lousie Adams não era ruim, mas fisicamente uma imitação da Karen Carpenter e só berrava. Já o Cyrus é com aquele estilinho de Justin Timberlake que os australianos cismam em não superar. A final foi fraca demais.X-factor-Aus-top-3-2-750x444

Destaco o participante Jimmy Davis, que fez uma audição excelente, mas nos shows ao vivo não segurou bem e foi eliminado cedo.

 

Para a próxima temporada não sei se volto, mas tudo depende do talento e da qualidade dos jurados. Esse ano foi apagado.

FDL

domingo, 29 de novembro de 2015

Sem Segurança Nenhuma

safety-not-guaranteed-poster-artwork-kristen-bell-jake-johnson-aubrey-plazaFilme: Sem Segurança Nenhuma (Safety Not Guaranteed)
Nota: 8,5
Elenco: Aubrey Plaza, Jake Johnson, Mark Duplass
Ano: 2012
Direção: Colin Trevorrow

 

 

 

 

Esse filme estava aqui parado no hd e nesses dias acabei lembrando e resolvi assistir. Estava no clima de ver algo que parecia prometido por essa história. Acertei em cheio.

Só temos atores de séries de comédia. Aubrey Plaza já foi a excelente April em Parks and Recreation, Jake Johnson é o Nick de New Girl e Mark Duplass é Deslaurier em Mindy Project. Todos são coadjuvantes e se destacam em suas séries.

Sinopse:

“Darius (Aubrey Plaza) é estagiária numa revista de Seattle. Junto com Jeff (Jake Johnson) e Arnau (Karan Soni), ela é designada para investigar o autor de um anúncio no jornal procurando companhia para uma viagem no tempo. Enquanto Jeff persegue um antigo amor e Arnau tenta ganhar novas experiências, Darius se aproxima cada vez mais de Kenneth (Mark Duplass), o tal dono da máquina do tempo.”

A história inteira gira sobre o sentimento de não pertencer. Tanto Darius como o outro estagiário e Kanneth passam por rejeições e não se adaptam ao mundo que enxergam.

Interessante a história do chefe Jeff, que é o oposto, completamente popular e integrado ao mundo, mas que quando percebe a chance de um relacionamento acaba vendo a possibilidade de ter um sentido na vida, muito embora acabe como acabou.

Ficamos mexidos o tempo inteiro com a dúvida de se tratar de um doido que acha poder viajar no tempo ou de um gênio que, movido pelo amor, conseguiu finalmente fugir daquela realidade. O final é bem coerente com o que o filme conta.

Gostei bastante e achei uma boa opção para um sábado de tarde no frio.

Recomendo.

FDL

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Garota no Trem – Paula Hawkins

garota no trem 1“Um fragmento dessa memória levou ao próximo. É como se eu tivesse passado dias, semanas, meses tropeçando na escuridão e agora finalmente tivesse avistado alguma coisa. Como tatear a parede para encontrar o caminho de um cômodo para o seguinte. Sombras que antes estavam em movimento começam, enfim, a se amalgamar, e depois de um tempo meus olhos se acostumaram com a escuridão, e agora consegui ver.

Não de primeira. A princípio, embora parecesse uma lembrança, achei que fosse um sonho. Fiquei sentada ali, no sofá, quase paralisada de choque, dizendo para mim mesma que não seria a primeira vez que minha memória me traía, não seria a primeira vez que pensava que as coisas tinham acontecido de um jeito quando na verdade tinham acontecido de outro.

Como a vez em que fomos a uma festa de um colega de trabalho de Tom, e fiquei muito bêbada, mas tivemos uma ótima noite. Eu me lembro de ter me despedido de Clara com beijos no rosto. Clara era a mulher do colega de trabalho, uma moça muito agradável, gentil e afetuosa. Eu me lembro dela dizendo que nós deveríamos nos encontrar de novo; lembro dela segurando minha mão.

A lembrança era tão nítida, mas não era verdade. Descobri que não era verdade na manhã seguinte, quando Tom me virou as costas quando tentei falar com ele. Sei que não é verdade porque ele me contou como estava decepcionado e envergonhado por eu ter acusado Clara de ter flertado com ele, que eu tinha ficado histérica e a xingado.

Quando eu fechava os olhos, sentia o calor da mão dela na minha pele, mas isso não tinha acontecido de verdade. O que aconteceu na realidade foi que Tom teve de praticamente me levar embora carregada, enquanto eu chorava e gritava, e a pobre Clara se escondia na cozinha.”

