sábado, 5 de agosto de 2017

Matéria Escura – Blake Crouch

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“Será que é assim que Deus se sente? A exultação em literalmente ditar o surgimento de um mundo? Sim, este mundo já existia, mas eu o conectei a nós. De todos os mundos possíveis, encontrei este, que, ao menos pelo que vejo daqui da porta da caixa, é exatamente aonde eu queria chegar.”

Blake Crouch

Minha escolha com esse livro talvez remeta ao próprio tema que ele retrata. Não sei como o vi pela primeira vez em alguma livraria da vida ou como essa capa tão bonita me chamou a atenção. Mas fato é que não tenho o costume de ler esse tipo de literatura e também tinha várias opções na frente. Acontece que tinha que ser ele agora e foi.

Matéria Escura conta a história do físico Jason Dessen, que poderia ter se tornado um grande nome da ciência em sua área, quântica. Mas ele se casou e teve filho, tornando-se um professor universitário comum.

A virada acontece quando um dia é sequestrado por um homem mascarado, é drogado e jogado em um local, acordando em um laboratório em que todos o conhecem, sem que reconheça ninguém. Como se não fosse suficiente, sua casa, família e profissão não são as mesmas.

Com isso, Dessen luta para descobrir o que houve, como houve e o que fazer para recuperar sua vida e seu mundo de volta.

O estilo desse livro é thriller sci-fi, sem decepcionar no que promete. De fato foi lido em poucos dias por conta da ansiedade. Não tem muita enrolação, porque não faltam acontecimentos.

Há alguns suspenses iniciais que ficam bem evidentes no começo do livro, mas acredito que o foco nem seja fazer mistério mesmo e sim explorar a sensação de ansiedade que a evolução do enredo causa.

As explicações físicas não são tão complexas e não confundem um já veterano profissional de humanas, que passou pelo vestibular e a física há mais de 10 anos. Se há precisão e honestidade científicas certamente não posso dizer. Mas somente a visão passada já é extremamente impressionante.

O excesso de fantasias e abstrações são o que não me atrai em obras de ficção científica. Só que uma coisa boa sempre tem o potencial de ser explorada: a questão ética das descobertas e a relação entre poder e moral, porque, afinal, conhecimento acima de tudo é poder.

Por algum motivo esse livro caiu aqui e fiquei muito contente em ter lido. É um dos meus favoritos de 2017.

Recomendo, aguardando o filme, que deverá ser interessante.

FDL

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