Filme: Histórias Cruzadas ( The Help )
Nota: 10
Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer, Allison Janney, Sissy Spacek e outros
Ano: 2011
Direção: Tate Taylor
Quando eu soube pela primeira vez desse filme, não achei que fosse nada demais. Talvez outra história apelativa com cara de Oprah Winfrey. No entanto, acabei me surpreendendo e digo sem ter medo de exageros, que é um dos melhores filmes a que já assisti em toda a minha vida.
A história se passa no Mississipi, nos tempos dos movimentos pelos civil rights americanos, correndo o risco de errar, mas acredito que tenham sido nos anos 60. O ponto é o racismo e o machismo.
A sociedade americana ainda vive nos tempos segregacionistas, mas as noções dos direitos civis já começam a aparecer, gerando a tensão social com relação aos negros no país. É essa tensão que faz a história correr.
Nesse sentido, o enfoque é da jovem Skeeter, interpretada pela Emma Stone (que merecia uma indicação ao Oscar), uma jornalista em começo de carreira que passa a se interessar sobre a vida das empregadas domésticas negras, que ainda são tratadas como um tipo de coisa, ou como um ser humano inferior. Como teve uma mãe ausente e foi criada pela empregada, Skeeter acaba tomando as dores pela causa, escrevendo um livro sobre essas mulheres responsáveis pelas casas das patroas e pelas próprias, ainda sendo humilhadas.
Várias coisas marcaram nesse filme. O fato de que por “higiene” as patroas não podiam usar os mesmos banheiros que as empregadas é algo que dá um nó na garganta. Além disso, ninguém podia gritar, protestar, porque seria vítima de violência.
Destaco também a empregada Minny. A atriz Octavia Spencer foi genial nesse papel coadjuvante que revelava todas as nuances da mulher daquela época. Engraçado que só conhecia dessa atriz personagens exagerados e caricatos em séries de televisão de gosto duvidoso. Ela só precisava de uma chance – e aproveitou bem.
Quanto à Viola Davis, fez uma personagem que é tão bem construída, que vai ficar na história do cinema sem dúvida. Era merecedora de um Oscar, mas deu o azar de estar no mesmo ano de um prêmio indiscutível para Meryl Streep. A Viola Davis vem fazendo uma sucessão de excelentes papéis, então não duvido que em breve leve a própria estatueta como protagonista.
Não posso deixar de registrar a importância de vermos um filme desses, para nunca nos esquecermos do que a sociedade já foi, do que o ódio ao diferente pode fazer e para, sobretudo, aprendermos com a evolução em alguns aspectos para implementarmos em outros carentes de atitudes.
Filme imperdível.
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