Paula Hawkins

Para quem é fã de Friends, chega a ser estranho ver uma Rachel nessas condições, mas com o tempo a gente se acostuma e quer dar um abraço carinhoso nessa e dizer que vai ficar tudo bem.

Não sei se a autora britânica Paula Hawkins escreveu mais algum livro de ficção, mas certamente a sua vida mudou em 2015 com A Garota no Trem batendo recordes de vendas e críticas positivas no mundo todo.

A verdade é que todo ano algum livro desse estilo acaba sendo lançado e vendendo que nem água. Exemplo disso é o já não tão recente Garota Exemplar.

O livro trata de Rachel, uma mulher solitária, acima do peso, alcoólatra e de muito baixa autoestima, que foi largada pelo marido e luta para encontrar um propósito para viver.

O que Rachel faz todo dia é pegar um trem de manhã que vai para Londres. Esse mesmo trem para pela rua onde morava com seu ex-marido. Lá ela sempre observa um casal muito bonito que parece ser o sinônimo de felicidade e amor – coisa que ela não tem mais.

Sem spoilar muito, um crime acaba acontecendo nesse contexto, envolvendo esse casal, Rachel, seu ex-marido e a nova esposa dele (Anna).

A insegurança de Rachel move o livro, tal qual a sua falta de força para superar seu vício em álcool, o que atrapalha a sua já falha memória. Por isso, ela se envolve num crime sem saber como.

Trata-se de uma narrativa curta e sem muita enrolação. Você lê em pouco tempo. É também um dos melhores suspenses escritos ultimamente.

Não é só um conjunto de mistérios e cenas violentas que são vendidos. Quando o livro chega ao final, observamos uma sutil e ao mesmo tempo precisa história de violência moral e física contra a mulher. A primeira é contada de uma forma primorosa.

Spoilers por aqui.

Como o livro é narrado em boa parte por Rachel, somos levados a crer que seja verdadeira toda essa culpa que ela sente. Toda essa fraqueza e essa incapacidade de manter seu casamento. Será?

As outras narradoras deixam claro o ponto de ser um livro destinado muito mais à violência moral que a mulher sofre em seu casamento do que qualquer outra coisa.

Observamos no final, aos poucos, que Rachel viveu um casamento que não passou de um relacionamento abusivo. No momento de sua fragilidade o marido somente a deixou pior e todo o comportamento dela vem disso.

O final do livro é muito bom e Garota no Trem parece um livrinho bobinho, mas não é.

Já há promessas de um filme no ano que vem. Vejamos como será.

Recomendo muito.

FDL

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Series Finale: The Newsroom – 3ª Temporada

newsrooms3

Eis que finalmente assisti ao final dessa série que marcou, com certeza marcou. Acabei vendo com quase um ano de atraso porque foram 06 episódios derradeiros e achei melhor esperar um dia livre para fazer uma maratona. Pois bem.

Esses 06 episódios valeriam por várias temporadas de séries lixo que enrolam nos seus enredos por medo da reação da audiência. Aliás, esse sempre foi o trunfo de Newsroom: ser ousado nas histórias.

Depois de temporadas que trataram muito da ética jornalística com relação ao público e as notícias dadas, Aaron Sorkin dessa vez se voltou aos próprios bastidores do jornalismo.

A terceira temporada focou num conflito ético de vazamento de dados oficiais com o personagem Neal. Além disso, tratou da venda do canal de notícias e todas as implicações que isso causaria no modo de fazer jornalismo. É aquilo que eu sempre digo: muito cuidado, são empresas também, com interesses financeiros também.

A trama do Neal foi superior. O episódio em que ele esculhamba os “novos nerds” dizendo que tem vergonha deles me deu vontade de abraçar a televisão. Isso tudo porque ele é um personagem com quem eu me identifico. Ele trata a internet com muito respeito, dada a ferramenta poderosa que se mostrou ser.

Já o contexto da venda do jornal movimentou os personagens principais da série e o final foi bem dramático, com direito a mortes, gravidez, casamento e tudo que se tem direito.

O último episódio é um verdadeiro primor. Caíram alguns ciscos nos meus olhos, não vou mentir. A cena em que todo o elenco se junta e toca uma música junto é muito bonita e coroou uma série que não foi perfeita, mas ousou e não teve medo de errar, fazendo com que os enganos fossem escusáveis e os êxitos grandiosos.

Fica na memória com certeza.

Ponto para o Aaron Sorkin, que para subir mais no meu conceito só precisaria superar a birra que tem com advogados e entender que texto de qualidade não precisa ser disparado como metralhadora, é um recurso preguiçoso e pouco original.

FDL