terça-feira, 7 de abril de 2015

Girls

Girls-Season-4-PosterPrimeira vez que escrevo sobre essa série, que acompanho desde a primeira temporada. Acontece que sempre assistia meses depois da exibição, em maratona, sempre achando que não tinha muito o que registrar sobre Girls.

A verdade é que tenho críticas a essa série. Por outro lado, entendo o sucesso que ela faz com o “telespectador cult”.

A série mostra a vida de quatro garotas nos vinte e poucos anos encarando a cidade de New York na fase da vida em que a faculdade acabou e chegou a hora de serem adultas de verdade. O apoio dos pais acaba, as consequências dos comportamentos são mais pesadas e um propósito na vida começa a ser necessário.

Girls tem excelentes diálogos, isso graças ao afiado texto da criadora e protagonista Lena Dunham, que tem acumulado prêmios com Girls. As atrizes e atores também são muito bons, com personagens bem marcados.

Me incomodam algumas coisas nessa série, então vamos lá.

Para ser inteligente e crítica, não acho que a Lena Dunham tinha que se depreciar tanto. Podemos chamar isso de realista, mas em alguns momentos eu simplesmente acho patético, como quando no começo da série o Adam derruba ela da bicicleta ou como na temporada passada ela andou de bicicleta de biquíni pela cidade.

O humor da Mindy Kaling faz um estilo que eu aprecio mais, porque ela é segura e confiante, sem descuidar das críticas ao universo machista.

Além disso, as cenas de sexo nessa série são um problema. São extremante explícitas e cruas. Há quem critique, há quem defenda, há quem critique quem defenda e por aí vai.

Eu só acho que a Lena Dunham não precisa disso. O que por um lado pode parecer uma visão realista do sexo, para mim só é uma tentativa de fazer barulho, de gerar polêmica e ganhar visibilidade. Acho isso um pouco deprimente.

Não critico essas cenas por moralismo, mas por ser um recurso que reflete insegurança nas qualidades da própria série. As cenas não seguem um ritmo natural na evolução do episódio. Ficam completamente atravessadas. Todos entendemos como funciona sexo, mas nem por isso é relevante ter cenas da menina se trancando no banheiro da balada pra se masturbar ou aquele beijo grego dessa temporada.

Por fim, nessa última temporada fiquei incomodado com as coisas não saírem do lugar. Foi bem mais fraca de história, embora genial em alguns momentos, como quando Hannah foi a uma festa universitária e tava se achando a tia sábia, ou o diálogo do Ray com Desi no episódio final, ou a passagem do nascimento do bebê da doida no final também.

A verdade é que por ser cheia de novidades e situações interessantes, essa série acaba não podendo ser indiferente e eu assisto.

Vamos ver se tenho saco de ver no ano que vem.

FDL

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Season Finale: Episodes - 4ª Temporada

episodes s4

Dessa vez acompanhei Episodes semanalmente, sem deixar acumular para uma maratona. Isso é reflexo da falta de comédias (boas) do momento.

A temporada melhorou a série, que estava desgastada na 3ª, conforme havia comentado. O enredo se desenvolveu com as negociações para início da nova série de Bev e Sean, com a aparição de um intruso.

Além disso, Matt sofre um golpe financeiro e perde uma boa grana, perdendo junto também parte de sua confiança. Aliás, a passagem em que ele precisa ir fazer presença na festa de um ditador assassino pelo cachê foi sensacional – plus a participação de David Schwimmer, sempre engraçado.

Ao passo que Matt foi esquecido na temporada anterior, ele estava excelente nessa. Destaco as passagens em que ele pensa em voltar com a esposa, revelando o machismo e egocentrismo dessas celebridades.

Por fim, nos episódios finais a cena em que um jovem ator vai comprar sua casa e fica decepcionado ao ver a foto antiga dele e se pergunta “o que aconteceu” foi muito boa. O tempo passa para todos, infelizmente.

O episódio em que Matt vai apresentar um bizarro programa holandês produzido pelo Merc Lapidus foi genial. Fechou com chave de ouro.

A personagem Carol teve o arco mais fraco. Depois de ter um chefe atravessado na temporada anterior para ela ter um caso com ele, na atual temporada deveria haver um novo chefe, mas dessa vez foi uma lésbica possessiva, que rendeu boas cenas e deixou um gancho interessante para a próxima temporada.

Foi melhor assistir à série semana a semana, acho que é melhor e acompanhar assim. Certamente na próxima temporada vou tentar continuar vendo, mesmo que não seja nem de longe a minha preferida.

