sábado, 18 de agosto de 2018

O Clube dos Oito – Daniel Handler

o clube dos oito

“Seguindo um processo de eliminação (pequena demais, grande demais, não vai aguentar na parede com fita adesiva comum), tenho uma única foto dos Assassinos Erroneamente Rotulados colada na parede, e com isso estou me referindo aos meus amigos, o Clube dos Oito. Ela fica na minha frente. Num raro momento de sincronia, todos estão olhando para a câmera — ou seja, todos estão olhando para mim. Kate apoiada num dos braços, em vez de sentada no sofá como um ser humano normal, numa pose meio convencida, como se estivesse acima de nós. V. bem ao lado dela, tateando suas pérolas, com uma cara bem melhor que a de todo mundo, graças à maquiagem perfeita — melhor até que a de Natasha, o que não é pouca coisa. Lily e Douglas, aconchegados no sofá, ela entre nós dois — como sempre —, ele parecendo impaciente, louco para continuar a falar com Gabriel e não querendo perder a linha de raciocínio só por causa de uma foto idiota. Gabriel, com suas mãos negras contrastando com o avental branco, espremido na ponta do sofá com ar desconfortável. A linda Jennifer Rose Milton, de pé ao lado do sofá, em uma pose que pareceria muito formal para qualquer pessoa que não fosse tão maravilhosa quanto ela. Estendida toda lânguida abaixo de nós, Natasha, com um longo dedo entre os lábios, piscando para mim. Estou falando desta “mim” aqui, que datilografa, não a da foto, que também me olha, o que também é simbólico.”

Daniel Handler

Procurando os lançamentos na categoria thriller, me deparei com a seguinte sinopse:

“Como um grupo de jovens estudantes bem-educados acabou se envolvendo num escândalo que chocou um país? Por que tantos especialistas em comportamento juvenil têm algo a dizer quando o assunto é o Clube dos Oito? Até quando inúmeras manchetes de jornal e programas de TV sensacionalistas vão explorar o caso nos mínimos detalhes?

Para fazer com que a verdade venha à tona, Flannery Culp, a dita líder do Clube, decide tornar público o diário que manteve ao longo do seu desastroso último ano de ensino médio. Agora que está presa por cometer um assassinato, a garota tem tempo de editar o que escreveu e revisitar a rotina que levava ao lado de seus sete melhores amigos. A narrativa de Flan, permeada de professores da pior índole, um amor não correspondido, aulas complicadas e jantares pomposos, comprova que ela pode até ser uma adolescente criminosa — mas, pelo menos, é uma adolescente criminosa muito inteligente.”

Pareceu ser algo interessante, uma boa opção na categoria Young Adult, que não tenho vergonha de admitir que eu gosto.

Fato é que quando lemos esse tipo de livro, não podemos ser muito exigentes, porque o público é outro, a linguagem é outra e certamente não podemos esperar algo muito profundo. O problema é que esse livro exagerou.

Fazia tempo que eu não via uma protagonista tão chata como Flannery Culp. As sacadas de adolescentes são péssimas.

Os diálogos são inverossímeis, a narrativa desse livro não convence.

Pior, o suspense centrado na personagem Natasha está evidente no começo do livro mesmo. A grande revelação somente serve para dizermos: tá... e?

Não vou me estender muito com esse livro porque sinto que já perdi tempo demais com ele.

Provavelmente um dos piores do ano.

Não recomendo.

FDL

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