FDL

Boyhood: Da Infância à Juventude

boyhoodFilme Boyhood: Da Infância à Juventude (Boyhood)
Nota: 7,5
Elenco: Patricia Arquette e Ethan Hawke
Ano: 2014
Direção: Richard Linklater

 

 

 

 

 

O aspecto mais interessante desse filme foi o fato de ter levado 12 anos para ser filmado, acompanhando o envelhecimento e crescimento dos atores e dos personagens de forma natural.

Fiquei interessado em ver também por ser com o Ethan Hawke, um ator muito bom, que já fez vários filmes que eu gostei.

A verdade é que fora o destacado anteriormente, esse filme não tem nada demais. São 3 horas passando e uma vida evoluindo. Não tirei lição nenhuma e não vi nenhum conflito sendo explorado de forma relevante.

O menino foi ficando extremamente chato conforme ficava mais velho e seus conflitos interiores são os mesmos de todos que chegam naquela idade.

Não achei a atuação da Patricia Arquette digna de um Oscar, mas quem sou eu. Vi um pouco de exagero na atuação e fiquei confuso com aquela personagem em alguns momentos.

Esse filme não é ruim, mas acho que poderia ter utilizado essa proposta inovadora e ter feito uma obra um pouco mais forte do conteúdo.

Fora isso, é um bom drama familiar com boas atuações e de fato a ideia principal foi inteligente e bem construída.

Recomendo sem grandes euforias.

FDL

Whiplash: Em Busca da Perfeição

whiplashFilme: Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash)
Nota: 9,5
Elenco: Miles Teller, J.K. Simmons
Ano: 2014
Direção: Damien Chazelle

 

 

 

 

 

Venho escrever sobre esse filme com um bom atraso. Faz parte.

Foi um dos melhores filmes que assisti recentemente. Está tudo no ponto da intensidade forte sem chegar nos exageros.

J.K. Simmons mereceu o Oscar que ganhou, interpretando esse mestre exigente e agressivo, trazendo o conflito do limite entre incentivo e a opressão.

O ator Miles Teller é um nome que ainda vai aparecer em muitos sucessos e já está ficando conhecido. Também fez um excelente trabalho na pele do baterista Andrew.

Tanto a parte musical quanto visual são muito interessantes. Ainda destaco a cena final, com jogos de imagens e expressões faciais que deixavam a gente tenso enquanto assistia.

Recomento muitíssimo esse filme, que ficou meio esquecido perto de outros na temporada de premiações, mas é um dos melhores!

FDL

domingo, 5 de abril de 2015

Unbreakable Kimmy Schmidt

Unbreakable-Kimmy-Schmidt

Série da Netflix, que por ser criada pela Tina Fey merecia uma chance.

É uma comédia bem no estilo da Tina mesmo. Envolve pessoas excluídas e muito humor irônico com relação aos supostamente poderosos.

“Após quinze anos trancada em um culto de um maníaco por apocalipse, Kimmy (Ellie Kemper) é resgatada e recomeça a vida em Nova York. Munida de uma mochila, tênis de luzinhas e livros datados de uma biblioteca, ela se depara com um mundo que achava que nem existia mais.

Ingênua porém resiliente, a ex-reclusa não deixará que nada atrapalhe seu caminho e não demora a encontrar um emprego (trabalhando para Jane Krakowski), alguém para dividir um apartamento (Tituss Burgess) e uma nova vida. O elenco também inclui Lauren Adams, Sara Chase, Sol Miranda e a ganhadora do Emmy Carol Kane.”

A comédia varia entre a situação de deslocamento de Kimmy e as situações ridículas dos coadjuvantes. A personagem precisa se superar para se encaixar naquele mundo que ela não conhece e se frustra com as dificuldades.

Os coadjuvantes são estranhos também para mostrar que ela nunca vai se adaptar, porque o mundo é imperfeito por natureza. As pessoas sofrem e se dão mal naturalmente.

Eu gostei da série e o formato no Netflix faz com que a gente acabe assistindo tudo de uma vez em maratona. Ainda mais no caso dessa série, cuja primeira temporada tem 13 episódios de meia hora.

A atriz principal tem alguns momentos caricatos e exagerados, mas no geral está muito bem. O mesmo se diz do coadjuvante Tituss Andromedon, que mesmo assim é divertido.

No final da série acontece o julgamento do maníaco, que foi interpretado pelo John Hamm. Também houve participação da própria Tina Fey como advogada no tribunal.

Essa cena do júri chega a dar agonia de tão absurda. Mas é uma crítica a teatralidade e enganação desses tribunais, sobretudo em cidades com pessoas manipuláveis, como é o caso da série.

Acima de qualquer coisa a série é divertida. Não é o maior fenômeno do universo, mas certamente merece respeito. Já está renovada e no ano que vem acho que acompanho novamente.

FDL